Amor Perfeito XIII escrita por Lola


Capítulo 52
Ansiedade


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥



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Murilo Narrando

Sai da sala do demônio do Caleb com o coração doendo. Até tentei conversar com ele, mas... Estava preso em tanta coisa. Senti alguém chegar atrás de mim e segurar meu pulso.

— Não sei se você percebeu, mas eu estou angustiado desde ontem pelo seu jeito.

— Kevin...

— Você colocou na cabeça que não dá certo? É isso? – me virei para ele.

— Você ainda não entendeu que todos já perceberam? Um sentimento como esse não dá para esconder. É nítido. Fico pensando... É como se eu não pudesse ter você. Acha exagero? Por que é o que eu sinto. Queria ter você o tempo todo. Não queria dever satisfações às pessoas, ficar ouvindo essas insinuações... Isso tudo me faz mal e me afasta de você. E eu não quero me afastar. Eu te amo demais Kevin. – ele abaixou sua mão do meu pulso para a minha mão e a apertou.

— O seu pai nos separaria Murilo.

— O seu pai já está fazendo de tudo para nos separar. Você acha que ele não vai fazer mais nada? Estava prevendo... Acho que ele sabe muito bem o quanto você tem um histórico delicado com traição e ele vai aprontar alguma coisa nesse sentido.

— Nada que ele fizesse seria suficiente para que eu acreditasse. Confio muito em você.

— Quanto tempo vai demorar pra você acabar isso aí que tá fazendo para ele?

— Uma hora mais ou menos.

— Vou ficar deitado. Você vai pra lá depois?

— Lógico. – ele sorriu me fazendo sorrir também.  Nos separamos e antes de eu ir ele me chamou. – Não fica com raiva dos seus amigos, eles só estão curiosos, é algo diferente então é bem natural. – respirei fundo.

— Só não arrebentei o Yuri ainda porque eu com ciúme sou mais idiota que ele. – ele não aguentou e deu uma risada. – E do Ryan é de se esperar qualquer coisa.

— Por isso eu não tenho amizades... Dá trabalho. – ele sorriu de canto.

— Vai antes que eu te beije aqui no meio do corredor. – seu sorriso ficou maior ainda e ele saiu andando, me fazendo ficar abobado o olhando.

Fiquei pouco tempo esperando, ele veio antes de uma hora para minha felicidade. Assim que se deitou ao meu lado eu beijei seu ombro e juntei nossas mãos.

— Acabou? – perguntei o olhando.

— Não. – ele sorriu. – Não estava conseguindo me concentrar sabendo que você estava me esperando.

— Eu acho que isso é bom. – dei uma risadinha.

— Amo e odeio seu jeito ao mesmo tempo.

— Só por que falei brincando? – ri mais ainda. – Não sou sério como você, isso é que faz com que a gente se dê tão bem.

— Não sou tão sério. - ele discordou e sorriu.

— Ah claro, você é engraçado. Principalmente quando está debochando de alguém. Mas a sua postura é séria, a minha não.

— Você não está ansioso? – o olhei sem entender.

— Com o que?

— Pelo que tudo indica estamos quase saindo daqui.

— Nem um pouco. Deveria estar?

— Vamos enfrentar outra realidade. – sua voz era bem carregada de preocupação.

— O que você acha que pode acontecer?

— Tanta coisa.

— Diz as que mais te preocupam.

— Você não tem muito paradeiro... Não sei se esse namoro vai funcionar quando você estiver com liberdade.

— Não me agrada mais estar em qualquer lugar que você não esteja.

— Ah tá, acredito. – ele duvidou para a minha surpresa.

— Para, tá agindo como uma menininha insegura agora.

— Sabe que independente de ser menina ou menino todos tem sentimentos né?

— Os meninos controlam melhor suas emoções.

— Engraçado você falar isso quando enlouqueceu ao sentir ciúme. – não aguentei e ri.

— É... Não tenho resposta pra isso. – ele me olhou e sorriu. – Te amo. – ele voltou a olhar para cima e parecia bem incomodado. – Não adianta se estressar, eu vou dizer isso quantas vezes eu sentir vontade.

— Não é você dizer que me incomoda... – esperei ele completar sua fala. – É eu não conseguir fazer o mesmo.

