Amor Perfeito XIII - Versão Arthur escrita por Lola


Capítulo 27
Culpa, troca e punições


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥



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Kevin Narrando

Estava conversando com Arthur depois do café e vi que Murilo estava vindo com Alice. Ela ficou com as meninas e ele continuou andando.

— Ele tá vindo, o que eu faço? – perguntei tentando disfarçar meu desespero.

— Tá doido Kevin? – meu irmão me olhou como se eu tivesse enlouquecido.

— Ele disse ontem que sabia o que estava rolando entre a gente e achava que sentia o mesmo por mim. Arthur fala logo o que faço!

— Não faz nada. Age normalmente.

— Oi. – ele chegou e nos olhou.

— Oi. – dissemos juntos. Sabia que eu iria começar a suar.

— Ei Murilo. – a garota que foi até ele no dia que todos conversavam chegou e sorriu, segurando o ombro dele e beijando seu rosto. – Como você está? Melhor?

— Melhorando. – ele respondeu olhando para ela.

— Isso é ótimo porque eu queria te chamar para vermos filme hoje. – agora eu sabia o que isso significava para elas.

— Se eu tiver de boa eu vou. – não acreditei em sua resposta. Parei de observar aquilo. Fiquei olhando Arthur.

— Você fez merda. – afirmei com certeza. Ele ficou calado. – O que você fez? – a garota se foi e Murilo passou a prestar atenção na gente.

— Como você faz isso?

— Não interessa. Quero saber o que você fez.

— Tenho vergonha de falar.

— Transou com a ruiva. – afirmei com raiva. – De novo? Quando a Alice não olhar mais pra sua cara você para.

— Como você sabia? Kevin eu nunca vou entender você sempre saber de tudo o tempo todo. É assustador pra caralho!

— Não é um poder sobrenatural perceber desejo satisfeito no olhar das pessoas.

— Você é um tipo de Sherlock né?

—Não desvia do assunto. Quero saber o porquê de você se sentir tão culpado. Não foi só pelo sexo.

— Querem que eu saia? – Murilo perguntou parecendo entediado.

— Você não quer saber de tudo? – perguntei e dei de ombros. – Fala logo Arthur.

— Vem. – ele nos chamou para fora. – Eu estava jogando truco com os meninos... Vi Alice sozinha e fui conversar com ela, a gente se aproximou tanto e eu fiquei tão feliz, quando ela foi dormir e viu Lis me esperando no meu dormitório o olhar de decepção dela, a forma como ela me tratou... Perdi a cabeça. – ele ficou em silêncio.

— Se eu tiver que te mandar falar de novo...

— Espera. – Murilo chamou minha atenção. – Não está vendo que é difícil pra ele? Você não tem muita paciência mesmo né? – fiquei engasgado.

— Vocês não vão brigar por minha causa.

— Deixa pra lá, seja o que for que você tenha feito vai ter suas consequências mesmo. – Arthur me puxou não me deixando ir.

— A gente sabe que não é bem assim.

— Mas eu não posso resolver sem saber o que é.

— Fiz algo ruim. Bem ruim. – ele abaixou a cabeça. – Fiquei com raiva dela, do que ela causou... Ela ficou demonstrando que me queria e eu acabei apelando.

— Bateu nela? Depois de transar ou antes? Não estou entendendo.

— Durante. – Murilo concluiu mostrando a masculinidade dele.

— Eu a trouxe aqui pra fora e a encostei contra a parede e vocês já sabem. A violência foi só o jeito mesmo, eu não a bati.

— Tá e ai? – perguntei ficando nervoso.

— Ele está se sentindo culpado você não consegue enxergar? – olhei para Arthur mostrando o problema que a gente tinha com Murilo entre a gente.

— Teve um clarão, não sei ao certo... Acho que foi um flash.

— Onde eu queria chegar. – olhei meu primo. – Vou atrás dele. – Arthur me segurou.

— Não temos certeza Kevin, se você chegar querendo...

— Eu tenho que ter muita paciência. – respirei fundo. – Não vou dizer “e ai papai me dá as fotos que o cara que você certamente manda ficar nos seguindo tirou ontem do Arthur”. Vou entrar no jogo dele e ele quem vai dizer o que quer em troca das fotos.

