Amor Perfeito XIII escrita por Lola


Capítulo 28
Absolutamente Iguais


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥



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— Não acredito. – ela colocou a mão na boca e olhou em volta. Depois me pegou pela mão e me puxou para o meu quarto. – Seu rosto está todo vermelho e sua boca está inchada. Explica isso. – Fabiana que ainda estava deitada e mexia em seu celular parou o que estava fazendo nos olhando.

— VOCÊS FINALMENTE SE BEIJARAM? – ela se sentou eufórica.

— Não grita. – fechei a porta.

— Como foi? Conta tudo! Anda. – elas falaram quase juntas.

— Foi... Intenso. Muito intenso.

— Então vocês tiveram química?

— Sem dúvida.

— Fala mais Alice! – Fabiana exclamou insatisfeita.

— Só não se esqueça que ele é meu irmão, já basta a Aline ontem o tempo todo com piadinhas e indiretas sobre como ela sente falta do pênis enorme dele. – ela revirou os olhos. – E ela é tão legal, uma pena que não pode beber. Sinto pena pelo seu irmão. – nos olhamos.

— Ele está mesmo na dela né?

— É o que parece e se for ele vai sofrer duas vezes, uma por não admitir e outra por ela ainda querer Arthur.

— Talvez seja bom, assim ela paga por todas as garotas que certamente já sofreram por ele. – Fabiana opinou. – Vou ir tomar café, minha barriga roncou. – ela se levantou e vi que já tinha se trocado. – Espero que não fique chateada porque ele vai me contar tudo. – ela me olhou e sorriu. – Sou a confidente oficial de vocês dois, não posso fazer nada. – ela deu de ombros e saiu, antes que eu reclamasse.

— Sabe que ela saiu correndo porque estava incomodada né? Ela pode negar o quanto for, mas tá mal por causa do Murilo.

— Sou nova nisso tudo então eu não perceberia se você não falasse. – admiti e ela riu.

— Fui tão boba de achar que você brincaria com a cara do meu irmão. Só toma cuidado com o Kevin Alice, você é inocente demais para ele.

— Não vamos falar disso, eu estou tão feliz.

— Acho que nunca te ouvi dizer essa frase.

— Dá para lembrar que eu não sentia esse tipo de coisa? Tipo felicidade e tal.

— É, mas parece que está sentindo muito mais coisas. – ela suspirou. – Estou frustrada.

— Por quê? Desabafe.

— Não estou acostumada a não ter o que quero. E... Eu queria o Rafael. E ele está obcecado pela Sofia.

— Se ela o quisesse já teria ficado com ele, conhecemos Soph. E você disfarça bem, nem percebi que estava afim dele.

— Nossa, ele é lindo! Aquele cabelo loiro desbotado todo largado, os olhos verdes, a boca vermelha e aquela expressão de mau que ele tem. – ela disse quase babando.

— Tá. Mas você já ouviu as coisas que ele diz?

— Eu não quero namorar Alice. Estou afim dele e quero dar uns beijos, só isso. – rimos juntas, porque a ideia não era nada atraente. Arthur apareceu para se despedir de mim e quando ele saiu Otávia ficou me olhando.

— O que foi?

— Sei lá, é estranho ver vocês dois assim... Tipo... Parecendo um casal.

— Deve ser bem comum beijar o Rafael que de dez palavras cem é putaria.

— Não estou criticando. – ela voltou a rir. – Nunca conseguiria namorar alguém como meu irmão. – ela falou depois de um tempo. – a olhei. – Ele é muito chato.

— Pra mim ele é perfeito.

— Posso te contar uma coisa? – ela falou rápido demais. – Uma coisa que ninguém sabe e que eu percebi esses dias.

— Sobre o Arthur?

— Não. Sobre mim. – ela nem esperou que eu falasse nada. – É que se eu falar isso para a Gio ela é sonsa e vai acabar soltando uma hora ou outra e as gêmeas... Definitivamente não dá para confiar nelas. Você é alguém em quem eu confio.

— Diz logo Otávia! Estou curiosa!

— Sabe por que quero tanto o Rafael? – a olhei. – Porque ele tem aquele jeitão de malvado... Que me lembra de quem eu realmente gosto.

— Ah não! Kevin?

— Nunca. Quem é mal humorado e reclama de tudo o tempo todo?

— Ryan! – arregalei os olhos. Ela escondeu o rosto com as mãos. – Desde quando?

— Pouco tempo. Acho que foi desde que viemos pra cá na verdade.

