Amor Perfeito XIII escrita por Lola


Capítulo 30
Longe demais




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— Meu pai me deixou ficar aqui até o abrigo estar pronto, para a minha segurança! – Aline contou a ele.

— Isso é ótimo. – ele respondeu e depois olhou para Murilo.

— Eu pedi a sua mãe para vim falar o que ela acabou de me dizer. – Rafael disse aparecendo com tia Luna toda sorridente.

— Seu amigo sovou os pães para mim e sua vó de tarde, ajudou com os bolos e ainda cuidou das verduras do jantar. E nesse meio tempo ele nos contou cada caso engraçado.  Ele é alegre, prestativo, esperto... Gostei dele. – ela deu dois tapinhas no ombro de Rafa. – Não me abandone mais viu? – ela sorriu para ele e foi para dentro.

Rafael ficou meio agachado e começou a fazer movimentos de luta chinesa ou sei lá o que, esticando os braços em direção a Arthur e gritava “IA”. Todos começaram a rir. Arthur o olhava com a sobrancelha erguida, com expressão de tédio.

— Novo Bruce Lee. – meu irmão comentou entre as risadas.

— Derrotei você. – Rafael falou enfim ficando em pé de novo. – O que eu ganho?

— O que você queria eu já fiz. – ele deu de ombros.

— Sempre quero mais! – ele piscou e forçou uma risada maléfica.

— Que seja. – ele passou a mão pelo rosto impaciente e jogou o resto do seu cigarro fora. – Cadê Fabiana?

— Depois do esporro que você deu nela? Caralho, nunca a vi tão triste. Sumiu.

— Você estava no sótão?

— Você não me viu? – Arthur suspirou e ia saindo, mas Rafael segurou seu braço. – O que tá pegando?

— Nada. – ele ia ir, mas se virou. – Dá pra você dormir aqui embaixo? Quero ficar lá em cima com as meninas. – gelei toda por dentro. Ele estava me evitando, estava estranho e agora queria dormir perto de Alícia que sabia que eu tinha ciúme e prometeu mais cedo que não ficaria perto dela.

— Ei. – fui atrás dele e o parei antes dele entrar. – O que está acontecendo?

— Acho melhor conversarmos amanhã. – ele ficou olhando em meus olhos e eu não entendi o que ele estava pensando.

— Não vou conseguir dormir direito. Você está muito estranho. Você chorou, não chorou? O que foi Arthur?

— Isso. – ele apontou para mim e para ele. – Nós dois. Seja lá o que for que estamos fazendo, tem que parar. – fiquei sem reação.

— É a sua mãe? De alguma forma ela te convenceu? – perguntei quase entrando em desespero. Ele não podia estar falando aquilo. Não fazia sentido. Aquilo não era o Arthur. E toda a certeza que ele tinha?!

— Acho que não está pronta. Desculpa. – ele me deixou sozinha. Tudo o que eu sabia era que ele era a minha pessoa preferida no mundo. Agora eu não tinha tanta certeza.

Fiquei com todos, mas eu não prestava atenção em nada. Queria entender o motivo de ele ter feito isso e ao mesmo tempo queria deixar pra lá, ele não merecia que eu me importasse tanto.

— Bom dia. – Fabiana disse a me ver saindo do quarto, ela passava pelo corredor no mesmo instante. Em um ato impensado a abracei forte.

— Arthur não quer nada comigo. – falei baixo.

— Ah... Por isso ele me tratou tão mal. – ela contou da forma como ele foi estúpido com ela ontem. Tentamos, mas não entendemos as atitudes dele. Descemos e ficamos no sofá, já que todos tomavam café, principalmente ele.

— Ela está mordida porque seu irmão ficou conversando comigo ontem. – Fabi contou baixinho se referindo a Aline e deu uma risadinha.

— Você acha mesmo? – revirei os olhos. – Só se for por falta de atenção, porque sabemos muito bem quem ela queria... – olhei e vi Arthur conversando com ela. – Vamos sair daqui? – fomos para o meu quarto. E não demorou a ele aparecer para se desculpar com Fabiana. E me insultar.  Ele já havia saído há uns dez minutos e eu ainda não havia conseguido parado de chorar.

