Redemoinho escrita por Alice


Capítulo 9
09. Problemas


Notas iniciais do capítulo

Resumo: Onde uma festa dada às escondidas pode causar grandes castigos



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Ramona adentrou o quarto de Jackson sem bater. No susto, ele derrubou todas as roupas dobradas que estavam em seus braços.

— Bater é um sinal simples de educação. - afirmou com um sorriso irônico à espera da resposta dela que sempre vinha, mas não naquele momento.

— Preciso da sua ajuda. - falou, olhando para os dois lados do corredor antes de fechar a porta dele e tranca-la.

— Você não tá planejando me matar, né? - perguntou rindo, mas com uma pontada de receio, afinal, ela era uma Gibbler.

Ramona revirou os olhos exasperada e se aproximou dele.

— Claro que não, não hoje pelo menos. - deixou claro abrindo um sorriso maldoso que o fez recuar um passo para trás. - Larga de ser idiota e presta atenção. Lembra quando eu deu aquela festa no mês passado?

— Não teria como esquecer. - respondeu com um sorriso bobo.

Foi um sábado à noite perfeito. Todos os adultos haviam saído para festejar algo que eles não lembravam, as crianças estavam com o tio Jesse e tango Ramona quanto Jackson haviam ficado em suas próprias casas. E o que começou como uma reunião normal na casa dos Gibbler, se transformou em uma das maiores festas que o colégio deles já viu. Para Jackson a noite foi mais que especial, já que finalmente havia conseguido um tempo a sós com Rocksi em um quarto de hóspedes da casa.

— Presta atenção! - Ela soltou em um quase grito ao bater no braço dele que acordou do transe e massageou o local que ardia. - Eu tinha certeza que tinha trancado todos os quartos, mas acontece que eu esqueci do quarto especial dos meus pais. - contou ao ponto de entrar em pânico.

— Espera. Senta aqui. - pediu a segurando pelos ombros e a direcionando para sentar à beira de sua cama. - Como você sabe que estava destrancada?

— Porque tem câmeras lá. Minha mãe disse que não estava conseguindo encontrar sua pulseira de diamantes, eles foram caros pra caramba e ela é louca por eles. Aí ela me pediu pra ajudar a procurar e rodamos a casa inteira, só que ela teve que ir trabalhar e disse que tinha esquecido o óbvio que era olhar as câmeras do quarto. Como ela já tinha que ir logo, acabou de me pedir pra ver. Só que eu não encontrei nada de hoje aí me veio na cabeça a festa e eu procurei as gravações daquele dia. Tá tudo lá Jackson! Algum merdinha entrou no quarto de capuz e pegou a pulseira da mamãe! - exclamou com a voz embargada. O garoto somente andava de um lado para o outro a frente dela, torcendo uma mão na outra. - Eu tô tão ferrada. Meus pais vão me matar e vão ficar tão decepcionados. Que merda eu fui fazer? É tudo culpa minha!

— Ei, ei, ei. - parou de andar e se aproximou rápido dela para sentar ao seu lado. A deu um meio abraço e começou a fazer um leve carinho em sua mão. - A festa foi sua, mas eu sabia dela e não contei nada. Na verdade eu te larguei assim que ela começou. O que me torna o cúmplice mais desnecessário do mundo. - afirmou ouvindo um riso baixo dela. - Você não sabia que era metade daquelas pessoas, saiu do seu controle e não é inteiramente culpa sua terem roubado a pulseira.

— Você por acaso tá tentando me fazer sentir melhor? - perguntou de forma confusa ao sair de seus braços.

— Tava tentando pelo menos. - Se defendeu a fazendo rir de novo.

Ramona tirou as sandálias que usava e subiu ainda mais na cama de Jackson. Deitou a cabeça em um travesseiro fofo e virou para ele quando o garoto repetiu seus gestos. Se encararam precupados antes dela soltar sua suspiro esgotado.

— O que eu faço?

— Eu tentaria mentir o máximo possível, mas como sou um péssimo mentiroso iriam descobrir na hora e o castigo seria maior.

— Mas você conseguiu ficar calado sobre a festa. - pontuou o vendo abrir um sorriso orgulhoso.

— Fiquei, não é? - ela assentiu rindo de sua animação.

A garota virou de barriga para cima e começou a encarar o forro branco do teto.

— Acho que eu só vou ver a luz do sol na minha formatura. - comentou já a espera de uma grande punição. - Mas eu não queria que minha mãe ficasse sem a pulseira.

— Mas com toda a certeza eles vão encontrar essa pessoa babaca e sinto te dizer, nesse momento a pulseira deve tá do outro lado do mundo. - disse a vendo torcer a boca em desgosto e virar o rosto para encara-lo. - Olha o lado bom, não levaram mais nada.

— Que eu saiba até agora. - deixou claro sentindo os olhos pinicarem pelas lágrimas. - Eu sou tão burra e irresponsável. - afirmou já sentindo lágrimas grossas escorreren por seu rosto.

— Não fala isso. Hei. - chamou se aproximando e a puxando para os seus braços. Ramona apoiou o rosto em seu peito e começou a soltar pequenos soluços. Ele a apertou ainda mais e depositou um beijo carinhoso no topo de sua cabeça. - Vai ser uma gritaria enorme, mas o fato de você se sentir culpada prova o quanto você é madura.

— Você só fala isso porque é meu melhor amigo. - ela resmungou levantando a cabeça para fitar seus olhos. Os olhos castanhos que sempre a acalmava.

— Eu falo porque é verdade. - afirmou a olhando intensamente.

O coração de Ramona acelerou de forma estranha e ela retomou sua cabeça ao peito dele antes que fizesse mais outra burrada.

Os dois ficaram assim, abraçados, com as pernas entrelaçadas por algumas horas. Caíram no sono sem perceber e quando Max começou a bater na porta para chamar o irmão para jantar, eles acordaram assustados e ficaram ainda mais nervosos quando o garotinho começou a gritar perguntando o porque da porta estar trancada.

Correndo os dois se levantaram e Jackson destrancou a porta a abrindo rápido. Max encarou os dois de forma estranha e surpresa.

— Que porra é essa? - ele perguntou ao apontar para os dois, que ao se encararem perceberam o quanto estavam descabelados e com as roupas amassadas.

— Não é o que parece.

— A mamãe sabe que você anda falando palavrão? - Jackson perguntou de maneira firme para o irmão que entendeu as entrelinhas.

— Mas eu quero cinquenta dólares de cada. - deixou claro ao virar as costas para os dois e descer as escadas.

— Era só explicar o que realmente aconteceu. Agora eu vou ter que dar meu dinheiro pra ele.

— E você acha mesmo que ele iria acreditar? - indagou ao apontar para os dois.

Ramona se deu por vencida e voltou para o quarto para arrumar seu cabelo. Jackson fez o mesmo e depois os dois desceram para o andar de baixo.

— Adeus mundo. - Ramona sussurrou ao se aproximar da porta da cozinha e ouvir a risada da sua mãe.

Jackson segurou sua mão e deu um leve aperto de segurança, ela abriu um pequeno sorriso para ele antes de se afastar do contato e abrir a porta da cozinha.


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