— Não tem nem uma semana Otávia!

— Ah, eu o vi saindo do banho um dia... – ela disse com o olhar perdido. – Fiquei bem fora de mim. E também percebi que prestava atenção mais nele ultimamente.

— Ele QUASE NÃO FALA NADA criatura!

— Você tá questionando o MEU sentimento?

— Não. Só estou achando completamente estranho. Quem se apaixona pelo Ryan?

— Quem se apaixona pelo Arthur? – ela revirou os olhos.

— Aline, Alicia... Aparentemente bastante gente...

— Ele é chato, eu já disse! Aquele jeitão controlador dele. Se às vezes eu sofro como irmã imagina uma namorada.

— Mano, O RYAN! – falei ainda segurando a risada. Ela jogou o travesseiro em mim.

— Você vai me ajudar a pegar o Rafa? – a olhei com espanto. – O coração quer um e a boca quer outro. Não estou morta. Estou muito afim daquele loiro ordinário.

— Bom... – pensei um pouco. – Converso muito com Fabiana que é amiga dele...

— Pelo que percebi na verdade eles não se dão tão bem assim não.

— O seu irmão nem pensar né?

— Em que mundo o Arthur aprovaria que eu ficasse com o amigo psicopata dele? Ele nem pode ficar sabendo se não vai me encher o saco.

— Ele não perdeu um pouco a moral? Chame-o de maconheiro.

— São anos de conduta certinha para uma fumadinha de maconha que até nossos pais admitiram que já fumaram. Não rola. Ele não vai me ajudar com Rafael de jeito nenhum.

— Vai ter que ser eu. E eu vou falar o que? Sabe que não sou a mais indicada. AÍ. – bati em minha testa. – Lembrei-me de uma coisa. Arthur tem ciúme dele.

— Arthur está na obra o dia todo e nem vai ver.

— Mas eu me sinto mal em fazer algo que ele não gosta mesmo sem ele ver.

— Vocês dois se merecem.

— Nós vamos pensar em alguma coisa, calma. Agora vamos descer e ajudar Murilo e nossas mães no almoço se não daqui a pouco elas gritam. – durante o dia eu tentei achar alguma ideia que aproximasse Rafael de Otávia, mas não adiantou muito. Tomei banho ao entardecer e assim que escureceu todos estavam reunidos novamente.

— Como Alícia está? – Yuri perguntou para Rafa e Fabi que haviam ido visita-la na tarde de hoje.

— Ótima. Amanhã cedo ela vai receber alta. – o loiro respondeu rapidamente.

— Será que a gente pode conversar? – Yu perguntou e eu aceitei indo com ele para um pouco mais distante do pessoal. – Você se afastou demais de mim. No momento que você mais precisou eu estive ao seu lado. Quando você não sentia nada eu era o seu melhor amigo. E agora que você está evoluindo você começou a sentir tudo principalmente desprezo e está direcionando ele a mim.

— Não estou te desprezando, nunca. Parando para pensar realmente a gente se afastou, mas foi natural. Você também não é o mesmo comigo.

— Andei perdendo muito tempo atrás de garotas e você pensando em Arthur.

— Então pare de me culpar. – fingi estar brava.

— Vem cá e me dá um abraço. – o abracei bem apertado e demoradamente.

— Que lindo, pelo visto se acertaram sem eu precisar intervim. – me separei dele prontamente e olhei para cima devido a diferença de altura entre eu e o dono da voz.

— Já estava com saudades. – falei e sorri.

— Arthur como está indo lá? – Alê perguntou de onde estava sentado, poucos metros da gente.

— Ai cara, ainda bem que chegou, to precisando demais levar um papo contigo. – meu irmão disse aparecendo ao nosso lado encarando Tuh.

— Amanhã cedo você vai com a gente buscar Alícia tá? – Fabiana veio avisa-lo.

— Vocês podem só me deixar falar uma coisa rapidinho com Alice? – ele perguntou parecendo incomodado. Fabiana saiu seguida de Yuri e Murilo o olhou.

— Não esquece. - ele socou o peito de Arthur.

— O que ele tanto quer? – perguntei olhando ele se sentar. Ele fez sinal que não sabia. – E você, o que quer me dizer?

— Lembra quando a gente brincava de se esconder e você sempre acabava se escondendo no mesmo lugar? – olhei para onde ele estava falando.

— Ali em cima perto daquele arvore? – apontei para a lateral. Era bem escondido.