— Vamos ir tomar café, chega! – Fabiana ordenou em um tom que eu não tinha a visto usar ainda. – Sim, eu sou bem autoritária. – ela se explicou e sorriu. – Cara, você é um anjinho indefeso. Ainda vou entender as atitudes de Arthur. Mas agora estou muito magoada com ele.

— A partir de amanhã vamos registrar os moradores da cidade que vão habitar o abrigo, vou precisar da ajuda de todos vocês. – minha mãe falou quando nos viu.

— Como se não tivéssemos à disposição o dia todo para ajudar em tudo.

— Você está me respondendo Alice? – meu pai na hora olhou para nós duas.

— Ai mãe, me deixa. – peguei algo para comer e fui para fora.

— Isso é uma boa surpresa, era eu o culpado desse tipo de coisa aqui. – Kevin disse se sentando ao meu lado. Eu estava com os cotovelos apoiados em meus joelhos e assim continuei sem olhar para ele. – Está mesmo bem rebelde, até pisando na caixa. – sua fala irônica me faria rir em qualquer outro dia, mas não nesse.

— Dá pra me deixar sozinha? – pedi evitando sua presença.

— Nossa, o que tá pegando?

— Você realmente não sabe? – o olhei.

— Não Alice. – ele ficou sério. – Esse é o lado ruim de ser quem sou, levo culpa até pelo que nem sei. O que foi dessa vez?

— Arthur decidiu se afastar de mim. Se eu souber que você tem algo a ver com isso e eu acho que tem, pode ter certeza que eu vou te odiar pra sempre. – me levantei e sai de perto dele indo para dentro de casa.

— Eu estou em uma situação muito difícil... – Fabi disse assim que sai do banho, já era noite e havíamos passado o dia inteiro conferindo mantimentos e as coisas que seriam usadas no abrigo com minha mãe. Estava cansada e tudo que eu queria era esquecer meus próprios dramas, quem diria de outra pessoa. Respirei fundo.

— Calma Fah... Você e Arthur vão se entender.

— Não, não é isso. – a olhei depois de pegar minhas roupas. – Vi que ela estava bem angustiada.

— Você não está grávida do meu irmão né?

— Nem se eu fosse louca.

— O que foi então Fabiana? – tranquei a porta e comecei a me vestir.

— Quando cheguei aqui eu adorei todo mundo, sua família é muito legal e estou dizendo em um todo, seus tios, os amigos dos pais de vocês... Sua vó parece ser uma pessoa maravilhosa. Seu avô é um pouco mais na dele, mas enfim... O fato é que tudo aqui me lembrou de bondade, paz e de alguma forma harmonia, exceto quando Kevin e Arthur se encontram e as gêmeas brigam. – demos uma risada, mas rapidamente voltei a ficar tensa, não sabia aonde ela queria chegar. – Só que eu sou muito observadora e já percebi algumas coisas. A primeira delas e acho que mais fácil é que Arthur não tem aversão ao pai atoa, o jeito dele é de quem esconde coisas e ele é estranho. – fiquei a olhando atenta. – E a outra coisa... Nem tudo é o que parece ser.  Ai, não sei como dizer isso.- ela passou a mão no rosto. – Não sei nem se você realmente é a melhor pessoa para eu falar. Você é inocente demais. Pensei em falar com Murilo, mas ele é estourado e não sei qual seria sua reação.

— Tem a ver com o meu pai ou a minha mãe? – perguntei com medo.

— Não. Mas a partir do momento que souber, vai passar a ter porque eles não vão ser a mesma pessoa pra você.

— Como assim? Fala logo Fabiana!

— Eu me sinto suja em estar de certa forma fazendo intriga ou fofoca. Só me deixa te falar uma coisa: O Arthur não terminou com você porque ele quis. E sua tia Luna está diretamente ligada a isso. Coisas que eu ouvi que eu não consigo nem repetir. – ela segurou minha mão com força. – Não faz nada. Não sei o que fizeram com ele, mas é algo sério. E ele deve precisar de tempo. Vamos fazer uma aposta, vocês vão voltar. - ela disse olhando em meus olhos.

— Ele me ofender daquele jeito... Se inventaram alguma coisa para ele, a primeira coisa que ele faria era confirmar comigo. Ele confia em mim.

— Parece que não confia mais. Só temos que saber o motivo.

