Amor Perfeito XIII - Versão Arthur escrita por Lola


Capítulo 33
Crise de Ciúme


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥



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Arthur Narrando

Tentei levar Alice para o lugar mais afastado possível de todo mundo.  Olhei para ela notando o quanto ela estava irreconhecível daquele jeito. Seus olhos estavam caídos e um pouco vermelhos, sem contar o seu cheiro de álcool. Eu a sentei em um dos bancos e olhei ao redor verificando se realmente não havia ninguém por perto.

— Quero voltar pra lá. – ela tentou inutilmente se levantar.

— Você mal consegue parar em pé Alice! – olhei sério para ela pensando no que eu iria fazer.

— Você é muito chato. – sua resposta veio embolada e baixa, quase um sussurro.

— Por que bebeu Alice? – me ajoelhei em sua frente e segurei seu rosto para ela olhar em meus olhos.

— Queria me divertir. – agora seu humor era de total tristeza.

— Você sabe que não pode se divertir assim.

— Só queria parar de pensar em você, nesse sentimento que me destrói. – vi que ela começaria a chorar e então levantei o meu corpo e a abracei.

— Eu estou aqui. Com você. Não precisa parar de pensar em mim.

— Você sabe que eu preciso. – ela deixou que aquele choro preso na garganta saísse. Naquele momento eu desejei nunca ter conhecido Alice. – Não vem dizer que eu tenho que focar em outra coisa, você melhor que ninguém sabe o quanto eu tento, o quanto eu me esforço e estou sempre ocupada para não pensar em você... Eu me sinto tão fraca por não conseguir, uma idiota.

— Você não é idiota. – me separei dela e olhei em seus olhos, fazendo carinho em seu rosto. – Sempre fugi dos meus problemas, do meu sentimento por você, se tem alguém fraco e idiota nessa história sou eu.

— Eu pensei que poderíamos ser o suficiente um para o outro. – ela me olhou de perto. Parecia estar recobrando a consciência e passando todo efeito do álcool. – Engraçado, todos sempre dizem que você é inconquistável e é sempre você que está com alguém. – Murilo estava vindo e fiz sinal para ele ficar tranquilo e voltar e assim ele fez.

— Já expliquei sobre Lis. Alice, eu sou homem... Não dá para te amar, não te ter e não ficar com ninguém. É ilusão. – respirei fundo. – Mas ao mesmo tempo eu sei que estou completamente errado. A gente é tão incerto e eu te amo tanto e quero muito ficar com você, o mínimo que eu devia fazer era me esforçar e me manter sozinho. Eu sou um inútil.

— Não vamos evoluir em nada. – ela passou a mão no rosto vagarosamente e de forma impaciente e depois me olhou. – Dane-se tudo isso. – ela veio pra cima de mim e me beijou, fazendo com que minha reação fosse segurar sua cintura e apenas corresponder. Não era a primeira vez que ela me beijava depois de decidir me esquecer e pelo visto não seria a última.

Kevin Narrando

Todo mundo havia se reunido após o jantar e eu fui também ignorando completamente o fato de Kemeron estar por aí com o demônio do meu pai e que Murilo estava com raiva de mim. Sentamos e ele já estava lá com Rafael. Rindo. Bêbado. Ou drogado, não sei.

— Você tem que inalar com o nariz e com a boca ao mesmo tempo. – fiquei olhando para os dois como a maioria. – Você vai sentir um ardor na garganta enquanto chega ao cérebro. Não Murilo! Tem que inalar o tempo todo.

— O que é isso? – Lari perguntou olhando para eles.

— Droga. – Ryan respondeu e revirou os olhos.

— Caralho, arde demais. – ele reclamou quando acabou com aquilo.

— Daqui a pouco você vai estar mais louco que tudo. Sempre que uso e transo eu esqueço meus problemas.

— Que problema você tem Rafael? Qual garota escolher para transar? – Alícia provocou.

— Cadê Alice e o Arthur? – perguntei olhando para Otávia.

— Acho que Arthur tá no banho e Alice não quer sair pra fora hoje. – estranhei aquilo.

— Que merda, eu esqueci meu cigarro. - Ryan resmungou.

