Nas próximas semanas, Simon seguiu sua palavra. Toda semana tinha uma bolsa com suprimentos para ele. Foi assim que ele descobriu o amor doentio de Blue por Oreos. Claire tinha colocado alguns e quando Owen não estava olhando sua beta roubou. Agora toda vez que vi um, ela ficava louca.

Echo tinha melhorado e eles eram novamente uma matilha forte. Desde que saiu com as meninas, Owen estava aprendendo muito mais do que pensou ser capaz.  Um bando de raptores era complexo e estava sempre evoluindo. Ele sabia que raptores eram animais altamente inteligentes, mas nunca pensou que fossem tanto.

A cada dia que passava, ele aprendia mais sobre como viver em bando as meninas tinham um modo próprio de comunicação além da fala. Owen notou que em muitas caçadas, elas olhavam para a outra e não falavam. Owen estava aprendendo isso. Assim como imitar os sons que as meninas fazem. Ele conseguia reconhecer e imitar a maioria dos sons. Isso se provou fundamental para o bem do bando.

— Vá.  – Ele disse para Delta.

O raptor tomou a frente e foi para o local aonde Claire iria se encontrar com Owen. Ele queria ver a reação da ruiva ao ver um raptor de frente na floresta.

Claire saiu de seu carro e olhou nervosamente em volta. Owen tinha deixado uma mensagem para ela se encontrar com ele ali. Como ele conseguia entrar e sair do parque sem que ninguém o veja, Claire não entendia. Ela apenas sabia que acordou e encontrou um bilhete colado no espelho dela. Pensar que ele entrou em seu apartamento enquanto ela dormia era assustador. Era assim tão fácil entrar na casa dela?

Ela segurou sua pasta com mais força e pulou quando sentiu seu cabelo ser jogado para longe pela a respiração de alguma coisa. Ela rezou para ser Owen, mas ela tinha mandado escova e pasta de dente. Ela não acreditava que a respiração dele estivesse tão mal.

O mais lentamente que conseguiu, ela se virou. Parada atrás dela, estava um dos raptores. Claire não se lembrava o nome. Ela sabia que os quatro tinham nomes de b a d, mas não conseguia se lembra de quem era quem. O raptor com ela era Verde. Claire piscou.

— Oi. – Ela disse firmemente igual quando ela estava lidando com homens machistas. – Eu tenho um vestido dessa cor. Uma bolsa também.

O raptor olhou para ela com a cabeça inclinada. Claire a encarou quando ela deu um latido confuso como se perguntasse algo.

— Para trás.  – Ela se lembrava que esse era um dos comandos que Owen ensinou para elas. – Eu disse, para trás.

— Você tem bolas de aço. – ela olhou para atrás e viu Owen se aproximando.

— Foi um teste. – ela afirmou.

— Sim. Essa é Delta. – ele disse apontando para o raptor.

— Se ela decidisse que queria me comer, o que você faria?

— Ela não iria. Ela gosta de coisa com mais carne.

— Desculpe?  O que quer dizer com isso?

— Nada. Apenas que minhas garotas gostam de alimentos com mais carne. Mas não se preocupe, eu acho que você estar no ponto.

— Não é por isso que eu vim aqui.

— Eu sei. – Owen estendeu uma pasta para ela.

— O que é isso? – ela pegou curiosa.

— Eu coloquei aí como quero o padoque das meninas. Tem as medidas, o que precisa colocar, onde. Essas coisas. Assim como medidas para segurança.  E tem mais uma coisa.

— O que?

— Eu quero poder sair com ela pelo menos duas vezes ao mês.  Elas precisam de exercícios.

— Vou ver como o senhor Marsani, mas não acredito que seja um problema.

— Eu também quero saber sobre Hoskins, o que estão fazendo sobre ele?

 - Temos uma investigação acontecendo. Ainda não conseguimos nada de concreto. Estamos sendo sutil. Não queremos que ele descubra.

— Certo.

— Mas alguma coisa?

— Não sei. Quer parti para uma rodada de sexo selvagem comigo?

— Isso não tem graça, Owen.

— Não é para ter. – Ele disse sorrindo.  – Eu quero sexo. Faz o que? Um mês que estou aqui. Sinto falta de contato humano.

Claire reviu os olhos, mas sorriu. Ela sentia falta de Owen. Esse era o período de tempo mais longo que eles ficaram sem se ver desde que começaram a se encontrar.

— Eu queria que você andasse com um rádio.  – Claire disse fazendo ele olhar para ele. – Apenas para o caso de emergência.

— Não. Eu posso ser rastreado.

— Não com esse. – Claire disse entregando um rádio para ele. – Meu pai também serviu, ele me mandou esses. Ele me disse que eles são apenas ligados entre si. Não dá para falar com eles com outros, não dá para rastreia. Leve. Eu vou me sentir melhor.

