Resgate escrita por Tulipa


Capítulo 12
Doze


Notas iniciais do capítulo

Oi, desculpa a demora(carinha de baby groot)



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⎊ Tony Stark ⎊

 

 

Acordo e tenho a visão que idealizei quando planejei essa viagem, ela dormindo ao meu lado, completamente nua sob o lençol, o cabelo ruivo espalhado caprichosamente pelo travesseiro enquanto eu admiro seu rosto lindo. O sol da tarde de ontem acentuou as sardas em sua pele e é como se eu tivesse uma constelação a centímetros do meu rosto.  A nossa cama tem um cheiro doce misturado com pétalas de rosas, porque a minha linda esposa tem uma mente pervertida e nós literalmente tivemos uma lua de mel. Eu a beijo exatamente na curva acima do nariz e ela desperta.

 

—Hum...— ela geme e outra parte de mim também acorda —Este resort tem um serviço de despertador maravilhoso.

 

—E você ainda vai poder levar pra casa.

 

—Que sorte a minha.— ela me beijou —Faz tempo que você acordou? 

 

—O suficiente.— respondi.

 

—Que cheiro é esse?— ela franziu o cenho.  

 

—Que cheiro?— perguntei,  era o mesmo aroma da noite anterior.

 

—Doce, enjoativo.— ela se sentou.

 

—Só sinto o cheiro do mel da noite passada.— lembrei, mas enquanto eu comentava ela se levantou da cama e foi ao banheiro —Baby, está tudo bem?— fui perguntar quando ela não voltou.  

 

—Sim.— ela responde enquanto escova os dentes.  

 

—Posso pedir o café? 

 

—Não.— ela responde.

 

—Porque?— eu quis saber. 

 

—Vem tomar banho comigo que eu te explico.— ela disse. 



(...)



No nosso último dia de viagem, fomos buscar a Morgan de manhã e depois fomos pra marina,  por que ela alugou um veleiro, de novo. Havíamos feito um passeio de barco, só eu e ela, e quando ela chorou eu cheguei a conclusão que de dia eu teria que dividi-la com a Morgan, mas à noite ela seria apenas minha.  E assim foi.



A Morgan estava adorando a viagem, depois de uma semana ela já está cheia de novas experiências.  Após alguns minutos em alto mar chegamos a um recife de corais onde havia algumas piscinas naturais.  Happy, May e Peter foram junto do comandante do veleiro pro lugar onde seria possível mergulhar, eu, Pepper e Morgan ficamos onde dava pé pra minha pequena.  



—Ai,  meu Deus,  papai, uma estrela de água, eu posso pegar?— Morgan perguntou eufórica.  Nós estávamos sentados sobre uma pedra com os pés dentro d'água e uma onda trouxe o bicho.

 

—Claro que não.— respondi.  

 

—Ela morde?  

 

—Não.— Pepper disse ao descer da pedra e  pegar o equinodermo alaranjado —Mas o seu pai é mais das máquinas que da natureza, meu amor.

 

—Não é nada disso, filha.  

 

—Você tem medo, né, papai? Tudo bem.— ela me disse pondo a mão no meu rosto  —Mas eu não tenho, deixa eu pegar, mamãe?

 

—Só um pouquinho porque o lugar dela é dentro d'água.— a minha esposa disse entregando a estrela nas mãos da nossa filha. Morgan virou o bicho de um lado e do outro,  colocou na cabeça como uma sereia, enquanto Pepper usava o meu telefone para fotografá-la, e quando a maior puxou a menor pra água eu tirei fotos das duas com o animal marinho. 

 

 —Que linda, viu, papai, não mordeu?— ela comentou ao devolver a estrela pro mar.  

 

—Eu é que vou te morder,  porque você é a criança mais linda desse mundo.— Pepper  disse a puxando em seus braços.

 

—Tão mordível que está bronzeadinha, vamos voltar pro barco pra reforçar o protetor, vamos?— comentei.

 

Nós voltamos pro veleiro ao mesmo tempo que os mergulhadores, enfiei a Morgan sob a ducha de água doce antes deles. 

 

—O que houve?— ouvi May perguntar.  

 

—Acho que ele quer desinfectar a Morgan, porque ela segurou uma estrela do mar.— Pepper respondeu.  

 

—Nojentinho.— Hogan comentou, May apenas riu. 