— Meu filho acorda em pleno século que estamos e você acha bonito ficar fumando? – Gi perguntou embravecida.

— Nem um pouco. Acho relaxante mesmo.

— Você não fuma um? Por que é anos luz mais relaxante que cigarro. – Rafael falou e Alícia o encarou.

— Vai na dele que daqui a pouco você tá igual um morto vivo sem conseguir manter os pés no chão de tanta droga que vai usar. Olha o exemplo do Murilo.

— Ainda bem que nenhuma menina aqui quer ir na sua, não vou nem falar o que aconteceria. – Rafael retrucou.

— Agora vai ter que falar porque eu fiquei curioso. – Alê contestou.

— Se tivesse um chá pra relaxar e ficar louca ela não seria tão chata. – Murilo falou sem tirar os olhos do nada.

— Eu to falando com você garoto? – ela perguntou indignada.

— Não, mas falou de mim. E sabe... – ele continuou sem olhar pra ela. – Eu não quis ir adiante contigo não por respeito a Fabiana, porque eu não devia isso a ela e eu nunca tive esse tipo de consciência... Foi porque não tivemos química, achei nosso beijo ruim pra caralho e achei que não valia a pena. Deixa de ser chata e arrogante, você não é isso tudo. – ela ficou chocada o olhando.

— Eita. – Soph soltou baixinho.

— Ah tá, falou quem é o mais arrogante do mundo.

— Minha arrogância é teatral e isso fica bem explicito, é uma brincadeira que acaba atraindo as pessoas. Daí ela se difere da arrogância verdadeira. Que afasta todo mundo. Deve ser por isso que você só fica sozinha.

— Porra, hoje o Murilo tá malvadão.

— Convivendo demais com Kevin. – Yuri falou e deu uma risadinha.

— Você não sabe nada sobre mim.

— Sei isso. Que é arrogante pra caralho e se acha. Trata as pessoas mal, principalmente Rafael. E já te vi destratando minha irmã também. Deixei passar porque estava afim de você, mas se acontecer de novo e eu ver eu te jogo pra fora desse abrigo. – ele a olhou. – Não leve para o lado pessoal. Você precisava ouvir isso.

— Você também precisa ouvir muitas coisas.

— Que eu sou um completo imbecil que trata as garotas como não devia? É eu sei. Mas já estou pagando por isso, pode acreditar. – acompanhei o olhar dele e vi Kemeron chegando, ele parou um pouco distante e me chamou. Fui rápido até ele.

— Que inferno. O que você quer? – perguntei estressado.

— Estou indo embora. Conversei com seu pai e ele disse que não aprova vocês dois. Sabe que não vão ficar juntos né?

— Tchau Kemeron. – ele segurou meu braço.

— Quando sua ficha cair ou quando estiver destruído pode me procurar. – arranquei meu braço não com muita violência para não perceberam e voltei.

— Kevin quem era aquele? – Otávia perguntou boquiaberta. – Você nunca contou que tinha amigos gatos. Aliás, você tem amigos? – nem respondi e ela já esperava por isso.

— Ele tem uma bundinha redondinha. – Soph comentou olhando ele andar. Rafael estava bebendo um litro de alguma coisa e engasgou. - Que isso garoto? Você me molhou! – ele começou a rir.

— Cadê a Fabiana? – Murilo perguntou e eu fiquei olhando para ele. Não acredito que ele ficaria com ela.

— Onde você tá ela não vai estar nos próximos dias. Não vai atrás dela, a deixe superar isso. – Alícia respondeu séria.

— Mano... – ele olhou para Rafael.

— Tá batendo né? – eles riram. Idiotas. – Não inventa de fazer loucuras aqui porque eu não aguento te segurar.

— Cadê a música? – ele perguntou sem olhar pra ninguém.

— Oh que menino doente.

— O que ele usou? – Otávia perguntou preocupada.

— Eu quero beber mais. – ele falou antes de Rafael responder.

— Murilo, você já bebeu muito porque sua garganta estava queimando e essa porra tá quente, mano... Não sou Arthur pra cuidar de ninguém, não alopra minha noite.

