Amor Perfeito XIII - Versão Arthur escrita por Lola
Notas iniciais do capítulo
Boa Leitura ♥
Passe o tempo que passar eu sempre acharia incrível a forma como as coisas estavam calmas e explodiam de uma hora para outra. Kevin ter sorrateiramente espionado Alice e eu no carro aquele dia, guardado isso e contado agora para Murilo mostrava o quanto ele era sujo, frio e calculista.
Era um péssimo momento para ter essa merda de namoro falso. Tudo o que eu queria era me acertar com Alice. A minha raiva daquele vídeo, as palavras do meu pai, a minha dúvida sobre ela, tudo isso já havia se tornado irrelevante e agora... Ela decidiu ficar com ele.
— Vai ficar trancado nessa dispensa chorando até quando? – olhei para cima e vi Lis.
— Já te apresentei como namorada para todos, você tem passe livre para estar perto dele, pode me deixar em paz? – ela fechou a porta e se sentou quase em minha frente.
— Quando eu te conheci eu fiz uma análise errada de você. Seu amigo e você estavam fumando e bem humorados, um humor até meio ácido e negro, admito... Mas eu vi algo em você que me chamou atenção e não foi o par de braços musculosos nem os olhos verdes.
— Clichê. Acho que já ouvi isso antes. E foi de Alícia. Ela citou algo como carro e dinheiro.
— Você é alguém que se destaca, chama muito a atenção. E te ver assim nesse estado degradante por uma garotinha...
— Já fiz de tudo pra esquecer. – desabafei.
— Não fez do jeito certo com certeza. Vou te ajudar nessa, considere como meu agradecimento por estar nessa missão bem inesperada e estranha por mim e seu pai.
— Qual é a sua? – encostei a cabeça na parede e a olhei. – Você é inteligente, independente, linda, pra que se prestar a um papel decadente desse? Ele nunca vai se separar da esposa.
— Seu pai é um sedutor nato, por mais esperta ou inteligente que seja a mulher não vai conseguir resistir. E sabe o que me espanta? – a olhei questionando. – Você tem o mesmo ou até mais poder que ele e desperdiça chorando por alguém que não está nem aí para você.
— Quero mudar isso.
— Nós vamos. Agora levanta. – ela se levantou e me estendeu a mão e saímos dali.
— Como você sabia que eu estava lá?
— Quando você me mandou sair daquele jeito estúpido e nada simpático, fiquei ali fora e vi quando você arrastou a donzela para o primeiro cômodo à frente. – ela suspirou. – E vi também ela sair chorando.
— Por que ela me disse não e estava chorando depois disso? – fiquei visivelmente agitado e confuso.
— Ei, não é para ficar esperançoso não! Só estou contando isso para você ver o quanto essa roda gigante não vai parar de girar. Não sei a história de vocês, mas já percebi que quanto mais se aproximam mais se magoam. Se lembre que a gente quer sair disso.
— A gente? – parei e a olhei.
— Eu não disse que vou te ajudar? Estou contigo nessa.
— Rafael e Alícia tentaram e não deu muito certo.
— Um com bebidas e drogas e a outra com sexo. Não pretendo usar esses artifícios. Na verdade para esquecer alguém não precisamos usar nada nem ninguém, apenas nossa própria cabeça. Chegamos. – ela parou em frente a um dormitório. – Devia estar bem chateada contigo, com toda essa confusão você acabou com o esquema que eu tinha com o seu pai para mais tarde... Agora ele e a esposa estão atrás do filho deles que parece não estar em lugar nenhum. – ela constatou olhando o celular, seguramente lendo uma mensagem dele.
— Tomara que suma! – respirei fundo. – Boa noite.
— Até amanhã amor. – ela falou enquanto eu já estava andando para o meu dormitório.
Hoje era um dia triste em dobro. Iria acontecer uma celebração devido às muitas mortes por causa da doença e eu ainda provavelmente enfrentaria Alice e Kevin juntos.
— Tá dando mole com essa cena de sofrido. – Lis disse enquanto eu encarava o céu. – E você podia se lembrar que sou sua namorada e ser mais próximo e afetuoso comigo?
— Não. – a olhei e não aguentei e dei uma risada. Parei em frente a ela e estiquei meu corpo para pegar no canto do palco baixo o recipiente de metal que seria usado para queimar o incenso e fiquei mexendo na alça em corrente comprida.
— Você sabe que quem acende isso é um seminarista né? – ela me perguntou segurando um sorriso.
— Na falta de um vai eu. – dei o meu sorriso de piada a ela. – E isso aqui é simbólico, digo, toda essa celebração.
— Decidi vim pra cá no pior momento da vida. Ou não, porque você precisa de mim.
— Disse que só preciso usar minha cabeça. Usar você não seria... – ela me interrompeu.
