Blood in The Water escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 10
Encontro




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P.O.V. Alec.

Ela me rejeitará? Provavelmente sim, mas perguntar não ofende.

Bati á porta do quarto e esta foi aberta.

—Oi.

—Oi.

E o que acontece agora? Certo.

—Você gostaria de sair comigo?

—Tipo um encontro?

—É. É, Cullen um encontro.

—Com uma condição.

—Que seria?

—Comece a me chamar de Ness.

—Muito bem então, Ness.

O quarto com seu costumeiro cheiro de velas queimadas, flores, ervas e perfume. Os livros velhos cuidadosamente organizados numa estante de ébano entalhado. A cama era de mogno com um colchão King-Size e uma colcha vermelha peluciada. Nas paredes de aço posteres grudados com imãs que demonstravam o quanto ela era eclética. Coldplay, Linkin Park, Beyoncé.

—Então... onde nós vamos?

—O que?

—No encontro.

—Você gosta de comida italiana?

Ela sorriu e revirou os olhos.

—Gosto. Espera um pouco, você não tem uma... namorada?

—Eu tinha.

Então falou num tom de preocupação:

—Por favor, me diga que não a matou.

—Não a matei. Ela foi embora.

—Graças á Deus!

—Não. Graças á você.

—E você não respondeu á minha pergunta. Onde vamos?

—Você vai gostar.

—E quando vamos?

—Esta noite?

—Esta noite então.

—Te pego ás sete.

Fiz reserva no La Vecchia Lira, é um bom restaurante de acordo com a crítica humana. E ás sete da noite, bati novamente á porta do quarto dela e lá estava. O cabelo preso num rabo de cavalo com um moicano feminino, o vestido de lantejoulas azul, a sandália preta e carregava um sobretudo preto e um guarda-chuva.

—Porque o guarda-chuva?

—Porque vai chover.

Certo. Ela era vidente.

—É uma coisa de bruxa. Eu posso sentir que vai chover. E é reconfortante ver você usando uma roupa de verdade ao invés daqueles trapos horrorosos que chamava de uniforme.

—Cu... Ness, estou de terno.

—Já é um avanço. Não acha que deveria levar um casaco?

—Eu não sinto frio. Ou calor.

—Certo.

Nós fomos até o estacionamento onde eu peguei a minha BMW já que ela diz que vai chover, acho que um carro conversível não serviria de nada.

Quando chegamos um porteiro apavorado pegou o casaco dela.

—Está tudo bem. Não vamos ferir você.

—Estou cansado de beber sangue enlatado.

—Não se preocupe. Esta noite vai ter... bem, sangue não enlatado.

—Uma das suas coisas de bruxa?

—Não. Uma visão.

Pela primeira vez na minha existência eu vi a marca de nascença nas costas dela. Ficava no ombro direito e parecia uma pirâmide.

P.O.V. Renesmee.

O restaurante era bonito, aconchegante, com mesas de madeira, o balcão com garrafinhas d'água, as luminárias pendendo do teto. E como eu estava meio de saco cheio de macarrão, pedi carne.

—E para o senhor?

Á menos que você esteja no menu, nada.

Olhei feio pra ele.

—Alec!

Era bonitinho ouvir ele falando italiano.

—Ahm, eu preciso aprender a falar italiano.

P.O.V. Alec.

É um tanto estranho ir a um encontro e só ver a sua acompanhante comer. E enquanto mastigava ela parecia analisar o que estava comendo.

Quando finalmente acabou o que levou uma hora, ela falou:

—Devia ter pedido macarrão. Nem sei o que foi isso que eu comi. E não posso me dar ao luxo de passar mal. Não hoje.

—E porque não?

—De onde você acha que vai vir o seu sangue não enlatado? Um ataque. Os humanos não aprendem. Vão caçador um bando de predadores á noite, no seu... Castelo. Ops.

Disse começando a tomar o que sobrou do vinho. Pouco antes de dar o primeiro gole ela diz:

—E lá vem a chuva.

E começou a cair o maior temporal. Mais dez minutos para terminar a garrafa. E finalmente ela acabou.

