Amor Perfeito XIII - Versão Arthur escrita por Lola


Capítulo 29
Atitude inesperada


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥



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Kevin Narrando

Quando cheguei para tomar café vi Murilo no meio de Aline e Fabiana. Instantaneamente meu humor se alterou.

— É sério aquilo ali? – perguntei para Arthur na fila, que eu furei sem problema nenhum.

— Ele estava sozinho e elas chegaram.

— Para de defender.

— Você não é o namorado dele. Acho que ele não te deve satisfações. Só acho. – ele me olhou sério. – Não estou defendendo, só estou dizendo que ele não está atrás de nenhuma delas.

— Estou apaixonado pra caralho. Não estou conseguindo segurar a onda. E eu preciso segurar. Tenho que segurar. Qualquer passo em falso coloco tudo a perder.

— Sabemos disso. – ele olhou para os três. – Ele está na sua. Não sei como você conseguiu isso, sinceramente. Mas era de se esperar, você sempre consegue o que quer. – olhei para ele surpreso e depois passei as mãos nos olhos de forma irritada.

— Que porra ele fez dessa vez? E por que caralho você caiu?

— Ele não fez nada. Só estou lembrando que você fez o mesmo com Alice.

— Você me perdoou Arthur.

— Eu sei. Mas não dá para esquecer da noite para o dia. – fiquei pensando olhando para ele. Só tinha um jeito de ele seguir em frente comigo.

— Se quer saber conquista-la foi a coisa mais fácil que fiz na vida.

— Que?

— Ela é fácil. Como o irmão. Ele não está apaixonado por mim, só quer uma experiência sexual diferente.

— Você está ouvindo as coisas que está dizendo?

— Perfeitamente. Sabe... – suspirei. – Cansei. Cansei desse teatro. Cansei de bancar o bonzinho. Não mudei. Estou atrás do Murilo para mostrar a Vinicius que consegui corromper os dois filhos dele. Aquele idiota já me humilhou demais. Imagina a cara dele... Impagável.

— Você quase conseguiu. – ele deu uma risada. – Se não fosse por um pequeno detalhe: você inverteu a ordem. Foi Murilo que ficou atrás de você.

— Até conseguiu fazer com que eu largasse a irmãzinha e investisse nele.

— Para com essa merda Kevin! Eu vou acabar te batendo sem querer.

— É esse o objetivo. Só assim você vai seguir em frente. É dessa forma que vai estar tudo pago.

— Já te bati, não lembra?

— Isso foi antes de ela dizer não a você por minha causa. Quero muito ajudar vocês dois, só não sei como. E agora com essa história ridícula de você ser gay... Vocês dois são cansativos.

— Não existe como nos ajudar. – chegou nossa vez de nos servirmos e sentamos. Estavam todos falando que iria ter uma espécie de festa para comemorar a noticia que havia avanço nas descobertas sobre a doença. As meninas já estavam animadas combinando de fazer batidinhas e não sei mais quais bebidas e os meninos playlists.  Eu só conseguia olhar para uma pessoa na mesa. Alguém disse algo engraçado e o seu sorriso com covinhas me fez suspirar e então percebi o mole que estava dando. Definitivamente eu não podia ficar de frente para ele quando estivéssemos em público.

Arthur Narrando

 Sentei onde Murilo estava e fiz sinal para Alice se sentar ao meu lado. As coisas entre a gente ficariam pior agora que ela havia decidido me esquecer, mas prometemos que não deixaríamos de ser amigos.

— Como ele pode transar com garotas gostando de você? – ela perguntou olhando para Kevin.

— Vai entender.

— Não falo só pelo sentimento. Elas são garotas. Você é um garoto.

— Talvez ele goste de pessoas. Não conversamos ainda sobre isso.

— Se fosse assim iria mesmo rolar esse sentimento todo entre vocês? – questionei pensativo. – Não sei se estou perguntando besteira, mas não entendo muito.

— Ah... Iria. Não sei. Mas acho que no caso dele ele ainda está perdido sem saber o que está acontecendo direito com ele.

— Vocês já ficaram? – Alice perguntou ficando vermelha. Sorri com a timidez dela.

— Não, jamais. Eu não vou fazer isso. Não consigo tomar iniciativa. Sei o que vai acontecer depois. – ele respirou fundo. – Sinceramente tudo o que menos quero é que ele saia correndo ou que tenha um ataque. Vai ser tudo no tempo dele.

— Mas você não pode deixar o seu lado explosivo vim a tona igual deixava comigo. Ele é um cara e vocês podem acabar se machucando feio. Fisicamente falando.

— Eu não gostava de você Alice. Por isso eu explodia. Nunca falaria daquele jeito com Murilo, nunca. Sou carinhoso com ele de uma forma que eu não sabia que eu podia ser. Eu estou completamente louco pelo seu irmão, essa é a mais pura verdade.

— Então, por favor, não olha para a lateral da quadra, porque ele tá pegando uma garota de jeito. – ela avisou preocupada.

