Resgate escrita por Tulipa


Capítulo 23
Vinte e Três


Notas iniciais do capítulo

Eu disse que não demoraria, né? Olha eu aqui.

Acho que vcs vão amar esse capítulo, só acho ❤️



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⎊ Pepper Potts ⎊

 

 

2028. Tivemos um início de ano de adaptação, no primeiro dia de aula deles eu não sei se quem mais chorou fui eu ou meus pequenos, passei por isso anos atrás,  mas pareceu a primeira vez, porém, diferente da Morgan que chegou à escolinha sem conhecer ninguém, Valentin e Alice tinham um ao outro e isso me confortava. Tê-los na escola por meio período foi importante pra que eu pudesse voltar a me dedicar a empresa, mesmo com o Tony tão ativo na Stark como tem sido nos últimos anos, nos revezamos nas viagens e eventos, às vezes vamos os dois, e as crianças ficam com Eva e Phoebe, a babá que contratamos há cerca de um ano. Abusamos dos nossos amigos por muito tempo, eles foram sempre incríveis,  foi difícil explicar que Phoebe não havia chegado pra substituí-los, mas a contratamos pra enriquecer ainda mais nossa rede de apoio, e as crianças a adoram.

 

Fomos convidados pra um evento beneficente, por isso agora estou  na Califórnia, e Tony em casa com as crianças, decidimos que eu representaria a empresa já que estou muito mais perto do Disney Concert Hall nesse momento do que ele, mas comparecer ao baile significa não voltar pra casa cedo e ele estranhamente reagiu muito bem a isso.  

 

Depois do meu dia de trabalho me dirigi para o apart-hotel em que me hospedei, pra me arrumar pro evento, já que a mansão que tínhamos aqui foi vendida na mesma época em que Tony decidiu vender a Torre Stark, porém, mesmo que ainda tivéssemos uma casa aqui, não seria meu lar se eles não estivessem. 

Quando chego ao apartamento vejo sobre a cama a caixa da loja na qual comprei o vestido que usarei mais tarde. Após o banho recebo a ligação da recepção, a moça que fará meu cabelo e maquiagem acaba de chegar. Durante a minha sessão de beleza recebo a ligação dos meus amores, eles me ligam o tempo todo, se o Tony for ao banheiro e deixar o  celular num lugar onde eles alcancem recebo uma chamada.  

 

—Oi, mamãe.— eles dizem em coro, três crianças se espremem pra aparecerem na tela. Meu arco-íris de filhos, como a Morgan previu uma vez.

 

—Oi, meus amores, como vocês estão?

 

—Eu tô com saudade.— Valentin diz. 

 

—Não é pra falar isso.— Alice comenta. 

 

—Não fala assim ou a mamãe volta correndo.— eu digo.  

 

—Nãããooo.— Morgan diz. 

 

—Como assim, não?— pergunto —Você não está  com saudade da mamãe? 

 

—Tô, mas a gente pode esperar.— ela responde —Seu cabelo está ficando lindo, mamãe. 

 

—É, você tá linda, mamãe.— o meu menino diz. 

 

—Princesa.— a minha mais nova comenta —Rainha!— eu rio, e quando ia perguntar pelo meu marido eles desligaram a chamada na minha cara. 

 

—Que lindinhos, deve ser difícil ficar longe, né?— Claire, a moça que está fazendo o meu cabelo comenta.

 

—É quase impossível, mas ainda bem que não é sempre, ou por muito tempo.— respondo e ela volta ao seu ofício, ainda bem, ou eu cancelaria a participação no evento e voltaria pra Connecticut, afinal eu amo falar deles, mas prefiro quando estou a menos quilômetros de distância. 

 

Claire termina e deixa o quarto, vou até a caixa sobre a cama a descrubro que a loja me enviou um vestido azul, um pouco ousado pra uma mulher de 45 anos e mãe de três crianças, e não preto como eu havia escolhido, mas ao vesti-lo me sinto bem, porque ele se parece muito com um antigo "presente", e estranhamente me serviu perfeitamente. Me olho no espelho e percebo um glamour como há tempos não ostentava e não há nada de mal em me sentir fabulosa, afinal, o passar dos anos me deu a segurança que eu nunca tive aos vinte e poucos quando usava um vestido como esse. 

