Amor Perfeito XIII escrita por Lola


Capítulo 26
Pergunta Indiscreta


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/777828/chapter/26

— Vocês são bem próximos... Acho lindo o jeito que vocês são carinhosos um com o outro. A forma que ele te trata... Não sei como dizer... – fiquei olhando enquanto ela procurava as palavras. – Não quero falar de vocês. Mas... Ai meu Deus o que estou fazendo. – ela colocou as mãos no rosto.

— Está tentando me contar que ele sente algo por mim?

— Ele me contou que você já sabe... E eu vejo que você gosta dele. Quero fazer por você algo que eu gostaria que fizessem por mim.

— Fala logo Fabiana! – eu já estava nervosa.

— Alicia é minha melhor amiga. Isso significa que eu a amo um pouquinho mais que as outras e isso também me faz conhece-la melhor. Ela está completamente apaixonada por Arthur. E esse não é o problema. O problema é que ela é a pessoa mais determinada que já conheci na vida, quando ela quer alguma coisa ela consegue. Foi assim que ela saiu do internato, foi assim que ela ficou em um dos primeiros lugares na universidade, foi assim que ela arrumou um emprego ao chegar lá. Ela tem metas, sabe? É focada.

— Então você quer me avisar que ela vai ter o Tuh? – a interrompi.

— Não. Ela não vai tê-lo. Só que ela vai tentar, vai tentar muito e a Ali é insana na arte de ser inconsequente. Ela não faz por mal, não é uma pessoa maldosa que premedita os atos, mas acaba fazendo sabe? Vou estar por perto a aconselhando e tentando de alguma forma amenizar isso, mas eu precisava que você soubesse que a partir do momento que ela levantar daquela cama, ela vai usar isso a favor dela. Só me promete uma coisa... Confie no Arthur, não fique com ciúme dos dois e se você gosta mesmo dele como eu acho que gosta, ainda que você não vá ama-lo um dia, lembre que ele te ama, o que ele sente por você é cem vezes mais forte do que o que você sente e isso faz diferença.

— Não posso cobrar nada dele, não se preocupe com isso.

— Mas vai cobrar, porque ele já te deu liberdade para isso. E ciúme é involuntário... Sei que você é nova nessa de sentir as coisas. – ela deu uma risada breve e baixa. – Posso te ajudar no que precisar. E não estou sendo legal porque estou afim do seu irmão, juro!

— E você e ele? Gostaram hein?

— Seu irmão manda muito bem! Eu sou mais velha que ele e não encontrei um cara tão... – ela fechou os olhos e suspirou. – Intenso.

— Tá bom, chega. Já foi além do necessário. ­- ela deu uma risada.

— É verdade que só ficou com um garoto até hoje?

— Sim, o Kevin.  – admiti um pouco envergonhada. – Sou nova né? Além disso, tem a minha condição... – revirei os olhos. – Nunca fui igual as meninas.

— É, elas não perdem tempo, Murilo me contou que já pegou todas.

— Difícil é saber quem Murilo não pegou.

— Mas Alice... Por que o Kevin?

— Na verdade foi por acaso, em uma brincadeira da garrafa mandaram que eu beijasse alguém e eu o escolhi, porque se escolhesse qualquer outro seria estranho e como eu e ele nunca fomos próximos. – dei de ombros.

— Agora parece que são próximos demais né?

— Ah... Acho que não. Éramos. Mas ele me lembra quem ele é de verdade quando o Tuh está perto.

— Ele parece bem problemático né? – ela fez uma expressão engraçado e eu cai na gargalhada. – Estou falando sério. Tive medo dele só em um dia aqui. Não quero nem lembrar que vamos ficar trancamos em um abrigo juntos sei lá por quanto tempo.

— Você me ajuda com os sentimentos e eu te ajudo com o Kevin. – sorri. – De alguma forma sou a única pessoa que consegue extrair algo bom dele. Murilo também consegue acalma-lo, acho que pelo fato de desde sempre os dois se entenderem de alguma forma.