— Kevin. Ele vai te pedir algo grande.

— E eu vou ter que fazer. Ou você acha que eu vou deixar Alice ver isso? A gente não tem escolha.

— Matar o seu pai seria uma escolha considerável.

— Ainda não sou assassino. – respondi para Murilo e ao olhar para ele eu não consegui desviar o olhar. Pela primeira vez naquela manhã ele estava me olhando do jeito que ele olhava quando éramos apenas nós dois.

— E nem vai ser. – ele concluiu e sorriu.

— Sinto alívio em saber que você ainda decide algo sobre mim.

— Vocês poderiam paquerar outra hora, prevejo que temos pouco tempo.

— Vou lá. – Arthur me olhou preocupado.- Relaxa, vou te tirar dessa.

Queria deixa-lo tranquilo, mas eu sabia que no fundo não seria tão fácil assim. Entrei no quarto dos meus pais, ele ainda estava deitado.

— Oi filho. – minha mãe sorriu a me ver. – O que foi?

— Não vai cumprir a ronda guardinha? – perguntei segurando a risada.

— Respeita o seu pai Kevin. Que isso? Vocês dois nunca tiveram problemas. Já basta o atrevido do Arthur.

— Mãe, você sabia que o seu marido... – ele me fuzilou sabendo o que eu iria dizer. – Se troca e vem logo bater o papo que eu sei que você quer.

— Que porcaria foi essa? – ele perguntou bravo quando saiu.

— O que você quer? – o encarei.

— Não sei do que você está falando.

— Caleb você realmente quer expor todos desse jeito? – ele deu uma risada cheia de maldade. – Vamos negociar.

— Quero você e você sabe disso. Para com essa palhaçada. – ele chegou mais perto e falou baixo e de forma incisiva. – Já deu desse papel idiota de menino bom. – respirei fundo tentando não absorver aquilo. – Escolhe você de volta aos nossos negócios ou o seu irmão exposto e a princesinha magoada. Acho que depois de ver aquilo ela nunca mais vai querer nada com ele. E só pra você saber, tem vídeo.

— Sou o mesmo. Estou nos negócios. O que você precisar eu vou fazer.

— Para de achar que me engana. Kevin... Antes eu até podia contar com o seu irmão para me ajudar a desvendar sua cabeça, mas agora não posso mais, então... Ou estamos do mesmo lado ou não estamos. Você sabe o que eu faço contigo desde novo quando fico bem irritado né?

— Além de me tirar tudo?

— Você não se lembra porque há tempos não me desobedece. – ele pegou em meu braço e o torceu com força. Vi minha pele ficando quente e avermelhada. A dor era insuportável, eu quase fiquei sem ar. – Já fiz isso antes... Com esse mesmo braço.

— Você é sádico. – falei com dificuldade.

— Vamos a enfermaria. Isso vai precisar apenas de uma faixa e alguns anti-inflamatórios fortes. Vou cuidar do meu filhinho. – fui com ele, eu não tinha opção, a dor era imensa.

— Não posso enfaixar. – falei baixo a ele. – Arthur não é burro.

— Tire a faixa ao sair daqui e torça para se recuperar mesmo assim. Ou ande de moletom. O dia está mesmo cinza, chuvoso e ameno.

— Você vai apagar as fotos?

— Sim e você sabe que tenho palavra. Não vou deixar cópias. Agora aguarde que você vai quebrar o dedo semana que vem. E uma queimadura na quarta. E várias outras punições que você já deve ter se lembrado que consigo fazer sem deixar indícios... Eu te quero Kevin, mas eu não vou apenas te ter de volta com um abraço e um sorriso. Essas fotos vão sair bem caras pra você.

— Por que você é assim?

— Porque eu gosto de ter o que eu quero. Simples assim. Pra isso eu faço o que for preciso. Pessoas fortes agem assim.

— Pessoas doentes agem assim.

— Você está falando como aqueles moralistas dos seus tios... Virou um deles Kevin? – ele me olhou de perto. – Lembra que eram eles que te olhavam diferente a sua vida toda, eles te excluem do resto dos seus primos... Para eles você não vale nada.

— Para eles VOCÊ não vale nada. Eu não sou você.

— Mas você é parte de mim. Para de tentar se enganar Kevin.