 

Desço pra recepção assim que sou avisada de que o carro que pedi chegou, são apenas alguns quarteirões até o Disney Concert e ao chegar me esquivo das dezenas de repórteres e fotógrafos, mas na recepção tenho uma surpresa desagradável.  O nome do baile é "Uma noite em Veneza" e eu não tenho uma máscara veneziana. 

 

—Bem…— a hostess pondera —Nós temos uma máscara pra ser entregue pra Sra.— ela revela ao olhar a lista de convidados —Foi deixada aqui pelo mensageiro das Indústrias Stark.— abro a pequena caixa preta e dentro dela há uma linda máscara prata, delicada como uma renda, a coloco no meu rosto e adentro o baile. Meu primeiro impulso é procurar um espelho pra ver como estou, e o vestido azul com a máscara curiosamente me remete a armadura feita pelo Tony. 

O salão está repleto, e lindo, mas dificilmente conseguirei interagir com empresários neste evento,  pois será quase impossível saber quem é quem. Começo a me arrepender, de estar aqui, se tivesse prestado atenção ao convite a essa hora poderia estar em casa com o meu marido e filhos, já que a doação em nome da empresa já foi realizada. Por falar na empresa, me sento na mesa reservada e não há nenhum outro executivo da Stark além de mim, o que é estranho,  pois passa das 21h. 

 

O garçom passa por mim, peço uma taça de espumante, minutos depois ele volta e me serve outra bebida, apenas colocando uma taça com martíni sobre a mesa.

 

—Não foi isso o que pedi.— eu protesto. 

 

—Com os cumprimentos do Sr do balcão.— ele informa. Olho pro balcão e o homem acena.

 

Recuso o drink,  alguns homens não podem ver mulheres sozinhas, isso é irritante e nunca vai mudar, não importa o quão evoluída a sociedade esteja.  Aceitar a bebida talvez sugira alguma intenção de minha parte, o que não é o caso, mas é impossível não reparar que o atrevido sentado ao bar veste um smoking bem alinhado,  no entanto a máscara de Pierrô dificulta a identificação. 

 

Quando percebo que o Pierrô deixou de olhar na minha direção,  me levanto e vou tomar um ar, torcendo pra que quando voltar à minha mesa algum executivo da empresa já tenha chegado. A noite está linda, mas estar sozinha nessa sacada me faz lembrar que muitas coisas remetem à última vez que estive num evento no Disney Concert Hall. De repente percebo uma taça ser deslizada sobre o parapeito, novamente me é oferecido um martíni, agora com mais azeitonas do que o outro. 

 

—Você é muito inconveniente.— empurro a bebida pra lateral na direção do estranho atrevido —Que insistência.  

 

—É que esse martíni está 20 anos atrasado.— ele diz. 

 

—Tony?!— me viro pra ele. 

 

—Vodca-martíni com pelo menos três azeitonas, certo?— ele vira pra mim, levanto a máscara, é mesmo ele quem está aqui, meu marido, e aquele beijo, neste local, que deveria ter acontecido naquela noite finalmente acontece.

 

—O que você está fazendo aqui?

 

—Quando me dei conta de que esse baile chato seria aqui tive que torná-lo especial.— ele responde enquanto solta o laço que prende a minha máscara, mesmo que ela não cubra completamente o meu rosto, como a dele —Você está tão linda.

 

—Foi você quem mudou a cor do meu vestido, não foi?— ele murmura uma afirmação contra os meus lábios, e começo a suspeitar que até as crianças foram envolvidas em seu plano sórdido,  só isso explica a reação da Morgan quando eu ameacei voltar, de repente fica claro o motivo dele ter concordado tão fácil com o fato de eu voltar só amanhã. Agora a noite é nossa, e realmente precisávamos disso  —Você é perfeito.— o beijo novamente —Agora me tira pra dançar.

 

—Não antes de você beber o seu drink.— ele diz ao me entregar a taça, perceber seu olhar em mim torna esse martíni o melhor que eu já bebi. Quando termino a minha bebida ele me pega pela cintura e me guia numa dança lenta, mesmo sem música. 

 

—Achei que voltaríamos ao salão.— comento. 