— Vou ir dormir, já que ele resolveu os meus problemas. – ele suspirou entristecido. – É o melhor que eu faço. – ele deu um sorriso fraco e saiu.

— Murilo e Kevin. Ainda não sei mesmo o que pensar sobre isso. – ela afirmou dando uma risadinha fofa. Fiquei em silêncio pensando no quanto realmente era inusitado. E talvez nunca deixaria de ser. – Rafael por aí pegando garotas não vai ser um problema?

— A gente tem um caso, não um romance. Expliquei já aos meus pais que ele é bissexual. – ela deu uma risada.

— Você não acha que foi longe demais não?

— Alguém fez algum comentário essa noite?

— É... Não. – ela deu um suspiro pesado. – Daqui a pouco nem vão mais se lembrar de que um dia você não me amou apenas como a priminha mais nova.

— É esse o objetivo.

— Sabe de uma coisa... Queria encostar em você, te abraçar. Já estávamos perdendo a intimidade, agora então piorou. Viramos dois estranhos. Isso me fez chorar hoje. E também ver que agora sou menos importante que Fabiana para você. E jamais estou dizendo isso com ciúme nem nada, é com tristeza mesmo.

— Isso não é verdade. Caso você estivesse bêbada eu também me preocuparia.

— Mas não iria me levar até a minha cama. – nos olhamos. – E eu te entendo. De verdade.

— Por que você pensa que eu não te levaria?

— Porque seria difícil pra você.

— Fiquei três anos fazendo coisas difíceis ao seu lado.

— Mas não depois de ficarmos juntos.

— Você acha que não é importante. – dei uma risada nervosa. – Não consegue ver que estou tentando fazer de tudo para você poder me esquecer?

— Vai ser preciso mais que as pessoas não falando do seu sentimento.

— Foi o que eu pude fazer. Pra ser sincero, você já sabe, mas eu continuo dizendo, eu me sinto muito culpado por não estarmos juntos, então eu te apoio nessa decisão.

— Apoia porque sou sua prima problemática que não tem mais problema e que optou pelo seu irmão. – nos olhamos. Era impossível superarmos tanta mágoa. – O seu olhar diz tudo Arthur, sempre disse.

— Fui eu que estraguei tudo Alice. Devia ter confiado em você lá no inicio. As coisas não são só como você pensa. Não sou tão imaturo a ponto de não enxergar os meus erros. – vi que os seus olhos se encheram de água.

— Por que estamos discutindo isso mais uma vez?

— Porque o sentimento não nos deixa seguir em frente, você não vê?

— Mas não podemos mais nos machucar. Sabe Arthur...  Pra por uma pedra nesse assunto eu quero que saiba que eu o quis, quis muito. Mas quem não iria querer? Kevin puxou muito a você, os dois tem o mesmo poder de conquista. Mas você foi o único que eu tive esse sentimento, que eu não sei nem classificar. Nunca parei de pensar em você e isso não faz nenhuma diferença agora, mas eu sei que eu vou pensar em você por muito tempo.

— Essa tarde eu te pedi uma chance Alice e você se mostrou decidida a tentar me esquecer. Aja de acordo com suas palavras. Dizer que vai pensar em mim não é legal.

— Devo mentir então?

— Não diz nada. Acho que não devemos falar sobre isso.

— Quem começou foi... – ela parou e relembrou a conversa. - Eu.

— Acha melhor dar um tempo na nossa amizade? – ela ficou me olhando sem respostas. Mesmo que eu estivesse sentado ao seu lado não conseguia ler sua expressão. Sem mais nem menos ela enlaçou meu pescoço e me beijou. Peguei sua cintura e a afastei.  – Alice? – a olhei franzindo a testa.

— Você não quer? – não adiantaria explicar que isso iria complicar ainda mais as coisas. E eu não conseguia ser tão forte assim. Envolvi seu rosto com as duas mãos e a beijei novamente, por tempo suficiente para matar a saudade que eu estava. Ela tentou se afastar por duas vezes, mas não deixei, até que enfim ela me empurrou.

— Era o contrário... – falei baixo.

— Sua vontade parece maior que sua falta de ar. Arthur...

— Não. Não fala nada.

— Não posso fazer isso. Olha a loucura que você fez por minha causa, pra me ajudar a te esquecer e eu vou e te beijo?

— Eu te pedi para não falar nada. – fiz carinho em seu rosto e vi que ela não estava bem. – Alice...

— Não Arthur. – ela saiu correndo. Tinha que deixá-la fazer o que quisesse fazer, era o mínimo depois de errar tanto. Se eu fosse atrás dela agora seria pior, ela poderia se sentir pressionada ou não sei... Não conseguia saber o que se passava na cabeça de Alice. Nunca. A única coisa que eu sabia era que a gente sempre se beijava como se fosse a última vez. E que o meu amor era todo dela. E sempre seria.


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