— Isso. Vai pra lá agora. – ele ordenou olhando em meus olhos.

— Não entendi.

— Quero te beijar. Na verdade eu preciso. E existem vários olhares que me impedem de fazer isso aqui e agora, então vai, por favor.

— Tá. – falei e ele viu que eu estava com medo.

— Não vão sentir sua falta, estão distraídos, relaxa. Vou ver o que seu irmão quer, falar que vou buscar algo lá dentro e passarei pela frente da casa e estarei lá em um segundo. – sorri.

— Não demora. Está escuro. – falei e fui antes que ele ficasse ainda mais apreensivo. Fiquei escondida entre as arvores e tudo me assustava, até o barulho de folhas caindo. Qualquer bichinho que passava no chão ou voava no céu. Meu coração já estava acelerado. Era engraçado, porque eu costumava ser bem mais corajosa quando não sentia nada.

— Ei. – suas mãos tomaram minha cintura. – Demorei?

— Não muito. Nem ouvi seus passos.

— Treinamento no exército. – ele brincou e sorriu. – Também estava com saudades. – ele chegou mais perto.

— Estava morrendo medo aqui sozinha.

— Tá com medo agora? – sua voz saiu baixa e aveludada.

— Pensei em uma maneira de convencermos o meu pai... – ele colocou o indicador suavemente em meus lábios.

— Depois. – então ele se aproximou e me beijou, foi justamente como de manhã, aquele beijo que me tomava por inteira, me envolvia, que de alguma forma me fazia entender que era ali que eu devia estar e que não era errado, por mais que pudessem achar que era. O ruim era perder o ar toda vez que eu estava gostando intensamente mais. Repousei meu rosto em seu peito e ele começou a fazer carinho em meu cabelo. Não queria falar nada, só aproveitar o corpo e o carinho dele. Quando eu recuperei o ar eu o beijei de novo.

— O que o meu irmão queria? – perguntei assim que nos separamos.

— Que eu convencesse o pai da Aline a deixa-la ficar aqui.

— E você vai?

— Já fiz. Amanhã quando eu for buscar Alícia ela vai junto para passar na casa dela e pegar umas roupas.

— Fabiana deve ter ficado felizona com isso. – revirei os olhos.

— Não muda nada, eles ficaram hoje. E eu realmente não estou aqui para falar deles.

— Como você que passa o dia todo fora dessa casa sabe mais do que acontece aqui que eu?

— Ela manda mensagens como se eu tivesse tempo ou como se eu fosse Alícia... Na real acho que ela só precisa desabafar. Sei lá.

— Por que ela não fala comigo? Conversamos tanto. Ela não confia em mim?

— É o seu irmão. Você sabe que ele não presta. De certa forma ela deve se sentir humilhada por ele estar dando mais atenção para Aline, é questão de ego ela não falar mais dele.

— Por que você é tão inteligente?

— Por que você é tão curiosa? Com o tempo dessa conversa a gente poderia ter dado uns três beijos sabia? – ele segurou meu rosto e me puxou me beijando mais uma vez. Perdemos a noção do tempo. Mas sabíamos que precisávamos voltar. Eu fui primeiro e ele bem depois.

— Você foi buscar sua dignidade para demorar tanto? – Alê perguntou brincando assim que ele chegou tirando a blusa.

— Que calor é esse que você está sentindo? – Otávia perguntou depois me olhou e abriu um pouco a boca parecendo concluir algo.

— Nem está fazendo calor. – Lari opinou.

— Minha temperatura corporal realmente é tão importante?

— Você tá comendo alguém? – Yuri perguntou e ele o olhou franzindo a testa.

— Que? – a expressão de Arthur ficava cada segundo mais engraçada.

— Você está bem humorado e só fica debochado assim quando algo muito bom está acontecendo.

— E esse algo seria estar “comendo” alguém? – ele continuou com a mesma expressão. – Você está andando muito com o Murilo.

— Arthur... – tia Luna chegou e parou perto dele. – Maísa ligou, ela me falou todos os cuidados que a sua amiga vai precisar ter quando voltar amanhã e para facilitar as coisas ela vai dormir com você lá cima. Tem milhares de colchões de ar novos dobrados em caixas... – ela olhou para a gente. – Por aí em um desses lugares. Ache e encha para o seu amigo dormir e você ficar com ela na cama de casal.

— Fabiana é a melhor amiga dela e vai dormir com ela e cuidar dela. – ele afirmou parecendo ter perdido o bom humor.

