POV BELLA

Quem entrasse agora na minha sala pensaria que por aqui tinha passado um furacão.

As almofadas dos sofás estavam espalhadas pelo chão á volta dos dois colchões colocados em frente aos sofás, no meio da sala.
Pacotes de batatas fritas, de bolachas e de sumos ocupavam a mesa de centro da sala.

Copos e pratos estavam empilhados a um canto.

Ri mais uma vez ao olhar para Alice, Rosalie e Tanya que descabeladas, depois de um show de karaoke se atiraram para os colchoes onde eu estavam confortavelmente seitada.

Eu ficava feliz ao ver que as três se davam cada vez melhor porque Tanya revelava-se uma pessoa espetacular.

Esta estava a ser uma noite maravilhosa.

Depois de Edward me pedir em casamento reunimos todos em casa dos Cullen para contar a novidade. Começaram os festejos e quando dei por isso estava a ser bombardeada com preparativos para o casamento,

Agora, dois meses depois, faltavam apenas dois dias para o casamento, que seria no sábado no bonito jardim da mansão dos Cullen.

Eu e Edward queríamos um casamento simples, porque a ideia de esperar muito tempo para estarmos finalmente casados eram para nós inconcebível.

No entanto, Alice bateu o pé e depois de muita chantagem cedemos  e deixámos que ela organizasse o casamento, contando que tudo passasse por mim antes de ser decidido, evitando exageros por parte de Alice.
Edward revelava-se um homem cada vez mais maravilhoso e um excelente noivo. Todos os seus gestos revelavam o seu amor por dia.
Sabendo que eu detesto chuva, sempre que estava mau tempo Edward enviava-me flores, com um cartão que dizia “para alegrar o teu dia”. Mas ele não percebia que só o facto de ouvir a sua voz elevava o meu humor ao mais alto nível.

Não havia um dia em que não estivéssemos juntos, nem que fosse apenas por meia hora.

Quando o lembrei que ainda não tínhamos uma casa onde morar quando nos casássemos, Edward beijou-me carinhosamente e pediu que confiasse nele.

Claro que aconchegada nos seus braços, sendo vitima daquele poder letal do seu sorriso torto, acompanhado pelo brilho intenso dos seus olhos verdes eu concordaria com tudo aquilo que ele me pedisse.

Ao mesmo tempo a atracção entre nós parecia aumentar e os momentos que estávamos juntos eram cada vez mais quentes.

Deus, nenhum de nós conseguia tirar as mãos do corpo do outro, mas Edward, quando via que estávamos a “abusar da sorte”, respirava fundo, enterrava a cabeça no meu pescoço e retomava o seu controle, deixando-me descabelada e louca para continuar de onde havíamos parado. Depois sorria-me e trazia um assunto qualquer à conversa.

Fui arrancada dos meus pensamentos ao levar com uma almofada na cara.

 Olhei para as raparigas com cara de susto fazendo-as gargalhar.

- Bella onde estavas com a cabeça?

Antes que eu pudesse responder Alice adiantou-se.

- Onde achas que estava Tanya? No meu irmão é claro.

Elas voltaram a rir enquanto eu corava.

- Desculpem mas não consigo evitar.

- Meninas parem de provocar.

Esme entrava sorridente na sala, trazendo um brigadeiro que cheirava maravilhosamente.

- Esme está com um cheiro divinal – elogiei lambendo os lábios.
Rose sorriu maliciosamente.

- Com aquilo que tu hoje já achaste divinal e se eu não soubesse que o Edward é um cavalheiro eu diria que tu estavas grávida.

- Só se fosse do espirito santo – respondi sem pensar, arrancando mais gargalhadas.

Sentamos no colchão envolta do bolo e esperamos que Esme o cortasse antes de atacar.

- Nervosa Bella? – Esme perguntou calmamente, entregando-me uma fatia.

- Estou a começar a entrar em pânico. Tenho medo que tudo corra mal.

- É natural querida. Eu também estava assim quando me casei com o Carl mas posso assegurar que foi a melhor decisão que tomei na vida.

- Qual é a vossa parte preferida num casamento? – Tanya perguntou.

Esme sorriu.

- O momento em que os noivos se viram para os convidados, no final da cerimónia – Tanya acenou concordando.

- Quando são declarados marido e mulher – Alice respondeu com os olhinhos brilhantes.

- Gosto de olhar para a família – disse Rose – e ver o que pensam da união.

Todas se viraram para mim e não tive que pensar muito.

- Sabem quando a noiva entra na igreja e todos se viram para olhá-la? – elas assentiram – nesse momento eu olho para o noivo.  Nos seus olhos vejo a felicidade e o desejo de partilhar uma vida a dois.

Esme olhou-me.

- Garanto-te que não te vais desiludir com o olhar do meu filho.

Sorri, segura.

