POV BELLA.

Prendi a respiração enquanto esperava a sua reacção às minhas palavras.

Pela primeira vez na minha vida não me arrependi de algo que disse sem pensar. No meu intimo sabia que se não fosse agora me arrependia no momento em que ficasse sozinha, ao pensar que devia ter dito alguma coisa.

Quando senti o meu estômago a contrair-se de expectativa Edward sorriu.

Um sorriso lindo, aliviado e os seus olhos, antes com traços tensos suavizaram-se.

- Nem sabes como me sinto ao ouvir-te dizer isso - retrucou ele, com voz acariciante. – Eu amo-te Isabella. Não imaginas o quanto.

-Mas…

Não consegui pensar em nada para lhe dizer e ele percebeu, pois continuou a falar.

- Não via a hora de poder dizer isto. Mas só o poderia fazer quando tudo estivesse resolvido. Não iria fazer nada que te pusesse numa situação ainda pior e foi apenas esse pensamento que me manteve firme quando pensava em ti aqui tão longe de mim. Foi apenas isso que me impediu de implorar que não viesses naquele dia em que fui ao apartamento ter contigo, ou que me impediu de comprar uma passagem para o primeiro avião que houvesse.

Senti o cérebro girar, enquanto me esforçava para compreender todas as suas palavras, até que me lembrei de um ponto chave.

Algo que ele ainda não tinha mencionado.

- Mas a Tanya…

Dizer o seu nome fez com que me descontrolasse.

Comecei a chorar e mais do que depressa senti os braços fortes de Edward a envolver-me.

- Bella – a sua voz era sofrida, o que me fez chorar mais.

- Desculpa

- Não me peças desculpa querida. Porque estás a chorar?

Afastei-me do seu abraço e olhei em direcção ao mar.

- Não consegues imaginar as saudades que tive Edward. Mas agora que estás aqui ao pé de mim… eu preferia que continuássemos longe a continuar a olhar para ti sabendo que temos uma barreira entre nós.

- Bella, querida. Eu divorciei-me.

Virei a cabeça num estalo, olhando-o com os olhos arregalados.

 - O que?

- O que achas que eu quis dizer quando disse que só vim quando tudo já estava resolvido? Eu e a Tanya divorciamo-nos. Tivemos uma grande conversa, onde falamos sobre tudo o que aconteceu entre nós e então eu pedi o divórcio. Garanti-lhe que continuaria sempre pronto a ajudá-la, mas não na posição de marido.

- Eu…

Ele… estava divorciado?

A minha boca estava seca, não conseguia falar nada.

- Percebi que já tinha passado da hora de tomar uma decisão. Tinha duas opções: ou separava-me já ou então ficava sujeito a perder-te de vez. Devo confessar que a decisão não foi difícil.

Edward parou de falar, de certo percebendo que eu precisava de um momento.

- Mas a Tanya…

- Essa foi a parte mais complicada. Depois de tomar a decisão de pedir o divórcio tive medo que isso piorasse a situação já instável da Tanya. Estes últimos acontecimentos deixaram-na muito instável em termos psicológicos. Mas depois de uma reveladora conversa senti que a minha decisão não me iria deixar com o peso na consciência. Não te vou contar o que fiquei a saber,  porque a Tanya pediu-me para te dizer que quer falar contigo.

A minha boca abriu-se em espanto.

- Quer falar comigo?

- Sim, ela diz que se sente culpada por aquilo que sofreste e quer falar contigo. Espero que não te importes.

Ele olhou-me em expectativa e não fui capaz de dizer que não.

- Não, não me importo. Quando voltar falo com ela.

- Óptimo. Agora, voltando a nós…

Aquela palavra soou para mim de uma forma especial.

- Nós…

- Eu já não conseguia ver-te como te vi naquela festa – fechei os olhos para impedir que as lembranças daquela noite voltassem, mas ao ouvir a sua voz voltei a abri-los – Ver-te com tanta tristeza no olhar partiu-me o coração.

- Aquela festa foi um pesadelo. – confessei.

- Eu sei. Foi das piores noites da minha vida. Quando te vi a entrar naquele salão, maravilhosamente vestida fiquei sem fala. Mas depois, vejo-te de braço dado com o James e não imaginas o esforço que tive que fazer para não te arrancar do lado dele.

- Eu não sabia que ele ia àquela festa.

- Não?

- Não. Encontramo-nos à porta. Como ele viu que eu estava sem par pediu-me para me fazer companhia.

- E tu aceitas-te?

A sua pergunta atónita deixou-me um pouco zangada.

- Claro. O que querias que fizesse? Ficava sozinha a noite toda? Rodeada de casais felizes?