— Isso é tão confuso. – suspirei mais cansada ainda, agora emocionalmente.

— A mesma sensação que tenho das pessoas não serem o que mostram parece que ele está tendo de você. – ela me olhou. – Alice, eu vou passar por cima da minha mágoa e vou conversar com ele.

— Não precisa. Vi como você ficou. Isso vai ser muito difícil pra você, e eu não quero isso. Também estou magoada e não consigo confronta-lo. Deixa como está.

— Vou pedir ajuda ao Rafael, ele é muito esperto. Se a gente ficar sabendo de alguma coisa eu te conto.

— Tá. – pensei um pouco naquilo tudo. – Eu sei que você não quer repetir o que ouviu e não vou te obrigar, mas tem como pelo menos deixar mais claro que isso?

— Mais? Eu disse tudo. Sua tia não quer vocês dois juntos. E parece que não tem princípios para fazer isso acontecer.

— Com quem ela estava conversando?

— Não sei. Estou de hóspede aqui, não posso ficar ouvindo conversa atrás da porta. Por acaso eu ouvi uma frase e foi o bastante.

— Ela não é uma pessoa ruim. Tanto que deu mole em alguém ouvir.

— Por que ela não quer vocês dois juntos?

— Ele me disse que ela acha que vou magoa-lo. Que como meu sentimento não pode virar amor ele vai acabar.

— Até que faz sentido. – ela fez uma expressão bastante  pensativa. – Não tem como ela ter engravidado do seu pai porque ele é irmão dela. Será que você é filha do Caleb e vocês são meio irmãos?

— Você é cega? Sou a cara do meu pai. E minha mãe nunca transaria com aquele ser.

— Sua mãe transparece verdade e ela e seu pai são tão fofos juntos que se isso tivesse ocorrido acho que não seriam assim.

— É o meu problema mesmo. E a superproteção dela.

— Não posso comentar porque sua condição é delicada e eu não entendo nada sobre isso.

— Eu sei o que eu sinto. Posso nunca ter sentido nada, mas isso tudo que eu estou experimentando agora... É uma coisa muito forte. Mas ela nunca vai me aceitar como nora. E talvez o meu pai também nunca o aceite como genro. No fim das contas ele me odiar foi apenas ir mais rápido para a parte do sofrimento. – ela concordou gestualmente e pareceu tão triste quanto eu. Fomos jantar e assim que acabamos íamos chamar todo mundo para ir lá pra fora quando Arthur que eu nem sabia que havia chegado, desceu todo arrumado. Ele estava com uma calça jeans preta, um tênis branco e uma blusa básica branca com um moletom aberto vermelho, preto e cinza. E estava cheiroso.

— Onde você vai? – a mãe dele perguntou assim que o viu.

— Na obra. – Ravi havia acabado de chegar e ficou olhando para ele.

— Não mente para a sua mãe.

— Vou por aí. – ele ia ir, mas ela o puxou, claro.

— Por aí existe uma doença mortal. Você enlouqueceu?

— Os engenheiros acabaram o serviço e como é sexta, combinaram de sair para comemorar. – Ravi explicou.

— Na obra mesmo?

— Sim. Todos estão em trailer por lá... Alguém tem um tio que tem um armazém e vai abrir para ele trazer todo o estoque de cerveja. Só espero que nenhum precise de glicose, porque o hospital tá cheio de mais de gente doente.

— Vai beber então Arthur, você merece, trabalhou muito nos últimos dias.

— Não sei por que trabalhou tanto se nem engenheiro ele é ainda. – Kevin provocou, para variar.

— Ele é excelente. E trabalhava comigo e eu o ensinei tudo e o treinei, então não opine sobre o que não sabe. – Ravi o cortou e meu irmão, Alê e Arthur riram.

— Fale com meu filho assim de novo e terá sérios problemas. – Caleb o ameaçou.

— Caso não tenha reparado ele insultou o seu outro filho.

— Que sabe muito bem se defender sozinho e nunca precisou de mim não é mesmo?

— Crise de carência paterna essas horas? Poupe a minha paciência. – Arthur falou o olhando com tédio.

 - Eu estou cansado de você e da sua ingratidão!

— Você descobriu sua paternidade tarde, mas realmente é um autêntico Montez. Veio cheio de drama. Isso tudo me cansa. Tchau. – todos ficaram surpresos.

