Força da Atracção escrita por nikas


Capítulo 32
Capítulo 31 - A história de Tanya


Notas iniciais do capítulo

Feliz ano novo para todos.
Antes do capitulo quero dizer que tenho uma one nova mas dou o link lá em baixo.
Aqui está, espero que gostem



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- Olá Bella.

Olhei para a bela mulher à minha frente sem conseguir de deixar de me perguntar “como raio é que o Edward a deixou para ficar comigo?”.

Esforcei-me para tirar a cara aparvalhada com que devia de estar e sorri.

- Tanya. – não parava de repetir o seu nome - Não estava à espera da tua visita. Entra.

Ela fez o que lhe disse e entrou, olhando a casa com atenção.

Corei ao lembrar que foi Edward quem me arranjou o apartamento, na altura em que estavam casados.

- A tua casa é linda Bella.

- Ah obrigada. Foi um verdadeiro achado.

Ela virou de frente para mim com um sorriso.

- Sim, o Edward esteve muito bem.

Baixei os olhos, sem conseguir encará-la.

- Eu…

- Ei Bella. Eu não venho aqui para brigar contigo – olhei-a sem acreditar – achas que o Edward teria concordado com esta conversa se desconfiasse que corrias perigo?

Eu não percebia porque é que Tanya estava tão simpática e sem ressentimentos mas não consegui segurar um sorriso com a sua frase.

Tratei de afastar os pensamentos e clarear as ideias.

- Que falta de educação. Tanya senta-te por favor. Queres tomar alguma coisa? Um café, chá, sumo…

Ela sentou-se e olhou-me com um sorriso.

- Tens sumo de laranja?

-Sim, vou buscar.

Fui até à cozinha, onde preparei dois copos de sumos, depois percorri os armários à procura de uns biscoitos que eu sabia que tinha comprado da última vez que tinha ido ao supermercado e quando os encontrei passei-os para um prato pus tudo numa bandeja.

Respirei fundo e levei tudo para a sala.

- Aqui está – falei enquanto colocava o tabuleiro em cima da mesa, e sentando-me em seguida.

- Obrigada Bella. Não precisavas de ter tido tanto trabalho.

- Ah não é nada. Na verdade não tenho mesmo mais nada em casa. Acabei de chegar.

Ela fez uma careta de arrependimento.

- Desculpa. Devia ter avisado antes de vir. Eu queria mesmo falar contigo, e à bocado o Edward disse-me que vocês já tinham chegado por isso nem pensei em avisar.

De tantas palavras que Tanya disse apenas “à bocado o Edward disse-me”.

Ele tinha-lhe ligado.

No entanto tentei não demonstrar os meus pensamentos

- Não tem problema.

Tanya respirou fundo, pousou o copo e olhou directamente para mim.

- Bem, eu não vou demorar muito mais ou tu tens um ataque – sorrriu-me e continuou a falar – o Edward já te deve ter contado como é que acabamos por nos casar certo?

- Sim, ele contou.

- Óptimo, assim poupa-me o trabalho. Tu podes não perceber o estado em que eu fiquei Bella. Na verdade acho que nem as minhas irmãs perceberam. E o Edward percebeu muito antes que eu tivesse tempo de pensar nisso sequer. Nos dias que se seguiram à morte dos meus pais eu estava catatónica, não fazia nada, não falava, não comia. Claro que muita gente não percebeu. Afinal há quem pense que é o normal. Os filhos enterram os pais e ponto final. Para mim nunca foi assim. Apesar de ter duas irmãs sempre fui muito ligada aos meus pais o que acabou por levar a esta situação.

Olhei para ela e vi que os seus olhos estavam marejados.

- Deve ter sido horrível para ti. Não consigo sequer imaginar passar por isso.

- Sim, foi muito difícil. Mas na altura eu tinha o meu melhor amigo comigo. Edward praticamente mudou-se para minha casa e passei a depender dele. Agora percebemos que não foi o mais saudável mas sem dúvida foi o que eu mais precisava no momento, e sem nem pensar nele, Edward pediu-me em casamento.

- Continuo a admirar a atitude dele. – falei sem  pensar.

Tanya sorriu

- Posso dizer-te que não conheço nenhum homem que tenha um coração tão bondoso como ele. E aposto em como não há muitos por aí.

- Certamente que não.

- Então inevitavelmente apaixonei-me por Edward – olhei-a chocada, porque disso eu ainda não sabia – sim, aposto que ele não te disse. Acho que fiz parecer que sempre foi apenas gratidão. Eu tinha medo que ele se fosse embora. Passávamos bons tempos juntos e eu comecei a aceitar a morte dos meus pais. Então, tu apareceste.