— Como eu vou fazer minhas funções assim?

— Não tem nada para descarregar hoje.

— Mas tenho que ficar disponível, você sabe muito bem disso.

— Se vira. – ele saiu me deixando sozinho. Como meu braço já estava enfaixado e eu estava medicado, fui até o meu dormitório e coloquei um moletom.

— Qual é? – nem olhei para o dono da voz.

— Caralho, já falei para não chegar perto de mim.

— A gente devia se encontrar de madrugada ontem, mas você sumiu.

— O que você quer? O carregamento não acabou.

— Dá pra olhar pra mim? – me virei e vi que ele estava com o rosto cheio de hematomas. – Preciso explicar o que tá acontecendo? O esquema está caindo. Olha Kevin, sei que você faz isso pela emoção e não precisa do dinheiro, mas eu preciso e você tem que dar um jeito de resolver essa merda.

— Quem explanou? Já falei que isso não é uma boca de fumo! Eu não estou por aí vendendo pó. Repasso anfetaminas e estimulantes... Isso não tem como ser explanado de qualquer jeito. A pessoa tem que ter muita certeza.

— Não faço ideia. Só sei que o seu pai conseguiu descobrir algo. E ele iria me torturar até eu contar tudo se um policial não tivesse chegado.

— Tinha que ser ele.

— Não vou morrer por essa merda Kevin. Arruma outro contato. Estou fora. E essa surra aqui tem preço. Você vai me pagar o dobro. Ou vai estar bem encrencado.

— Uma ameaça? – dei uma risada. – Prefere sumir misteriosamente ou sofrer um acidente?

— Você não seria capaz.

— Não explore o meu pior lado, você não vai gostar nada de saber o que sou ou não capaz.

— Matar alguém, mesmo? Sempre foi de poucas palavras, sabia que era um psicopata. – o encarei com ódio. – Não vou pagar pra ver, como eu disse, não vou morrer por essa merda.

— A gente se encontra essa madrugada para acertarmos as coisas, sai fora logo. – e assim ele conseguiu estragar meu dia que já estava ruim.

Eu nunca iria ter paz, porque qualquer coisa que eu fizesse meu pai tentaria estragar se eu não estivesse exatamente na mão dele. Precisava de um banho bem gelado para tentar esfriar a cabeça. Tirei a faixa e quando a água caiu senti queimar, acho que pela pomada, eu não devia tomar banho com tão pouco tempo. Foda-se.

Quando sai percebi que me esqueci de levar roupa para me trocar então fui enrolado na toalha mesmo, minha sorte é que meu dormitório era perto. Entrei rápido e vi uma mulher ruiva em minha cama.

— Ah não, hoje é o dia que eu devo lidar com os meus demônios mesmo.

— Eu te ajudei, você me deve um favor. – mordi minha boca na ilusão que eu me controlaria. – Você foi tão bonzinho. – seu olhar era maldoso. – Ah é... Ainda não falei o nome que te faz mudar.

— Sai daqui!

— Vejo que dessa vez não vamos ter que fazer cena. Estava cansada daquilo mesmo, é exaustivo. Não sei como você e seu pai conseguem ser assim o tempo todo. – não sei como eu estava conseguindo ficar ali com ela falando ainda. – Vim te pedir para falar com ele. Caleb está muito mal porque os filhos não conversam com ele mais. Sei que estou sendo intrometida... Já fui desde o início quando te falei sobre a sua opção sexual, mas imagino como deva ser difícil com um pai machista como o Cal. – não sei o que me deu, não consegui mais me controlar, vê-la continuando sentada ali e o chamando por apelido era demais pra mim. E eu já não estava nada bem.

— KEVIN! – ouvi a voz de Arthur e só então me liguei que estava no refeitório segurando a mulher pelo pescoço. Soltei-a de uma só vez a jogando no chão.

— Se eu te ver na minha cama mais uma vez eu te mato. Amante vadia escrota do caralho. – fui colocar roupa e só então parei pra pensar no que eu fiz. Eu estava semi nu agredindo uma mulher e a ameaçando em seguida. Voltei a estaca zero. Pior de tudo que eu só tinha um braço bom e esse agora estava dolorido por fazer tanta força arrastando aquela cadela pelo corredor. Arthur chegou e ficou me olhando.