— Que bonito isso. – ela me olhou e eu desviei o olhar sem graça. – Acho que no fundo você está divida entre os dois irmãos opostos.

— Não. Arthur é calmaria, paz... É tudo que Kevin não representa, mesmo que eu consiga fazê-lo estabelecer um pouco e trazer um lado emocional que poucos conhecem, ele ainda tem a sua essência corrompida. Acho que lidar com a traição do pai, ele ser fruto dessa traição... Por mais que ele negue, são coisas que mexeram muito com ele.

— Ele sempre foi assim?

— Sim. Quando pequenos ele batia até em mim. – sorri. – E Arthur sempre batia nele depois.

— Além de agressivo, sarcástico e intimidador, o que mais ele é? Parece que ele representa muita coisa.

— O pessoal fala que ele é invejoso. Tem inveja do Arthur. Não sei, sabe? Já ouvi o meu pai e meu irmão comentarem que ele puxou ao temperamento de Caleb e se envolve com várias coisas erradas... O fato é que Kevin é aquela pessoa de poucas palavras e que você nunca vai ser saber muito a respeito.

— Entendi. – ela suspirou, parecendo insatisfeita. – E a Aline?

— O que tem a ver?

— Seu irmão parece está caidinho por ela. Brinquei sobre isso com ele e ele quase me matou, qual é a dele contra relacionamentos?

— Murilo acha que todo mundo que se aproxima dele é porque ele é filho do ex lutador Vinicius. Ele não consegue ver uma mulher sem esse lance do interesse.

— É compreensível. – ela falou após um tempo. – Todo o prestigio... Seu pai foi muito famoso. Mas ele tem que entender que existem pessoas que dão valor a coisas que não se resumem a isso.

— Já disse isso a ele Fabiana. Não adianta. É um processo que ele vai ter que entender sozinho.

— Quem sabe não é essa Aline quem vai adiantar todo esse processo? – ela questionou retoricamente e se deitou em minha cama. – Qual das meninas você gosta mais?

— Você faz umas perguntas. - me virei para ela. – Gosto de todas elas de forma igual.

— Nem vem. Sempre tem uma que temos mais apego.

— Nenhuma mesmo. Sempre fui mais apegada a Arthur. Gosto delas de forma igual, eu não tenho isso de melhor amiga.

— Depois do Arthur você tem contato com qual menino?

— Yuri! – sorri. – Sempre fomos agarrados. Nos afastamos um pouco desde que Tuh foi para a faculdade, Yu quer ser safado. E eu acho ridículo. E parece que Arthur também né?!

— Com ele é bem mais complicado, porque não é só pegação, envolve uma ruptura da personalidade dele. Ele se transforma Alice. O Arthur que conheci no primeiro dia não é o mesmo do dia que saímos de lá. Aqui ele volta a ser quem é.

— Sim, eu percebi isso... E não é nada legal.

— Não, não é. – ela começou a analisar o motivo de Arthur agir assim e depois acabamos entrando em outro assunto e mais um... Ficamos o resto do dia conversando.

— Já estamos indo para a casa dos seus avós, sua vó Isadora quer que todos jantem lá e como você sabe, a vontade dela é regra. – minha mãe disse ao aparecer em meu quarto e revirou os olhos. Fabiana deu um pulo da cama e disse que precisava só trocar de roupa.

— Cadê meu pai? – perguntei de forma manhosa.

— Está com seu tio na casa dele resolvendo algumas coisas. Daqui a pouquinho ele chega, vai tomar banho e ir pra casa da sua vó. Nem vem com a ideia de ficar aqui.

— Vou com ele então na hora que ele for.

— Tá bom Alice. – ela saiu sem falar mais nada. Minha mãe não era a pessoa mais calma do mundo, mas ela estava bem mais estressada que o comum. Mas também eu tinha que lembrar as condições que estávamos vivendo, o caos que nossa cidade estava se tornando.

Fui para a sala esperar o meu pai chegar e fiquei sentada no sofá mexendo no celular, menos de cinco minutos vi a porta se abrir.

— Filha? Onde está todo mundo? – ele estranhou o fato da casa estar vazia.

