Amor Perfeito XIII - Versão Arthur escrita por Lola


Capítulo 4
Início do Fim


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ♥



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— Já fiz. – ele acendeu o seu baseado e começou a fumar. Uma mulher com os cabelos grandes e ruivos iguais ao da minha vó Isadora vinha em nossa direção e eu reconheci de algum lugar.

— Garotos! – era a nossa professora de Cálculo I. Caralho, fodeu. Ela vai ver que Rafael não tá fumando cigarro normal. Apesar de ela ser nova, era adulta. Adultos são hipócritas pra caralho. Aposto que fumavam iguais uns filhos da puta e aprontavam todas quando jovens, e agora ficam enchendo a porra do nosso saco se nos veem fumando maconha. Ela chegava cada vez mais perto. Caralho, fodeu tudo agora. Estava a ponto de fazer um buraco no chão pra me esconder, ou sair correndo. Peguei discretamente o baseado da mão do Rafa e virei de costas pra ela, com o plano de sair de cena antes que ela visse.

— É... Oi... Professora.

— Seu amigo é sempre mal educado assim? – ela perguntou certamente se referindo ao fato de eu estar de costas para ela. Eu me afastei mais um pouco e tentei apagar o cigarro com a minha própria mão. Isso iria doer. – O que ele tem de bonito tem de estranho. – ela ainda comentou. Aí eu fiquei puto. Ela nem mesmo me conhecia para poder ficar julgando dessa forma. Que mulher louca. Me virei com o baseado aceso mesmo, foda-se.

— Oi professora de cálculo. – ela ficou olhando diretamente em meus olhos.

— Ah, ele não é mudo. – que porra aquela mulher estava dizendo? Ela não viu que eu estou com um baseado ACESO na mão? – Pelo visto ele não gosta muito de conversa. Faz assim, você termina de fumar e daí podemos bater papo.

— É, qual é Arthur, vai casar com esse beck aí? – Rafa pegou o cigarro da minha mão ao ver que a barra parecia estar limpa.

— Não sabia que você era tão moderna. – desabafei e coloquei as mãos no bolso da frente da minha calça jeans.

— Preferia passar por sem educação a maconheiro? – ela perguntou e deu uma risada. – Gostei de você.

— É que parece que por mais que eu me esforce em ser uma boa pessoa, atraio pessoas que não tem a mesma intenção. – sorrimos juntos.

— Acontece. Eu só os reconheci e queria dar um oi. Tenho que voltar ao trabalho. Até mais. – ela se despediu parecendo se divertir com todo o aperto que me fez passar. Dei um tapa forte na cabeça de Rafael.

— Que porra, o que foi que eu fiz? – ele perguntou enquanto eu entrava no prédio que ficava meu alojamento. – Olha, vai soar muito referência a série “Todo mundo odeia o Chris”, mas tenho que dizer, cara, ela tá tão na sua.

— A professora? – perguntei e o olhei enquanto rodava a chave na porta do quarto. Ele revirou os olhos como se a minha pergunta fosse idiota.

— Que gata é essa? – ele perguntou ao entrar e ver Fabiana.

— Me chame de gata de novo e quem vai miar é você. – ela respondeu com uma voz extremamente ameaçadora e eu dei uma risada alta. – Você faz amizade rápido Arthur.

— E eu fiz? Não me deram outra escolha.

— Que seja. Estou saindo para minhas aulas da noite. Quero chegar mais cedo.

— Qual curso você faz? – Rafael perguntou prestando mais atenção no quanto a calça jeans branca dela era justa do que nas palavras que ela iria proferir.

— Enfermagem. Nem pense em fazer nenhuma piadinha com conotação sexual se quiser continuar com as duas bolas intactas.

— C a r a l h o. – ele disse devagar e baixo enquanto ela saia. – Estou apaixonado.

— Para de falar merda. – me joguei em minha cama. Ele em uma atitude bem atrevida e impensada se deitou na cama de Fabiana. Eu até iria dizer o quanto essa ideia era errada, mas estava com muito cansaço e preguiça.

— Você só tem aquele irmão da foto que vi na internet da sua família?

— Não. Mais uma irmã por parte de mãe e um irmão por parte de pai.

— Uau. Que movimentada a vida dos seus pais. – não aguentei e dei uma risada. Apesar de ser sem noção Rafa era legal.

— E você? – o olhei.

— Filho único. Acho que por isso sou desse jeito. – voltei a encarar o teto. Ele começou a mexer em seu celular. – Como é lá em sua cidade?