 

—Lá teríamos que seguir o dress code e eu já não aguento mais essa máscara. Aliás,  quanto menos obstáculos entre nós melhor.— Tony comenta enquanto corre os dedos sobre as minhas costas nuas, me fazendo arrepiar.

 

—Há vinte anos você não foi ousado assim.— observo.

 

—Naquela época não te conhecia como conheço hoje.— ele diz  —E você me daria um tapa, por mais que quisesse isso tanto quanto eu. Esse martíni demorou vinte anos porque você o usou pra fugir daquele momento,  lembra? 

 

—Lembro.— suspiro —Mas acho que nós somos o que somos hoje, temos o que temos porque nada aconteceu naquele dia. 

 

—Talvez.— ele me gira num ritmo completamente aleatório, já que a música está apenas dentro da cabeça dele.

 

—Mas hoje, nada nos impede de sair e irmos pro apart onde estou hospedada. 

 

—Apart?— ele estranha, talvez tenha esquecido de que não temos mais uma mansão na cidade —Bem, quero estar em qualquer lugar com você onde não sejamos presos por atentado ao pudor.— ele graceja.

 

—Vem comigo, então.— peço, e claro que ele vem. Pedimos um carro, o hotel não está longe, são apenas alguns minutos. Carro, elevador, quarto, não preciso mais pedir pra que meu marido se comporte. 

 

—Finalmente.— ele diz me empurrando até a cama. 

 

 —Em pensar que vinte anos atrás estava insegura com meu vestido e preocupada com o que meus colegas de trabalho pensariam ao me ver dançando com meu chefe…— digo entre beijos.

 

—Agora você é a chefe.— ele beija o meu decote, eu sorrio —E esse vestido é tão lindo quanto o outro.

 

—É  mesmo muito bonito, de muito bom gosto,  obrigada, Sr. Stark, mas sabe onde esse vestido ficaria melhor?

 

—Onde? 

 

—No chão.— respondo e ele ri —Junto com esse smoking,  por mais que você esteja incrível nele.— digo enquanto abro seus botões. 

 

—Que cantada barata.— ele graceja —Onde você aprende essas coisas?— ele pergunta como se não soubesse, como se não lembrasse ter usado essa cantada comigo numa viagem de negócios à Veneza, mas naquela noite também não deu certo. Por muitas vezes não deu certo até que pudéssemos nos acertar. 

 

O livro do smoking, da gravata, da camisa, ele tira os sapatos e as meias. E ao olhá-lo dos pés a cabeça me pergunto como um homem com mais de 50 anos pode ser tão gostoso, Tony Stark fica melhor com o passar dos anos, como um vinho de boa safra com o qual adoro me embriagar. 

 

—Gostoso demais.— eu arfo, as mãos dele se enrolaram entre meus cabelos, levando-me pra mais perto até que não há nenhum espaço entre nós. Engulo em seco, ansiosa. Ele me beija, pressionando os lábios molhados nos meus, devorando-me, faminto.

 

—Você me deixa louco.— Tony  respira.

 

—Que bom.— sussurro. Me ajoelho diante dele, abro sua calça e libero sua ereção, me aproximo e com minha língua faço círculos, provocando-o na parte mais sensível,  adorando o jeito como ele segura a respiração e solta pequenos sibilos em reação. Sua mão firme em meu cabelo, ansioso pra que eu o engula mais fundo, e é o que eu faço.

 

—Antes da nossa primeira noite te imaginei de tantas formas.— Tony releva com a voz embargada —De quatro, você em cima de mim, me cavalgando, eu fodendo a sua boca enquanto você me chupa, ou comigo entre as suas pernas.— estremeço,  porque é tudo o que a gente faz, me sinto em chamas —E sempre foi tão melhor do que eu imaginava. 

 

Afasto os lábios de seu pênis e olho para ele, as minhas mãos segurando seu membro  —Sempre adoro quando você diz que já me queria, adoro ainda mais saber que superei suas expectativas. 

 

Tony estende as mãos pra mim e me ajuda a levantar. De seus olhos parecem saltar faíscas pelo calor e antecipação. Enquanto os meus imploram por seu sexo, ele certamente sabe, ele sempre sabe. Ele sobe suas mãos deslizando pelos meus braços,  meus ombros e pescoço até soltar fecho do vestido que vagarosamente desliza pelo meu corpo até o chão. 