- Eu sei. Tens toda a razão. Trazes à superfície o melhor e o pior de mim. Nunca tive tanto ciúme e tanta vontade de bater em alguém.

Sorri com as suas palavras, derretendo completamente.

Olhei-o atentamente e, mesmo que apenas a lua e o candeeiro da sala nos iluminassem, eu podia ver o brilho intenso nos seus olhos.

Vi também a sua expressão a mudar de um leve divertimento para seriedade.

- Podes estar certa de uma coisa Bella: no que depende de mim foi a ultima vez que ficaste longe de mim. Não me podes deixar sozinho nunca mais. A partir de agora, onde quiseres ir, vamos os dois e vice versa. Dois meses é tempo de mais para um homem apaixonado esperar! Os sentimentos que eu tentava conter quando estava junto de ti explodiram dentro de mim sem que eu tivesse opção. E a partir do momento em que me abriste a porta eu soube que o meu nobre comportamento se esgotara por completo. Não sabes o quanto estive a fingir e a conter-me desde que aqui cheguei. Agora sou apenas um homem de carne e osso que ama com todas as suas forças a mulher mais especial que conhece. E eu quero pedir-te Bella, que me deixes mostrar-te o quanto te posso fazer feliz.

Edward olhava-me tão profundamente que eu provavelmente concordaria com qualquer coisa que ele me dissesse.

A sua declaração deixou-me atordoada por uns momentos mas quando falei, estava mais segura do que jamais estive em toda a minha vida.

- Eu devia matar-te Edward, pelo que me fizeste sofrer – a sua expressão contraiu-se de culpa, enquanto o seu olhar percorria devagar o meu rosto, mas não deixei que me interrompesse – Desde que te conheci vivi momentos entre o céu e o inferno. Tomaste conta de mim completamente. Dia e noite não consigo pensar em mais nada que não seja em ti.

Edward aproximou-se e acariciou a minha bochecha com a ponta dos dedos e depois, lentamente, a mão que me acariciava ficou mais leve e começou a acariciar o meu pescoço de um jeito tão sensual que senti as minha pernas a perder as forças.

- Tens ideia de como representas tudo na minha vida desde que entraste nela? És a primeira coisa em que penso quando acordo, e a ultima quando vou dormir. Povoas todos os meus sonhos e a tua imagem assalta a minha mente a todo o momento. Quase fiquei louco de tanto de amar e não te poder ter – confessou com voz gutural - Nunca mais vou deixar que fujas de mim – jurou com a voz quente – Não posso ficar sem ti… Meu Deus do Céu, não posso mais viver sem ti, Bella.

Solucei e não consegui conter as lágrimas que corriam livremente.

Levei a minha mão à sua bochecha e olhei-o bem fundo nos olhos.

- Tu vieste até aqui… - a minha voz não passava de um sussurro rouco.

- Vim aqui para fazer aquilo que tenho vontade de fazer há muito tempo.

E então, lentamente, Edward aproximou o seu rosto do meu e os nossos lábios encostaram-se. Uma corrente eléctrica passou pelo meu corpo, como se todo ele festejasse, como se estivesse à espera disto durante toda a minha vida.

Sensações que eu nunca tinha experimentado tomaram conta de mim enquanto os nossos lábios se moldavam de forma lenta e calma.

Fiz um caminho com a minha mão até aos seus cabelos, deslizando pelos fios macios e agarrando em seguida, de forma a conseguir trazer o seu rosto para mais perto do meu.

Senti as suas mãos na minha cintura, puxando-me para mais perto, como se tentasse fundir-nos e manter-nos assim para sempre.

Os seus lábios moveram-se macios, quentes e receptivos, em perfeita sintonia com os meus.

Senti a sua língua tocar o meu lábio, pedindo passagem, que eu não hesitei em dar e um gemido baixo escapou de nós dois quando as nossas línguas se encontraram, completando-se.

Todo o meu corpo tremia e Edward deve ter-se apercebido disso, porque estreitou-me ainda mais nos seus braços, quase me levantando do chão. Ali, nos seus baços senti-me completa, segura e feliz.

Eu não conseguia respirar e sinceramente, no momento não via qual a necessidade disso, mas não demorou muito para que o nosso beijo ficasse mais lento, até que as nossas bocas se separaram.

A minha respiração estava ofegante, assim como a dele e quando abri os olhos encontrei aquele mar esverdeado que me encarava com um brilho espectacular.

 Relaxei a força da minha mão e passei a fazer um carinho no seu cabelo.

Edward sorriu, aquele maravilhoso sorriso que me deixava nas nuvens, e colou os lábios nos meus, sussurrando.

- Eu amo-te.

Senti o seu hálito a acariciar-me e sorri.

- Eu também te amo.