— Você não pode redirecionar o ódio que sentia por mim para outra pessoa.

— Não quero papo agora, numa boa.

— Ele queria vim e eu não deixei. Acho que vocês dois acabariam brigando. – ele tocou no meu ponto fraco. Abaixei a cabeça. – Tenta pensar em como pode lidar com isso. Sei que é difícil pra você, são os seus pais, era o casamento que você tanto idolatrava, aliás, você se decepcionou muito com ele nos últimos tempos. Mas não deixa que ele acabe com você desse jeito. Aí dentro tem alguém bem melhor que todo esse ódio e você já nos provou isso. – ele deu um suspiro triste. – Vou estar disponível para quando estiver mais calmo. Fica sozinho agora e pensa um pouco.

— Arthur... – o chamei antes que ele fosse. – Sobre as fotos ele já apagou.

— O que você fez em troca?

— Não importa. – desviei o olhar. – Nem tente desfazer, não dá mais.

— Devia ter deixado que fizesse o que fosse com as fotos. Você é mais importante. No fundo Alice já está decepcionada.

— Ele com certeza ia enviar para todo mundo... Se bobear, para dar um ar mais dramático ele iria imprimir e jogar pelo abrigo. Sua mãe ficaria louca, te acharia um pervertido. Seu tio Vinicius iria talvez te julgar com o olhar... Coisas que só entende quem está do outro lado. – ele ficou me olhando. – Sai daqui e me deixa tentar dormir. – ele não parecia satisfeito, mas saiu e eu enfaixei meu braço, coloquei meu moletom e deitei, dormindo em seguida.

Quando acordei não sabia para onde ir. Fiquei deitado e percebi que estava morrendo de fome, já passavam das três da tarde e eu não havia nem almoçado. Tomei café da tarde e não vi ninguém por lá. Fui até a ponte.

— Você não pode passar. – o carinha que vigiava falou me fazendo ficar mais irritado do que eu já estava. – Ninguém pode.

— Ninguém pode, mas os Montez sim. Eu sou um Montez. – o encarei com tédio.

— Caleb ordenou que não deixasse ninguém subir. – ótimo. Ele estava tentando de todos os lados fazer com que eu enlouquecesse. Pensei em ir atrás dele, mas era tão cansativo. Ele estava tirando tudo que me aliviava, trazendo o pior de mim, me provocando de todas as formas. Eu o imagino dando uma de coitadinho e manipulando a amante para ela vim até a mim mais cedo. Minha vontade era socar o cara que estava em minha frente e ele sabia que eu faria isso. Eu já estava na “condicional” pelas drogas, certamente já sabiam da minha tentativa de agressão de hoje e com mais essa eu com certeza seria expulso. Era inexplicável. Como um pai podia agir assim? Andando sem rumo encontrei Alice perto das plantas.

— Oi. – cheguei até ela.

— Está melhor? – ela me olhou apreensiva.

— Sim. – olhei em volta. - Posso ajudar?

— Se quiser. – comecei a tirar algumas alfaces com ela.

— De alguma forma você me acalma. – dei uma leve risada. – Não estou dando em cima de você tá?

— Sem problemas. – ela riu de volta. – Acho que é porque sou calma demais. – ela suspirou. – Não ter tido sentimentos por tanto tempo fez isso.

— Mas lembro da sua mãe dizer que você estava sentindo tudo muito intensamente.

— Isso é só em relação ao Arthur. Ele consegue me desestabilizar.

— Todos sempre tem um ponto fraco.

— Acho que os nossos estão vindo juntos ali. – ela disse e riu. Olhei para trás e vi Murilo e Arthur. Queria correr. Estava com muita vergonha. Ele poderia nem querer estar tão próximo mais e eu deveria entender. Eles chegaram e ele ficou calado com as mãos no bolso me olhando por cima. O olhei por menos de um segundo. Arthur estava de braços cruzados e sua expressão não era nada boa. Pensei em sair andando, mas eu não queria que o clima ficasse estranho entre nós dois.

— Não está achando que eu estou dando em cima dela né? – perguntei olhando para ele.

— Eu não tenho que achar nada. – sua voz e seu jeito de falar confirmaram que sim. Sentei no chão, abaixei a cabeça e levantei em seguida.