 

—Porra, baby.— ele arqueja ao ver que não havia nada sob o vestido. Tony me deita sobre a cama, me olha enquanto tira a calça completamente e depois me beija e me toca dos pés a cabeça  até estar dentro de mim, meus gemidos ecoam através de sua boca enquanto ele se move, duro e viril. Após varias estocadas ele nos muda de posição e eu fico por cima, aproveito que agora tenho o controle, saio de cima dele e Tony protesta,  o mantenho de costas sobre a cama enquanto arrasto meu sexo molhado sobre seu corpo até o seu rosto, sua língua brinca no meu clitóris, e enquanto ele agarra minhas coxas eu seguro a cabeceira da cama rebolando em sua cara. 

 

—Sempre sonhei com seus beijos,  esses especificamente.— o provoco já que estamos confessando nossos  desejos de vinte anos atrás. Seu riso sacana reverbera através de mim, volto a cavalga-lo antes que eu goze em sua boca. Tony se senta, ficamos cara-a-cara, meu hálito quente e etílico contra a sua boa que agora, com certeza, tem o meu gosto, ele me auxilia no trabalho de subir e descer sobre seu pau enquanto minhas pernas envolvem sua cintura.

 

—Vou gozar, baby, vem comigo.— ele pede e me estimula pra que eu venha junto dele, meu sexo se contrai e eu o sinto jorrar dentro de mim, continuo a me mover até que o meu orgasmo me faz relaxar em seus braços —Porra, perfeita.— ele diz ao depositar um beijo em minha têmpora —Perfeita pra mim.

 

—Não consegui desgrudar de você desde o primeiro dia, e eu tentei. Eu tentei tanto.— eu digo com meus braços ao redor e seu pescoço,  minha bochecha em seu peito enquanto ele respira com dificuldade. 

 

—Sabe...?— ele afasta o cabelo suado do meu rosto —Quando Obadiah contratou você pra ser minha assistente ele estava querendo me punir, porque eu havia escolhido outra candidata, uma que havia me dado  muito mole...

 

—Acho que eu não precisava saber disso.— o interrompo e o encaro irritada, enciumada, diria.

 

—Mas aquela foi a primeira vez que ele mudava a minha vida.— ele continua —Me lembro exatamente dele dizer "Ela é linda, mas controle o seu ímpeto de querer foder com ela, você não é um animal no cio, Tony",  não deu muito certo porque era tudo o que eu queria.— ele ri —Só que você era difícil pra caramba, então pensei "Ok, talvez seja a hora de ter uma assistente por mais de seis meses".

 

Sempre soube que Obadiah precisava demitir  as assistentes com as quais Tony dormia, Stane apenas apagava os incêndios e dava a elas muito dinheiro pra evitar um dispendioso processo trabalhista. Antes da Stark eu havia tido apenas uma experiência profissional que terminou por causa do assédio do  meu ex-chefe, Aldrich Killian, no entanto não houve nenhum processo, talvez por isso eu tenha sido selecionada. Eu estava vacinada, mas estar imunizada não significava que, um dia, eu cairia pelo cafajeste. Caí. 

 

—Então passaram-se cincos anos.— eu digo, foi o tempo em que eu fui me apaixonando por ele, enquanto nos tornamos cada vez mais próximos. 

 

—Nesse tempo você se transformou na minha pessoa,  minha amiga, confidente, a única com quem eu conseguia ser eu…

 

—Até  aquele cretino tentar matar você.— digo com raiva —E eu ficar sem a minha pessoa.— minha voz embarga.

 

—Mas com isso ele mudou a minha vida definitivamente.— ele diz aparando a lágrima que escorreu no meu rosto —Então eu tinha um novo propósito e me vi completamente apaixonado pela minha pessoa favorita no mundo todo e descobri que fazer amor é muito melhor do que simplesmente foder. 

 

Sempre dei meu corpo e meu coração pra ele, e ele fez o mesmo por mim. Tony teve mais mulheres do que eu conseguiria enumerar, mas desde a primeira vez eu soube que o que tínhamos não era efêmero.

