Redemoinho escrita por Alice


Capítulo 18
18. Retorno


Notas iniciais do capítulo

Resumo: Continuação de Promessa



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Ramona se mexeu desconfortavelmente no sofá da casa dos Fuller. Sua mãe corria de um lado para o outro na cozinha junto com DJ e Stephanie, que na realidade estava comendo mais do que ajudava. Crianças corriam ao redor da sala e davam a volta no quintal em uma brincadeira que ela realmente não queria entender. Max conversava com Rose sentados no topo da escada, longe de olhares e ouvidos alheios. Seu pai deveria ter saído com seu tio para comprar os últimos ingredientes para finalmente terminarem o jantar. Na certa também passariam para pegar Steve na casa de uma tia dele.

Soltando um suspiro alto ela pegou outra almofada e colocou nas suas costas. Seus pés inchados descansavam na mesa de centro e sua enorme barriga servia de apoio para uma tigela de salgadinhos, nada saudáveis, mas sua mãe não estava olhando.

A porta se abriu e um homem jovem, alto e com uma barba rala entrou por ela. Céus, ela estava tão feliz que se pudesse tinha se levantando.

— Jackson!

— Jackson! - Max desceu os degraus correndo e se jogou nos braços de seu irmão.

— Como você tá, garotinho? - provocou enquanto se afastava e bagunçava o cabelo do mais novo.

— Toda a alegria que eu senti pela sua chegada terminou agora. - afirmou em um tom rabugento fazendo Jackson gargalhar alto.

Rose se aproximou rindo e abraçou o cunhado rapidamente.

— Bem vindo.

— Obrigado loirinha. - agradeceu a vendo pegar na mão de Max e o puxar para a cozinha.

Ramona estava com os braços abertos no sofá e ele rindo, colocou sua mala perto da entrada e foi abraça-la.

— Senti sua falta, muita. - confessou tendo a voz abafada pela camisa dele.

— Eu também. - disse se afetando para sentar ao seu lado e se livrando da posição incômoda. - Como vocês estão? - perguntou levando uma mão a barriga dela e sentindo um chute forte. - Essa menina vai continuar o meu legado!

— Não se anima não porque eu não quero ver a minha filha no meio de um campo de futebol.

— Quebrar padrões, Ramona. Não é Você que você falando isso?

— Padrões, Jackson, padrões. Não a cabeça! - rebateu irritada.

— Percebo que seu humor não mudou nada. - constatou rindo quando ela virou o olhar lentamente para ele.

— Tenta carregar um ser humano que pesa mais do que uma melancia dentro de você e ainda ter que sentir como se todos os seus órgãos estivessem querendo sair de seu corpo aí você pode vim reclamar do meu humor. - falou de forma ácida o fazendo levantar as mãos em rendição. - Ótimo. Mas respondendo a pergunta, a Maya está ótima.

— E aqui em casa como anda? - indagou se ajeitando melhor ao lado dela e roubando alguns de seus salgadinhos.

— Na mesma, só todo mundo mais louco do que eu por conta da bebê.

— Mas você já tá pra parir, não é?

— Faça-me o favor, Jackson. Eu vou dar à luz!

— Vai parir do mesmo jeito.

— Te juro garoto, se eu pudesse eu dava um chute em você onde o sol não bate. - rosnou o fazendo gargalhar, o que a deixou com mais raiva ainda.

Ramona cruzou os braços acima da barriga e um bico adorável enfeitou seus lábios. Jackson ainda rindo de seu drama, colocou a mão no bolso da jaqueta e retirou uma caixinha azul claro. Estendeu à frente dela que o olhou confuso.

— Achei que você ia querer que vocês ficassem conectadas após o parto. - falou enquanto ela abria a caixinha e retirava dois pingentes de prata.

Duas pequenas estrelas estavam na palma da mão de Ramona. Ela já derrava lágrimas e um sorriso enorme estampava seu rosto.

— Somos feitos de poeira-

— Estelar. - ele completou o sussurro dela. - Lembrei de quando nós estávamos em Nova York quando você veio me procurar. Naquela noite você estava péssima, mas me disse que se sentia infinita toda vez que olhava para o céu e se lembrava que o fato de sermos feitos de poeira estelar nos torna parte do universo, e ser parte de algo tão grandioso já é um motivo para não desistir.

— Você lembra mesmo. Se tivesse sido um bom ouvinte assim talvez estivesse namorando ainda. - não conseguiu controlar a provocação que saiu em meio ao choro. Mas quando notou o olhar descrente dele soltou uma risada que o fez rir também.

— Tanto faz. O fato é que eu achei que a Maya deveria saber disso desde agora, ela tem uma mãe incrível que tenho certeza de que não vai deixar ela desistir dos seus sonhos.

— Oh, mi Jacksito. - soltou emocionada o puxando para um abraço apertado o máximo que conseguia. - Eu realmente não sei o que faria sem você na minha vida.

— Provavelmente estaria largada na rua uma hora dessas.

— Idiota estraga prazeres. - o empurrou gargalhando.

Após alguns segundos os dois somente encaravam as mãos que estavam entrelaçadas. Ramona passava o dedão lentamente pelas costas da mão dele em um carinho.

— Obrigada, por estar aqui, por nunca sair daqui. - agradeceu ainda com o olhar baixo.

— Sempre. Você é minha melhor amiga, não existe maneira de eu sair de perto de você.

— Bom saber que você está grudado em mim.

— Grudado é uma palavra muito forte.

— Ligado?

— Não.

— Amarrado?

— Definitivamente não.

— Conectado?

— Ééé, vamos ficar com esse. - decidiu, compartilhando um sorriso com ela.

— Meu bebê! - o grito de DJ quebrou a conexão e depois ele foi puxado para uma sessão de abraços e beijos, mas sem nunca deixar de trocar olhares com Ramona.


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