— Normal.

— Tem muito amigos?

— Vários. Mas que estão sempre juntos são dez. É que são filhos dos amigos dos meus pais e também inclui os filhos da minha mãe e do meu pai.

— Qual sua rede social? Quero ver fotos deles, mais delas, admito. – ele deu aquele sorriso safado. Assim que começou a me seguir e ver as fotos, os comentários começaram. A garota que ele achou mais bonita foi Otávia.

— É a minha irmã. – falei e ele riu.

— A beleza é de família. Qual você acha mais bonita?

— A de blusa de frio. – respondi.

— Ela é bonita, mas é inexpressiva. Otávia passa algo mais alegre, animado. Vocês e essa de preto já ficaram?

— Não, nunca. Ela é minha prima.

— E o que tem? Já peguei a maioria das minhas primas. Só as velhas que não. É... Mas eu não tenho um tio ex lutador. Acabei de ver uma foto dela com o pai.

— Tá na rede social dela? – o olhei espantado.

— Sim, já a segui e seremos amigos virtualmente.

— Não. Não. Não. – me levantei rápido e peguei o aparelho da mão dele, desfazendo aquilo.

— Tu gosta dela! – ele exclamou bastante espantado. – Era só falar, calma. – voltei para a minha cama. – Alícia não tem nada a ver com essa garota aqui. Como dois tipos tão opostos podem te chamar a atenção?

— Não sei como o meu interesse funciona. – meu telefone tocou, era Yuri. Disse a ele para não ficar me ligando há não ser que seja sério. Não quero ter que ficar com a cabeça em Torres, estava ali justamente para esquecer tudo. – A gente tem aulas agora a noite?

— Só amanhã. Os horários são loucos, eu não vou conseguir acompanhar nem... – antes que ele continuasse falando me levantei e fui tomar banho.

— Vamos sair? – o chamei enquanto tirava a roupa e pegava a toalha.

— Vamos! Tem bares ótimos por aqui. – fomos ao bar mais próximo do meu alojamento, andando mesmo, afinal iriamos beber. O Rafa ficou contando sobre a guria que ele estava comendo, que ela se depilava de tal forma e não sei o que, uma putaria desnecessária. Cada palavra dele eu ia ficando mais sem graça com as pessoas em volta ouvindo. - É, mano. É foda. Mas ela manda bem. Aquele negócio que eu te disse que ela faz com a boca assim…- ele começou a fazer gestos quase que obscenos.

— Rafael. – apontei com os olhos para as pessoas ao lado olhando pra gente. Ele sorriu e acenou para eles. – Vocês sabem do que eu tô falando? Se vocês não sabem, precisam saber... – que idiota. Eu o deixei contar as aventuras sexuais loucas dele para desconhecidos e comecei a mexer em meu celular. Vi que Aline postou foto com as amigas na balada no final de semana. Certa era ela, não devia mesmo esperar nada de mim e tinha que se divertir e seguir em frente. Eu sempre a admiraria, era uma pena não gostar dela.

— É... Arthur né? –ouvi uma voz feminina perguntar e levantei o olhar com medo de quem podia ser. Ninguém me conhecia ali naquele lugar. Era a garçonete. A garota da sala, Alícia. – A apresentação das pessoas hoje... Sou eu, da sua sala. Alícia.

— Sei quem é você. – fui grosso para variar, mas sem intenção nenhuma. Tentei consertar. – O que está fazendo aqui?

— Trabalhando. – ela respondeu o óbvio. – A universidade é federal, mas nem todos têm pais que tem condições de manter o filho aqui. – Rafa virou-se quando sentiu uma presença feminina por perto.

— Não posso bater um papo com meus novos Brothers da mesa ao lado que você já começa a... – ele iria dizer certamente que eu estava dando em cima da garota, quando viu quem era. – Alícia? – ela ficou ruborizada. Com certeza por lembrar que Rafael era da sua cidade. Ela virou-se e saiu rapidamente.

— Que porra é essa? O que essa vadia faz aqui?

— Ela tá trabalhando, mano. Não chama a mina de vadia.

— Chamo sim, vadia. Uma bela de uma vadia. Ela sempre se achou até cair na boca do povo. – ignorei. Olhei em volta e vi que ela havia sumido. Devia estar morrendo de vergonha em algum canto escondida. Que escroto. Voltei a mexer em meu celular. Rafael continuou a me olhar, esperando alguma fala minha.

— Qual é, hein, Arthur?

— Nada mano.