—Como você é mala! É um encontro. E não é como se você fosse ficar mais velho.

Ela colocou o sobretudo, agradeceu ao porteiro em italiano, abriu o guarda-chuva e nós saímos. Ainda é estranho ver o que costumava ser o Castelo de São Marcus sendo um Castelo de aço brilhante.

—Não está com medo de morrer eletrocutada ai dentro?

—Não. Tomei precauções. Há feitiços de barreira, de proteção em volta do Castelo todo.

Já estando lá dentro, eu estava prestes a deixá-la no seu quarto quando ela me puxou.

—Ei! Além de me deixar só na vontade, não vai me dar nem um beijo de boa noite? Que falta de educação.

—Não vou fazer sexo com você com os seus pais ouvindo.

—Bem, e se eu dissesse que posso dar um jeito nisso?

Ela pegou um ramo duma erva, um esqueiro, acendeu e aquela fumaceira começou a se espalhar pelo quarto.

—Feche a porta. E tranque.

—Tentando me drogar, Cullen?

Ela olhou feio pra mim.

—Não, seu ignorante. É apenas sálvia, assim podemos fazer e falar livremente sem medo de sermos ouvidos.

E nós fizemos. Nunca conheci uma pessoa que tivesse tanto apelo sexual nos meus novecentos anos.

—Você com certeza é melhor que o Jacob. Ainda não acredito que estarei ligada a ele enquanto ele viver.

—O que quer dizer?

—Quero dizer que... eu sou o imprinting dele e ainda assim ele me traiu. Peguei ele na cama com outra garota, ai eu dei um pau nele. Então, se estiver pensando em ter um caso com alguém enquanto está comigo... não faça isso.

Ela se levantou, se vestiu e ouvi os dragões grasnando.

—Hora do jantar. Os humanos estão cercando o Castelo de Marfim.

—Castelo de Marfim?

—Aro sempre pensou que eu fosse uma garotinha tola, uma princesinha num Castelo de Marfim. Pensei que seria engraçado. Vamos lá, não está com fome? Convoque todos, todos sem exceção.

E logo todos os guardas e os Cullen estavam reunidos nos portões.

—Os humanos estão fazendo um cerco. Vou dar a eles a chance de se render, mas eles não vão aceitar. E vocês vão ter um belo jantar, mas eu preciso de um sobrevivente. O Doutor Lorenzo. Ele tem que viver. E o General é meu. Quanto aos outros... bom apetite.

A tempestade caia violenta lá fora e ela saiu.

P.O.V. General Marini.

Ela saiu.

—Você não quer fazer isso. Vá pra casa para sua família e nos deixe com as nossas.

—Vocês estão cercados!

—Um cerco? Você percebe que nós não precisamos comer, certo? Bem, não pode dizer que eu não te dei a chance de se render.

Ela voltou para dentro, fechou o portão e então... um a um meus homens começaram a cair mortos. Os vultos negros os massacraram. Tiros de nada adiantavam, eles não sentiam nada.

Mil homens, mortos em menos de dez segundos.

Então, ela saiu.

—Bem, foi um lindo massacre.

Senti-a agarrar o meu pescoço.

—Lembra quando eu disse que queria paz? Devia ter escutado.

Senti os dentes rasgando a minha garganta e então... nada.

P.O.V. Doutor Ferri.

Foi um massacre sem tamanho. Mas, não havia acabado ainda. O enorme dragão pousou nos portões do Castelo, depois no chão. Ela montou nele e começaram a voar ao meu redor. Todos os três.

Eles voaram ao redor dos tanques, cercando-os.

—Dracares.

E os bichos cuspiram fogo. Transformando os tanques num monte de lava derretida. E os homens lá dentro queimaram junto.

Então, ela desceu do dragão.

—Quando os seus governantes vierem com ideias de retribuição e vingança. Diga a eles o que aconteceu aqui. Diga a eles que eu pela segunda vez dei ao seu General e seus homens a chance de se renderem, de recuarem, diga a eles que você viveu pela graça de sua Majestade. A Rainha Renesmee que por acaso sou eu.

P.O.V. Jane.

Puta que pariu! Ela acabou com o cara.


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