Resgate escrita por Tulipa


Capítulo 22
Vinte e Dois


Notas iniciais do capítulo

Olá, meninxs, tudo bem.
Deixa eu conta que achava que tinha postado esse capítulo na semana passada, mas eu não tinha e tudo ficou atrasado. Hahaha.

Desculpa, espero que a fofolindeza faça vcs me perdoarem.



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⎊ Tony Stark ⎊



Em 2026 me tornei o homem de negócios que nunca antes consegui ser, meu pai ficaria orgulhoso,  mas não foi por ele que tomei essa decisão. A Pepper ainda é a CEO, ela continua sendo melhor administradora que eu, por isso mantém tudo a pulso firme, só que de casa. Mas é como se aos poucos eu estivesse fazendo as pazes com as Indústrias Stark, mais do que criar estou me propondo a administrar a empresa, sendo assim,  não trato mais as viagens a trabalho como um fardo ou castigo, são apenas um mal necessário.  

 

Depois de passar o dia fora, quando o jatinho pousa no aeroporto de Hartford já passa das 22h, pego meu carro, que deixei no hangar pela manhã, e dirijo cerca de 30 minutos até em casa, mal estaciono na garagem e vejo que ela me espera. 

—Achei que não fosse encontrar ninguém acordado.— comento, enquanto ela sorri pra mim. 

 

—Tava sentindo muita saudade pra dormir.— ela responde.

 

—Também senti saudade, Maguna.— abro meus braços e ela se joga,  sem qualquer insegurança, ela sempre confia que eu vá pegá-la, eu ainda  consigo, porque ela nunca será grande demais pro meu colo —A sua mãe sabe que você ainda está acordada? 

 

—Acho que não.— Morgan responde, sigo o caminho casa adentro, subo e a coloco na cama —Porque você saiu sem dizer até logo?

 

—Porque tinha uma reunião muito,  muito cedo e quando saí você e seus irmãos estavam dormindo.— respondo —Eu disse ontem, lembra?

 

—Lembro, mas no meu sonho você não voltou, a mamãe disse que você tinha viajado pra não voltar mais.— ela revela, pode ter sido um pesadelo apenas, ou a minha ausência desencadeou uma lembrança ruim. 

 

—Você estava tendo esse sonho ruim, por isso levantou?— ela assente —Foi apenas um pesadelo, mas eu estou aqui, o papai sempre vai voltar, ok?— eu a beijo em sua testa —Será que consegue dormir agora?

 

—Fica só mais um pouquinho?— ela pede já me oferecendo um cantinho na cama e não há como resistir. Caí no sono. 

 

Acordo e já é de manhã, Morgan dorme profundamente, me movo  devagar pra não acordá-la. Ao sair no corredor dou uma olhada nos meus pequenos no cômodo ao lado, eles parecem dormir profundamente. Ao chegar em minha suíte,  percebo que minha esposa já levantou, não há nenhuma ligação dela no meu celular, ouço o chuveiro ligado. Não dormi com ela, ela sequer me ligou e ainda está cantando no chuveiro. Sou irrelevante, começo a pensar. 

 

Enquanto me livro das roupas de ontem, chega de ser o homem de negócios, ouço minha esposa cantar Prince, e fico irritado porque ela faz tudo tão bem, até mesmo cantarolar despretensiosamente. 

—...Ain't no particular sign I'm more compatible with, I just want your extra time and your kiss…— não ouço mais o barulho da água e ela apenas murmura a música até surgir diante de mim  —Bom dia, Sr Stark.

 

—Nunca pensei que mais de 24h longe do seu marido te deixaria tão feliz.— comento. 

 

—Como longe se você estava a duas portas de distância?— ela rebate e me surpreende —Acha mesmo que eu estaria tão tranquila se não soubesse onde você estava, seu bobo?— Pepper pergunta enquanto se aproxima —Estava pronta pra te receber, só que eu não fui a única a pensar em te esperar.

 

—Ela foi mais rápida.— eu digo. 

 

—Devia ter imaginado, ela estava inquieta o dia todo, nem a Nat deu conta,  colocá-la na cama foi um custo.— Pepper senta na cama. 

 

—Eu não me despedi dela naquela noite…— me sento ao seu lado.

 

—Que noite?— Pepper pergunta ao virar pra mim.

 

—Antes do Thanos.— respondo —Não sei se foi um pesadelo ou se a minha ausência desencadeou a lembrança,  mas...— conto pra minha esposa o "sonho" da nossa filha —O que você acha? 

