POV BELLA

Quando consegui chegar à rua ouvi passos atrás de mim.

- Bella.

Apressei o passo para tentar impedir que ele me apanhasse.

- Deixa-me em paz.

Quando eu achei que me tinha ouvi senti a sua mão quente a segurar o meu pulso.

- Não.

Virei-me para ele, soltando o meu pulso com um paixão.

- Edward…

- Estás bem?

- Só quero que me deixes sozinha.

- Eu não te vou deixar sozinha.

- É isso que eu quero.

- Eu só quero saber tu estás bem.

Resisti à vontade de chorar, gritando em vez disso.

- Não. Eu não estou bem. Contente? Eu não estou bem.

Edward fez uma careta de agonia, ao ouvir as minhas palavras, mas isso não me atingiu.

- Bella…

- Tu tens uma esposa e tu não me olhas-te durante todo o jantar. Trataste-me como se nem me conhecesses, e depois aquela dança. E agora estás a olhar para mim com esses olhos.

- Eu…

- Não quero que olhes para mim.

- Eu não estou a olhar.

- Sim, tu estás. E isso não me está a deixar respirar. E eu quero ser feliz e tu não deixas. Eu quero encontrar alguém perfeito para mim. Por isso para de olhar para mim. Já chega. Cansei.

Quando acabei de falar vi que ele tinha as suas mãos em punho, contendo-se.

- Tu achas que se eu pudesse escolher estaria a olhar para ti? Que se eu escolhesse queria olhar para ti? – aquelas palavras foram como um estalo, mas aguentei o seu olhar. Era agora ou nunca – Nunca te passou pela cabeça que eu preferiria olhar para a Tanya? Que tudo seria mais fácil assim? Eu sou casado. Tenho responsabilidades. Eu comprometi-me.

Não consegui conter mais as lágrimas, que agora escorriam livremente pela minha cara.

- Então deixa-me ir. Fica com a Tanya.

- Não consigo. Ela não me deixa louco. Ela não faz com que eu deixe de conseguir pensar racionalmente. Eu não fico doente quando vejo que outro homem a está a tocar.

- Edward…

- Eu daria tudo para não olhar para ti.

Eu arfei, em busca de ar.

Já não via nada à minha volta.

Apenas via Edward, com os olhos marejados a olhar para mim, a implorar-me.

- Bella…

- Não. – funguei – por favor não digas mais nada.

Virei-me e comecei a andar na direcção da estrada para tentar conseguir um táxi.

Estava quase a chegar à borda do passeio quando senti uma mão agarrar-me o pulso, outra vez.

Voltei-me para trás, pronta para dar um grito e encontrei o olhar preocupado de James.

- Bella, estás bem?

- Eu… - ia mentir e dizer que estava bem, mas não seria preciso – não. Não estou bem. Preciso de ir para casa. Afastar-me.

- Tudo bem. Espera aqui.

Ele afastou-se rapidamente.

Olhei para a porta e vi James a levar Edward consigo para dentro.

Olhei para o céu.

- Bellinha?

Olhei em volta e vi Alice e Rose a aproximarem-se.

- Nós vamos contigo.

- Para onde?

- Para tua casa tonta. Para onde mais seria? – perguntou Rose com um sorriso.

Olhei para James agradecida, por ele ter percebido que eu não poderia ficar sozinha e de ao mesmo tento não me impor a sua presença.

Se eu pudesse escolher…

- Vocês não querem ficar um pouco mais?

- Ah não. Isto está a ficar aborrecido.

Antes de ir embora, aproximei-me de James e abracei-o.

- Muito obrigada por tudo James. Sem ti não teria conseguido suportar esta noite.

- Não precisas de agradecer querida. Espero que tudo se resolva.

Ele afastou-se e deu-me um beijinho no nariz, despedindo-se depois das meninas.

- Alice, Rosalie, cuidem bem dela.

- Claro que sim. Podes dizer aos meus pais que nós fomos embora por favor?

- Claro. Não te preocupes Alice.

Finalmente saímos para a rua e apanhámos um táxi.

- Bella?

Olhei para Rose

- Sim?

- Espera só até chegarmos a tua casa, certo?

Engoli o nó que se formava na minha garganta e assenti.

Fui calada durante toda a viagem enquanto as meninas comentavam a noite, e o discurso de Carlisle.

Rapidamente chegámos a casa.

Tirámos os vestidos e sentámos as três em cima da minha cama.

- Então Bellinha queres contar-nos o que se passou?

Respirei fundo e comecei a contar tudo o que se tinha passado.

- E eu sinto que vou enlouquecer se continuar a encontrá-lo com a Tanya, naquele clima de romance. Faço o que? Espero que ele dê atenção à esposa e depois venha ter comigo? Eu não consigo. Não fui feita para ser a outra. Não quero tê-lo pela metade.

Respirei fundo e continuei.

- O homem que eu amo tem uma esposa. E eu invejo-a por poder estar com ele. Por acordar com ele, por adormecer com ele, por poder falar com ele de um modo que eu não posso. Nós nunca nos beijamos sequer.

Quando terminei estava à beira de uma crise de choro, mas tentei controlar-me.

As meninas ainda ficaram um bom bocado em silencio antes de Rosalie começar a falar.

- Queres a minha opinião Bella?

- Claro que sim

- Acho que a melhor coisa que tens a fazer á afastar-te.

- O que?

- Eu concordo com a Rosalie, Bella. Acho que o melhor que tens a fazer é despedir-te e viajar.

- E para onde é que vocês estão a pensar mandar-me?

- Hey. Que mal é que nós te fizermos para nos estares a excluir das férias?

Olhei-as surpresa.

As duas tinham um enorme sorriso no rosto.

- Vocês vêm? A sério?

- Mas é claro.

- Mas e o vosso emprego? E o Jazz e o Em?

Foi Alice que respondeu, já empolgada com a ideia de irmos viajar.

- Quando ao trabalho, nós bem que merecemos umas férias. E quanto aos rapazes, eles podem muito bem ficar um tempo sem nós. Além disso faz bem à relação. Imagina como eles vão estar quando nós chegarmos?

Rose deu o sorriso mais diabólico que eu já havia visto nela.

- Vão estar em ponto de bala. Melhor para nós.

As duas começaram a rir e aos poucos fui-me animando com a ideia.

- Eu não quero falar com o Edward.

- E porque é que havias de ter que falar com ele?

- Como é que queres que eu me despeça Allie? Que mande uma sms a dizer: “Hey Edward. É só para dizer que não vou mais trabalhar. Fica bem”.

- Claro que não tonta. Eu sou irmã dele.

- Isto é um bocado irónico não.

- O que?

Mas Rosalie percebeu a minha linha de pensamentos.

- Alice, foste tu quem levou a Bella à entrevista de emprego e és tu quem lhe diz que ela não vai mais trabalhar.

- Oh é mesmo?

- E para onde vamos? – perguntei entusiasmada.

Alice e Rosalie olharam uma para a outra e com um enorme sorriso gritaram.

- VAMOS PARA MALIBU.

- Quando?

- Que tal daqui a uma semana?

Do nada começamos as três a gritar, demasiado animadas para nos contermos.

Nada como afastar-me daqui para poder esquecer.