Uma das poucas coisas de que eu tinha certeza na vida era o amor de Edward por mim., embora continuasse sem perceber o que um homem como ele via em mim. Limitava-me a aceitar o seu amor e a dar o melhor de mim para fazê-lo feliz.

- Tenho a certeza disso - disso Esme.

Tanya sorriu e abriu a boca para dizer algo quando foi interrompida pelo toque da campainha.

- Quem será?

- Não faço ideia – respondi enquanto me levantava.

Abri a porta e fui puxada por uns braços fortes e familiares.

Lábios quentes e convidativos beijaram os meus e relaxei imediatamente, retribuindo o beijo.

Quando nos separámos, ambos ofegantes, olhei para os olhos verdes que tanto amava.

- Não devias de estar na tua despedida de solteiro.

Edward sorriu, inclinou a cabeça ligeiramente para o lado e a sua expressão era a de um menino que havia feito o que não devia.

- Devia, mas fugi.

O meu sorriso alargou-se e atirei os braços para o seu pescoço, abraçando-o.

Ouvi que risos atras de nós e virei-me vendo que todas tinham vindo a até à porta para ver quem tinha chegado.

- Como é que não adivinhamos que era o meu irmão? – Alice gracejou.
No mesmo instante as portas do elevador abriram e de lá saíram Carlisle, Jasper, Emmet e Alec que me olhavam de forma acusadora.

Edward sorriu e abraçou-me por trás enquanto eu levantava os braços.
- Não me olhem assim, eu não fui busca-lo. – disse rindo ao ver as suas caras.

Edward beijou o meu pescoço rindo.

- É verdade. Mas eu já não aguentava ver mais… - Edward interrompeu o que estava a dizer ao ver os olhos arregalados de todos os homens.

Agora foi a vez das mulheres olharem acusadoramente para os respectivos pares.

Eu ri olhado para a cara assustada deles mas depois as palavras de Edward fizeram sentido na minha cabeça.

 Olhei para eles com um olhar ferino.

- Hey para onde levaram o meu noivo? – eu simplesmente amava o som dessa palavra.

Edward estreitou-me nos seus braços, tornando impossível que eu continuasse tensa.

- Não vale a pena ficares assim Belita. O meu irmão não ficou nem cinco minutos.  Acabou com toda a diversão.

Torci-me nos braços de Edward de forma a ficar de frente para ele e estiquei-me na ponta dos pés para poder encostar os lábios nos seus.

- É por isso que te amo.

…

Acabamos por entrar todos em minha casa.

A sala parecia mais do que nunca um acampamento, já que todos se sentaram pelo chão.

Edward encostou-se num dos sofás e puxou-me para que me sentasse à sua frente.

Encostei a cabeça no seu peito e inspirei o seu cheiro ciente de que a minha despedida de solteira não podia ser mais perfeita.

Eram três da manhã mas ainda ninguém dava mostras de se querer ir embora.

Garrafas de bebida espalhava-se pelo chão.

Esme olhou para mim e para Edward, abraçados e sorriu.
- Sabes Bella quando o Edward era pequeno perguntei-lhe o que ele queria ser.

Atras de mim Edward resmungou.

- Mãe não vais contar isso.

Esme sorriu.

- Quieto aí.

Ele enterrou a cabeça nos meus cabelos e Esme continuou.

- Eles respondeu-me que queria ser como o pai. Lembro-me que o Carl sorriu embevecido enquanto eu lhe perguntava “Queres ser médico como o pai, um herói”? – Esme estava com as lágrimas nos olhos e todos ouviam a conversa. – Sabes o que ele me respondeu querida?

- Não

- Ele olhou-me com um pequeno sorriso e disse “Não mãe, quero casar com alguém como a senhora” – os meus olhos encheram-se de lágrimas – Posso dizer querida que ele encontrou a mulher da vida dele. A mulher em quem eu confio o meu filho. - Senti Edward abraçar-me com mais força –Sê bem vinda á família querida.

Funguei para conter as lágrimas e estiquei-me os braços de Edward, para, meio desajeitada já que ele continuava com os braços na minha cintura, abraçar Esme.

- Obrigada Esme. É um prazer fazer parte de uma família maravilhosa como a vossa.

Depois desta nossa conversa o ambiente tornou-se outra vez descontraído.

Edward virou-me de lado e beijou-me. Eu ainda ficava envergonhada quando ele tinha estes rompantes em frente a toda a gente mas depressa relaxava com os seus toques.

Quando nos separamos Edward esticou-se para pegar uma fatia de bolo. Partiu um pouco e ofereceu-me. Quando abri a boca, ele passou a cobertura na ponta do meu nariz antes de pôr o pedaço de bolo na minha boca.

Mastiguei rapidamente para lhe dizer umas boas, mas as palavras travaram na garganta quando Edward passou a língua no meu nariz para limpar o que tinha sujado. Derreti completamente ao sentir a sua língua e, segurando um gemido, ataquei a sua boca, esquecendo de todos à nossa volta.

