Amor Perfeito XIII escrita por Lola


Capítulo 56
Desenterrando mágoas


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥
* Muita coisa em capítulo só! Mas como não postei ontem (e acho que antes de ontem também) resolvi não dividir os capítulos.



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Alice Narrando

Estava muito chateada por Arthur ter voltado ao assunto dele “ter se assumido” e dito a verdade. Não precisava. Já haviam até esquecido disso. Na verdade minha chateação era por ele parecer tão tranquilo ao dizer aquelas palavras, ele realmente parecia ter me esquecido. Será que só eu ainda estava presa nessa história?

— A gente pode conversar um minutinho? – perguntei assim que tive oportunidade. Ele pareceu surpreso.

— Claro. – senti frieza e seriedade. Arthur estava cada vez mais me mostrando que as minhas suspeitas eram verdadeiras.

— Por que você fez aquilo? – ele me olhou por alguns instantes.

— Achei que era o certo. Não queria mais viver nessa mentira.

— E entrou em outra? Por que disse que não sente nada por mim... Ou já esqueceu? – ele ficou olhando para algo além de mim e parecia não querer responder. - Eu conheço esse silêncio, é quando você não está confortável. Tudo bem, eu já entendi.

— Ah Alice, te ver estranha e triste da forma como esteve me fez me afastar completamente. E é assim que vai ser.

— Não estou falando do afastamento. Estou falando do que você sente.

— Às vezes até sinto ainda, não penso nisso. – o descaso dele me paralisou completamente. – Para Alice. Não vem agora querer questionar se eu ainda sinto algo. Não faz isso. É injusto comigo e com você.  E o pior de tudo é saber que você tá fazendo isso só por vaidade. Só pra saber que ainda corro atrás de você se você quiser.

— Você me conhece melhor que ninguém, sabe que eu jamais agiria assim.

— Pode ser. Mas só saiba que eu não vou mais me colocar em segundo plano. – fiquei olhando para ele sem conseguir dizer nada. – Se a gente não consegue seguir adiante juntos, vamos separados e eu não quero voltar mais nisso. Você estava tão bem nesses últimos dias, superou a tristeza, agora continua assim. Vai dar tudo certo.

— E nunca mais vamos ser amigos?

— Nunca deixamos de ser amigos. Só estou te dizendo que esse sentimento não é algo bom.

— Por que Arthur?

— Vou ter que repetir todas as coisas que você me disse no dia que implorou para não nos machucarmos mais? Você quis colocar uma pedra nesse assunto. A única coisa que eu fiz e continuo fazendo é respeitando a sua vontade.

— Você tem razão. – falei um pouco emburrada e sem jeito.

— Eu sempre tenho, não ouviu o Kevin? – sua pergunta seguiu de um sorriso. – Quer falar mais alguma coisa? – fiz sinal negativo. Então ele passou a conversar com o pessoal e eu fiquei sem saber se continuava ali ou não. 

Murilo Narrando

Minha mãe chegou até a gente e parou em minha frente se encostando em mim e fazendo carinho em meu cabelo.

— Você fica ainda mais lindo assim, com o cabelo bagunçado e essa carinha de sono. – ela falou com uma voz amorosa. – Não tá com fome?

— Eu acabei de comer.

— Estou preocupada com você, sabe disso. Dá pra você vim comigo um minuto?

— Mãe eu to bem! Eu juro.

— Eu sei. – notei que ela estava brava com algo. – Mas eu preciso falar com você. – me levantei e saímos andando. Ela parou não muito longe de todos e eu a olhei sério.

— O que eu fiz?

— Você não fez nada. – ela respirou fundo. – Precisamos conversar sobre ontem Murilo. O que aconteceu?

— Nada mãe. Eu só não aguento mais ficar aqui. Não te deixa sufocada saber que estamos em uma cúpula presos há meses?

— Tem muitos anos que você não tem uma crise dessas, não acho que estar preso aqui seja suficiente para desencadear isso tudo. Sinto que tem mais alguma coisa.

— São os mesmos problemas de antes. – a encarei.

— Seja mais claro.

— Não quero. E eu não preciso. E se você ficar me pressionando vai ser pior.

— Existe alguma coisa que você queira me contar? Sem ser tudo o que te perturba.

— Não. – a olhei sem entender.