Senti-me corar.

- No principio não liguei muito quando Edward disse que a irmã lhe ia apresentar a sua melhor amiga, para ser contratada como assistente. Pensei que se tratava apenas de uma menina e estava convencida que estava a conseguir que Edward e começasse a ver com outros olhos. Eu fiquei com o medo terrível Bella. Não podes sequer imaginar. O meu sonho desde pequena era ter uma família unida, com pelos menos dois filhos. E eu queria muito ter um filho de Edward. Acho que me apaixonei por essa ideia assim que a tive.

Tanya parou e deu um pequeno gole no seu sumo e eu aproveitei o momento para assimilar todas as suas palavras.

Tanya tinha sofrido em silêncio.

Amava Edward e tinha um medo terrível que ele se afastasse dela.

Senti a culpa invadir-me enquanto a via a secar algumas lágrimas que já lhe escorriam pela cara.

Então ela sorriu novamente e recomeçou a falar.

- Sabes, a partir do momento em que vi a maneira como Edward olhava para ti soube que tudo estava perdido, soube que o havia perdido para sempre, porque ele nunca me olhara daquela maneira. Edward olhava para ti como se fosses a coisa mais preciosa do seu mundo – fez uma pausa – e acredito que sejas. – sorriu mais uma vez e continuou. – mas nós nunca tivemos aquilo. Aquela conexão que vi entre vocês. Edward nunca ficou louco de ciúmes ao me ver com algum homem como ficou naquela noite contigo. Fingi que não percebi nada e decidi subir para o quarto.

Senti os meus olhos marejados ao ouvi-la.

Tanya percebera tudo. Desde o primeiro momento.

E enquanto eu me atirava ao seu marido, ao seu melhor amigo, ao seu porto seguro, ela sofria no quarto pensando no que nos estaríamos a fazer.

Senti-me suja, com nojo de mim própria.

Tudo o que eu tinha feito ia contra aquilo em que eu acreditava.

Sempre defendi a fidelidade, repudiei os desonestos e o que tinha eu feito?

- Oh meu deus. Tanya peço imensa desculpa. Não tenho palavras para descrever o quão mal me sinto.

Ela abanou a cabeça

- Não sofras de agonia antes deu eu acabar de contar a história – o seu tom de voz estava ligeiro, com uma nota de divertimento. Assenti e esperei – Então decidi que não tinha mais armas com que lutar. Não conseguiria nunca lutar contra aquilo que se estava a desenvolver entre vocês. Mas então descobri que… -as lágrimas estavam mais abundantes e o seu corpo começou a tremer levemente – ou pensei ter descoberto que estava grávida. Tens de compreender Bella que eu não o fiz para agarrar o Edward. Não foi uma mentira que contei para ganhar tempo. Eu realmente acreditei nisso – Tanya falava aos soluços e sem me conseguir conter aproximei-me e passei o braço pelos seus ombros.

Ela olhou-me confusa, mas depois pousou a cabeça no meu ombro, respirando fundo para se acalmar.

Deixei que chorasse tudo o que tinha para chorar sem dizer uma única palavra.

Assim que seu acalmou o suficiente para conseguir falar Tanya afastou-se.

- Obrigada – apenas sorri sem saber o que dizer e ao perceber isso continuou a falar -  Então uma noite, quando Edward me disse que ia ter uma reunião decidi fazer o teste. Sabia que vocês iam estar juntos, Edward não sairia tão animado para um jantar de negócios, mas não me importei. Não me preocuparia com isso naquela noite. Depois de ele sair fiz o teste e deu positivo. Eu iria ter o meu filho. O meu bebe. O meu sonho iria realizar-se. Não poderia estar mais feliz com as noticias. Foi a primeira vez que não me senti vazia depois da morte dos meus pais. Contei a Edward, que ficou chocado claro, mas não me importei. Disse a mim mesma que aquela era a sua forma de receber a noticia. Que logo ele estaria tão contente como eu. Mas isso não aconteceu. Pelo contrário. Num momento eu pensava nas roupinhas, no quarto que iria decorar e em nomes de bebes e no momento seguinte médicos e mais médicos diziam que eu não estava grávida. Que afinal não estava nenhum bebe dentro de mim. Não sei se consegues calcular a dor que senti Bella. Muitas vezes pior do que no momento em que soube que os meus pais tinham morrido. Foi como se um grande pedaço de mim se tivesse soltado e tivesse levado tudo de bom com ele: a alegria, a paz, a esperança.