— Falando nele... – Larissa comentou ao ver Arthur se aproximar.

— Cadê Alice? – ele perguntou antes de se sentar e veio até o Murilo. – Que porra é essa? – ele me olhou. – Dá pra vê de longe o quanto a pupila dele tá dilatada. – fiz sinal para ele se sentar ao meu lado.

— Caleb trouxe meu ex pra cá. – falei bem baixo. – Murilo sempre teve ciúme dele. Desde quando nem tínhamos nada, foi exatamente por causa dele que ele deu o primeiro passo.

— Você e esse ex... – nos olhamos. – Seja sincero Kevin.

— Devo ter demonstrado algo, pois Kemeron já mexeu muito comigo. Mas é passado.

— Ele estava tão prudente, não ia se entupir de droga atoa. – ele olhou em meus olhos. – Vou chama-lo para conversar e você vai um pouco depois, vocês precisam tentar se entender.

— Do jeito que ele está não tem como Arthur. Melhor não. Eu pensei em ir dormir quando você chegasse, mas não vou conseguir enquanto não souber que ele está bem dormindo na cama dele.

— Você tá vendo que ele está bebendo? – olhamos pra ele. – Aonde ele vai? Ah meu pai! – ele se deitou na grama. – Tenho que ir lá. – ele chegou até Murilo e se abaixou falando alguma coisa que não dava para ouvirmos.

— Um porre para esquecer. – ele respondeu alto. Arthur falou mais alguma coisa e ele se sentou. – Minha irmã não tem ex. Você não sabe o que é isso! – fiz sinal para Rafael fazer alguma coisa, ele aproveitou que já estavam desanimados e já era tarde e chamou todos para irem dormir. 

— Você tem que parar de beber Murilo. – Arthur tirou o litro da mão dele.

— Sabe o que aconteceu? Eu te conto. – ele falou com a voz totalmente diferente da normal. – Ele ficou lá insinuando sobre eles transando. Eu não posso nem dizer que sou melhor e ele pareceu sacar isso e riu de mim.

— Deve ser coisa da sua cabeça Murilo. E é com você que ele quer estar. Eu to preocupado com você, para de beber.

— Você é a porra do meu pai em uma versão mais nova.

— Levanta. – ele se abaixou para que Murilo se levantasse e ele o empurrou fazendo Arthur cair e depois ficou rindo.

— Quer saber? – ele se levantou. – Bebe mais. E tomara que ele volte para o ex.

— Ele não vai voltar. Não vou deixar. Estou bebendo para esquecer as palavras do ex dele, mas eu ainda o quero... Meu diabinho lindo. – ele sabia que eu estava ali e me olhou, continuei sentado o observando com muito tédio e até certa raiva.

— Você vai vim cuidar dessa criança? – Arthur me perguntou mais entediado que eu. Fui até eles.

— Não chega perto de mim. – ele mandou sem me olhar.

— Murilo... – não obedeci e cheguei mais perto ainda, me abaixando para ele poder olhar em meus olhos.

— Você nunca vai entender o que eu estou passando. – seu olhar veio para o meu pescoço e eu sabia que era por causa da corrente dourada que com certeza ele não gostou nada de ver. – Eu te odeio tanto Kevin.

— Você não está com ciúme só do sexo, tá com ciúme do sentimento que tivemos também? – aquilo era extremamente ridículo.

— PARA DE FALAR COMIGO COMO SE EU FOSSE UM IDIOTA! – ele me empurrou, mas eu não cai como Arthur devido ao meu equilíbrio e ele ficou mais nervoso ainda me empurrando com mais força e deixei que ele fizesse o que ele estava com vontade de fazer quem sabe assim ele não ficasse melhor.

Depois de se jogar em cima de mim e arrebentar meu cordão e joga-lo longe, ele começou a me soca me xingando de tudo quanto é nome, como eu não reagia Arthur resolveu intrometer.

— Ele vai acabar te machucando Kevin. – sua fala saiu preocupada, dei uma risada interna.