— Sou o instrumento. Apenas. – ele suspirou. – Para começo de conversa, me fala uma coisa, quando você pensa nela o que faz?
— Você já disse, penso nela. – a olhei de lado.
— Esse seu sorrisinho dá vontade de te bater. – ela riu. – Estou dizendo para que deixe de pensar.
— Penso em outra coisa, mas ela sempre volta.
— Pare de olhar para ela.
— Como eu vou sair dessa? – encarei seus olhos perolados.
— Primeiramente querendo sair dessa. Decida esquecê-la e toda a mágica começa por aí. Sei que você já arrotou por todos os cantos que tentou e não conseguiu, mas no fundo você tem que admitir para você mesmo que não esperava que isso acontecesse. Que tinha a esperança lá no fundinho que ela fosse sua. – não consegui encara-la.
— Você é sempre tão esperta assim?
— Só quando lido com garotinhos.
— Sou tolo no amor, mas não em todo resto. Sei o que está fazendo agora.
— O que? – seu olhar era provocativo e o sorriso desafiador.
— Dizendo que sou garotinho para ferir minha masculinidade. Daí eu te digo que não sou, você pede para provar... Tá esperando transar comigo. – ela desviou o olhar. - Olha eu sou bom. A vida toda fui cercado de garotas e mulheres com a mesma intenção. Questão de treino.
— Não conte ao seu pai.
— Ele sabe. Mesmo se eu já não tivesse dito ele saberia. Você não tem noção do ninho de cobra que você entrou.
— Caleb sabe que sou fria o bastante para manter distância. Caso contrário não pediria para me assumir como namorada.
— Talvez ele não se importante tanto. Não se iluda que ela tenha sentimentos, já avisei.
— Também já avisei que não os tenho. – olhei para o palco e era hora de queimar o incenso. Fiquei em silêncio o resto da celebração e quando acabou vi Alice vindo em minha direção.
— A gente precisa conversar. – ela falou e eu não consegui tirar os meus olhos dos olhos dela.
— Não precisam não lindinha. – Lis respondeu por mim e depois pegou minha mão e entrelaçou a dela.
— Esse namoro é mais falso que o seu cabelo. – Alice a afrontou me deixando surpreso. – Caso não saiba ele é meu primo, preciso tratar de assuntos familiares.
— Sou ruiva natural e você é muito burra se não percebeu. – ela respondeu e se aproximou de mim, segurou no rosto e avisou com o olhar que me beijaria. Sorri ao saber daquilo, torcendo para meu pai ver a cena. O beijo foi lento e demorado. – Isso foi falso para você? – ela olhou para Alice. – Podem conversar sobre a família priminhos. Eu te vejo daqui a pouco amor. – fiquei olhando ela sair rebolando.
— Você mentiu pra mim? Pretendia ficar com nós duas?
— Se puder falar o que quer rápido, estou com calor e quero ir trocar de roupa antes do almoço. – a olhei e depois desviei o olhar. Quando eu conseguisse olhar para ela sem demonstrar sentimento eu iria conseguir encara-la por mais de cinco segundos.
— Tá sendo rude agora Arthur? Só por que escolhi não ficar com você?
— Não. Porque escolheu viver o seu lance com Kevin. Não esperava isso de novo. Como você disse, brigamos tanto por isso e no fim eu estava certo, não é? – respirei fundo. – O que quer Alice?
— Kevin... – ela ficou um pouco sem jeito. – Ele te pediu perdão e está em seu lugar em todos os seus castigos?
— Por que não pergunta a ele?
— Porque ele não quer conversar comigo. Ele decidiu se distanciar.
— Típico dele. Está te manipulando. Mais uma vez. Isso só vai fazer crescer seu interesse e vontade.
— Quero entender o motivo de ele pedir perdão e se prejudicar com tanto trabalho.
— Não estudo psicologia para entender a mente de psicopatas como ele. – ela ficou me olhando igual uma criança confusa. – Se quer mesmo ficar com ele Alice se acostume porque é assim que vai ser, você nunca vai saber quais são as reais intenções dele. E eu agradeceria muito se não viesse atrás de mim para sanar suas dúvidas. – sai e a deixei sozinha. Depois de trocar de roupa recebi uma mensagem do meu pai querendo me encontrar. Claro, como sempre, não podia ser coisa boa.
— Agora que você está sem função vou te colocar para me ajudar aqui. – ele falou quando entrei em sua sala.
— O que eu preciso fazer para você entender que não sou seu fantoche?
— Mas não é. Heloísa foi uma troca de favores, não se esqueça disso. – ele me encarou com raiva. Dei uma risada.
— Você viu o beijo. Agora quer me punir com um serviço que eu detesto.
— Ela já me explicou que foi para você se vingar de Alice. Tá tranquilo.
— Já vai falando suas intenções porque não estou afim de perder meu tempo.