— QUE DIA INFERNAL! – reclamei e me levantei. – Só vim aqui porque Caleb proibiu a entrada na ponte de ferro. E eu gosto de conversar com Alice, mas isso não significa nada. Não precisa ficar assim.

— Eu to de boa.

— Ele acabou de chegar. – Alice falou o olhando. – Nem conversamos direito.

— Por que vocês estão se explicando tanto? – Murilo questionou fazendo com que eu ficasse ainda mais inquieto.

— Porque vocês são importantes pra gente. – ela respondeu parecendo chateada. – Não queremos que pensem besteira.

— Relaxa. – ele falou e ela pareceu ficar melhor. O cara do acerto passou e ficou me olhando, não muito, mas o bastante para perceberem.

— O que foi isso? – Alice perguntou e franziu a testa.

— Um problema. E não é nesse sentido.

— Negócios? – Murilo perguntou me olhando. Fiz sinal positivo com a cabeça. Ainda bem que ele era esperto.

— Pensei que era um caso. – olhei Alice e revirei os olhos. – E que você tinha um encontro.

— Se eu tivesse mesmo um caso isso realmente seria a última coisa que eu pensaria hoje.

— Temos que acabar com ele antes que ele acabe com você. – olhei meu irmão e dei uma risadinha sarcástica.

— Nossas atitudes só geraram mais ataques.

— Você me salvou dele por três vezes. E eu não consegui fazer nada por você.

— Não tinha como você saber.

— Você soube.

— Eu sou como ele, sempre sei. Só que... Eu estava distraído demais nos últimos dias. Não posso desviar minha atenção. Pior que agora ele vendo que cai em tudo que ele armou ele vai saber que tem alguma coisa errada comigo e não vai sossegar enquanto não descobrir o que é.

— Tem alguma coisa errada com você? – olhei Murilo e fiquei calado. - Isso tudo é uma loucura, vocês tem uma guerra silenciosa e doentia contra o próprio pai.

— É pesado mesmo. – Alice concordou, depois olhou o irmão. – Apesar que você as vezes trata o nosso pai como inimigo sem motivo algum.

— Oi meninos e Alice. – a mãe deles chegou e beijou Murilo no rosto. – Seu pai está preocupado contigo.

— Vocês ainda se falam? – Alice perguntou bastante incomodada.

— Já conversei com você sobre isso filha, ele e eu vamos decidir o que fazer depois de sairmos daqui. Não fala desse jeito.

— Por que ele está preocupado comigo? – Murilo perguntou a olhando.

— Você não apronta nada há dias. O que está acontecendo?

— Vou aprontar o que aqui?

— Vi Fabiana. Vocês terminaram né?

— Não termina o que não se começa.

— Filho ela é tão boa.

— Você não imagina o quanto. – ela deu um tapa forte nele.

— Toma jeito Murilo. Você vai perder quantas garotas legais até se arrepender?

— Você veio me encher o saco? Sério mesmo? Não é você que diz que aqui é cheio de serviços e que vive exausta?

— Só quero sua felicidade. Sei que tem muitos anos ainda para achar a pessoa certa, mas você pode estar deixando ela escapar sem ver. Quem será essa garota? Isso não te preocupa?

— Quem será essa garota? Grande questão. – ele repetiu a pergunta a olhando e deu um sorrisinho debochado.

— Você tá com alguém. Quem é ela? Murilo!

— Não fode. – ele saiu andando.

— Quem é? – ela perguntou olhando para Arthur. – Não mente, você sabe. E eu vi no sorriso irônico dele que ele está apaixonado, conheço meu filho e eu nunca o vi assim.

— Não tem como a gente saber mãe, é o Murilo, com ele nunca se sabe. – Alice disse salvando Arthur da resposta e me lembrando o quanto era incerto as coisas com ele.

— Tomara que ele não faça outra garota sofrer. Isso tudo vira um carma e volta contra ele. Estou falando sério. Vocês não entendem. Vou indo. – ela mandou beijo para a filha e se foi.

— Também vou. Até mais tarde. – resolvi deixar os dois sozinhos. O clima parecia tenso entre eles e se conversassem talvez melhorasse. Assim eu esperava.


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