Owen pensou um tempo e pegou o rádio. Ele sabia que podia confiar em Claire. Ela tinha mostrado isso mais de uma vez.

— Como você entrou no meu apartamento? – Ela perguntou de repente.

— Eu ainda tenho a chave.

— Sim, mas como ninguém te viu?

— Eu sou muito bom em me juntar as pessoas. – Ele sorriu. – Eu tenho que ir, as outras acordaram de seu cochilo. Até mais, Claire.

— Espere, Owen. Eu tenho outra mochila para você. – Claire foi até o carro e pegou outra mochila. Ela levou para ele.

— Tem Oreos? – ele perguntou enquanto Delta pulava ao redor do alfa.

— Sim. Ela está bem? – Claire perguntou para ele enquanto prestava atenção no raptor.

— Sim. Ela tem DNA de ave. Arara Verde para ser exato, ela acha que se parar por muito tempo vai explodir. – Owen passou a mão pelo o pescoço do raptor que ronronou para ele.

— Tudo bem. Aqui.

— Obrigado.

— Não foi nada. – Ela disse sorrindo para ele.

Owen colocou a bolsa nas costas e puxou Claire pela à cintura a beijando. Claire grunhido surpresa e apoiou a mão no ombro dele.

— A gente se vê por aí, ruiva. Vamos, Delta.

Claire piscou e assistiu Owen e Delta sumirem na floresta.

Naquela noite, Owen levou as meninas para uma corrida. Ele sempre fazia isso, mas hoje ele deixou Blue liderar o caminho. Eles pararam em uma colina e Blue soltou um chamado que as meninas imitaram. Owen sorriu, mas ficou confuso quando ele escutou outro animal respondendo o chamado. O som era parecido com o das meninas, apenas mais alto e agudo.

— Eu não sei o que é, Blue. – Owen respondeu quando ela bateu com a cabeça nele confusa. – Vem. Vamos descobrir.

Eles se aproximaram e viram um padoque enorme. Owen não sabia que eles estavam planejando outro dinossauro novo. Não tinha vigia, o que Owen estranhou. Se esse animal fosse parecido com raptor, precisava de assistência vinte e quatro horas.

Ele saiu da moto e foi para a área de observação. Blue seguiu ela de perto e olhou para dentro. Owen olhou para a floresta procurando pelo o animal. Quando não viu nada, Owen levou as mãos a boca e usou o chamado que sempre usava para chamar as meninas. Não demorou muito para que duas criaturas saíssem da floresta. Owen não sabia o que eram. Elas eram brancas e se pareciam com uma mistura de T-Rex e Raptor.

— Que merda você fez, Claire? – ele perguntou para si.

Ele olhou para os animais que perguntaram alguma coisa e Blue rosnou ao seu lado.

— Calma. – Owen disse. – Fiquem aqui.

Owen foi até o portão e usou seu código de acesso para entrar. O Jurassic World era tão confiante na sua segurança que as vezes era ridículo. Ele entrou no padoque e se aproximou dos animais. Eles eram pequenos. Do tamanho de um gato adulto. Apesar de parecer ambos brancos, Owen notou que o menor era cinza com manchas douradas nas costas.

— Ei, pequeninos, o que estão fazendo aqui sozinhos?

Ambos olharam para ele confusos. O menor parecia com medo, como se esperasse que ele os ferisse. Owen colocou a mão no bolso e tirou alguns pedaços de carne e jogou para eles. Depois de terem comido, eles se sentiram mais confiantes em se aproximar.

Owen deixou que eles sentissem o cheiro da mão dele antes de fazer carinho nos dois. Ele pulou surpreso quando Blue bateu nele com a cabeça. Ele olhou para trás e viu os quatro raptores ali curiosos. Como diabos elas tinham entrado ali? Os animais na frente dele, olharam para os animais maiores e o menor se abaixou mostrando subcomissão. O maior se esticou o máximo que pode e rosnou se aproximando se Blue. Owen assistiu sua beta abaixar a cabeça derrubar o dinossauro menor, que rosnou e se levantou.

Owen assistiu Blue bufar e rir antes de pegar o dinossauro com a boca e a levar até o pote de água e a jogar dentro. O dinossauro olhou para ela indignada e pulou para fora da água. Blue se sentou em cima dela e resmungou.

— Ok, Blue. Saia de cima dela. – Blue fez o que o alfa mandou e se aproximou da outra a cheirando. – Agora, deixa eu olhar para vocês.

Owen as colocou em sua frente e as examinou. Elas não pareciam muito velhas. Provavelmente, algumas semanas de vida. Owen olhou para a pulseira na pata delas e notou que elas não tinham nome, nem um treinador. Ele se lembrava que nas pulseiras das meninas tinha seus nomes, o nome dele e do projeto.

— O que vocês são? Por que não têm um treinador ou mesmo um zelador?