 

—Acho que fiz bem em não te acordar e deixar você com ela.— Pep responde —A gente sentiu sua falta.— ela me beija, não sei se ela fala sobre ontem ou de anos atrás —Bom dia. 

 

—Bom dia.— respondo —Preciso de um banho.

 

—Precisa.— ela concorda puxando minha camisa enquanto me beija mais uma vez  —Uma pena você não ter aparecido antes.

 

—Isso não te impede de voltar.— sugiro, ela se mostra  reticente —Vai mesmo me deixar sozinho?— pergunto, beijando seu pescoço úmido,  seu cheiro é tão bom, e quando estou quase a convencendo um dos pequenos resmunga.

 

—Acho que a sua companhia acaba de acordar.— ela diz contra a minha boca. 

 

—As vezes acho que eles fazem de propósito.— comento e o segundo resmungo vira um choro que ressoa através do quarto, Pepper se levanta —Vá se vestir, eu vou lá.— ela me beija em agradecimento. Quando chego ao outro cômodo, Valentin,  o manhoso, estende os braços pra mim, o choro para, uma lágrima ainda escorre, mas já há um sorriso no rosto.  

 

—Papai.— ele caminha segurando a grade do berço que já parece pequeno pra ele, afinal, estão com dois anos e meio. 

 

—Bom dia, filhão.— eu o pego, o beijo, afago seus cabelos, o beijo mais um pouco e ele ri, o coloco no chão vou a cômoda e separo a roupa pra ele,  quando volto a minha atenção Valentin está enfiando o braço através das grades do berço da Alice e mexendo com ela —Deixa a sua irmã, garoto. Vem, vamos tomar banho. 

 

—Não quero, papai.— ele move a cabeça em negação.

 

—Vai sim, você precisa tirar essa fralda de xixi.— replico,  ele sai correndo do quarto, dou uma última olhada na Ali antes de ir atrás do Tim-tim. Felizmente ele entrou na primeira porta que encontrou aberta e quando entro  na nossa suíte já o encontro nos braços da mãe. 

 

—Passarinho fedido.— ela diz movendo  a mão próxima ao nariz e ele reproduz o gesto.

 

—Cheiroso.— ele contrapõe, coloco suas roupas sobre a nossa cama e vou pro banheiro, me livro da calça,  da cueca e entro no box, ligo o chuveiro e não demora Pepper traz um garotinho pelado pra mim. 

 

 —Vou descer pra fazer pelo menos um café enquanto a Eva não chega.

 

—Vai lá, viciada.— eu a provoco,  ela mostra a língua.

 

—Não pode língua.— Valentin diz a repreendendo pelo gesto. 

 

—Desculpa, filho, mamãe não vai mais fazer isso.— ela diz —Até daqui a pouco. 

 

Embora o Tim-tim não seja parecido comigo,  fisicamente, toda vez que estamos juntos é como se estivesse diante de um espelho onde vejo meu reflexo num tamanho menor e mais bonito, porque ele reproduz tudo o que eu faço, o jeito de se ensaboar, de esfregar os cabelos. 

 

—Fecha o olho bem forte porque esse shampoo não é o seu.— eu instruo pra que não haja nenhum incidente com a espuma. Terminamos, saímos do banho, vestimos nossas roupas e descemos. 

 

—Huuum, que cheiro bom dos meus garotos.— Pepper diz quando surgimos na cozinha tomada por aroma de café. 

 

—O que está rolando aqui?— pergunto curioso.

 

—Estou fazendo panquecas.

 

—Já não era pra Eva ter chegado?

 

—Ela mandou mensagem, vai se atrasar um pouco, mas as minhas panquecas são ótimas, ok.— ela responde.  

 

—Eu sei.— respondo —Mas nós vamos ajudar, né,  amigão?— Valentin concorda, o coloco em pé numa cadeira entre mim e Pepper. Ela prepara a massa e eu pego a frigideira. Ela faz a calda de chocolate que a Morgan gosta, eu corto as frutas, ele as come, é uma ótima linha de produção. 

 

—Ah, vocês nem me chamaram, poxa.— Morgan reclama ao surgir na cozinha trazendo  Alice pela mão. Ao contrário do irmão a nossa pequena não chorou ao acordar, ela quase nunca chora, e nós já  a pegamos tentando descer sozinha do berço algumas vezes. As meninas aparecem quando estamos terminando de preparar o café.