— Não vai atrás dele. – Ravi falou ao ver Caleb se levantar. – Ele não vai para a comemoração e sim tem um encontro com uma das engenheiras, é o que ele precisa agora. Então ao menos evite mais uma briga. – não aguentei ouvir aquilo e passei pela porta da cozinha e fui correndo até o carro dele, ele estava entrando em seu carro, reparei que mexia em seu celular e agora ele estava com chicletes na boca. Meu ciúme e minha raiva aumentaram em um nível assustador.

— Você não vai sair daqui. – falei segurando a porta.

— Tá falando comigo? – ele jogou o celular no carro e evitou me olhar.

— Desprezo irônico não combina nada com você.

— Dá pra tirar a mão da minha porta, preciso sair.

— Olha, não sei o que sua mãe fez para você me odiar tanto, mas isso não vai ser suficiente. – cheguei mais perto, vi que ele ficou surpreso demais com minha fala e aproveitei e sentei em seu colo em um movimento rápido e único, passando as pernas em volta da sua cintura.

— O que é isso? – seu olhar estava em tudo menos em meu rosto.

— Se você não é mais tão determinado eu tenho que ser por nós dois. – me inclinei e fechei e a porta.

— Tenho um compromisso. – ele ainda parecia atordoado com a minha atitude.

— É, eu sei, transar com a engenheira que possivelmente estava dando em cima de você esse tempo todo. Será que isso teve influencia em me querer longe?

— Você me conhece o suficiente para saber que não.

— Você afirmou ontem que estava cego pelo sentimento e isso quer dizer que não me conhecia como achava... O que inventaram pra você e por que não veio me perguntar antes?

— Não inventaram nada. Sai de cima de mim Alice.

— Por que você não consegue nem olhar em meus olhos?

— Quer saber mesmo? – ele finalmente me olhou. – Porque estou com nojo de você.

— Quem deveria dizer isso sou eu, porque mesmo que a gente não tivesse nada sério, ir para um encontro vinte e quatro horas depois é nojento. - ele ficou me olhando, mas o olhar dele não era nada bom.

— Você nunca mais vai me ter em suas mãos sabia? O seu jogo é esse, você se faz de indefesa e quando as coisas saem do controle se mostra essa decidida cheia de força.

— Nunca me fiz de indefesa! Muito pelo contrário. Sempre pedi para pararem de exagerar na proteção, principalmente você e meu pai. – fiquei tensa e me afastei dele encostando meu corpo ao volante. – A verdade é que ninguém nunca me deixou demonstrar qualquer coisa que seja. Sei que eu não tinha emoções, mas aos poucos eu fui adquirindo e isso não foi e ainda não é fácil pra mim, mas parece que para as outras pessoas é pior ainda. – olhei pra baixo, eu não queria que a tristeza viesse tão forte. Por um instante desejei ser normal como Sophia, Larissa ou Fabiana.

— Pra que você foi atrás de mim lá na universidade? Você deveria ter ficado. Aliás, pra que me ligou? Viu que eu estava evitando falar com você. Não aguento esse inferno mais em minha vida, é sério. Quero esquecer. Tudo que eu quero é te esquecer Alice.

— Por que não decidiu isso antes da gente se beijar?

— Isso vai dificultar um pouco as coisas, mas não quis que fosse assim. – o telefone dele começou a tocar, vi Fábia Engenheira escrito na tela.

— Vai lá, alguém está te esperando. – desisti. Ele impediu que eu abrisse a porta.  

— Acho que merecemos uma despedida. – agora seu olhar era fixo no meu.

— Não quero me despedir, você sabe disso.

— Quem sabe não me faça mudar de ideia. – sorri sem saber o que estava por vim. Então me aproximei dele e o beijo que eu achei que se iniciaria cheio de sentimentos e doce foi brutal. Arthur pegou em minha nuca e juntou nossas bocas, tentei pensar que era necessidade de mim ou a nossa química, mas aquilo era mais feroz que o jeito que costumávamos nos beijar. Parei de pensar quando o gosto dele me deixou completamente inebriada. O celular dele tocou de novo uns cinco minutos depois e ele o desligou, ele era meu. Isso me deixou animada, extasiada eu diria. Até demais.