— Não quero te pressionar. Mas se o que eu acho que você pode me contar tem a ver com os seus problemas, isso pode te ajudar de alguma forma, eu acho. – passei a mão na nuca bem nervoso. Minha boca secou instantaneamente. – Vocês adolescentes se acham muito autossuficientes. Não pode ser assim. – fiquei calado. – Por que você estava deitado no ombro do Kevin?

— Por favor, não começa.

— Não estou brava nem brigando. Eu quero entender. O que é isso? – não consegui responder. – Por que vocês são tão próximos dessa forma?

— Você não confia tanto em Arthur? Ele já o perdoou e Kevin está mostrando que mudou. É por isso.

— Meu filho. – ela pegou meus dois braços e me aproximou mais dela. – Aquele garoto nunca vai mudar! Eu nunca o quis perto de Alice e não quero perto de você, mesmo que você seja infinitamente mais esperto que ela. A amizade dele pode ser muito tóxica a você, eu não quero isso.

— Por que você não acredita que ele pode mudar?

— Porque ele é filho do Caleb.

— Arthur e Yuri também são.

— Mas são de Luna. Kira é igual ao marido. Ou até pior. Por favor, Murilo. Não faz isso comigo. Não posso ficar mais preocupada ainda. Você e sua irmã me envelhecem demais. Eu vou acabar adoecendo. – sua voz era triste, pesada e preocupada. Puxei seu corpo e a abracei.

— Não é legal você fazer isso comigo, está usando quase uma chantagem emocional.

— Estou sendo sincera e me abrindo. Não posso fingir que está tudo bem. Tenho medo do que ele pode fazer com você.

— Ele não vai fazer nada, fica tranquila.

— Acho que já está fazendo. Essa crise de ontem tem a ver com ele. Sei disso.

— Por que está dizendo isso?

— Porque eu conheço o meu filho. – a olhei com a certeza que ela sabia de tudo. – Vai continuar mentindo para manter as aparências?

— Podia negar ou te deixar falando sozinha... Mas você já sabe. – abaixei a cabeça. Pouco tempo depois a ouvi fungando e quando vi que ela chorava tentei abraça-la e ela me empurrou.

— Fiz de tudo para você me contar Murilo.

— Tem noção do quanto é difícil pra mim?

— Como isso aconteceu? – evitei seu olhar. – Não eu não quero saber. Preciso ficar sozinha. – ela saiu e eu fui para o dormitório. Deitei na cama e fechei meus olhos apertando com a maior força que eu conseguia. Senti uma mão em meu rosto, olhei e o vi debruçado me olhando. Fechei os olhos de novo.

— Quer ficar sozinho? – sua voz saiu baixinha e suave.

— Por favor.

— Mesmo que você queira eu acho que seria melhor se eu...

— Sai daqui, por favor. – o interrompi.

— Tá bom. Só preciso saber de uma coisa. – o olhei. – Você está assim comigo porque magoou sua mãe por estarmos juntos ou porque acreditou em tudo que ela disse sobre mim?

— Como você sabe o que ela disse?

— Leitura labial.

— Um dos pré-requisitos para ser você. – ele ficou ereto e respirou fundo.

— Já me respondeu. – seu olhar ficou em mim por um bom tempo. – Sei que ela é sua mãe e não tem como eu competir com isso, mas ela não me conhece como você. Não deixe que ela estrague o que temos, por que eu não deixo ninguém estragar.

— O que quer dizer com isso?

— Não planejei ficar com um cara que sempre esteve com uma mulher diferente, que sempre foi e até hoje é desejado e que, além disso, tem um pai que me odeia mortalmente. Eu teria todos os motivos para desistir de você. Não pensei nisso uma vez sequer.

— Desiste. Fica com a única pessoa que você ficaria. Torne as coisas mais fáceis para mim. – pedi de forma séria olhando em seus olhos.

— Você está mesmo falando sério?

— Claramente vocês dois tem algo inacabado. E a gente é complicado demais. Não quero mais ver minha mãe tão triste daquele jeito. Então sim, estou.

— Já falei que não quero nada com ele. E somos complicados sim Murilo, mas não podemos complicar ainda mais e sua mãe vai melhorar com o tempo.

— Para de insistir Kevin.

— Não paro não. Não vou deixar você fazer isso.

— E se eu não quiser ficar contigo?