— Casa da vovó. – ele veio até a mim e beijou meu rosto.

— É bom ver essa casa vazia de novo.

— Você parece insatisfeito com todos se refugiarem aqui.

— Na verdade eu não me importo. Sua mãe é que fica estressada e não gosto de vê-la estressada.

— Você é muito fofo sabia? – subi no sofá e o apertei.

— Vou ir tomar banho, depois vamos encarar o fim do silêncio e da serenidade? – ele perguntou de um jeito engraçado e dei uma risada enquanto ele ia para o quarto.

Poucos segundos depois, nem mesmo um minuto, a porta se abriu novamente. Olhei assustada e vi o amigo de Arthur entrar.

— Cadê geral? – ele perguntou com aquele jeito.

— Desceram. Por que você não foi com eles?

— Estava por aí, conhecendo as redondezas. – ele se sentou ao meu lado. – Vai ficar em casa sozinha?

— Não estou sozinha. Meu pai está lá em cima e daqui a pouco iremos também para a casa da minha vó.

— Vou com vocês então. – ele concluiu e depois ficou em silêncio. Começou a batucar o braço do sofá e olhar em volta. – Não tem nada para beber aqui? Alcoólico.

— Hum... Não. O meu pai é esportista né? Meio geração saúde. Minha mãe bebe vinho de vez em quando, deve ter um na geladeira.

— Vamos lá. – ele pulou do sofá pelas costas, me fazendo assustar.  – O que foi? Vem logo princesinha dos olhos amarelos. – ele chamou da cozinha.

— Para de me chamar assim. – abri a geladeira enquanto ele pegava a taça.

— Mas você é uma princesinha e tem os olhos amarelos. – ele deu de ombros.

— Por que sou princesinha?

— Porque princesas são personagens. E elas não têm sentimentos. E você... – ele se calou. – Mandei mal né?

— Tudo bem. É a realidade. – peguei o vinho. – Espero que minha mãe não perceba a diferença.

— Já pensou ela percebe e acha que é você? – não aguentei e ri com ele. – Você nunca tomou um porre?

— Não mesmo. – ri mais ainda. Ouvimos um barulho de pneu de carro e bem rápido Arthur entrou. Ele estava ofegante, agitado, estranho... Ele nos encarava com os olhos fixos e então Rafael começou a se explicar, quando ele disse que Tuh já havia dado um soco nele porque ele insultou Alicia eu fiquei muito abalada e acabei falando do beijo de novo e me arrependi. Não devia mais ficar tocando nesse assunto, se ele não queria, independente do motivo, eu tinha que aceitar. Mesmo que isso me magoe.

— Vocês demoraram. Todos já jantaram. Os meninos estão lá perto da piscina conversando. – minha vó disse assim que eu e meu pai entramos e olhou para mim.

— Estou sem fome. Vou até eles. – cheguei e vi que eles estavam rindo de alguma coisa. Sentei ao lado de Yuri.

— Esse amigo do Arthur é muito comédia, ele deve rir o dia inteiro com ele. – Lari disse e percebi que as coisas entre ele e Tuh deviam ter se acertado, já que ele estava tão de bom humor.

— Essa Sofia é difícil assim com todo mundo mesmo ou é porque ela não me quer? – ele perguntou e a maioria riu.

— Não queria te deixar triste... Mas ela não foi nada difícil comigo. – meu irmão respondeu me fazendo revirar os olhos.

— Você é exceção. Ninguém consegue ser difícil com você meu amor. – Fabiana falou e respirou fundo.

— Para! Já basta o Arthur, ícone da beleza, do respeito e da moral. Agora se o Murilo ficar com a fama de gostosão nós estamos tudo fudidos. – Yuri falou e Alê concordou.

— Você cala a boca porque comprometido não opina. – meu irmão enfiou o dedo no nariz do Alexandre.