— Ahhh, já saquei. Tu quer comer a Alícia. – ele disse e deu uma risada bem alta. – Mas quem não quer? Ela tinha um corpo bem bonito naquelas fotos, imagina ao vivo...

— Você tem que parar de tratar a garota igual vadia Rafael. – falei sério. Ele parou, olhou para mim, olhou para os lados, olhou para cima e depois começou a uma crise de riso.

— Que merda é essa Arthur? Eu te conheço há apenas algumas horas, mas você tá defendendo uma garota do nada. – vi que já estava ficando tarde, me levantei, tomei o resto da cerveja que estava em meu copo e falei que iria embora. Ele veio atrás de mim, passou o braço por cima dos meus ombros e voltou a falar. – Não sei o que tá acontecendo contigo, mas não transfere para Alícia o que sente por Alice. Acho que está tentando ver sua prima em outra pessoa. – o pior é que o desgraçado estava completamente certo. Internamente eu sabia muito bem disso. – Quer um conselho? Vou dar mesmo se não quiser. Não dá pra pensar em sentimentos quando se é jovem e tem grana pra caralho, o que resulta em bebida pra caralho, droga pra caralho, minas bêbadas pra caralho, putaria pra caralho.  Vamos aproveitar a vida Arthur. – chegamos em frente ao meu alojamento e ficamos nos olhando. Tive que esboçar um sorriso, a ideia não era ruim. E não era isso que eu tanto queria? Esquecer?

— Tá bom. Só respeita as garotas, não precisa disso.

— Você vai me ensinar a ser menos escroto. É por isso que tu anda comigo agora. – ele disse e riu. – Seu viado. – me deu um soco no ombro e saiu andando.

— Seu alojamento é algumas quadras daqui, quer que eu te leve? – perguntei quase gritando.

— Vai dormir neném da mamãe. – dei uma risada e entrei. Ele era mesmo uma figura.

A semana passou rápido entre as novidades, apresentações das matérias e gracinhas de Rafael. A gente tinha aula apenas uma vez na semana com a professora ruiva, que descobrimos que se chamava Lis. Mas trombávamos com ela sempre nos corredores e refeitório e ela não tirava os olhos de mim. Ela me queria, nós homens sabemos bem quando uma mulher estava afim. E ela estava MUITO afim.

Era sexta. Iria ter uma festa na casa não sei de quem que morava na cidade e estudava lá na universidade e era ricaça. Ao virar a esquina, já dava pra ver a casa. Era mais uma dessas casas grandes, grandes pra caralho, brancas, com aquelas porras de decoração neoclássica e essas coisas que minha mãe fica dizendo e que tinha na casa dos meus avós.

— Mas que porra de blusa de viado é essa, Arthur? – Rafael perguntou ao me ver me fazendo dar uma risada. Era uma camisa de botão preta com estampa de folhagens verdes, uma porra de uma blusa de viado mesmo. Mas mamãe me deu com carinho, então eu usava. – Não vai dizer que também usa esses shortinhos curtos escrotos pra caralho estampados que geral tá usando.

— Acho ridículo. RIDÍCULO. Não acompanho moda alguma, sou bem básico se ainda não percebeu. Isso é a minha mãe me tratando igual bonequinho dela desde novinho. Precisa ver as minhas fotos de bebê e de criança cara. – ele deu uma risada.

— Só suspensório e roupinhas fofas? – ele perguntou e me olhou enquanto íamos andando.

— Você ainda vai ver. – notei que meu telefone vibrava sem parar. Era mensagem do Yuri.

“E aí?”— ele escreveu essa mensagem várias vezes.

“Que foi?”— respondi mesmo não querendo.

“Nada, você tá bem?”

“Tô.”

“Tá aprontando né?”

“Mas que porra Yuri, tu é minha mãe agora?”

“Não. Sou seu irmão. Estou com pressentimento que seu sumiço não é só estudo.”— não respondi mais nada. O Yuri sempre sabia quando alguma coisa acontecia, mesmo que eu não contasse a ele. Acho que era a conexão de irmãos.

Começamos a ouvir um som alto pra caralho, dessas músicas com muita batida, típica de festas.

— TAMU CHEGANDO BROTHER! - Rafael gritou cheio de empolgação. Saíram de uma esquina duas minas abraçadas uma a outra, como se uma carregasse a outra, rindo pra caralho. Eram bem bonitinhas, com cara de minas ricas mesmo, de cabelo com química e uns vestidos caros. E o perfume importado bastante conhecido. Elas eram todas iguais.