 

—Sr Stark, se você soubesse nas coisas em que tocamos no mergulho não acreditaria.— Peter comentou. 

 

—Eu só estou  tirando o sal dela pra reforçar o protetor,  só isso.— argumentei. Mas Pepper e Happy sabem dos meus tocs com limpeza.  

 

—Morgan, depois que você estiver protegida vou te mostrar as fotos que fizemos no mergulho.— Peter disse a ela. 

 

—Oba!— Pepper e eu também nos banhamos com água doce,  cuidamos da Morgan e ela prontamente foi atrás do irmão, Happy e May 

—Você não quer ver as fotos do meu irmão, mamãe?  

 

—Depois eu vejo, meu amor.— ela respondeu enquanto penteava os cabelos após passar um creme muito cheiroso neles —Passa protetor nas minhas costas?

 

—Claro.— respondi. Caminhamos até a proa do veleiro e ela se sentou olhando o mar, peguei a embalagem do bloqueador de suas mãos e coloquei  um pouco nas minhas —Cabelo...— eu disse, e ela entendeu o meu alerta prendendo os cabelo num coque. Passei protetor em seu pescoço, descendo até o limite imposto por seu biquíni azul marinho  —Você poderia deitar pra que eu possa fazer esse serviço de uma maneira melhor?

 

—Acho que você só está querendo passar a mão em mim.— ela observou.  

 

—E que mal há nisso? 

 

—Não estamos sozinhos dessa vez, esse é o problema.— ela disse, se deitando sobre a canga mesmo assim. 

 

—Pode ficar tranquila,  não vai ser como aquele dia, os primeiros peitos que Peter Parker verá na vida não serão os seus.— eu ri —Isso tudo é só meu. Aliás, eu mal posso esperar pela nossa última noite.

 

—O que você preparou pra nossa noite?— ela se virou pra mim. 

 

—Não vou dizer.  

 

—Tony, preciso saber o que vestir.— ela justificou. 

 

—Vista algo fácil de tirar.— eu disse e ela sorriu, aquele sorriso cheio de malícia que eu adoro.  

 

(...)



 —E então, onde você vai me levar, Sr Stark? Vai ser um encontro duplo?— ela me perguntou. Confiando no papel de irmão mais velho, demos uma folga pra May e Happy, Peter vai ficar responsável pela Morgan por algumas horas, a princípio a Pepper não achou uma boa ideia,  mas qual é, o garoto é um super-herói.

 

—Óbvio que não,  à noite você é só minha, lembra? 

 

—Ah, sim.— ela mordeu o lábio. Nós fomos até o píer do resort onde havia combinado com o funcionário do hotel, eu precisava de uma espécie de autorização pra pilotar a lancha que havia pedido, mas não havia nada que um pouco de dinheiro não resolvesse. —Você sabe dirigir isso?— ela perguntou descrente.  

 

—Eu poderia ter navegado aquele veleiro, meu amor.— disse confiante —Mas, vou deixar esse trabalho pra Sexta-feira, ela é quem sabe a rota.  

 

Sexta-feira guiou a lancha até o arquipélago de Vaadhoo, onde acontece um fenômeno nomeado como mar de estrelas, e eu estou louco pra que ela veja, porque nas fotos parece demais.  No entanto não há qualquer garantia de que eu consiga mostrar a ela, por isso estou torcendo pra que a natureza seja bastante generosa conosco. Atracamos no píer do restaurante que fechei apenas pra nós dois. Me sentei de costas pro mar com a minha esposa diante de mim, ela está tão linda e natural,  pois parece estar usando pouca ou nenhuma maquiagem, seus cabelos estão soltos em ondas perfeitas. Jantamos os frutos do mar que ela gosta, e quando ela estava prestes a sorver um gole do vinho branco que havíamos pedido, Pepper interrompeu o trajeto da taça até sua boca. 

 

—Uau!— ela exclamou

 

—O que foi?  

 

—O mar está brilhando.— ela disse boquiaberta  e com os olhos reluzentes ou talvez seja o mar refletindo no olhar dela. Obrigado universo —Está literalmente brilhando.

 

—Até que enfim.  Achei que não fosse acontecer. 

 

—Não vai me dizer que você pediu pra jogarem alguma substância no mar ou algo assim?  Isso pode ser crime ambiental, sabia? 

