Was Once What Could Be! escrita por Claymore


Capítulo 3
Capitulo 3 – Verde jade




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Henry

E como sempre ela se foi em um mar de fumaça prateada.

— Eu odeio quando ela faz isso –Eu digo olhando para Robin. – Bem, vocês ouviram ela, mãos à obra.

Então resolvemos dessa forma, em quanto eu iria para a biblioteca com eu mais novo, Emma e Hook. Robin, Neal, e Regina iriam tentar decorar o que fosse o encanto que H pediu para ser decorado. Meus avos iriam até a cidade avisar as pessoas para ficarem dentro dos limites da cidade até segunda ordem.

Atravessamos a cidade e chegamos a biblioteca, era exatamente como eu me lembrava, a última vez que a vi não havia muito anos e eu ainda conseguia me guiar perfeitamente nela.

— Bem o que vamos procurar? –É engraçado me ver tão novo assim, é diferente de ver um reflexo no espelho, pois agora eu não me vejo dessa forma, não sou mais um pré-adolescente de 14 anos. Já se passaram 15 anos e eu estrou muito diferente. 15 anos sendo o escritor e vivendo minha vida em pró dessas histórias que eu escolhi contar e escrever.

— Estamos procurando um livro bem grande, de capa de couro verde, talvez até uma pele de animal, as letras serão em um dialeto estranho, mais parecido com símbolos, um deles é uma libélula.

—Eu não faço ideia do que isso quer dizer.  – Eu sei como isso o irrita, não saber. Eu sei por que eu estaria muito irritado por saber uma porção de informações que não fazem sentido, eu gostaria de saber toda a história, esse sempre é o meu objetivo.

— Eu sei, desculpe por não podermos contar mais.

— Quando você diz   “podemos”, você quer dizer o grupo ou a que vocês chamam de “H”? – Minha mãe está desconfiada e isso é engraçado, queria poder contar logo a verdade, contar tudo o que eu ela está ansiando saber, mas não posso.

— Eu digo todos.

Hook e eu mais novo vão para outra parte da biblioteca e Emma me segue pela parte de botânica. Procuramos entre os livros por 10 minutos em silencio, eu em uma prateleira mais em cima, onde eu precisei da ajuda de uma pequena escada para poder ler corretamente os títulos, mesmo que eu saiba que o livro em questão que estou procurando não saberia ler.

— Ela é sua namorada?

— O que?

— Ela é a sua namorada a menina?

— Não mãe, eca, que nojo.

— Achei que deve haver um motivo dela estar com você, eu vi a forma como vocês se olham, são íntimos, mas parece haver alguma tensão entre vocês também.

— Primeiro eu sou 15 anos mais velho que ela, segundo não existe tensão, não exatamente, só é complicado.

Olho para minha mãe de cima e posso ver sua expressão, severa e pensativa. Não consigo compreender sua reação, mas decidi deixar o assunto morrer ali, e continuamos a procurar. O Dia passou como um lampejo logo as luzes tiveram que ser acessas.

—Eu encontrei.

Desço das escadas e corro para o corredor ao leste da biblioteca, Emma logo em meus calcanhares, Hook nos encontra ao sul. Eu pego o livro das mãos do meu eu mais novo e é exatamente o livro que o mercador me falou : Grande e pesado, capa de couro de jacaré verde grossa e com muita textura, suas páginas eram em um dourado radiante e suas letras escritas a mão em uma tinta densa com uma caligrafia estranha , talvez pelo formato dos símbolos, talvez pelo autor, Em sua capa 5 símbolos : Uma libélula, uma joaninha, um círculo, uma coroa e uma caveira.

— E isso, eu sou um gênio

H

Já tem algumas horas que eu estou andando pela floresta, espero que eu não esteja errada e volte para casa como a única que não conseguiu a tarefa. Em quanto passo pela floresta e o sol se move com o passar das horas eu lembro de quando era pequena e corria por esses lugares, uma vez me perdi, acho que tinha 7 anos ou algo assim, Henry me encontrou e me lembro de estar tão assustada e com frio que ele era meu herói. Na minha infância ele sempre era meu herói, sempre me encontrava, sempre está lá por mim. Queria que isso não tivesse mudado.

Quando quase cogito a possibilidade de talvez voltar para a cidade e rever meu caminho, então eu vejo.

No final de uma clareia está uma espécie de entrada desregular em uma grande pedra, que eu não consigo ver ao completo, mas sei que é o pé de uma montanha. Uma mina de diamantes.

Algumas ferramentas ainda estão do lado de fora, uma picareta e um capacete, passo por eles e pego o lampião. Com um movimento das mãos o faço se ascender e entro na mina, ao que parece ela não vê atividade a um bom tempo. Tudo parece abandonado e deixado de lado. As paredes estão com grandes buracos e os carrinhos vazios. A poeira se acumula em cima das ferramentas.

— Um dos meus lacaios viu você andando pela floresta, no início pensei que você estivesse perdida.- Me viro e a imagem esguia e alta a minha frente esta a alguns metros de distância encostado de um jeito despreocupado em um parede a minha esquerda, seus pés estão cruzados e suas mãos nos bolsos da calça, obvio que ele não iria chegar tão perto, ele sempre se mantem em uma distancia calculada onde possa fugir, como ele sempre faz. – Eu gosto dessa roupa em você. Combina com seu tom de pele, o branco, muito melhor do que aquele couro grosseiro.