— Kevin. – minha gargalhada saiu amarga e alta. – Ele está dando uma de bom moço. Não sei o motivo. Ter você ao meu lado vai tira-lo do eixo e ele vai dar um passo em falso e vou entender o que ele pretende.
— Vocês são dois doentes!
— Ele não é um adolescente revoltado. Ele é um mafioso. Enquanto você está pensando em intrigas ele está planejando um crime. Preciso entender o que está passando na cabeça dele agora.
— Achei que ele queria usar isso para manipular Alice.
— Nem tudo se trata de Alice! Esquece essa garota um pouco.
— Não dá, ele... - ele bateu na mesa violentamente e me encarou com fúria.
— ELE NUNCA GOSTOU DESSA GAROTA IDIOTA. Será que você não consegue ver isso? - ele passou a mão no cabelo e tentou controlar seu nervosismo. - O Murilo é o único que vê isso, talvez por esse motivo eles sejam amigos desde novos, um é tão esperto quanto o outro.
— Ele não faria isso se não sentisse nada por ela.
— Ele te odeia. Mais que tudo. Ele quer acabar com você. Então, por favor, me ajude a descobrir o que Kevin está aprontando. - ele abriu o primeiro botão da sua camisa e respirou fundo.
— Apresenta alguma teoria que faça sentido.
— Ele quer se aproximar de Vinicius e Gustavo. Acho que ele quer ganhar a confiança deles, encarnar algum papel de coitado e depois de alguma forma atribuir a mim os crimes que ele comete no hotel.
— E você seria demitido? Mas você tem direito a sua parte. E por que ele faria isso se te ama tanto?
— Ele quer causar um caos. Para distrair de outra coisa. Não sei.
— Você não está me contando alguma coisa, porque isso tudo parece ridículo para mim. – sentei em sua mesa e olhei em seus olhos.
— Fizemos um acordo. – ele hesitou. – Se você souber vai me odiar dez vezes mais.
— Preferiria não saber, de verdade. Mas é com esse monstro que Alice quer ficar e eu me importo com ela, preciso saber. – isso não o convenceu. Eu massageei meus ombros e me sentei de forma mais confortável. – Pega um uísque pra mim, por favor. – ele pareceu analisar meu pedido, mas o atendeu. – Se não quer falar eu vou ir dizendo possíveis teorias e você aponta a correta.
— Tem certeza que quer fazer isso?
— Já não te acho um bom pai há muitos anos. – torci o nariz. – Bom... Vamos lá. – suspirei. – Você não se mete nos comércios e interesses dele e tem participação no lucro.
— Olha a minha cara de quem está precisando de dinheiro.
— Você fez algo errado que ele sabe. Algo muito errado. – ele ficou balançado. – Talvez envolva mais alguém e ele te chantageou. – sorri com sua reação. – Bingo. Muito mais fácil que imaginei.
— É muito mais complicado que pensa.
— Complicado é sujo? – ele desviou o olhar. – Ilegal? Criminoso?
— Houve um homicídio no hotel... – ele falou devagar. – Kevin percebeu a movimentação estranha e com a habilidade de se transformar em fumaça, acompanhou tudo sem ser visto.
— Minha mente insiste em querer acreditar que esse homicídio não foi passado impune e que o hotel não acobertou nada disso.
— Sabe o quanto um homicídio arruinaria o nome do hotel?
— Você nasceu sem caráter ou perdeu com o passar dos anos? – perguntei realmente espantado. – Tio Gu não sabe de nada disso aposto, né?
— É essa a chantagem. – ele respirou fundo. – Pensei ter sido difícil demais encobrir tudo na época, agora vem essa.
— Então o deixe falar, é a palavra dele contra a sua.
— Deixaria se ele não tivesse fotos. Estão de longe, com zoom, meio embaçadas, mas ainda são comprometedoras. – dei uma risada demorada.
— Não canso de dizer que ele teve a quem puxar.
— Vamos voltar ao que interessa.
— O que esse acordo tem a ver com ele estar se fazendo de bom moço? Você está cumprindo a sua parte?
— Estou. Faço vista grossa às coisas que ele faz e em troca ele não me entrega. Só que ele também exigiu que eu não traísse a mãe dele. E ele sabe que estou traindo, só não sabe com quem. Quanto a isso, ele não pode desconfiar de Lis, pois ele é capaz de fazer mal a ela.
— Vou beija-la perto dele amanhã. – suspirei. – Mas, ainda não entendo. Não fecha a conta. Será que ele não está fazendo isso apenas para te deixar louco?
— Possivelmente. Só que como eu te disse, ele está me distraindo de algum fato maior!
— Ele é um cara frio, falso. Não se abre com ninguém. Não é capaz de ser sincero. Descobrir o que ele pretende é impossível.