 

—Não, baby, isso é só a natureza.

 

—Sério? 

 

—É  um fenômeno chamado de bioluminescência, causado por uma espécie de fitoplâncton que existe nessa área, que ao ser agitado pelas ondas ele emite luz e cintila quando a água do mar varre a areia da praia.— expliquei —Mas também é preciso estar calor e a maré estar baixa, tem uma série de fatores biológicos.

 

—Você é tão inteligente, isso me excita mais do que o fato de você ser lindo e muito gostoso.— ela disse, os créditos são todos da Sexta-feira,  mas vou ficar com eles —Quero ver de perto.

 

—Baby, era pra ser apenas uma experiência visual.  

 

—Você está com nojinho do fitoplâncton, amor?— ela perguntou me provocando, levantou e caminhou até a praia me deixando sozinho na mesa. Eu havia pesquisado sobre o tal fenômeno, mas não sabia se era saudável pisar na areia onde ele acontecia, mesmo assim fui atrás dela enquanto o vestido branco com flores que ela escolheu pra essa noite indicava pra qual direção o vento soprava —Olha quem veio me resgatar, o meu herói.  

 

—Só você pra me fazer pisar na areia por uma semana, todos os dias.

 

—Olha pra essa praia, é mais lindo ainda de perto,  parece que esse céu estrelado incrível está refletindo aqui. E como se estivéssemos entre estrelas.— ela  sorriu ao olhar pra mim, pro céu e depois pras pequenas algas que cintilavam sob nossos pés —Obrigada por essa lua de mel.

 

—Eu te amo tanto. Aliás,  eu sei que já disse isso, mas foi maravilhoso.— corri meu polegar contornando seus lábios. 

 

—Sabe o que acontece depois de um resgate?— Pepper envolveu os braços em meu pescoço. 

 

—Beijo?— questionei, e ela me beijou de maneira tão apaixonada que me fez esquecer das algas possivelmente radioativas.



(...)

 

Voltei pra casa com duas mulheres bronzeadas, uma delas com uma possível intoxicação alimentar. Pepper passou mal durante todo o voo e me deixou preocupado,  por mim teríamos ido direto para um hospital assim que pousamos, mas ela insistiu que só precisava de repouso. Eu dei um dia pra ela melhorar.  

 

—Mamãe, você tá dodói?— Morgan perguntou preocupada quando uma Pepper sem forças se jogou contra a nossa cama. 

 

—Só um pouquinho, mas já vou sarar. A mamãe só estava com saudade de casa.

 

—Vou cuidar de você,  tudo bem?

 

—Hum-rum, só fica aqui com a mamãe.— Pepper pediu a abraçando —Amor, me faz um chá de camomila, por favor? 

 

—Claro.— respondi. 



A minha esposa simplesmente virou o dia dormindo, e eu acreditei ser por causa do jet lag, mesmo que nem eu nem a Maguna tenhamos apresentado o mesmo distúrbio de sono. 

 

—Papai, a minha mãe vai acordar logo?

 

—Já acordei.— ela disse ao nos surpreender na cozinha.  Eu estava dando café pra Morgan antes de preparar algo pra levar pra ela —Bom dia, meu amor.— Pepper disse quando a nossa filha pulou da cadeira e correu até ela. A pequena sussurrou algo no ouvido da mãe,  que a fez arregalar os olhos, mas apenas responder —Não é nada disso, a mamãe só estava muito, muito cansada e um pouco tonta, mas já passou. E agora estou com muita, muita fome. 

 

—Passou mesmo?— questionei, ela aquiesceu, após colocar a Morgan no chão —Bem, então já que você desceu,  perdeu um café na cama.  

 

—Poxa vida.— ela fez bico, se aproximou e me deu um beijo casto. 

 

—Bom dia.— respondi retribuindo o beijo. 

 

—Mas com a fome que eu estou, não caberia tudo na bandeja.— Pepper comentou ao sentar-se à mesa —Amor, acordei com vontade de queijo-quente, faz pra mim? 

 

—Eu também quero, sem manteiga.— a Morgan se pronunciou.  

 

—O meu com.— Pepper comentou —E bastante queijo.— o pedido dela me deixou intrigado, porque ela sempre evitou a manteiga por achar calórico demais, o que nunca fez sentido, pois a gordura era que deixava o pão mais tostadindo.  