— Você também é gato. – Fabi falou olhando Yuri. – Irmão do Arthur, não tinha como não ser. – estragou o elogio. – E você também. – ela olhou para Ryan que nem esboçou reação. – O único que eu olhei e desviei o olhar na hora foi esse tatuado aí... – ela falou de Kevin sem encara-lo. – Além de passar ser malvadão, quando ele abriu a boca eu juro que deu vontade de correr. Melhor não.

— Você não despertou nenhum interesse em mim se quer saber. – ele respondeu a fuzilando.

— Ow, ela é uma garota. Ela não é o seu irmão. Você não precisa olhar para ela assim. Seja pelo menos educado e civilizado. - Murilo falou e Kevin parou de encara-la.

— O Arthur está tomando banho? – perguntei baixo para Otávia.

— Na construtora com meu pai. – ela respondeu e riu. – Estava demorando a perguntar.

— Posso participar? – Fabiana chegou mais perto da gente.

— Só fiz uma pergunta a ela. – falei mostrando que a conversa havia sido encerrada.

— O Arthur já trabalhava com o padrasto dele né?

— Se você sabe que sim, por que está perguntando? – perguntei de uma forma educada tentando entender suas intenções.

— Tá. – ela respirou fundo e deu de ombros. – Estou só puxando papo para saber se o Ryan fica com alguém.

— Você não estava apaixonada com o meu irmão mulher?

— Ah, olha se eu tenho cara de trouxa! O lance com seu irmão é... Você sabe.

— E você acha que Ryan vai querer algo com você depois do pedestal que você colocou Murilo? – Otávia perguntou e realmente fazia sentido. – Ainda mais o Ryan.

— Por que ainda mais ele? – Fabiana questionou curiosa.

— Ele não tem paciência para paquera tá? Se quer ele vai lá e senta no colo dele de uma vez, caso contrário nunca vai rolar nada. – ela se levantou e saiu de perto da gente.

— Ela acabou de respondeu a minha pergunta.

— Qual? – perguntei e percebi que eu estava dando uma de Giovanna e dei uma risada. – Ah, sim, mas por quê?

— Ela fica com ele né Alice!

— Não! Yuri e Sofia já ficaram porque ela queria se vingar por meu irmão ter ficado com ela e a Larissa. Mas o Ryan nunca nem deu em cima de nenhuma das meninas.

— Ele tem uma cara de mal que está me deixando louca.

— Você quer todos né? – perguntei e ela riu.

— Menos o Kevin!

— E o Arthur que você já teve, né? Ou vale repetir?

— O lance com o Ar foi tão rápido e ele estava bêbado e drogado e eu também, não precisa nem ficar com isso na cabeça.

— Drogado? – perguntei assustada.

— Aí caralho! – ela bateu em seu próprio rosto. – Esqueço que ele é um aqui e outro lá. Não sei Alice... É o que eu já te disse, é algo que ele tem que resolver com ele mesmo. A essência dele é a que você conhece, mas quando ele está longe disso aqui ele meio que...  – ela parou de falar e olhou em volta. – Ele se perde.

— Complicado. – suspirei.

— Não dá para entender o que ele sente sem ser ele.

— Ow, vamos! Ta na hora de partirmos para a caverna. – Rafael chamou atrevido como nunca. Cheguei em casa e acabei dormindo, estava muito cansada daquele dia longo e atípico.

Quando acordei achei estranho, pois Fabiana e Otávia dormiram comigo, mas de manhã apenas Otávia estava no quarto. Talvez ela tivesse o costume de levantar cedo, não sei.

— Será que Gio, Lari e Soph dormiram bem? – perguntei assim que vi que a sardenta acordou.

— Certamente. Os quartos de hóspedes da sua casa são ótimos. – ela olhou para o lado. – Cadê aquela esquisita?

— Não fala assim! – chamei sua atenção e me levantei. – Vou escovar os dentes e me trocar, quero descer para ver se seu irmão dormiu aqui.

— Que fixação! – ela exclamou e se virou para o canto, acho que para dormir de novo.

Grande foi a minha decepção quando meu pai falou que Arthur e Ravi não haviam aparecido. Tomei café e fui andar na mata, perto de casa, sempre fazia quando estava meio pra baixo. Era triste demais tê-lo aqui e não estar perto dele e ver que ele está tão diferente. Agora ainda tinha essa história de drogas que Fabiana deixou escapar.