— Nossa, que bonitinho, ele tem cara de mau! – uma das meninas disse ao me ver e começou a passar a mão em meu peito. Depois deu uma risada escandalosa. Ela realmente estava bêbada. As duas passaram a rir feito loucas. O Rafa me olhou esperando que eu fizesse alguma coisa.

— Tira o olho dele, esse já é meu. É muito gostoso. – a outra disse e empurrou a amiga. Bêbada. Mina muito bêbada é deprimente, chega a ser ridículo. Elas fazem umas coisas ridículas, te ligam cobrando coisas. Aline adora fazer isso.

Ignorei as meninas e continuei indo em direção a casa. Chegamos e eu comecei a fumar um cigarro. Estava ansioso, dificilmente eu interagia socialmente dessa forma. Esse era o lado ruim de ter sempre os mesmos amigos. Terminei meu cigarro e andei até a porta. No caminho, umas garotas me olhavam de cima a baixo. Já estava acostumado com esse tipo de coisa, então ignorei. Atitude que sei que iria parecer arrogante.

A tal dona da festa fez tudo como devia ser feito para se ter uma boa festa e ainda teve a boa ideia de colocar luzes negras, que fazia com que ficasse um ambiente foda e que as minas de branco chamassem mais atenção. Continuei andando e olhando em volta. Uns casais se pegando forte, umas garotas já sem blusa, uns copos quebrados no chão, essas coisas de festa insana.

Uma garota loira com um copo na mão veio até a gente, se equilibrando no salto. Ela tinha um cabelo claro e comprido, usava maquiagem forte.

— A dona da festa. Endinheirada do caralho. – Rafa contou enquanto sorria para ela. – Alguns caras lá da sala já falaram dela. Sabe aquele altão moreno? – concordei lembrando quem era. – Disse que ela chupava mal. Uma pena. Porque é gata pra porra. Eu pegava, se ela ficasse de boca fechada.

— Rafa! – ela disse ao chegar até a gente. Não me espantei dela já saber o nome do Rafael e ainda chama-lo por apelido. Efusivo do jeito que ele era isso era até esperado. Ele a abraçou e depois ela me olhou e deu um sorriso malicioso.

— Olha só quem está aqui... Se não é gostosão da engenharia. - ela disse e me abraçou também, como se fôssemos muito próximos. Eu nem a conhecia. Devia tá muito louca já.

— Vou ir pegar uma bebida. – falei para fugir das investidas dela. Enquanto eu tentava voltar pude ver Rafa de longe pegando alguma garota que parecia a tal dona da festa. Eu já não estava enxergando muito bem, por conta da luz negra, mas um cabelo loiro refletia e parecia ser o dela. Ele a segurava com força contra ele, o filho da puta mandava bem. Antes de chegar mais perto deles encontrei Fabiana.

— Arthur? Você aqui?

— Eu que te pergunto. Não escuto nenhum rock. – ela deu uma risada animada.

— Cadê o seu amigo? – por cima da cabeça dela eu podia ver o Rafa de fundo, mandando ver na loirinha.

— Por aí.

— Biana! – uma garota se aproximou e abraçou Fabiana. Fiquei surpreso, Fabi não parecia que abraçava pessoas.

— Alícia. – reparei e vi que era a garota da minha sala, a cumprimentei depois que elas se soltaram uma da outra. – Vocês se conhecem?

— Estudamos juntos. Digo, não juntos, no mesmo curso. – ela explicou se atrapalhando.

— E vocês se conhecem de onde? – perguntei bastante curioso.

— Somos amigas desde sempre.

— Então você também é da mesma cidade do Rafael? – perguntei olhando para Fabiana.

— Devo ser. Mas eu nunca o vi na vida. E que bom por isso. – rimos.

— Não moramos muito perto de onde ele mora. – Alícia explicou. – Ele só sabe quem eu sou devido a... Você já deve saber.

— Alícia exalta muito o fato de eu continuar sendo amiga dela mesmo depois de tudo o que aconteceu. – Fabi contou e revirou os olhos. – Já disse que isso não a define, ela é inteligente e tem personalidade forte. Enfrenta o que for preciso. Não faz sentido se prender a isso.

— Pago um pau pra guria assim. – admiti de primeira. Acho que a bebida já estava fazendo efeito.

— Não cai no papinho dele, é todo apaixonado por outra já. – Fabi a avisou me deixando com expressão de assustado. Alícia deu uma risada gostosa. Ficamos conversando e tomando umas. Pouco tempo depois, apareceu o Rafa com o cabelo todo bagunçado. Uma amiga das meninas havia chegado pouco antes de Fael e vi seus olhos brilhando ao vê-lo. Que escrota.