Elas olharam para ele e Owen se sentou no chão. Ele sabia que podia perguntar para Claire sobre isso, mas ela não contaria. Ele pensou em sair e deixar para lá, mas esses animais tinham DNA raptor. Elas precisavam socializar.

— Meninas, conheçam Evie e Penny. Evie, Penny, conheçam Blue, Delta, Echo e Charlie. Somos uma matilha agora.

Blue ficou mais alta ao lado de Owen. Ela queria mostra que eles eram quem mandava no bando. As duas baixaram a cabeça e mostraram subcomissão. Owen alimentou os novos antes de soltar um assobio que as meninas sabiam que era para elas irem brincar. Charlie, sendo o bebê que era, logo estava correndo com os dinossauros menores atrás dela. Owen deixou elas brincarem e foi colocar sua digital e senha nas portas. Ele sabia que se não fizesse isso, logo mudariam e ele não teria acesso ao padoque.

— Vamos, garotas, temos que ir.

Blue olhou para o alfa confusa e chamou a todos. Owen assobiou e negou com a cabeça que do Evie e Penny seguiram os outros.

— Não podemos levar elas com agente. Mas vamos voltar. – Owen disse delicadamente. – Vamos, garotas.

Owen saiu de lá com as garotas e eles voltaram para a floresta.

Nas próximas noites eles voltaram e passavam grande parte da noite com Evie e Penny após as caçadas. Owen ainda não conseguia entender por que não tinha ninguém com elas pelo menos um segurança noturno deveria ter. Mas nada. Todas as noites, ele esperava encontrar alguém ali, mas nada.

Blue estava se mostrando protetora para com as mais novas e Owen não sabia se ela estava vendo elas como seus filhotes ou apenas irmãzinhas. Quando as outras nasceram Blue só tinha três meses, por isso, ele não sabia como é a reação normal por adições com idades tão diferentes.

— Vamos lá, garotas. Vamos fazer uma coisa diferente hoje. – Owen disse quando entrou no padoque dois meses depois.

Evie e Penny correram para eles. Elas estavam crescendo assustadoramente rápido. Quando ele entrou ali pela a primeira vez, elas mal chegavam perto de seu joelho, agora estavam alguns centímetros a cima de seu quadril. Apesar que ele notou que Evie crescia mais. E ele estava começando a se preocupar com a saúde de Penny. Ela parecia mais frágil.

— Vamos ver como vocês se saem caçando. – Ele fez carinho nas duas. – Olha o que Blue pegou para vocês.

Owen pegou sua mochila e mostrou os ratos que ele e Blue tinham caçado mais cedo naquele dia. Evie pulou na mochila, mas ele tirou a tempo do caminho.

— Não. Garota má. – Ele brigou antes de se levantar. – Fiquem. – ele usou o click para reforçar a ordem e foi para o fundo do padoque.

Owen soltou os ratos e voltou. Depois de deixar as garotas reconhecerem o cheiro dos animais, ele as mandou atrás deles. Ele esperou com os Raptores ao seu lado, já que elas já conheciam esse jogo e elas provavelmente pagariam todos os ratos. Não demorou muito para Evie voltar com um rato morto e colocar aos pés dele. Owen esperou e quando Penny não voltou, ele a chamou. Penny voltou cabisbaixa e sem rato.

— Tudo bem, garota. – Ele disse fazendo carinho nela. – Comigo.

Owen entrou na floresta com Penny e foram atrás dos ratos. Não demorou muito para que Owen encontrasse o problema. Penny não conseguia acerta o alvo. Owen se aproximou dela e notou o problema Penny não enxergava direito.

— Oh, querida. O que esses cretinos fizeram com você?

Owen a pegou no colo e ficou surpreso com o quão leve ela era. Quando ele tentou pegar Echo nessa idade depois que ela machucou a perna, ele não conseguiu tirar ela do lugar. Ele voltou para onde as meninas estavam e saiu com Penny no colo. Ele não era especialista em computação, mas aprendeu uma coisa ou duas nos seus tempos de marinha, por isso ele sabia como fazer certas coisas por trás do sistema. Owen se sentou com todos a sua volta enquanto acessava a ficha das meninas.

Owen olhou para cima quando ouviu Evie gritar, mas era apenas Charlie que a pegando de brincadeira. Ele voltou sua atenção para a ficha e achou estranho quando não viu nada sobre o veterinário. Ele procurou um pouco mais e não achou sinal de cuidados. A última visita foi quando elas foram colocadas no padoque.

— Que porra é essa? – ele resmungou para si.

Ele precisava pensar no que fazer. As garotas iam de duas a três vezes em consultas antes do primeiro ano e depois o veterinário visitava a cada cinco semanas. Essas garotas eram filhotes e não tinham qualquer contato com nada nem ninguém.  Eles estavam tentando cria dinossauros sociopatas?

Owen mandou uma cópia do arquivo delas para o e-mail dele e voltou para o padoque. Ele assistiu as meninas brincarem antes de sair com os Raptores.