Redemoinho escrita por Alice


Capítulo 29
29. No clima de discussões (II)


Notas iniciais do capítulo

Resumo: É algo deles, mas no fim sempre se acertam



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Ramona andava de uma ponta a outra de seu quarto. Parava em alguns segundos, batia o pé de forma impaciente no chão, bufava alto jogando as mãos para o céu quando não conseguia pensar em nada que a tirasse daquela situação. Desistiu sentindo as lágrimas inundaram seus olhos, sentou na beira da cama puxando uma almofada a apertando em seus braços. Começou a chorar pensando na humilhação que iria sofrer, Natalie iria adorar esfregar a vitória em seu rosto, nada iria satisfazê-la mais do que acabar com a reputação de Ramona. Definitivamente a Gibbler não queria ser conhecida como a desesperada que inventou um namoro falso só para não saberem que estava sozinha, mas pelo visto era exatamente aquilo que iria acontecer.

— Ramona? - a voz a chamando foi seguida de batidinhas ritmadas na porta.

Ela inspirou profundamente tentando controlar as lágrimas e tentou com sua melhor voz neutra despacha-lo para longe.

— Não quero saber de nada agora, por favor.

— Ramona. - o tom arrastado que ele usou a fez ter certeza de que a paciência dele estava pouca.

— Jackson. - disse firme, sua paciência também estava no limite.

— Larga de ser teimosa porque eu estou estressado querendo falar com a minha melhor amiga, mas se você quiser discutir pode ter a certeza de que eu não vou dar pra trás.

— Como se eu fosse gastar meu tempo com um ogro feito você.

— Tá bom Elsa, abaixa o tom que você não tá no seu castelo de gelo.

Ramona abriu a boca indignada e levantando-se caminhou até ficar de frente à porta fechada.

— Saiba que sua tentativa de me abalar foi totalmente ignorada pelo meu ego que está imensamente feliz em ser comparado a uma rainha. - afirmou em tom vitorioso escutando a risada dele do outro lado.

— Rainha da ilusão, porque o único lugar em que você reina é na terra do sarcasmo.

— Não sei por que ainda sou sua amiga! Você é tão idiota e ainda veio me pedir ajuda.

— Ei! Eu não vim pedir ajuda, eu só queria um ombro amigo pra conversar, mas pelo visto você perdeu sua civilidade.

— Seu imbecil!

— Olha a boca que seus pais estão em casa.

Ela definitivamente queria esganar aquela projeto de cartoon falido. Ele era apenas mais um na fila para Ramona triturar.

— Eu não estou no meu melhor dia, não tô com paciência pra aguentar suas provocações e se você não for embora agora eu te juro que vou deixar de falar com você pelo resto de nossas vidas. - falou irritada, sentiu toda a sua raiva acumulada encontrar um alvo. - Você é só mais um idiota que tá ferrando a minha vida agora, só sabe viver a base de provocações pertinentes e não entende o conceito de amizade.

— Mas as provocações são nossa coisa.

Ignorando o tom surpreso dele, ela continuou.

— Sua incapacidade de entender quando parar vai acabar com todos os seus relacionamentos e você vai acabar sozinho por conta das suas próprias merdas.

Ramona abriu os olhos, que nem notou ter fechado, e tentando acalmar as batidas do coração se deu conta de tudo o que havia falado. Sentiu um nó crescer em sua garganta, uma leve pressão em seu nariz e lágrimas pinicarem seus olhos. O silêncio do outro lado da porta a incomodou profundamente, não queria ter dito tudo aquilo, não deveria ter falado que ele iria terminar sozinho porque acreditava que ele não iria. Ele tinha Rocki em um plano futuro e estanho que era tão deles que fazia sentido, mas falou de mais novamente e agora sentia que havia magoado alguém realmente importante para ela. Encostou a testa na madeira fria e apoiou a palma aberta da mão direita na porta.

— Jackson. - chamou baixo, com a voz embargada, torcendo para ele não ter ido embora. - Jacks, você tá aí?

— Tô. - a resposta seca fez seu coração apertar.

— Me desculpa por favor. Eu não devia ter falado tudo aquilo. Me desculpa. - pediu sincera escutando somente o silêncio, como não escutou passos se afastando resolveu continuar. - Hoje foi tão difícil que eu fiz uma burrada enorme só pra esconder minha insegurança e acabei descontando em você.

— Você não é insegura. - recebeu com alívio a resposta dele, pelo menos eles estavam iniciando uma conversa.

— Sou muito, pelas coisas mais sem noção e você sabe disse. Mas você precisava de mim e eu te ataquei sem motivo, desculpa Jacksito.

Usou o apelido sabendo que ele não resistiria, era seu ponto fraco quando ela o chamava assim e Ramona tinha a plena consciência disso.

— De uma coisa você tem razão, eu sempre estrago meu relacionamentos. - o tom de voz magoado dele a fez abrir a porta de repente.

À sua frente encontrou Jackson em pé encostado ao portal, ele a encarou sem jeito e Ramona somente se jogou em seus braços sendo recebida com carinho.

— Você é um idiota às vezes, mas eu acompanhei de perto tudo e nem sempre você foi o culpado.

— Isso foi uma tentativa de consolo? Porque se sim, você é péssima nisso. - resmungou contra seu pescoço a fazendo rir.

Ramona se afastou um pouco, mas ainda manteve os braços ao redor do pescoço dele. Jackson estava com as mãos em sua cintura e inconscientemente começou a fazer um leve carinho em seu quadril.

— Você é um ótimo namorado quando tenta e tenho certeza de que vai encontrar alguém em algum momento que vai te fazer muito feliz.

— Obrigada.

Sorriaram um para o outro em cumplicidade e retomaram o abraço.

— O que você queria falar? - perguntou Ramona com a boca próxima ao ouvido de seu amigo.

Jackson iria responder, mas uma voz fina e estridente os fizeram se separar em um rompante.

— Que merda é essa Jackson Fuller?!

Ramona encarava a menina loira no início do corredor com os olhos arregalados em choque e Jackson se encontrava pálido feito papel, pelo visto o dia caótico da Gibbler não tinha chegado ao fim.


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