— Sei que você quer. – parei de olhar para ele e com certeza ele entendeu o recado. – Vou te deixar em paz. – ele saiu e eu senti lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Eu estava chorando pela primeira vez por alguém. E esse alguém era o Kevin. Nunca iria imaginar isso. Tentei não me desesperar, mas doía muito. Não sei quanto tempo passou quando senti uma mão em meu ombro e alguém me chamar. As luzes já haviam se apagado então olhei sem medo da pessoa ver que eu havia chorado.

— Ei, você não tá legal. Vem, vamos conversar um pouco. – era Arthur. Eu o segui e fomos para fora. Ele me olhou assustado. – Caralho, você chorou muito.

— Pra que veio até a mim?

— Ele estava desabafando comigo. Imaginei que precisasse de um amigo também.

— O que ele disse?

— Que você não o quer mais. Não é isso? – fiz sinal positivo. – Murilo... Qual é a sua insegurança? A gente sabe que ele mudou, não tem como não ter mudado.

— Tenho ciúme do ex. – continuamos andando, vi que estávamos indo para a ponte de ferro. – Não quero passar por cima da minha família, magoar tanto minha mãe para depois descobrir uma traição ou ele me trocar.

— Eles não estão mais juntos. O cara não se aceita. Você incrivelmente levou essa nova experiência numa boa. Isso é o que mais fez com que Kevin te amasse tanto.

— Podemos entrar? Caleb não havia proibido a entrada? – perguntei ao chegarmos perto da ponte.

— Os guardas já foram dormir. E ele já deve ter parado com essa idiotice. Eu abomino meu pai.

— Ele faz de tudo para tirar a paz de vo... – vi Arthur parando.

— Vou voltar. – ele deu um sorrisinho. – Só continua. Não se preocupe.  – não consegui me mover. Ele saiu e eu continuei imóvel.

— Ah... – Kevin chegou até a mim e sorriu. – Pensei que você havia voltado com Arthur.

— O que é isso? – perguntei um pouco assustado. Ele chegou mais perto e entrelaçou nossas mãos.

— Eu disse que nunca vou desistir de você. Pode me mandar embora quantas vezes quiser que eu vou dar um jeito de voltar. – agora seu polegar estava em meu rosto. – Você chorou Murilo? – não disse nada e me aproximei o beijando. Como sempre nosso romantismo deu espaço a uma súbita vontade de nos conectarmos profundamente. Lembro vagamente dele perguntar se eu queria e que darmos esse passo iria me ajudar a sentir mais confiança nele e na gente e também a esquecer Kemeron de vez.

Meu medo era que a saudade do seu ex namorado apenas aumentasse. E como o gênio que ele era nem precisei dizer isso, ele percebeu.

— Quando eu o vi a única coisa que consegui foi comparar você a ele e notar o quanto sou sortudo de encontrar alguém que sabe o que quer e não tem medo nem vergonha disso. – ficamos nos olhando e eu me segurei para não beija-lo de novo. – Você me assumiu para a sua mãe. Sabe o que isso significa para mim? Ela só estava desconfiada, você podia mentir.

— Nunca faria isso.

— Eu sei e te admiro tanto por isso. Tem muito a ver com os valores que seus pais te passaram. Murilo, o meu pai sabia de tudo desde o Kemy e não foi capaz de conversar comigo. De qualquer forma você tem pais que pode se orgulhar.

— Você já me viu sem camisa umas quatro vezes ou mais só nos últimos dias e não me perguntou sobre algo.

— As cicatrizes? – nos olhamos.

— Sim.

— Eu sei. – ele abaixou a cabeça.

— Como assim você sabe? Sempre soube? – perguntei tentando não demonstrar o quanto estava nervoso se não ele mentiria.

— Mais ou menos. Caleb desconfiou e eu pressionei o Arthur para me contar. Dei o melhor de mim, não o culpe. Mas ele foi bem leal a você, não disse nomes nem nada, apenas que ficou preso no porão do seu avô e alguém te agrediu.

— E o seu pai, o que exatamente ele disse?

— Ele não sabe muita coisa. O que ele sabe é que você sumiu uns dias e voltou com as cicatrizes e com um comportamento diferente com seu pai... Ele é observador... Juntou as peças. Disse que Vinicius iria fazer de novo caso nos assumíssemos, tudo o que ele queria era me colocar medo.

— O seu pai é sádico!

— E o seu agressor. Ou ele está errado?