— Não faz o menor sentido uma mina esperta dessas querer pegar o imbecil do Rafael, que é seu amigo, mas é um imbecil. – Alícia comentou baixo quase em meu ouvido e sorriu.

— Quanto você tem de altura? – perguntei com bastante interesse.

— 1.72. Por quê? – nos olhamos.

— Tenho 1.90 e você não fica no meu abdômen, imaginei que era maior que a maioria. – rimos juntos. – Não que ser alto seja uma qualidade...

— Para mim é, acho atraente. – nos olhamos de novo.

— QUAL É GALERA? – o retardado chegou gritando só pra variar. Ele iria combinar perfeitamente com Alexandre, eu tinha que levar Rafael para Torres.

— Onde você estava? Eu te procurei a festa toda. – a nova garota disse olhando para ele.

— Oi coração, acabei de chegar.

— Mas o Arthur disse que você estava por aí. – Fabiana o confrontou.

— Ah, quem é que liga para o que ele fala? Né Arthur? E cara, vem cá, preciso te dar uma ideia. – já estava esperando a merda que seria. Fomos para o lado.

— Tá vendo esse olho azul aqui? – ele apontou para os próprios olhos. Não entendi nada. – Ele vai ficar igual brasa de fogo de tanto fumar maconha. Mas antes temos uma coisa pra fazer.

— O que? – fiquei com muito medo de ouvir a resposta.

— Arranjar drogas.

— Mas você tá cheio de erva.

— Não. Pra dar uns tiros.

— Para de idiotice, mano. Não acredito que você usa essa merda.

— Eu não uso. Mas a loirinha quer. Não consigo dizer não para ela. – fiquei olhando para ele calculando o tamanho daquela idiotice. – Ela me olhou com aquele jeitinho de mimada filha da puta que mete bem pra caralho. Qual é Arthur, quebra essa! Ela vai arrumar uma mina pra tu. – dei uma risada alta. – Tá, eu sei que você não precisa que ninguém te arrume alguém... Mano, mal cheguei na cidade e já peguei a mais gata. Não posso perder a oportunidade de finalizar.

— Tá trocando pó por sexo então?

— Eu troco até a minha mãe por sexo Arthur, quem dirá pó. – era arriscado pra caralho e eu sentia que aquilo ia dar merda.

— Por que tu não come logo a amiga das meninas que tá dando mole pra você e para de inventar?

— Porque ela eu como quando eu quiser, caralho. Tu sabe como funciona.

— Você é foda Rafael! – reclamei.

— Se queremos ser parceiros e eu sei que a gente quer, um tem que confiar no outro, confia em mim dessa vez Arthur, é a primeira vez que te peço isso.

— Mas Ra... – ele não me deixou falar.

— Aproveita que a vida é uma! Qual o seu medo? Ninguém aqui te conhece porra! Seus pais, sua família, seus amigos e a sua princesinha dos olhos amarelos estão bem longe. Se solta, para de ser robótico e chato! Você tem tudo que precisa nas mãos e não aproveita. Relaxa caralho! – enquanto ele acabava de falar a loirinha se aproximou e passou a mão em minha barriga.

— A três? – ela perguntou e deu um sorriso diabólico. Continuei olhando pra cara do Rafael enquanto ele abria um sorriso do caralho. – Você é muito gostoso! – ela exclamou e puxou minha blusa para que eu ficasse do seu tamanho e beijou minha boca. Depois ela saiu andando e Rafa ficou olhando a bunda dela.

— Tá vendo? Você consegue dizer não para um demônio desses? – fiquei um pouco pensativo, ponderando as vantagens e desvantagens. Eu tinha que ser racional.

— ARTHUR, CARALHO! Não fode a noite! – olhei para as meninas que continuavam conversando e pareciam nem ter notado o rápido beijo que aconteceu ali. Vamos nessa, vai. Saímos da festa sem dizer nada para as minas. No caminho o Rafa foi falando sem parar, como sempre faz.

— Pesquisei sobre a sua vida Arthur Montez! Seu tetravô foi traficante e seu bisavô usuário e até morreu de overdose e ressuscitou. Tá em suas raízes, não sei o porquê dessa moralidade toda.

— Não preciso e nem devo repetir os erros dos meus antepassados.

— Qual é a tua relação com teu pai? Você parece que odeia ele.


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