— E você?

— Na sala. Se você me encher muito o saco no meu carro e se me encher mais um pouco lá em casa. – eles ficaram se encarando e depois ele pegou uma cerveja para ele.

— Você herdou a determinação do seu pai.

— Felizmente o caráter não.

— OLHA COMO VOCÊ FALA DO MEU PAI. – Kevin gritou nervoso.

— Chama o zoológico que o gorila fugiu. – só Luna não riu da fala de Arthur.

— É assim que vamos lidar com isso? – ela perguntou olhando para ele.

— Não quero dormir com Alícia. Ela vai estar melhor com a amiga dela. Assunto encerrado.

— Você fala como se eu estivesse te obrigando a se casar com a garota! Não se esqueça que foi VOCÊ quem a trouxe. Ela também é SUA amiga.

— E eu vou cuidar dela. Mas para isso eu não preciso dormir com ela.

— Você ainda vai me adoecer.

— Não sou um moleque, você não pode vim aqui e me mandar fazer as coisas como se eu tivesse a idade dos meus irmãos. Sei das minhas responsabilidades. Se eu estou falando que VOU CUIDAR DA GAROTA eu vou! E ponto.

— Você cuida de todos né? Menos de você mesmo. – ela saiu indo para dentro da casa.

— Aí cara, estressando sua mãe desse jeito vai ser difícil eu conseguir conquista-la. – Rafael falou e Arthur apontou o dedo para ele e foi pegar um cigarro com Ryan.

— Que história é essa de conquistar minha mãe? – Otávia perguntou aproveitando para puxar papo com ele.

— Ah... – ele coçou a cabeça. – É uma aposta que eu e seu irmão fizemos. – ele olhou para ela. – Você bem que podia me ajudar. Diz aí... O que sua mãe gosta?

— Hum... Compras, meu pai, encher nosso saco, mais compras... – ela fingiu pensar.

— Acho que vou ter que roubar o cartão do seu irmão para concluir essa missão. – ela deu uma risada o fazendo sorrir.

— Deve ser difícil... – ouvi a voz baixa de Kevin ao meu lado. Olhei para ele questionando com o olhar. – Ter a mãe do cara que você é apaixonada o mandando dormir ao lado de outra.

— Claramente vimos que não deu certo.

— Mas não está curiosa sobre o motivo dessa insistência dela?

— A garota precisa de cuidados. Não é uma doença qualquer Kevin.

— Sua inocência realmente me encanta. – sua risadinha sarcástica me fez ter raiva.

— É o que é então?

— A pergunta certa é: por que será que ele não te contou ainda? – ele olhou para Arthur que nos encarava de onde estava.

— Não começa com esses joguinhos patéticos. Não vou cair nessa.

— Você fica ainda mais linda quando fica brava.

— Não seja assim comigo. É por ser assim que a maioria deles não gosta de você.

— Isso quer dizer que você gosta de mim? – seu sorriso de idiota de me fez rir.

— AEEEE PRIMEIRA BRIGA DO CASAL! – Murilo gritou chamando atenção.

— Não Alexandre, você falou exatamente o que você quis dizer. – não sei do que se tratava, mas Alê estava bem encrencado.

— Caleb vem cá. Não. – Kira apareceu com o marido, eles vinham em direção a Kevin, ela parecia tentar impedi-lo. Ele ficou encarando o filho.

— Está puto por que não dividi os lucros? – o garoto perguntou parecendo despreocupado.

— Geralmente eu pratico a ignorância intencional quando se trata de suas atitudes inconsequentes, mas você foi longe demais.

— É, eu acho que fui mesmo. – ele continuava com a mesma expressão tranquila.

— E você sabia que iria ser pego.

— Claro. As coisas iriam parar... Era um pouco óbvio.

— E isso não te causa medo?

— Causaria se eu não te conhecesse. Sei bem como vamos resolver isso.

— Você é novo e não precisa disso.

— É, eu sei que sou evoluído para minha idade. Precisar é relativo.

— Isso é alguma vingança? – ele se aproximou do filho. – Você vai atingir somente a mim dessa forma. – ele falou mais baixo.

— Não. – ele se levantou. – Isso é para te mostrar como você é. Sabe porque você ainda não me agrediu ou berrou comigo? Porque no fundo você está impressionado. Somos absolutamente iguais.

— Isso não é coisa para discutirmos em frente aos seus primos e amigos, vem. – ele saiu andando e Kevin foi calmamente atrás.


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