Amor Perfeito XIII escrita por Lola


Capítulo 49
Estratégia Cruel


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥



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Alice Narrando

Na maior parte do tempo eu conseguia controlar a necessidade por Arthur, mas ultimamente parecia que estava ficando mais difícil. Ainda mais quando decidi colocar álcool no meio. Perdi toda a razão. Após nos beijarmos inúmeras vezes ele me soltou e olhou em volta.

— Já escureceu Alice. Temos que entrar.  Você prefere que Fabiana ou Otávia cuide de você? – ficamos nos olhando por um pequeno período de tempo.

— Eu já estou bem. – suspirei.

— Sei disso, mas ainda assim acho necessário que alguém te acompanhe no banho... Você não pode misturar bebida com seus remédios Alice, isso é muito sério.

— Não vou mais fazer isso. – nos levantamos e começamos a andar.

— Queria se divertir ou chamar minha atenção? Sabe que não precisa disso né? – às vezes eu me perguntava se a maneira como ele me machucava era intencional, ou se realmente ele não tinha ideia do que fazia.

— Como você é capaz de me machucar tanto a ponto de não perceber? Eu nunca faria isso para chamar sua atenção! – comecei a andar mais rápido.

— É melhor você me evitar. Não quero te fazer tão mal assim.

— É ridículo você me perguntar isso porque eu nunca fiz nada para chamar sua atenção.

— Foi o que eu disse, não precisa. Você chama minha atenção desde que me entendo por gente e como eu te digo sempre há três anos é só você que consegue ter toda essa atenção.

— Acho que agora eu entendi uma coisa... Isso é muito mais complexo que a gente pensa. Você sempre fez tudo por mim e isso incluía mudar sua personalidade. Pensamos errado. O Arthur que tem domínio de tudo não é o verdadeiro, aquele descontrolado que é você. Nunca soube lidar com o que sente por mim.  – ele fechou os olhos parecendo frustrado.

— Acredita nisso se te faz ter mais força para me esquecer.

— Você está acostumado a ser uma pessoa que eu gostaria de ter, mas não alguém que você gostaria de ser. Por isso é tão pesado ser você.

— Não é nada disso Alice... – o interrompi.

— É. É sim. Se você não tivesse tão ocupado tentando ser perfeito iria ficar comigo e imediatamente enfrentar meu pai, porque seria inconsequente, como qualquer um... Como Murilo está sendo contando sobre ele e Kevin! Arthur, quanto tempo demorou em entendermos a raiz dos nossos problemas.

— A raiz dos nossos problemas se chama Kevin. E ele destruiu a nossa relação. Para com isso. Mesmo lá na universidade eu ainda era desse jeito que eu sou. Você está tentando achar um motivo para se sentir melhor.

— Deixa pra lá. – sai andando mais rápido e não deixei que ele me alcançasse. Acho que naquela noite eu havia cansado. Cansado de ser perfeitinha. A amiga, conselheira, legal, sorridente, querida, fofa... Cansei.

Murilo Narrando

Fiquei bem mais tranquilo ao ver que Arthur estava cuidando de Alice. O que já era de se esperar. Resolvi obedecê-lo e deixar os dois sozinhos. Quando sai do banho um dos guardinhas me abordou.

— Caleb está te chamando na sala dele. – devo ter ficado de boca aberta e precisei de uns bons segundos para dizer que estava indo. Guardei minhas coisas em meu dormitório e fui rapidamente, a curiosidade me deixou intrigado. Sabia que era melhor procurar Kevin antes, mas eu teria que lidar com o pai dele uma hora ou outra. Quando entrei vi que ele estava com um cara.

— Você queria falar comigo? – questionei o olhando.

— Sim. Murilo queria pedir um favor. Leve esse rapaz até Kevin. – ele era um pouco alto, branco, mas não tanto quanto eu ou Alice, era um tom puxado para o amarelo, vestia calça jeans preta, uma camisa de botão azul escura, tinha o cabelo castanho claro penteado para trás, o rosto marcado, barba por fazer e olhos pretos que pareciam zangados. Era mais velho. Não muito, mas era.

— Quem é? – perguntei tentando controlar o meu ciúme.

— Ele sabe. Vai lá. Tenho muito serviço. – sai andando e o cara veio atrás.

— Qual o seu nome? – perguntei tentando saber alguma coisa.

— Kemeron. Mas o Kevin me cama de Kemy. – nos olhamos. Só podia ser ele. – Sou o namorado dele. – ele me olhou de cima a baixo. Não era a hora de eu ficar louco e socar a cara dele, não podia. Fiquei em silêncio e chegamos até o Kevin que estava indo para o seu dormitório. Ele parecia ter visto um fantasma... Ele não sabia se olhava para mim ou para ele. O cara que eu sempre disse que tinha ciúme e insegurança. Estava difícil ficar mais um segundo ali.