 

—Mas com a pessoa certa pode ser uma coisa só.— observo. Porque só depois de fazer amor a gente consegue permanecer enlaçados, despidos sem me preocupar que ele vá reparar nas imperfeições do meu corpo,  conversando sobre a vida.

 

—Sim.— ele concorda ao me beijar —Porque a gente faz amor, não importa o local ou quão depravado seja.— ele sorri enquanto afaga as minhas coxas —Acho fantástico que você seja toda centrada,  amorosa, executiva competente, uma mãe incrível e também seja essa criatura devassa que adora sentar na minha cara.— sinto meu rosto esquentar após o comentário, devo estar ficando vermelha nesse momento  —Vê? É por isso, como alguém tão safada cora assim, sabe? 

 

—Obrigada— digo ao depositar um beijo em seu ombro.

 

—Você está me agradecendo porque...? 

 

—Primeiro, por essa noite.— eu digo —E também pela minha vida, afinal você já a salvou algumas vezes. Pela sua vida, afinal, você sobrevive sempre que me salva. Pelos nossos bebês, que são a melhor coisa que você me deu. Por me deixar te amar  e por me amar de volta.— eu digo.

 

—Obrigado por tudo isso que você citou, e por me resgatar de inúmeras formas, por me trazer de volta à vida. Te amo nessa e em outras vidas.— ele me diz, e não podia ser mais verdadeiro, afinal estou diante de um viajante do tempo.

 

—Te amo nessa e em outras vidas.— repito, porque eu viajaria no tempo o quanto fosse preciso pra resgatá-lo. 

 

—Baby...— ele me chama, enquanto namoramos e nos acariciamos —Eu queria duas coisas agora. 

 

—O quê? 

 

—Um cheeseburguer, e…— ele faz suspense. 

 

—Uma coletiva?— brinco ao me lembrar de quando ele voltou vinte anos atrás. 

 

—Você jamais pensou que eu pediria aquilo, não é?

 

—Tony Stark, três meses numa caverna, fiquei muito surpresa do cheeseburguer ter sido citado primeiro.— ironizo —Mas então, eu devo marcar uma coletiva agora ou…? 

 

—Agora a gente faz amor de novo.— ele me muda de posição numa destreza impressionante —E depois pedimos um lanche.

 

 

(...)

 

Véspera de ano novo, Morgan completou 10 anos dias atrás,  minha bebê está enorme, cada dia mais linda, e às vezes queria que o tempo andasse mais devagar.   Estamos em Malibu, na nossa antiga casa, quer dizer, nossa antiga cidade, porque a casa já não existia mais há muito tempo. Mas depois daquela  noite incrível, em que eu e meu marido recordamos tudo o que vivemos decidimos que precisávamos ter um novo lugar pra nós, o nosso refúgio perto do mar, onde tudo começou. Naquela noite foi impossível não falar do quanto sofri ao esperá-lo voltar daquela viagem ao Afeganistão,  falavam em sequestro, retaliação, morte, mas sempre acreditei que ele votaria, vivo, e foi o que aconteceu. Tony voltou tão vivo que era outro homem e eu me apaixonei ainda mais por aquela versão. 

 

Retornos. Fez cinco anos do dia em que eu o perdi pra morte, daquela vez acreditei. Havia acontecido diante dos meus olhos, como não acreditar? Mas ver não me fez aceitar, então passei a crer que poderia ser mudado. E mudei. Desde então, todo fim de ano quando olho pra trás, me lembro disso, de tudo o que passamos pra chegar até onde estamos. Estamos no lugar onde a nossa história foi forjada, sentada na areia, percebi o quanto as crianças amam o mar e as lembranças vieram mais intensas. 

 

Mas chega de olhar pra trás, um novo ano vai começar e eu tenho, pelo menos, quatro razões pra acreditar que a vida pode me surpreender positivamente. Afinal, esse Tony Stark que brinca e pula ondas com três filhos, que são meus, que são nossos,  é a melhor versão que eu conheci.





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Notas finais do capítulo

Quem disser que não gostou é pq não gosta de Pepperony, né?

O próximo capítulo está super adiantado, e teremos um narrador diferente participação especial), será que vcs advinham quem é?

Aguardo os comentários.

Starkisses,
Tulipa ❤️



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