 

Não questionei a mudança,  e preparei pão pra nós três,  Pepper comeu um pouco de tudo o que estava sobre a mesa como se fosse o melhor desjejum do mundo.

 

—Comi muito.— Morgan comentou.

 

—Você não foi a única,  agora a gente tem que lavar a louça já que o papai cozinhou. 

 

—Tá bom. 

 

—Só vou fazer um xixi e volto já.— ela avisou,  a princípio achei que ela tivesse inventado uma desculpa, pois estava passando mal, mas a ida ao lavabo foi bem rápida. Eu as deixei na cozinha e fui à varanda atender a ligação do Happy. 

 

—Ei,  queria falar com o meu Dindon.— Maguna disse ao surgir na varanda.

 

—Ele disse que depois passa por aqui.— respondi, e ela caminhou em direção ao quintal. 

 

—Pronto,  cozinha limpa,  quem vai fazer o almoço você ou eu?— Pepper questionou ao vir ao meu encontro.  

 

—Par ou ímpar?— questionei. 

 

—Eu sempre perco.— ela observou —Mas se for eu a fazer prepare-se pra comer salada e uma proteína grelhada, por que já exagerei demais agora há pouco.  

 

—Achei normal, afinal, você dormiu por umas 15h, né?

 

—Tudo isso?

 

—Ficamos preocupados,  eu mais que ela, mas agora tá tudo bem mesmo,  certo?— ela assentiu —Vem aqui…— abri meus braços pra ela, Pepper se encaixou no meu abraço, eu a apertei contra o meu peito e ela protestou —O que foi? 

 

—Nada.— ela desconversou —Vou trabalhar um pouco, fica de olho nela?  

 

—Sempre.— informei e Pepper me deixou na varanda. 

 

Ela passou o dia no escritório,  eu terminei fazendo o almoço do jeito que ela sugeriu, mas Pepper sequer tocou na comida. Pro jantar a minha filha pediu cheeseburguer e a mãe dela comeu o lanche como se fosse a oitava maravilha do mundo, o que era estranho já que ela sempre torceu o nariz pra fast-food. Porém  o resultado da comilança veio hoje, afinal quando acordei ela já não estava na cama, mais um vez ela está enjoando. 

 

—Não me olha com essa cara.— ela me disse ao sair do banheiro. 

 

—Só acho que você precisa ir ao médico, fazer uns exames, e se for alguma  bactéria? Uma semana com os pés na areia, lembra? Lembra das algas brilhantes?— perguntei.



—O chão de estrelas.— ela disse ao deitar novamente —Eu vou ao médico, mas não hoje. Estou esperando uma visita,  se não vier hoje, eu vou. 

 

—Que visita? 

 

—Uma visita, oras.—  ela respondeu virando de costas pra mim. 



Eu comecei a pensar que a visita  tratava-se de uma metáfora. Mas à tarde algo me fez mudar de ideia.

 

—Minha tia Nat!— Morgan exclamou ao olhar pela janela assim que ouviu o barulho dos pneus nos cascalhos. Nós estávamos na sala de TV vendo um filme e comendo pipoca, já que a tarde estava fria e ideal pra um programa assim. 

 

—Como ela entrou sem ser avisada?— questionei a mim mesmo em voz alta, já que Sexta-feira não a anunciou. 

 

—Eu sabia que ela viria.— Pepper respondeu. Então Natasha era "a visita" que ela esperava.  

 

—A minha tia tem uma moto!— Morgan anunciou, imediatamente olho e pela janela, essa Harley não é dela  —Posso andar de moto?

 

—Claro que não!— eu e Pepper dissemos juntos. 

 

—Depois a tia Nat tira uma foto sua em cima dela, e um dia você vai poder falar que na primeira vez que andou de moto tinha só quatro  anos.— Natasha disse. 

 

—Tenho quase assim.— ela corrigiu mostrando sua mão aberta —E a mamãe diz que não posso mentir, que é feio, se eu não andar isso vai ser mentira,  tia Nat. 

 

—Meu amor,  deixa isso pra outro dia.—Pepper se manifestou —Por que você não conta pra Nat como foi a nossa viagem? 

 

—Vem no meu quarto, tia Nat,  vou te mostrar todas as coisas.— Morgan disse arrastando a ruiva pela mão.  