— O que você fez? – perguntei enquanto recuperava um pouco do ar.

— Liguei o desembaçador. Se alguém passar por aqui... – ele respondeu e me olhou.

— Sorte que o seu carro está bem afastado da casa. – respirei fundo. – Isso tá fugindo um pouco do controle.

— Qual controle? – ele me puxou para ele de novo. Pedi para ele parar enquanto ele beijava o meu pescoço.

— Por favor, Arthur. – pedi tentando fazer aquilo não soar sexy.

— Ah, qual é. – ele se encostou ao banco. – Despedidas tem que ser memoráveis.

— Você está... Diferente.

— Estou curtindo o momento. – dessa vez invés de me puxar ele se aproximou, enquanto me beijava ele apertava minha cintura e suas mãos eram tão grandes que eu sentia que dissolveria nelas a qualquer segundo. Ele puxou minha blusa para cima e aquilo fez meu coração acelerar. Uma coisa era a gente se beijar sem o meu pai saber, outra coisa era isso.

— Arthur... – tentei de alguma forma fazê-lo parar.

— Relaxa. – ele sussurrou enquanto levantava os meus braços para tirar minha blusa.

— A gente está em seu carro, no jardim da minha casa. Recupera sua lucidez, por favor. – praticamente implorei.

— Estou bem lúcido. – nem reparei que suas mãos haviam ido para o fecho do meu sutiã e o mesmo estava caindo em minha cintura. Ele se encostou ao banco e ficou me olhando. Sabia que eu estava quase roxa de vergonha.

— Você consegue fazer isso involuntariamente?

— Isso o que?

— Ficar com vergonha, corar o rosto.

— Eu estou nua. – levantei minha blusa me tampando. – Lógico que eu estou com vergonha.

— Acho que você tem muito mais coisas do que se envergonhar. – ele iria me beijar de novo, mas eu o empurrei.

— O que quer dizer com isso?

— Nada. Só acho que é o seu corpo. – ele deu de ombros. – Não é motivo para te constranger tanto.

— Você me conhece melhor que ninguém. Isso é... É novo pra mim. E você não está sendo paciente como achei que seria.

— Ache menos então. – queria não ter correspondido a um novo beijo, mas eu era fraca demais. Com Arthur estranho assim era difícil eu aproveitar, mas não era impossível, era ele... E ele conseguia coisas. Sua boca desceu do meu pescoço aos meus seios e aquilo fez uma onda de calor ainda maior percorrer todo o meu corpo. Afundei a unha em seu banco de couro e isso fez um barulho, ele olhou sem entender.

— Desculpa, acho que arranhei... – ele me interrompeu.

— Não ligo. – ele continuou o que estava fazendo e agora eu apertava o seu ombro para não estragar mais nada. Ele me olhou e pareceu notar que eu estava contendo as minhas emoções. – Você demorou tanto tempo para senti-las, acha certo reprimir agora? – sorri em resposta, mostrando que eu queria sentir aquilo.

— É só que do jeito que estamos vamos acabar indo longe demais. – respondi em seu ouvido enquanto ele me tomava pelas costas e me ajeitava em seu colo.

— Ah é... – ele falava e arrumava meu cabelo segurando-o todo com a mão direita. – Você não pode ir tão longe. – mesmo que sua voz me demonstrasse ironia, não conseguia me concentrar nisso com sua mão esquerda em meus seios. – O quanto longe você já foi Alice? – ele perguntou com a boca bem próxima a minha. Aquilo tudo me deixou sem reação. – Não precisa responder, deixe que eu adivinhe. – ele puxou meu cabelo inclinando minha cabeça pra trás. – Ele te fez sentir tudo isso primeiro que eu, você gostou tanto que te transformou nisso... Com certeza já transaram e você não fez personagem e gemeu como uma vadia. – tirei a mão dele de mim bruscamente, comecei a colocar meu sutiã. – Só que como ele deve ser bom apenas na cama, você quer transforma-lo em alguém melhore pra isso decidiu me usar. – sem eu mesmo querer as lágrimas estavam descendo. Vesti minha blusa e abri a porta. – Já vai? Agora que estava ficando bom. – não consegui nem olhar em seus olhos.

— Nunca mais fale comigo. – eu estava com falta de ar. – Você morreu pra mim.


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