 

—Amanhã a gente faz waffles e você ajuda.—  digo.

 

—A gente quem?— Pepper questiona. 

 

—Eu e a Eva.— respondo para provocá-la e dá certo, a minha esposa ciumenta me fulmina com o olhar —Eu e minha Ali.— desconverso, Alice vem nos meus braços.

 

—E eu.— Morgan senta em seu lugar à mesa após dar bom dia pra mãe.  

 

—E a minha Maguna.

 

—Eu quero.— Valentin diz.

 

—Eu e minhas crias, pronto. A mamãe pode ficar dormindo, né, crianças?— eu digo. 

 

—Mamãe pode ganhar um café na cama, vou fingir que nem estou esperando.— Pepper diz ao sentar-se, ela bate as mãos em suas coxas chamando por Ali —Vem, passarinha da mamãe. Alguém vai precisar de um banho depois do café.

 

—Passarinha fedida.— Valentin graceja quando me sento com ele.

 

—Fedido é você.— a pequena mostra a língua,  ele reclama, nós repreendemos, eles prometem parar e desfrutamos da primeira refeição de um dia cheio de provocações que está apenas começando.  

 

(...)

 

 

2027. Primavera, os nossos pequenos estão completando três anos. E eu ainda me lembro da surpresa em saber que eles estavam a caminho,  de descobrir que seriam dois meninos, e de nascer um menino e uma menina. Brinco que Valentin é uma versão tão melhorada minha que ele nasceu parecido com a mãe, já Alice tem tanto de nós dois, Pepper diz que ela se parece com a mãe dela, e eu vejo muito  a minha mãe nela também, talvez seja pelo cabelo e olhos claros. A verdade é que eles são lindos, tagarelas e sapecas e nós somos apaixonados por eles. 

O quintal está colorido com as flores da Pepper e nós o deixamos ainda mais bonito com balões e uma decoração de passarinhos, porque foi assim que a Morgan passou a chamá-los depois que, pra ela, eles deixaram de serem os nenéns.  Convidamos os amigos de sempre, aqueles que fazem parte da nossa família e os que chegaram há pouco como os Washington-Lockhart, mas nós não esperávamos por essa pessoa. 

 

—O meu tio verde!— Valentin anuncia ao ver Natasha chegar com Bruce, embora ele não esteja em sua versão grande e forte, nos últimos anos Banner voltou a adotar a dupla personalidade,  até porque ele aprendeu a conviver com o outro cara, e a Nat está adorando morar com os dois. 

 

—Feliz aniversário, Ferrugem.— ele diz para o meu garoto, embora saiba que Pepper odeia que ele o chame assim, mas eu acho até graça, só não gostei quando ele o chamou de Ed Sheeran. 

 

—Banner, você veio mesmo.— comento.

 

—Eu quase tive que bater nele pra tirá-lo de casa. 

 

—Com certeza estava no meio de outra pesquisa super importante.— Pepper ironiza —Mas a Natasha viria de qualquer maneira, não é?  

 

—Claro.— ela garante —Ei, estou sentindo falta do meu beijo duplo.— Nat diz pras crianças e magicamente eles abandonam a cama elástica e vêm até nós —Feliz aniversário, meus amores. 

 

—Tia Nat, você tá muito cheirosa.— Valentin diz. 

 

—E você é o príncipe mais lindo do mundo.— ela responde.

 

—Porque você veio assim, tio Bruce?— Morgan pergunta. 

 

—Fica verde!— Alice ordena ao pisar no pé dele. Bruce contou uma vez que sempre quando ficava bravo o outro cara aparecia.

 

—Já disse pra vocês que não é mais assim.— ele diz —E aqui tem gente diferente que não reagiria muito bem ao me ver verde.— ele com certeza se refere aos Washington-Lockhart. 

 

—Então vou voltar pro brinquedo.— Ali diz, e corre de volta pra cama elástica, Tim-tim a segue. As crianças nunca estranharam o fato do pai ser amigo de um cara que às vezes está verde, e às vezes não, e também nunca perguntaram o motivo, pra eles é normal, embora não façam ideia de quem eu fui, de quem o Hulk é. 

 

—Sério,  seus filhos podiam ser menos parecidos com você, Tony,  um é galanteador, a outra é uma espoleta, eles podiam ser mais como a Pepper. 

