POV BELLA

Eu e Tanya continuamos a conversar por muito mais tempo.

Incrível pensar como ainda há pouco tempo eu temia esta conversa e agora o assunto não esgotava.

Conversávamos sobre coisas mais leves.

Quando o meu telemóvel tocou riamos de alguma idiotice que acabáramos de dizer.

Levantei-me para ir buscá-lo e quando o nome de Edward no visor do telemóvel o meu coração bateu mais forte e um sorriso ficou estampado no meu rosto.

Contudo lembrei-me quem estava ao pé de mim.

Tanya, a ex-mulher de Edward.

Não era uma situação confortável para nenhuma das duas.

Olhei-a constrangida.

- Tanya é o Edward. Importas-te que atenda?

- Claro que não Bella. Está à vontade.

Olhei-a atentamente à procura de algo que desmentisse as suas palavras e demonstrasse que estava desconfortável.

Não encontrei nada e o sorriso que ela me dirigiu confirmou-me a veracidade das suas palavras.

- Certo.

Sentei-me ao seu lado e atendi.

- Olá

- Bella, está tudo bem? – a voz preocupada de Edward soou do outro lado da linha.

- Sim está

- É que demoraste tanto tempo a atender que fiquei preocupado.

- Ah não te preocupes – pensei um pouco – a Tanya está aqui.

Olhei para ela que acabava de ligar a televisão como que para me dar privacidade.

Edward ficou calado durante um tempo.

- Edward?

- Sim estou aqui. E está tudo bem? Algum problema?

- Está tudo óptimo. Não te preocupes.

Ouvi o seu suspiro de alivio.

- Fico contente  - pude perceber a curiosidade na sua voz por trás do tom animado e a sua contenção para não perguntar o que tínhamos falado.

- Sim eu também.

Ele riu.

- Agora o motivo que me fez telefonar. Vais fazer alguma coisa amanhã?

 O meu coração falhou uma batida.

- Que eu saiba não. Ou vou?

- Beeem – ele prolongou a palavra de maneira fofa – gostaria de saber se queres sair comigo?

- Para jantar? – sorri animada com a ideia.

- Não te quero levar a jantar.

- Oh – tentei disfarçar a desilusão – certo.

- Quero levar-te a almoçar. Em plena luz do dia, num restaurante conhecido e depois vamos dar um passeio por uma rua movimentada. Não quero andar escondido.

- Edward… - a minha voz saiu embargada e pigarreei para clarear – Adoraria.

- A sério? – perguntou como se duvidasse que eu ia aceitar.

- Claro que sim.

- Perfeito, então posso passar por ai por volta do meio dia e meia?

- Sim, Fico à tua espera.

- Até amanhã.

- Até.

Desliguei o telemóvel com um sorriso tonto nos lábios e olhei para Tanya.

- Desculpa.

- Não tens nada que pedir desculpa Bella. Não te preocupes.

-Certo.

- Então vão sair?

- Sim. Ele diz que quer sair comigo durante o dia.

Tanya sorriu.

- Sim. Isso é mesmo a cara dele. O Edward não gosta de se esconder. – Tanya ficou pensativa. – Já sabes o que vais vestir?

Olhei-a preocupada.

- Não faço ideia.

Ela baixou a cabeça e quando voltou a olhar-me exibia um sorriso tímido.

- Posso ajudar-te a escolher.

Sorri

- Claro que sim. Vem.

…

Faltavam 15 minutos para que Edward chegasse e dizer que estava nervosa seria minimizar.

Deus do Céu, parecia uma adolescente de 15 anos no seu primeiro encontro.

Estava já despachada, com a roupa que escolhi ontem com a ajuda de Tanya.

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Olhei-me mais uma vez ao espelho para conferir se estava tudo bem e passei o gloss, a única coisa que faltava.

Analisei-me criticamente.

Estava bonita.

Ouvi o interfone tocar e o porteiro avisou que Edward já tinha chegado.

Respirei fundo, peguei a mala e sai de casa.

Enquanto o elevador descia senti as batidas do meu coração aumentar e as mãos transpiradas.

“Acalma-te Bella, é o Edward”

Respirei fundo quando as portas do elevador se abriram e sai do prédio, acenando para o porteiro.

Senti um baque ao ver Edward encostado ao carro.

Maravilhoso como sempre.

O sol dava um reflexo dourado aos seus cabelos deixando-o ainda mais bonito. Concerteza iluminaria tudo o que estivesse ao pé dele.

Retribui o seu sorriso e aproximei-me.

- Olá Edward

O seu sorriso fez-me derreter.

- Olá Bella – sussurrou

Aproximei-me dele nervosa, sem saber como cumprimentá-lo.

Edward resolveu por mim e deu-me um beijo na bochecha deixando-me atordoada.