— Por que você não consegue? – ele ficou em silêncio. – Você se entregou, me pediu em namoro, confia em mim... Não consigo achar nenhum motivo.

— É um bloqueio. Minha terapeuta diz que eu nunca ouvi dos meus pais, pode ser isso. E eu estou impressionado até hoje por ter dito aquele dia a você. – ele me olhou. – Você realmente consegue coisas inimagináveis.

— Sou bom em tudo. – dei um sorriso presunçoso. – Sabe... Isso me magoa um pouco. Dói. Porque tudo que queremos é ouvir da pessoa que amamos que ela também nos ama. Mas eu não posso ficar criando caso com isso até porque é algo que você não faz por querer.

— Vou fazer de tudo para conseguir ultrapassar essa barreira. Prometo.

— É a segunda promessa que você me faz. A primeira da tatuagem, agora essa... Estou anotando tudo, tenho uma ótima memória.

— Inédito para quem fuma tanta maconha. – iria rir, mas ele não deixou. – Não ri. – ele me olhou sério. – Vai parar com isso?

— Você mesmo disse que não vou te mudar por inteiro, digo o mesmo.

— Eu não mudei nada em você Murilo!

— Não? Eu era um escroto!

— Continua sendo, só que agora comigo.

— Ah tá bom, vou ser um santo a partir de agora.

— Jamais. – ele riu. – Sabe que eu gosto do seu jeito.

— Estou pensando uma coisa... É tão mais legal se apaixonar por alguém que a gente não conhece, criamos e idealizamos uma pessoa em nossa mente. A gente se conhece desde pequenos, sabemos tudo um do outro... Não tem nem graça né?

— Ah, com certeza tem coisas que não sabemos um do outro.

— Diz uma coisa sobre você que eu não sei. Algo interessante. – o olhei.

— Sempre fui bem na escola. – iria dizer que já sabia e ele tampou minha boca. Dei uma risada. – Minha matéria preferida sempre foi matemática. Os números para mim parecem algo muito simples e eu consigo resolver qualquer problema em alguns segundos. Esse é um dos motivos do meu pai sempre me procurar, começou quando uma vez eu entrei no escritório de casa e ele estava quebrando a cabeça com um dos balanços e eu resolvi tão rápido que ele ficou impressionado.

— Imaginava que ele te queria ao lado por ser inteligente. Não especificamente por causa dos números.

— Sua vez. – ele me olhou e sorriu.

— Já fiz piano, jazz, hip-hop e escoteiro. – ele riu. – Meu pai fazia de tudo para me tirar de casa. – rimos juntos. – E você certamente não sabe disso porque era algo que eu escondia de todo mundo.

— Ah, dança e música não é vergonha. 

— Pra mim na época era.

— Estou surpreso mesmo é com o escoteiro.

— Foi o pior de tudo. Eu não era nada obediente e sempre cumpria castigos horríveis.

— Ainda bem que não vamos ter filhos, sua genética é preocupante.

— A sua é maravilhosa. – ele ficou me olhando. – Debochado, introspectivo, agressivo, extremamente mal-intencionado. Perverso. Diabo. – ele sorriu. – Eu nunca vou te ter na palma da minha mão.

— Você que pensa. – nos olhamos. – Meu jeito é só defesa. Não vê que com você sou diferente?

— A gente lembra uma comédia romântica. – comentei e dei uma risada.

— Muito... Tem todos os requisitos, tem um vilão que é o Caleb, o seu pai me odeia, você é ciumento... O que mais? – nos olhamos e ele sorriu.

— Somos loucos um pelo outro. – apertei o rosto dele. – Amo quando você fica vermelhinho assim.

— Ah, achei o casalzinho. – nosso pesadelo chegou.

— O que foi dessa vez Rafael? – perguntei com tédio.

— Vocês não vão almoçar? – ele se escorou na cama.

— Estamos indo. – Kevin respondeu por nós dois.

— Eu não tenho tanta certeza. Prefiro ficar aqui.

— Que seja. Sua irmã pediu para procurar vocês e chamar para almoçar. Fui. – ele saiu e ter vindo foi o bastante para meu namorado encher o saco para irmos e não deixar Alice preocupada. Então fiz o que ele queria, como sempre.


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