POV Bella

Quando chegou a hora do jantar ser servido fomos para a mesa reservada à família Cullen.

Sério todos os homens da família Cullen eram lindíssimos.

Prova disso era a quantidade de rostos femininos que se voltaram quando atravessamos o salão em direcção à mesa.

Embora não tivesse qualquer direito disso o ciúme atingiu-me em cheio ao ver todas aquelas mulheres a babarem ao olharem para Edward.

Agradeci por James estar comigo, uma vez que ele estava sempre a distrair-me e sempre com uma boa conversa.

- Então Bella como está a correr o trabalho? – Perguntou-me Carlisle.

- Está a ser fantástico. É algo que sempre me fascinou e por isso é óptimo conviver de perto com as várias vertentes. Além disso conheci pessoas maravilhosas.

Depois dessa minha resposta todos começaram a falar do quanto era bom uma pessoa ter um emprego que gostasse o que me permitiu relaxar com a certeza de que não teria de participar naquela conversa.

…

O jantar estava maravilhoso.

Mas o animo que James me dava com a sua conversa depressa desaparecia sempre que eu olhava para Edward e o via a conversar carinhosamente com Tanya.

Não me olhou uma única vez durante todo o jantar.

Tudo bem, era preciso ser discreto, mas mesmo que eu mantivesse isso na cabeça doía ver que para ele era tão fácil ser indiferente enquanto que eu não conseguia deixar de olhá-lo por mais de 5 minutos.

Todo aquela indiferença era quase impossível de suportar eu já não via a hora de poder correr para casa.

Quando acabamos de comer, subiu um senhor de uns cinquenta anos ao pequeno palco ali montado e fez-se silêncio.

- Boa Noite a todos. Espero que tenham apreciado o jantar aqui servido. Como todos sabem a razão por estarmos aqui todos esta noite é homenagear um excelente médico e um grande homem. Quero que todos aplaudam Carlisle Cullen.

No mesmo instante todas as pessoas presentes naquele salão levantaram-se para aplaudirem Carlisle de pé.

Com um sorriso contido, Carlisle levantou-se e caminhou elegantemente em direcção ao palco onde receberia o prémio e ia discursar.

Carlisle recebeu uma estatueta e uma medalha e foi até ao microfone.

- Boa noite a todos. Não posso explicar o quão emocionado estou por ver tantas pessoas que me são queridas aqui presentes, num momento importante na minha carreira. Devo começar por confessar que quando iniciei o estudo sobre este campo da medicina nunca pensei que as horas de trabalho e as dores de cabeça que tive me valeriam um prémio. Devo porém acrescentar que com prémio ou sem premio valeria a pena só pela possibilidade de poder dizer a alguém que está curado e de lhe dar uma nova oportunidade.

Carlisle fez uma pausa e olhou directamente para a nossa mesa.

- Cresci numa família de classe média, o que me impossibilitou de andar nas melhores escolas. Lembro-me do momento em que entrei na Universidade. Um menino pobre, com roupas gastas e uma bolsa de estudo a tentar a sua sorte num sítio onde só haviam adolescentes ricos que apenas tinham a preocupação de gastar o máximo dinheiro que conseguissem.

- Lutei durante todos os anos do curso para conseguir manter a bolsa e no meu último ano conheci uma pessoa encantadora com quem me casei. – Carlisle sorriu para Esme que enxugou uma lágrima emocionada, sendo abraçada por Edward que estava ao seu lado – Entretanto contactaram-me para que ficasse com o estágio no hospital. A vida não me poderia correr melhor. Esme engravidou e presenteou-me com três filhos maravilhosos: Emmet, Edward e Alice.

- Avancei nos meus estudos e subi na hierarquia do hospital. Desde logo prometi a mim mesmo, dar aos meus filhos aquilo que eu nunca tive: a oportunidade de estudar nas melhores escolas e garantir-lhe uma carreira promissora, algo que todos eles já conseguiram.

- Sou um pai orgulhoso, um marido apaixonado e um médico empenhado. Por isso não creio que o prémio seja meu. Dedico-o totalmente à minha família, que me deu as maiores alegrias da minha via, que me apoiou sempre e que nunca me deixou desistir. Obrigada.

Sob uma chuva de aplausos, Carlisle desceu do palco e beijou carinhosamente Esme, sendo depois abraçado pelos seus três filhos.

Sequei as lágrimas que me escaparam durante o seu discurso.

…

Foi declarado o inicio do baile e a partir desse momento muitas foram as pessoas que se aproximaram para felicitar Carlisle.

Edward levantou-se e levou Tanya para a pista de dança, sendo seguido por Emmet e Rosalie e Jasper e Alice.

- Bella?

Voltei-me para James que me sorria.

- Sim?

- Queres dançar?

Olhei para Edward que dançava calmamente com Tanya.

- Claro, James. Vamos.

Ele sorriu e levantou-se oferecendo-me a sua mão, a qual aceitei prontamente.

Dirigimo-nos para a pista de dança e começamos a dançar calmamente.

Dançamos em silêncio durante uns minutos.

- Bella?

- Sim?

- Posso fazer uma pergunta? Por favor não te sintas obrigada a responder.

- Tudo bem James. Pergunta.

- Bem. Eu já tinha notado uma coisa na noite em que nos conhecemos e acho que agora confirmei.

Percebi logo onde é que ele queria chegar mas continuei a olhá-lo à espera que continuasse.

- Tu gostas do Edward não é?

Baixei o olhar.

- Eu… - como que por um íman olhei na direcção de Edward – sim.

- E ele sabe?

Olhei-o sem saber se devia confiar nele ou não.

- Sim

- Bella quero que saibas que podes confiar em mim. Não pretendo contar nada a ninguém.

- Sim eu sei. Eu só não gosto de falar de mim.

- Eu percebo. Tenho o mesmo problema.

Sorri-lhe e continuamos a dançar em silêncio.

- Bella?

- Sim James?

- Tenho uma proposta para ti.

- Uma proposta?

- Sim.

- Fala

- Eu já percebi que o Edward tem imensos ciúmes meus.

- Acho que não tens razão nesse ponto James. Ele mal olhou para mim esta noite.

- Tudo bem. Nisso tens razão – certo. Eu sabia isso. Mas não era preciso ouvi-lo de terceiros.

- Pois

- Por outro lado, se o olhar matasse eu teria caído morto no chão no segundo em que entrei neste salão contigo.

- Não precisas de mentir para me fazer sentir melhor James.

- Juro que não te estou a mentir. Não sei o que se passou para que ele não te olhasse pelo resto da noite, mas garanto que ele ficou louco de ciúmes quando nos viu juntos.

- Certo. E qual é a tua proposta?

Ele sorriu divertido.

- Acho que devemos fingir um bocadinho.

- Fingir?

- Que nos andamos a conhecer.