Olhei-o confusa.

“Não tínhamos já passado esta fase?”

Edward percebeu o que eu queria transmitir com o olhar e sorriu tranquilo.

- Quero fazer tudo da maneira certa, como tu mereces. Não começamos bem – ele franziu a sobrancelha – começamos mal para dizer a verdade. Eu era casado e coloquei-te numa posição muito ingrata. Mereces muito mais do que isto. Por isso eu vou levar-te a almoçar, vamos almoçar como qualquer casal normal. – ele suspirou e pegou uma mecha do meu cabelo, prendendo-o atrás da orelha – quero que desta vez tudo corra bem. Por favor deixa-me fazê-lo.

Sorri

- Tudo bem. Vamos com calma.

Edward sorriu, deu-me um beijo na testa e abriu a porta para que eu entrasse no carro.

Corei perante o seu olhar atento a cada movimento meu e entrei no carro.

Inspirei profundamente assim que a porta foi fechada.

O seu cheiro estava empregado em cada canto do carro, transmitindo-me paz e acalmando os meus nervos e o meu coração.

Edward acomodou-se ao meu lado e deu a partida.

Falamos de banalidades durante todo o caminho até que chegámos ao centro.

Edward encaminhou-me para o restaurante italiano, sempre com a mão a tocar levemente as minhas costas.

Assim que entrámos a empregada lançou m olhar guloso para Edward enquanto o media de alto a baixo.

Senti-me um pouco incomodada mas relaxei quando olhei para Edward e o vi a retribuir o meu olhar com um sorriso tranquilo no rosto.

- Escolhi bem?

- Perfeitamente. Eu adoro comida italiana.

Ele apertou a ponta do meu nariz.

- Eu sei.

Edward voltou-se para a empregada que segundo a placa se chamava Maya.

- Uma mesa para dois por favor.

Maya começou a dirigir-se para o centro do restaurante mas ao perceber as suas intenções Edward pediu uma mesa mais reservada.

Acabamos por ficar muito bem instalados num canto sossegado.

Durante todo o almoço falamos daquilo por que passamos e finalmente contei-lhe a minha conversa com Tanya.

Pude perceber que Edward ficou feliz por nós duas termos conseguido resolver as coisas.

Quando o almoço terminou decidimos deixar o carro parado e passeamos pelas ruas cheias de gente que aproveitava o sábado à tarde de sol.

Protectoramente, Edward puxou-me para o lado de dentro do passeio para que fosse ele a ir do lado da estrada.

Não conseguir deixar de me surpreender com as suas atitudes.

Enquanto observávamos as pessoas Edward entrelaçou a sua mão na minha fazendo-me suspirar de contentamento e sorrir-lhe.

Acabamos por parar num jardim.

Edward sentou-se encostado a uma árvore e puxou-me para que me sentasse no meio das suas pernas e apoiasse as minhas costas no seu peito.

Suspirei e resolvi falar o que senti-a, afinal agora não tinha que medir sempre as minhas palavras por saber que ele estava comprometido.

- Não posso acreditar que estamos aqui juntos.

Ele estreitou-me nos seus braços e pousou a cabeça no meu ombro.

Quando falou fê-lo num sussurro, com a sua voz rouca a causar-me arrepios

- Eu sei, sinto o mesmo.

- Já me belisquei várias vezes para ter a certeza que não estou a sonhar.

Senti que ele sorria.

- E qual foi o resultado?

- Vários hematomas e a certeza que não estou a sonhar mas sim a viver um sonho.

Atrás de mim Edward ofegou e delicadamente virou-me para ele.

Fiquei sentada numa posição um pouco intima demais mas sem me importar com isso.

Continuava sentada em frente a Edward e agora as minhas pernas circundavam a sua cintura.

- Bella – Edward suspirou – Eu juro que estou a lutar contra mim mesmo desde o momento em que te vi sair de casa. Mas não sei se tenho forças para continuar a manter as minhas mãos afastadas de ti.

Fechei os olhos com as suas palavras e ao voltar a abri-los pude sentir que eles estavam brilhantes.

- Então não lutes Edward. Eu estou aqui.

Ele sorriu, aquele sorriso torto a que eu não conseguia resistir.

As suas mãos vieram uma para cada lado do meu rosto e puxaram-me lentamente para ele.

Vi os seus olhos verdes mais escuros do que o normal antes de fechar os meus ao sentir o toque dos seus lábios nos meus.

E  então tudo em volta desapareceu.

Os sons, os cheiros.

Eu só sentia o corpo de Edward colado a meu, eu só ouvia o som das nossas respirações aceleradas, eu só sentia o seu cheiro maravilhoso que me inebriava.

E posso dizer que não precisaria de mais nada pelo resto da minha vida.

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