Nunca parei para pensar quantos anos Facilier tem, mas sempre soube que ele era mais velho que eu, mas mais novo que Henry, talvez 4 ou 5 anos mais velho que eu. Sua idade talvez fosse mais visível nos trajes que ele vestia agora. Calças e paletó de linho roxas escuras quase pretas, com uma blusa de botões preta.

Sua roupa social pode parecer antiquadas e estranhas para o lugar, mas agora parecem modernas e combinam perfeitamente com ele, a barra da calça esta dobrada mostrando os calcanhares, e em vez do sempre e habitual sapato de couro, agora dão lugar a sapatênis sem meias, sua cartola se foi, mas seu pingente de carranca feia brilha esverdeado, com um sorriso eterno e perturbador, pendurado em seu pescoço entre os botões abertos onde sua pele nua de cor castanha vibrante chama atenção. Nunca havia reparado, mas Facilier realmente é um cara bonito. Seu maxilar protuberante acentua seu sorriso cafajeste, seu cabelo brilhando meio longo e bagunçado de um jeito calculado chamam minha atenção mais tempo do que eu gostaria.

— O que? Decidiu me seguir agora?

— Agora? Eu não estou sempre seguindo você? – O que ele quer dizer com isso? Endireito minha postura na intenção de parecer confiante.

— O que você quer?

— O mesmo que você! – Seus olhos não desviam nem um segundo dos meus. Aqui parecem pretos, mas eu sei que são verdes jade, vibrantes e hipnotizantes.

— Eu só estou visitando minha antiga casa, você deveria fazer o mesmo e aproveitar que está aqui, de onde você é mesmo? - Cruzo os braços em volta do meu corpo, mas mantenho meus olhos nos dele, não vou ser a primeira a desviar – New Orleans? Por que não fica de uma vez? Pode abrir um ateliê, já que entende tanto de moda.

Sua expressão vacila por um segundo, ele não esperava que eu soubesse que ele é desse mundo. Que ele pertence aqui, como eu!

— Aparentemente alguém andou fazendo alguma pesquisa. Mas não, eu estou bem onde eu estou, gosto das terras encantadas,  além do mais como eu poderia ficar aqui e nunca mais te ver?

Seus olhos se intensificam. Ele está flertando comigo? Sim ele está. Como ele tem essa coragem? Somos inimigos. Não somos? Eu não posso suportar e desvio o olhar, ele toma isso como uma vitória e da alguns passos na minha direção.

— Por que você não facilita as coisas e me fala onde está?

— Eu não sei o que você quer!

— Sim você sabe Princesa, você veio correndo para o passado assim que soube da profecia. Veio correndo quando soube que eu estava atrás disso.

Dou alguns passos em sua direção e agora os dois somos iluminados pela minha luminária, ele é mais alto que eu e com a blusa aberta posso ver que seus músculos são definidos. Como diabos posso prestar atenção nisso, nesse momento? Concentre-se

— Mesmo que fosse verdade, por que você se dá ao trabalho? Não teria força o suficiente para forjá-lo.

— Isso eu vou me preocupar depois que tiver todos os ingredientes.

— Desculpe, Facilier mas não posso deixar isso acontecer. E muito poder para ficar com você.

— Por que você acha que vou fazer algo de mal com esse poder?

— Fora o fato de você extrair sua magia de uma fonte maligna?

— Não é como se você fosse diferente – ele da mais um passo – Não somos tão diferentes- mais um passo, e se eu levantar meu braço posso toca-lo.

— Não escolhi essa magia, eu nasci assim. Nunca fiz mal a ninguém com a minha magia.

— Qualé, não é como se a Diana e o Príncipe Naveen não estivessem bem, tudo deu certo no final, soube que o restaurante dela está vendendo como nunca e que a filha deles é muito fofa, mas se me perguntar eu acho que são muito jovens para isso, o que? sério, eu nunca mais feri ninguém.

— Jura? Vai mesmo dar uma de sínico?

—OK, ninguém morreu- ele sorri e meu coração para. Como ele faz isso?

— Você é um humano comum Facilier, sua magia é extraída de uma fonte completamente diferente da minha. Você não tem mágica.

— Por isso preciso do amuleto, preciso da magia e assim parar de ser servo dessa magia imunda. – Seus olhos têm um brilho diferente do de costume. Quase como se atrás de toda a arrogância e imponência ele estivesse triste.

— Por que está me contando isso? – Seus olhos estão cravados nos meus e como ele chegou tão perto de mim? Como nossas respirações estão pesadas e sincronizadas?

— Eu não sei- Sua voz musical e rítmica, está grave e rouca, ele humedece os lábios e por 2 segundos enquanto fecha seus olhos ele respira fundo. Sua mão está na minha, as duas segurando o lampião. Nós nunca nos tocamos, nunca. Em nenhuma batalha.  – Eu sei que você não vai simplesmente entregar pra mim, mas você irá pelo menos facilitar, entender?

— Facilier, eu não posso fazer isso. Essa fonte de poder será guardada e protegida pela família real. Assim ninguém nunca poderá usar ela contra pessoas inocentes. Eu não confio em você!

— É uma pena. – Seus olhos são como chamas nos meus e sua pele é quente, eu mal posso sentir meus pés. Meu coração esta dominando o lugar, não consigo ouvir mais nada. – Você realmente fica bem de branco. Definitivamente é sua cor princesa.

Então a luminária apaga.


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