— Ele precisa disso. – respondi de forma tranquila. Murilo parou parecendo perceber que estava preso naquilo. Não tinha como ele ir contra o que sentia por mim, por maior ciúme que tivesse. Aproveitei que ele cedeu e o abracei fazendo carinho em seu cabelo.

— Eu te amo playboy bêbado ciumento. – ele levantou o rosto e ficou me olhando.

— O que? – era a primeira vez que eu dizia que o amava e isso causou o mesmo impacto que causaria se ele estivesse sóbrio.

— Eu te amo Murilo Montez. – minha voz saiu mais séria e tentei soar o mais verdadeiro possível.

— Você o que? – ficamos nos olhando.

— Para de me fazer repetir.

— Tá falando só porque estou bêbado.

— Não. Vou falar quando estiver sóbrio. Esquece meu ex, você é o meu namorado agora e só você me importa.

— Você disse que me ama e... – depois disso ele tossiu e vomitou minha camisa toda. Arthur começou a rir, me irritando mais ainda.

— Ajuda a tira-lo de cima de mim. – pedi e senti os braços dele e pegarem. – Puta que pariu Murilo!

— Você namora uma criança de seis anos de idade. – meu irmão levou um soco após sua fala.

— Seu estômago está vazio né? – perguntei ao perceber que ele só vomitou liquido.

— Vamos ir dar um banho nele. – Arthur sugeriu como o bom responsável que era. – Você consegue andar direito Murilo? – ele ficou o olhando com uma cara muito engraçada, não aguentei e comecei a rir.

— Nem parece que está todo vomitado. Vamos logo. Vem Murilo. Pra cá. – ele o guiava e enquanto iam para o banheiro peguei minha toalha já que meu dormitório era mais perto e tirei a blusa colocando outra. Quando entrei ouvi o barulho da água e os resmungos do Murilo. Não tinha ninguém por ali por já estar tarde.

— Não deixa ele me ver pelado, tenho vergonha. – ele falou se tampando e rindo.

— Você está de cueca Murilo, fica quieto. – entrei e pendurei a toalha e Arthur saiu. Ele ficou me olhando e franziu a testa, depois jogou água em mim.

— Você vomita em mim e depois me molha? – perguntei tentando não me estressar. – Arthur pelo amor, vem aqui.

— O bebê de um metro e oitenta centímetros aí é seu.

— Você leva muito mais jeito com crianças, bêbados e adolescentes idiotas. Sejamos honestos. Eu vou afundar a cabeça do Murilo daqui a pouco nesse ralo.

— Nossa quanto amor. Sai. – ele me empurrou e eu fiquei olhando os dois.

— Ele não me ama né Tutu? – seu beicinho me fez sorrir.

— Coloca a cabeça debaixo da água, por favor, Murilo. – pouco tempo depois Arthur desligou o chuveiro, pegou a toalha e enrolou nele. Fomos até o dormitório dele. – Posso deixa-lo com você né?

— Sim, claro. Muito obrigado. – sorri para o meu irmão.

— Tchau Tutu. – olhei com raiva para Murilo.

— Fala baixo, as pessoas estão dormindo.

— To com sono. – ele fechou os olhos ainda sentado.

— Vou secar seu cabelo para você deitar. Não está com frio? – ele não respondeu e se deitou. Respirei fundo com raiva. – Murilo!

— Hum... – ele resmungou cheio de sonolência.

— Onde fica a chave do seu armário?

— Lá. – ele apontou o dedo para o nada. Ótimo. Procurei nas gavetas do criado e não achei. Então fui até a lavanderia e lavei a roupa que ele estava antes, enquanto estava no processo de secar quem quase dormiu fui eu, mas aguentei acordado e então o vesti com a cueca e bermuda secos e sequei seu cabelo mais uma vez, ele poderia acabar gripando de novo. Deixei sua camisa dobrada em cima da escrivaninha com um bilhete ao lado. Fiquei o olhando dormir e pensando se fosse eu que tivesse tido esse ataque se ele agiria da mesma forma. Talvez sim. Mas provavelmente não. Murilo não tem paciência para ciúme, mesmo sendo a pessoa mais ciumenta do mundo. A minha sorte é que o único motivo dele sentir ciúme agora estava bem longe de nós.


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