Mas mais uma vez Edward estava lá para me apoiar e então decidi aceitar a sua ajuda e em procurar um médico: Alec Volturi – nesse momento os seus olhos brilharam em meio das lágrimas que lhe escorriam pela face – No momento em que entrei no seu escritório foi como se visse o sol. Não te consigo descrever. A sua presença acalmou-me como nenhum medicamento fora capaz de fazer e senti-me segura o suficiente para  me entregar às longas horas de consulta e tratamento.

Comecei a perceber onde a conversa iria para mas nada disse.

- Soube que tinha ido de férias e Edward de repente perdeu toda a vida que havia dentro dele. Estava sempre presente, ajudava-me no que podia e no que não podia voltara a ser o meu melhor amigo, aquele com quem eu sempre contei. Estranhamente deixei de conseguir encará-lo como meu marido. Passávamos horas na conversa, mas nenhum de nos fazia qualquer esforço para uma aproximação. Ajudei-o a mudar as suas coisas para um quarto de hóspedes e uma noite ele fez-me uma pergunta.

Olhei-a curiosa para saber mais, mas sem coragem de perguntar.

- Ele disse “Tanya ainda precisas do teu marido?” e eu, como se fosse ensaiado, como se fosse a coisa mais natural do mundo respondi “Preciso apenas do meu melhor amigo”. Nessa mesma noite telefonámos ao nosso advogado que imediatamente começou a tratar dos papeis do divórcio.  Sentámos na sala e eu confessei-lhe que me apaixonara por Alec e Edward deu-me todo o apoio do mundo para seguir a vida com ele. Sabes eu percebi que nunca amara Edward como uma mulher ama um homem. Precisara dele, refugiara-me na sua força e amei a sua personalidade e a pessoa que ele é mas não fui apaixonada por ele. Por outro lado eu disse-lhe que fosse ter contigo assim que os papeis estivesse prontos.

Algumas lágrimas caíram pelos meus olhos.

Tomei coragem para fazer pergunta que me rondava a cabeça.

- E como te sentes?

Ela sorriu e pensou um pouco antes de responder.

- Eu já estou melhor. Já não me sinto como uma louca. Consigo desprender-me do meu passado e viver a minha vida agora.

- Isso é bom – sorri – conseguiste reerguer-te de uma forma impressionante.

Tanya corou antes de responder

- Eu agora tento viver um dia de cada vez. Sem pensar no futuro. Não é um modo de vida. É uma questão de sobrevivência. Percebes?

Acenei com a cabeça.

- Obrigada por me teres contado tudo isto Tanya. Agradeço-te do fundo do coração e por favor perdoa-me por aquilo que te fiz sofrer.

- Não te preocupes com isso. Está tudo bem. E achei que devias saber, afinal também não foi propriamente fácil para ti.

Sem querer pensar nessas semanas mudei de assunto.

- E entre ti e o Alec?

Os seus olhos brilharam.

- Quero levar as coisas devagar desta vez. Quero ter um relacionamento normal. Quero ter encontros, quero beijos roubados à porta de casa, quero sentir borboletas no estômago de ansiedade. Agora mereço que alguém corra atrás de mim.

Sorrimos uma para a outra porque ela deve ter percebido que eu pensava na mesma forma.

Pegámos as copos e brindámos.

Estava ali a começar uma boa amizade.


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Notas finais do capítulo

Entao o que acharam desta conversa.
Já disse aqui uma vez: gosto demasiado de Tanya para nao lhe dar um bonito final.
Por favor, digam-me o que acharam,este capitulo foi dificil de escrever. Eu escrevia e nao gostava de nada, espero ter acertado.
Espero que o natal tenha sido paravilhoso e que todos tenham entrado com o pé direito neste novo ano.
Bem vindas as leitoras novas :D
Capitulo dedicado a quem comentou o anterior.
Um grande beijinho a:
-> Carol Lobo
-> MariRS
-> Tata Sag Cullen (bem vinda de volta)
-> hannahblack770
-> miria
-> Fábio Raposo
-> Clarinha Camela
-> Wiliana Cullen
-> liviagabi4
-> Júh Cullen
-> vau
-> Funky
Conto com vocês na minha one: https://www.fanfiction.com.br/historia/185765/Nao_Vou_A_Lugar_Nenhum
Por favor comentem e digam o que acharam.
Um grande beijinho e até ao próximo capitulo