— Você é quem ficou em primeiro lugar em todas as olimpíadas e disputas colegiais, você conseguiu um emprego com seu padrasto no último ano do ensino médio, antes mesmo na faculdade e provou a ele que podia aprender tudo na prática sem ter alguma teoria. Se existe alguém que é capaz de descobrir o que o Kevin pretende esse alguém é você!
— Acho que sei um jeito. – pulei da mesa com o estalo que me veio à mente, saindo rapidamente. Encontrei quem eu queria e sabia que não seria bem recebido.
— Você tá me tirando né? – Murilo perguntou ainda com raiva por tudo que fiz a Alice.
— Você pode me odiar o quanto quiser, mas nesse momento, pela própria segurança da sua irmã eu preciso da sua ajuda.
— O que tem a Alice? – ele se levantou preocupado.
— Preciso saber o que Kevin pretende dando uma de bonzinho.
— Por que eu saberia?
— Porque você é tão esperto quanto ele, você é o único que sabia de todas as coisas que ele fazia e parece que de alguma forma você consegue entende-lo.
— Devo acrescentar em meu currículo “única pessoa que consegue entender o Kevin”. – ele ironizou e depois me olhou. – É tão óbvio Arthur. Ele quer impressionar alguém.
— Alice?
— Não. Meu pai. Na cabeça louca dele ele precisa da aprovação daquele idiota.
— Para namorar Alice?
— Você parece retardado. – ele falou com raiva. – Não tenho todas as respostas. Posso dormir?
— Foi mal te incomodar e obrigado, continue o entendendo, por favor, preciso disso para manter Alice segura.
— Fique com as mãos longe dos peitos dela e não a chame de... – o interrompi.
— Perdão. Já pedi a ela, mas você precisa disso, talvez mais que ela. Espero mesmo que nossa relação algum dia volte ao normal.
— Tchau Arthur. – sai antes que ele me expulsasse. Decidi ir atrás do Kevin, eu tinha que confronta-lo mesmo que parecesse inútil.
— Por que está querendo impressionar Vinicius?
— Porque ele vai ser meu sogro futuramente. – travei meu maxilar.
— Não vai. Ele nunca vai te aceitar. – ele deu uma risada diabólica.
— Você não sabe de nada. – ele disse e desviou sua atenção como se o que dissesse não tivesse a mínima importância. – É tão inteligente para algumas coisas e extremamente tapado para outras. Confesso que sou bom no que faço, confundir pessoas. Ninguém é tão bom quanto eu nisso. – Caleb estava certo, pelo visto ele conhecia bem a cobra criada dele. – Vou te confessar uma coisa Arthur, eu estou me cansando de te causar sofrimento. Você se destrói sozinho. Toda essa preocupação e culpa que você carrega com você... Aos olhos dos seus amigos você é perfeito, mas sabemos como é doloroso ser você. – ele respirou fundo. – Não me solidarizo, mas consigo sentir sua dor. Por isso chega de armações e articulações... Claro, eu nunca vou baixar a guarda, mas você disse aquele dia antes de me bater que não aguentava mais. Então chega. Eu não quero mais viver nessa guerra. Não vamos ser os irmãos amigos como você e Yuri, mas podemos não nos atacar. Paz? – ele estendeu a mão enquanto olhava em meus olhos.
— Não existe a possibilidade de paz quando você planeja ter a mulher que eu amo.
— Não planejo isso. – pela primeira vez em toda minha vida senti sinceridade e algum sentimento nas palavras dele. – Queria poder me abrir, confiar em você... Não consigo. A vida me fez isso. – não sabia nem o que dizer. – Arthur... Você me viu por aí ficando com quantas garotas?
— Nenhuma. – analisei.
— Comecei isso com Alice para te provocar e fui até onde fui a conquistando porque queria que você provasse pelo menos uma vez como é perder. Nunca gostei dela.
— Você mente tão bem que quase me convenceu.
— Sabia que ser sincero a essa altura não adiantaria.
— Você me disse uma vez que era obcecado por ela!
— Já disse tantas coisas. – ele deu de ombros. – Faz parte do meu jogo dizer coisas que você precisa acreditar.
— Continua sendo assim.
— Garanto que não.
— E essa história de Vinicius ser seu sogro?
— Dá para você seguir em frente ou não?
— Vai levar isso adiante mesmo sabendo o quanto me machuca? Isso é querer paz?
— Seu tempo acabou. – ele me olhou e depois ia saindo.
— Por que caralho pediu paz então? – perguntei tentando controlar meu nervosismo.
— Quando se ama alguém é o que queremos. Não é?
— Tá querendo dizer que me ama? - ele ficou me olhando por um tempo.
— Estou. Agradeça ao Murilo, ele quem me convenceu que eu deveria parar com essa perseguição desenfreada contigo. – ele saiu e agora eu estava com um misto de sensações e eu não entendia nenhuma delas.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!