 

—Mas eles são iguais a mamãe. 

 

—Pois é, são a minha cara.— ela reforça a observação da Morgan, que também é uma mistura de nós dois na aparência e personalidade —E se você não parar de chamar meu filho de ferrugem vou fazer mais do que pisar no seu pé. 

 

—Eita.— Natasha ri. 

 

Eu e Pepper nos dividimos entre os convidados, na verdade a festa meio que ficou rachada, mulheres pra um lado e homens pro outro.  Na roda dos caras, também coloco o papo em dia com Happy, Banner e Rhodey, que foi o último convidado a chegar. E durante as nossas conversas,  não há como não comparar as festas que frequento e promovo hoje em dia com as do passado, pessoas fúteis e bêbadas, super-heróis tentando ver quem era o mais forte ou mais digno.  

 

—Naquela noite o martelo já tinha dado uma mexidinha, lembram?— Rhodey comentou. 

 

—Só me lembro do fim daquela festa.— digo ao me recordar do Ultron.

 

—Péssimo fim de festa.— Bruce diz. 

 

—Mas estas são melhores.— Peter pega um brigadeiro, Happy pega dois, May faz uma careta, mesmo longe da gente

 

—Aquele olhar dela quer dizer, cuidado com a diabetes.— eu traduzo. 

 

—Eu ainda tenho muitos anos de vida.— Happy comenta.



E por falar em anos, Morgan e Lorena tiveram que nos ajudar a tirar as crianças da cama elástica pra cantar parabéns, Pepper ganhou os dois primeiros pedaços de bolo, embora eu tivesse combinado com Valentin que esse ano tinha que ser diferente.

 

—Eu divido com você.— flexionando o indicador a  minha esposa me chama pra me entregar um dos pedaços do bolo, mas antes ela me beija e diz —Obrigada por eles.— mesmo sendo eu quem deveria agradecer.

 

—Ok, competir com a mamãe não seria justo, mas e o segundo pedaço?— Morgan pergunta. 

 

—Pedaço dois pra minha irmã!— Alice diz, enquanto Valentin olha pra todos diante dele.

 

—Meu pedaço dois pra Tia Nat.— o pequeno decide. 

 

—Você não me viu aqui, Tim-tim, poxa?— Peter reclama. 

 

—Tem bolo pra todos, Peter, não precisa chorar, você é grande.— Valentin diz e é impossível não rir, não sei de onde eles tiram essas respostas, mas Peter é grande responsável pela maioria delas. 

 

Se tem uma experiência que adquiri em festa de criança  é que depois do parabéns os convidados debandam, já está anoitecendo quando ficamos apenas nós cinco,  como sempre foi. O quintal está em ordem e não há mais qualquer resquício de festa. Quer dizer…

 

—Vem, amor, é muito bom.— Pepper diz enquanto pula na cama elástica com as crianças, prefiro apenas observá-los pra guardar mais um momento perfeito na memória,  vê-los felizes me faz tão bem.

 

—Melhor presente de aniversário.— Morgan comemora, eles passaram a festa inteira achando que o brinquedo pertencia a empresa organizadora  —E nem é meu. 

 

—É meu.— Alice diz. 

 

—Meu também.— Valentin comenta. 

 

—Dos dois,  e se brigarem não será de mais ninguém.— Pepper diz —Ai, cansei.— ela para de pular, me aproximo e a ajudo a descer. 

 

—É o peso da idade.— ironizo ao colocá-la no chão. 

 

—Por isso você não subiu, velhinho?— ela provoca. 

 

—Você sabe que eu ainda subo.— sussurro malicioso. 

 

—Pervertido.— ela me dá um tapa suave no peito, olha pras crianças que distraidamente brincam, e depois me beija lenta e profundamente, me persuadindo com sua língua, posso apostar no que Pepper está pensando —Hum.— ela murmura contra a minha boca —Como será transar numa cama elástica?— ela indaga. Bingo. 

 

—Sacana, sabia que estava pensando nisso.

 

—Vai me censurar?— ele me provoca ao mordiscar meu lábio inferior. 

 

—Censurar?— contraponho baixinho —Não vejo a hora deles dormirem pra gente descobrir.




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Notas finais do capítulo

O fato desse capítulo ter sido postado atrasada significa que o próximo está bem adiantado e eu prometo que volto ainda essa semana, ok?
Não me abandonem e digam o que acharam.

Starkises,
Tulipa ♥



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