-Se calhar é melhor irmos embora – a voz de Emmet soou maliciosa.

Edward manteve os lábios colados aos meus enquanto respondia.

- Se calhar é uma boa ideia.

Todos riram e começaram a levantar.

Edward beijou-me mais uma vez antes de se levantar e me puxar com ele.

Alice estava com um sorriso enorme no rosto.

- Amanha vamos à praia. Concordam?

Todos assentimos, excepto Carlisle e Esme que disseram ter trabalho.
Combinamos tudo e despedimo-nos.

Edward foi também em direcção à porta e eu segui-o.

- Já vais?

- Não confio em mim próprio para ficar aqui contigo.

Corei profundamente.

- Certo até amanha então.

Demoramos ainda um bom tempo na porta do apartamento enquanto nos despedíamos.

…

Eu devia ter estranhado.

A manhã na praia acabou por se revelar um excelente programa, que me ajudava a relaxar do stress do casamento.

Mais tarde iriamos até à casa dos Cullen onde a empresa que contratamos iria ter connosco.

Chegámos bem cedo e alternávamos o nosso tempo entre estar na água ou nas toalhas, sempre animados.

Até agora…

Edward, Emmet, Jasper e Alec (que também se tinha integrado muito bem no grupo depois de assumidas as coisas com Tanya), estavam na água.
Nós estávamos numa conversa animada sobre o casamento, e as raparigas estavam a amar deixar-me constrangida com piadas sobre a noite de núpcias.

Embora nos estivéssemos a divertir eu não conseguia tirar os olhos de Edward, ou do seu corpo bem proporcionado, enquanto ele, à beira mar, jogava com os rapazes.

Nem eu nem uma ruiva parada à beira mar.

Já a tinha notado quando voltamos a ultima vez para as toalhas, mas agora que os rapazes estavam sozinhos ela ainda não deixara de  comer Edward com os olhos e ele, continuava como se não tivesse percebido nada

Senti um abanão no meu braço e virei-me para Rosalie.

- Já te chamei umas cinco vezes, o que se passa?

- O Edward e aquela ruiva estão a irritar-me.

- Ups – ouvi a voz de Alice e virei-me para ela que não me olhava. Segui o seu olhar e vi a ruiva a dirigir-se a Edward  e a abraçá-lo.

Senti um calor por todo o corpo, ao ver as mãos dela nas suas costas.

Levantei-me e vesti a minha camisola, pegando nos chinelos.

- Bella onde vais?

- Se ele pensa que vou ficar aqui a vê-lo a agarrar outras mulheres está muito enganado. Vou ao bar.

Olhei uma ultima vez para Edward que estava numa conversa animada com a ruiva e virei as costas.

Estava a chegar ao bar quando uma mão me agarrou. Não tentei soltar-me até porque sabia que não conseguiria.

Virei-me para ele com uma fúria assassina no olhar.

- Bella?

- O que?

-  O que se passa?

- Porque é que se havia de passar alguma coisa? Vim apenas ao bar. Não é como se fosse abraçar o primeiro homem que me aparecer à frente – calei-me no mesmo instante ao perceber que tinha falado demais.

Edward sorriu.

- Aquela é Victória. Ela fez uma aposta com as amigas e estava a ajudá-la a ganhar dinheiro.

- Não me interessa.

- Se não interessa-se não estavas a agir assim. Há ainda a questão do abraço.

Dei um passo atrás aproximando-me da parede, já arrependida da minha explosão.

Edward aproximou-se e apoiou os braços da parede atrás de mim, aprisionando-me. Não me tocava, contudo o seu olhar intenso fazia-me sentir um calor a espalhar-se por todo o meu corpo.

- Bella ela não significa nada para mim, tu sabes isso – explicou em voz baixa, romântica. Ele aproximou-se mais e o seu peito nu quase tocava o meu corpo. O seu cheiro atingiu-me, deixando-me tonta e fazendo com que os meus pensamentos que desconectassem das cordas vocais por isso permaneci calada, apenas a olhar para ele. – Nem sei como ela era. Se era atraente ou não…

- Era – interrompi com a voz carregada de ciúmes. Percebi que ele controlava o riso.

- Se era morena ou loira…

- Ruiva

- O que vestia…

- Um biquíni vermelho que me parecia um numero bem abaixo do que ela deveria vestir.

- Mas Bella – ele já não controlava o sorriso de satisfação perante o meu ataque de ciúmes – eu não guardei nada daquele abraço. – encostou os lábios na minha orelha, fazendo-me arrepiar. – sabes porque?

Abanei a cabeça incapaz de falar, enquanto ele me beijava o pescoço.

- Porque não eras tu – Edward continuou sem interromper as caricias – e os teus abraços são os únicos que me interessam guardar.

Suspirei rendida e abracei-o, puxando-o para um beijo.

Deus estes ciúmes vão matar-me.