 

—Já marcou médico pra amanhã?— perguntei pra Pepper aproveitando que a Morgan não está perto.

 

—Não. 

 

—Baby…?

 

—Vou subir pra inspecionar aquelas duas, porque a sua filha vai revirar o guarda-roupa depois sou eu quem tem que arrumar.— ela se levantou do sofá, claramente fugindo  —A gente devia pensar em contratar alguém pra ajudar em casa agora que o mundo está normal, eu ando cansada, eu não vou aguentar tudo sozinha.— ela disse saindo da sala. 

 

Voltei a assistir ao filme sozinho,  era uma comédia romântica clichê que ela adora e a fez rir e chorar em poucos minutos. Fiquei tentando descobrir o que era  o "tudo" a que ela se referiu, Pepper está uma bagunça, eu tenho um palpite, mas não quero ter falsas esperanças, então só a minha esposa ou uma ida ao médico pode confirmar a minha suspeita.  O problema de pesquisar sobre determinados sintomas é que o resultado pode ser algo banal, até maravilhoso, ou uma doença que pode matá-la em poucos dias. 

 

Quando anoiteceu, a minha filha me avisou qual seria o cardápio do jantar, Natasha pegou o carro da Pepper emprestado e foi até a cidade comprar pizzas, com a ela. 

 

—Não podia ter pedido pra entregar?

 

—A Morgan estava me deixando louca ainda com a história da moto, então eu a deixei passear com a Natasha, mas de carro.

 

Diferente do jantar de ontem,  Pepper mal tocou na pizza, mesmo sendo o sabor favorito dela.  Subi com a minha filha sonolenta, deixando as ruivas cúmplices na cozinha, deixava o quarto da Morgan quando ouvi o ronco da moto e o barulho dos cascalhos. Encontrei a minha esposa no nosso quarto,  já deitada, só me resta tentar dormiria lado da incógnita que ela se tornou.  

 

(...)



—Ei, acorda...— ouço a voz da minha esposa, sinto um beijo no meu rosto —Acorda, papai.— ela diz.

 

Abro meus olhos e Pepper está debruçada sobre mim, achei que a Morgan estivesse junto, mas não, é apenas ela, estranhamente acordada antes de mim.  

 

—Está tudo bem?— eu pergunto. 

 

—Vem comigo?— ela pede. E se levanta da nossa cama levando o meu cobertor junto com ela. Eu a sigo enquanto Pepper sai do quarto, desce as escadas, destrava o alarme de casa e sai em direção ao deck do lago no meio da névoa de uma manhã de outono bastante fria.  

 

—Baby, o que você está fazendo?— pergunto —Vamos pra dentro agora.— eu ordeno e ela não me obedece. Pepper se envolveu no cobertor, mas eu visto apenas uma calça de moletom e camiseta, já estou prestes a começar da tremer.

 

—Preciso te contar uma coisa, e tem que ser aqui.— ela se vira pra mim quando finalmente chega ao local que, talvez, precisasse estar.  

 

—Ok, tudo  bem, mas rápido, está muito frio, é  sério você tá doente, a gente nem sabe…

 

—Só me ouve.— ela ordena impaciente, me calo e Pepper divide a sua manta comigo.  

 

—Por que você me trouxe aqui?— perguntei. 

 

—Porque foi aqui que eu me despedi de você,  dois meses atrás. Eu e a Morgan colocamos seu primeiro reator numa coroa de flores e então você partiu...— ela começou a chorar.

 

—Mas estou aqui, não estou?  Você me trouxe de volta, minha super-heroína.— disse retendo uma lágrima dela com o polegar.  

 

—Trouxe.— ela sorriu —Foi aqui também que nós renovamos os nossos votos, então é aqui que eu quero te dar a maior prova de vida que pode existir…

 

—Você tá me dizendo que…?— me lembrei do que ela me chamou ao me acordar.

 

—Que eu estou grávida.— a minha esposa declarou, e imediatamente meu coração bateu mais rápido irradiando calor por todo o meu corpo. Pai.  Eu não poderia me sentir mais vivo. 




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Notas finais do capítulo

Aaah, demorei, mas trouxe o que vcs queriam, pediram, então me amem ♥

Starkisses, Tulipa ♥



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