— Não foi ele. Foi o meu avô materno. Mas ele poderia ter evitado e na verdade foi responsável. Então eu considero que foi ele.

— Por que está me contando isso? Só porque eu disse que deve se orgulhar dos seus pais e quer mostrar o contrário?

— Também. O motivo principal é que eu queria que você soubesse tudo de mim antes que eu fosse completamente seu.

— Você nem imagina o quanto as coisas que me diz mexem comigo. – nos beijamos e esse foi o nosso maior erro, porque depois desse beijo não conseguimos mais recuperar a lucidez. O engraçado é que não havia aquele batimento cardíaco acelerado vindo da expectativa e nem nada disso. Estava preparado de todas as formas e sabia que ele também. Além disso, estava na hora e tínhamos certeza disso. Aquilo precisava acontecer. E aconteceu. Eu nunca conseguiria descrever algo tão profundo, para mim era uma nova forma de prazer, mas que conseguia ultrapassar tudo.

Foi uma explosão tão intensa que fez com que os meus ouvidos zumbissem, e o meu coração batesse freneticamente mais forte, mais do que alguma vez tivesse sentido, e literalmente vi estrelas. Até assustado fiquei, pois não tinha sentido ainda nada daquela forma e naquela potencia.

— Você tá bem? – ele perguntou com a boca bem perto do meu ouvido.

— Geralmente eu faço essa pergunta. – respondi com dificuldade.

— Essa não é a maior parte das vezes. – dei uma risadinha antes de me virar de frente para ele e o vi se sentando no futon dobrável da minha tia Luna que ficava ali, já que éramos apenas os Montez que podiam subir ali. – O que foi? – ele parecia segurar um sorriso.

— Abre aí pra gente deitar. –assim que deitamos me agarrei a ele como se ele fosse fugir a qualquer momento. Notei que o celular dele tocava uma música bem baixinho.

— Estava tocando antes? – ele fez final positivo. – Nem percebi.

— Tá repetindo a mesma música. Ela me acalma.

— Você está nervoso? – o olhei.

— Estava. – ele sorriu pra mim e fez carinho em meu cabelo. – Precisei tomar uma dose de uísque para relaxar. – não aguentei e ri. – Você ri? Só espero que meu pai não tenha percebido o meu nervosismo e não fique desconfiado.

— Até parece que o novo nisso aqui é você e não eu.

— Do jeito que você fala parece até que eu fiquei com trezentos homens.

— Ficou trezentas vezes com um.

— Esquece ele. – ele selou nossos lábios.

— Quero mais. – falei sorrindo e ele arregalou os olhos.

— Vamos com calma. – ele me olhou de um jeito engraçado. – Você vai me dar muito trabalho. Cheio das técnicas e movimentos, sempre algo novo pra mostrar, várias práticas... Hoje eu entendo o quanto é difícil estar com você e não sair contando para os quatro cantos o quanto você é bom.

— Tá sendo irônico?

— Lógico que não. – sua risada me incomodou mais ainda. – Você tá achando que eu estou te tirando? Sério?

— É que você me ensinou muito e foi com você que tive muitas das minhas primeiras vezes, não sinto que sou esse Murilo com você. Esse sou eu com as garotas. Com você é diferente.

— Nem tanto. O que você é não muda só porque está vivendo algo novo. Faz parte de você. – o celular dele começou a tocar, ele olhou pra trás e viu Caleb escrito na tela. Ele se sentou e tentou olhar lá embaixo, mas não dava para ver nada, assim como não dava para verem aqui. Ele deitou de novo e eu o olhei.

— Quer ir à ponte de baixo para tentar ver?

— Arthur está lá embaixo e não vai deixa-lo subir se ele estiver lá. – levanto um pouco o corpo e apoio um cotovelo no futon descansando a cabeça na mão. Com a mão livre eu passo os dedos em cada ponto do seu rosto.

— Eu te amo. – digo mesmo sabendo que ele não vai responder.  

— Por que você ama? – fiquei surpreso com a pergunta.

— Porque quando eu te toco eu me sinto mais homem que qualquer outro. Parece que tenho uma espécie de super poder. Amo demais a forma como você me faz me sentir. E por que você me ama?

— Poderia passar a noite toda falando, mas se resume no fato que você poderia amar qualquer pessoa, mas você me ama. Você me transformou com carinho e afeto. Você é tudo pra mim Murilo, foi o primeiro garoto que eu quis beijar e eu espero que seja o último. – meu coração estava acelerado com aquelas palavras.

