Truth to Power escrita por Helena Lourenço


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Bem-vindos a mais uma historia ♥



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Prólogo

 

  Dez anos.

Essa era a exata medida de tempo que tínhamos deixado para trás todos os nossos sonhos, todas as nossas certezas, medos e alegrias. Forks agora era apenas passado, uma lembrança que a cada ano ia se dissipando, tornando-se um ponto em branco em nossas mentes. Edward costumava dizer que, com o tempo, a lembrança daquela cidade se tornaria como a lembrança de um sonho, que você esquece ao passar das horas. Eu não tinha tanta certeza disso, mas eu fingi acreditar. 

  Rosalie e Emmett tinham se mudado para o Oregon, onde construíram uma casa para eles. Eles abriram uma oficina lá e estava indo bem. Na ultima vez que conversamos, eles contaram que em breve abririam mais uma filial, dessa vez em Kenai. Eu estava feliz por eles, apesar de sentir falta das brincadeiras constrangedoras de Emm e dos mimos de Rose.

  Alice e Jasper estavam na França. Ela tinha lançado uma linha de roupas que estourou nos desfiles da cidade. Vários ateliês convidaram-na para lançar uma linha para eles e ela não poderia ter estado mais agitada. Ela passou os meses pensando em como seria a nova linha, e tudo acabou bem, como ela mesma previu.

 Carlisle e Esme dividiam-se entre o Oregon, França, Chicago, onde Carlisle estava trabalhando em um hospital, e a Ilha de Esme, onde meus pais e eu estamos morando desde nossa saída de Forks. Eles acharam mais seguro me isolar aqui. Lembro-me bem do acordo feito com os Volturi, onde eu não poderia ter contato com humanos, e essa foi à solução mais lógica.

 Jacob vem me visitar, às vezes. Ele me contou sobre o imprinting na ultima visita e, por fim, me pediu em namoro. Claro que aceitei. Era perdidamente apaixonada por ele desde sempre. Edward me contou uma vez que eu gostava da presença de Jacob ainda quando estava na barriga de Bella. Jacob confirmou e disse que éramos destinados um ao outro.

Eu adorava a idéia, apesar de me sentir receosa. — eu era uma meio-imortal, filha de um pai imortal e uma mãe mortal. Eu viveria por muito tempo, décadas, milênios, eras, éons. E Jacob, não. Apesar da sua condição de lobo, ele não é imortal. Contudo, o envelhecimento dele é bastante lento. Tenho medo de, um dia, ele não resista. Sua aparência física é imutável. Seus órgãos, não. Carlisle me disse que a probabilidade de Jacob viver por mais de dois milênios é muito escassa. Ele pode não aguentar um.

 E isso me deixa abatida.

Se ele morrer, eu morreria também? Ou a ligação do imprinting é menos poderosa por eu ser metade imortal? Eu não saberia.

  Eu saí de Forks com a aparência física de uma criança de oito anos. Dez anos haviam se passado, minha aparência era de uma mulher de dezoito, eu poderia, facilmente, visitar meu avô Charlie sem que ninguém achasse estranho. Manobrei o carro conversível prata que ganhei de Rose no meu ultimo aniversario e estacionei em frente à antiga moradia dos Cullen. Local onde eu tinha nascido.

  Saí do carro com o coração acelerado. A casa estava em perfeito estado. Os jardins bem cuidados, as paredes de vidro limpas e os moveis sem nenhum sinal de desgaste. Também não havia cheiro de mofo, provando minha tese de que Esme pagava alguém para cuidar de sua casa preferida.

  Não entrei na mansão, apenas passei por ela e segui até o chalé onde meus pais e eu morávamos. A pequena cabana estava idêntica a que eu me lembrava: as flores crescendo em volta, o cheiro de natureza e a sensação de estar em casa. Sorri por um instante, pensando em como eu sentia falta daquele lugar singelo e calmo.

  Deixei minhas coisas no meu antigo quarto e voltei para o conversível. A rua que ligava Forks La Push estava calma aquele dia, então não me importei em usar a velocidade máxima do carro. Meus cabelos balançavam as vento, sentia-me livre, leve.