— Seu pai mandou trazê-lo até você. – tentei andar, mas Kevin me segurou. – Ele se apresentou como seu namorado. – ele o encarou com muita raiva.

— Ex namorado. – Kevin corrigiu olhando para ele. – O que você está fazendo aqui? Como entrou?

— Seu pai. Ele me chamou e ele fez com que eu entrasse.

— Você veio para uma cidade que está em estado de alerta? E conseguiu entrar em um abrigo? – ele perguntou totalmente inconformado.

— Dinheiro compra tudo. – ele respondeu de forma tranquila. – Kev, o seu pai me contou que sabia da gente e disse que te aceitou e que queria que fossemos felizes. É por isso que estou aqui.  – mais uma peça no xadrez de Caleb. Ele queria atingir Kevin, me atingir.

— Você não se aceita Kemeron. Qual a diferença?

— Você vai me ajudar a passar por isso, uma hora eu vou conseguir superar.

— Estou cansado disso e você sabe muito bem. – fiquei olhando aquilo. A raiva começou a me consumir e eu tentei tirar meu braço da mão dele. Ele me segurou mais ainda. – Você me perdeu Kemy, agora tenho que ir. Aproveita a estadia com seu amigo Caleb.

— É ele? – ele me analisou. De novo. – Bem hetero. Ninguém iria dizer. É o seu hobby, conquistar heteros. – ele me olhou nos olhos. – Ele ama um desafio. Nunca gostou dos afeminados ou dos assumidos, ele quer o que não pode ter! Você faz muito o tipo dele mesmo. – ele riu. Eu estava agindo como um completo imbecil nos últimos dias, de tão inocente, mas eu era esperto e sabia que havia muita maldade ali. – Caleb contou, o priminho pegador. Quando você decidiu que iria pegar homens? – em outras circunstâncias eu voaria no pescoço dele, mas eu sabia que não podia. Ele olhou para Kevin. – Ele faz o que eu faço? É tão bom com ele quanto era comigo? Duvido muito. Ah... – ele chegou mais perto dele. – Ele sabe que esse pingente do seu cordão é K de Kemeron e não de Kevin? – abaixei a cabeça. Ele estava conseguindo absolutamente tudo o que queria. – Ele também sabe que...

— CALA A BOCA! – Kevin gritou me assustando. – Você e o meu pai não vão conseguir tirar a coisa mais valiosa que apareceu na minha vida. Ele fez com que eu mudasse completamente. Antes o meu mundo era escuro e ele trouxe todas as cores e deu vida e sentido... Eu não tinha motivos para sorrir, agora eu tenho. Sou dele e ele é meu, não importa nada mais. E nada que vocês dois falarem ou fizerem vai mudar isso.  -  pessoas passavam no corredor e algumas olhavam, fiquei corado, não sei se por esse motivo ou se pelas palavras de Kevin.

— Você sempre precisou de atenção, sempre foi carente. Achou um amor proibido para curar seus buracos. Mas caso não saiba, não vai durar muito tempo, você vai voltar a se sentir daquela forma. E sei que nessa hora vai vim para a minha cama. Não há nada que nos supere. – soltei meu braço das mãos do Kevin e sai andando. Não precisava ficar ouvindo aquilo. Cheguei ao refeitório e notei ele chegar até a mim.

— Desculpa por tudo aquilo. Por favor, me perdoa. – ele pediu enquanto eu olhava em volta. – Murilo. – assoviei chamando Fael. – Você vai me ignorar?

— Assim fica mais fácil você ceder a ele. Sabemos que é isso que vai acontecer afinal. – ele chegou mais perto quase se encostando a mim.

— Por que você está inseguro? – fiquei olhando em seus olhos.

— Não estou. Só não quero gastar energia para ter que provar que sou melhor que ele. – Rafael chegou e ficou olhando pra gente.

— Vem. – fiz sinal para Fael e antes de sair com ele Kevin voltou a falar.

— Parabéns por dar ao meu pai exatamente o que ele queria. – olhei para ele.

— É difícil não dar quando ele sabe exatamente o que deve ser feito. – tentei ir, mas ele segurou meu braço com força.

— Não dá pra ser maduro e conversar comigo? – tentei me soltar e não consegui, Rafael parecia assustadíssimo.

— Não quando eu te vi todo rendido por ele. Agora me solta ou eu vou dar um soco na sua cara. – ele me olhou incrédulo. Dei um arranque tão forte em meu braço que ele quase caiu.

— O que foi isso? – Fael perguntou enquanto íamos para fora.

— Nada.

— Por que brigaram?

— Caleb trouxe o ex dele pra cá.

— E daí? Ele gosta de você.

— Acho que eles tem uma história mal resolvida.

— Mas ele parecia tão na sua...

— Aí Rafael, engole a porra da surpresa. As pessoas têm amores que nunca vão superar. Não vê Arthur e Alice? – ele pareceu pensar e eu mudei de assunto colocando em prática meu plano de encher a cara para esquecer aquilo tudo.


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