— Se continuar dizendo coisas assim eu vou acabar acreditando nessas paradas de destino e achar que o nosso é ficarmos juntos.

— Eu vou te provar que é. – ele deu o sorriso lindo que eu tanto amava. – Temos que ir, estou preocupado com essa ligação do meu pai. E se ele tiver lá embaixo meu irmão não vai ter muita paciência.

— O mundo realmente mudou, você chamando Arthur tão naturalmente de irmão. Nunca vou me acostumar.

— E se eu te chamar de amor? – o puxei e o beijei.  – Você me promete uma coisa? – o olhei desconfiado. – Não vai querer ter experiência com outro cara.

— Até por que isso seria traição né? – respondi ironicamente.

— Mas eu não vou saber lidar com o fato de saber que você pode querer isso.

— Você quer controlar até o que quero? Quer me prender, é isso? Mandar em mim já manda.

— Mando apenas em coisas que sei que é para o seu bem, como comida, remédio, parar de beber, essas coisas. Jamais te prenderia Murilo. Mas eu sou ciumento. Muito.

— Por quê? – me levantei para acabar de me vestir e ele fez o mesmo.

— Não sei. Só sou. É o meu jeito.

— Nesse caso você vai ter que segurar a onda. Não gosto de brigas Kevin. Sempre fui livre e se eu me sentir sufocado vai ser bem tenso.

— Eu sou um passatempo pra você, não sou?

— Do que está falando? Eu faria minha mãe chorar por um passatempo? Olha a declaração de amor que acabamos de fazer. 

— Perdão. – ele chegou mais perto e queria me abraçar, mas não deixei. – Murilo hoje foi a melhor noite de toda minha vida, não deixa minha insegurança estragar tudo.

— Eu desconfio que você possa ter recaídas de caráter e você do meu sentimento. Será que vale mesmo a pena? – ele segurou meu rosto e me deu um beijo longo, demonstrando muito carinho e necessidade.

— Não questione isso nunca mais. – ficamos nos olhando por um tempo e eu tive certeza que a minha dúvida era boba. Assim que começamos a andar rumo a ponte de baixo ele me parou.

— O que foi? – ele fez sinal para eu fazer silêncio.

— O seu pai. Ele está lá embaixo.

— Impossível você saber isso. – tentei olhar pelos ferros e não dava para ver absolutamente nada.

— Ouvi Arthur dizer o nome dele. Não me olha assim, eu não tenho culpa se vocês não sabem explorar ao máximo os sentidos de vocês.

— E o que a gente faz gênio? – perguntei um pouco debochado e mais ainda preocupado.

— Você vai sozinho e inventa que estava fumando e eu vou subir e saltar pela lateral.

— Tá doido? Você vai se machucar pra caralho. Nunca.

— Não é hora de você questionar o que eu digo, se eu estou falando que vou saltar é porque sei que consigo.

— Isso não tá acontecendo.  – reclamei começando a ficar nervoso. – Não vou ter coragem de ir.

— Eu vou então. Mas não queria que você corresse o risco de se machucar.

— Quer saber? É hora de eu e ele desenterramos mágoas passadas. – ele puxou meu braço.

— Murilo, não é para nos assumirmos. É para ele acreditar que não estávamos juntos. – sai andando ignorando tudo o que ele queria que fizéssemos. Ele veio andando atrás mesmo que os meus passos fossem rápidos demais.

— Achou mesmo que eu não iria descobrir? – Caleb perguntou olhando para Kevin. – E pior, que não faria nada?

— Murilo vem comigo agora! – olhei para o meu pai indignado.

— Qual crime eu estou cometendo, você pode me dizer?

— Você só pode ter enlouquecido! Anda Murilo. Vem AGORA! – ele me pegou pelo braço com muita força e eu sabia que ficaria roxo. Olhei para Kevin enquanto era arrastado e seu olhar de puro ódio me dizia que ele deixaria o seu lado sombrio se sobressair. Que merda. Eu o perderia para ele mesmo. Meu pai me jogou na sala do tio Gu e quando vi já estava chorando. Não por ele ter feito isso comigo, mas pelo que eu sabia que aconteceria dali pra frente.


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Notas finais do capítulo

Infelizmente tá acabando essa temporada e ela não vai acabar muito bem. :( Até a amanhã ♥



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