   Entrei na reserva Quileute e estacionei em frente à casa dos Clearwater, sabendo que Charlie estaria ali. Senti o cheiro das deliciosas panquecas de Sue, ao mesmo tempo em que meu estomago roncava. Desci do carro e apertei a campainha.

  Uma mulher de traços indígenas e de sorriso leve me atendeu. Sue estava com os cabelos pretos grisalhos, seus olhos eram cansados, mas ao mesmo tempo gentil, havia algumas ruginhas em volta de seus olhos, mas ela ainda era a mesma Sue que eu me lembrava.

— Pois não? — ela franziu o cenho quando não respondi. Minha mão coçava para tocar-lhe o rosto e contar quem eu era, apesar de parecer que ela sabia, só não tinha certeza.

Veja bem, todos esse anos, eu não tinha mudado muita coisa. Meus cabelos castanhos com um leve fundo acobreado ainda eram compridos e ondulados, meus olhos castanhos eram os mesmos e o sorriso leve da pequena Renesmee ainda estava presente. Ainda assim, forcei minha voz a sair.

— Oi, Sue — minha voz era rouca, pela falta de uso. Eu passara minha vida toda com um lentor de mentes, eu não necessitava do uso da fala. — Lembra-se de mim? Renesmee, filha de Bella.

Ela soltou uma exclamação e arfou.

— Oh meu Deus — ela me abraçou com força, seu sorriso podia ser sentido às minhas costas — você cresceu tanto! Está tão linda, querida.

Sorri para ela, aproveitando que ela me tocava para dizer que eu estava feliz por estar ali também. Seu sorriso se alargou, ao mesmo tempo em que ela passava os braços por meus ombros e me levava para dentro.

Charlie estava sentado em uma cadeira, perto da televisão. Mas seu olhar era distante, como se não...

— O que há com Charlie? — perguntei em voz alta para Sue. Charlie pareceu ouvir minha pergunta, girou a cabeça em nossa direção, me permitindo ver seus olhos opacos.

— Ele perdeu boa parte da visão, Renesmee.

— Renesmee? Minha neta Renesmee? — ele perguntou abrindo um sorriso esperançoso — Oh, minha querida, venha aqui e me dê um abraço.

Joguei-me nos braços de Charlie, inalando seu cheiro. Eu o amava, sentia sua falta todos os dias. Beijei-lhe na bochecha e senti-me feliz por finalmente está com ele perto de novo.

~•~

Depois de um tempo, virei-me para Sue.

— Onde posso encontrar Jacob?

Ela engoliu em seco.

— Olha Renesmee, acho que você merece saber. — Charlie quem respondeu. Eu podia perceber o olhar apavorado de Sue, mas deixei que Charlie continuasse — Depois da morte de Billy, Jacob não tem sido o mesmo. Passa a maior parte do tempo na floresta ou dentro daquela oficina. Você deve ter percebido, raramente ele liga para alguém, ou se deixa conversar. Estava muito preocupado com ele.

— Jacob não tem ligado para mim ultimamente — confessei — essa foi uma das razoes que me levou a decidir vir até Forks. — virei-me para Sue — quando Billy morreu? Eu não sabia.

— Cerca de seis meses — ela disse, mas ainda parecia estar escondendo algo — Billy teve uma parada cardíaca. Não conseguimos levá-lo a tempo para o hospital. Jacob ficou arrasado, passo dias sem comer. Rebecca teve que abandonar o emprego e o marido para vir a La Push cuidar do irmão.

— Jacob podia ter ido passar um tempo comigo, eu sou a namorada dele, Bella é a melhor amiga, ele deveria ter nos procurado.

— Seu namorado? — Charlie perguntou surpreso — mas ele não estava namorando com Leah, Sue? Tantas ás vezes que eu já ouvi os dois no quarto dela. É, eu não deveria ouvir certas coisas


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Notas finais do capítulo

:)



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