Vi quando ele estava vindo e se sentou ao meu lado. Por incrível que pareça, ainda parecia o Arthur que eu conhecia. Mas não era. E ele dizia coisas que me fazia esquecer isso por alguns momentos. E era tão carinhoso. Não era atoa que as pessoas constantemente nos confundia com um casal.

Outro assunto que eu queria evitar... Alicia. Mas eu precisava perguntar. Querendo ou não, eu estava preocupada. Ela estava correndo risco de vida. E agora Tuh carregava essa garota como um peso nas costas.

Soube que Alicia se tornou uma espécie de sobrevivente do acaso, alguém forte o suficiente para ser órfão e mesmo assim lutar por um futuro melhor. Era mesmo admirável, eu tinha que admitir pelo menos para mim mesma. E com essa determinação toda ela queria o Arthur.

...

Estávamos todos tomando café, todos nossos amigos sentados na bancada enquanto Arthur e Murilo faziam panqueca e praticamente cochichavam. Aquilo me irritou mais ainda.

— Onde você dormiu Murilo? – perguntei interrompendo os dois.

— No meu quarto. – ele respondeu e tentou me ignorar.

— Com Arthur e Rafael? – continuei.

— Ah qual é Alice, vai bancar minha mãe agora?

— Só quero saber a verdade ue.

— Por quê? – ele se virou para mim com a colher na mão.

— Porque eu ouvi. – o encarei.

— Cala a boca Alice. – ele olhou meu pai na sala. – Não faz a irmã dedo duro agora.

— Quem era a menina? – perguntei sentindo que iria chorar a qualquer instante.

— É meio óbvio não?! – ele voltou sua atenção ao fogão.

— Eu devo ser muito lerda então porque pra mim não é.

— Do que você está falando Alice? – Fabiana me perguntou parecendo me analisar. – O que você ouviu?

— Arthur falando “Tô todo suado” depois de transar com alguém.

— Tá louca? – meu irmão perguntou enquanto Arthur ficou me olhando e depois voltou a fazer as panquecas. – Minha voz é bem diferente da dele. Fui eu que falei isso.

— Não. Foi ele.

— Não Alice. Foi o seu irmão. Ele estava transando comigo. – Fabiana falou baixo e olhou em meus olhos. – Juro.

— Com quem que o Arthur iria transar Alice? – Otávia perguntou me olhando como se eu fosse mesmo louca. – Você acha que invés de estar na obra com o meu pai ele estava sei lá, em um bar e trouxe uma mulher? Existe motel, tá todo mundo aqui, ele não faria isso.

— Será que não faria? Você está superestimando demais o seu irmão. – dei de ombros.

— Que droga essa garota está usando? – Ryan perguntou com o péssimo humor de sempre.

— Deve ser a mesma... – antes que eu completasse a frase Fabiana arregalou os olhos e me implorou pelo olhar que não fizesse isso. Murilo e Arthur se sentaram depois de nos servirem.

— Você manda muito bem priminho. – Lari disse olhando para meu irmão após morder a panqueca. – Não vai reclamar que eu elogiei só ele? – ela perguntou para Arthur. Ele nem ligou. Fabiana começou a morder o ombro de Murilo.

— Não estou acreditando no que a gente fez. – ela falou baixo, mas todos escutaram.

— Você tá bem? – ele perguntou olhando para ela.

— Tô. Toda dolorida, mas estou. – eles riram.

— A gente realmente não merece participar dessa conversa. – Alê falou e riu.

— Foi só uma experiência nova. – ela resumiu segurando a risada.

— Com nova você quer dizer absolutamente sórdida e nojenta. – Ryan completou.

— São tantas possibilidades que eu não quero nem imaginar. – Soph fingiu vômito.

— Mãe – Arthur chamou tia Luna que veio até ele, como ele estava sentado no banco alto da bancada, o peito dela ficou na altura da cabeça dele, então ele a agarrou pela cintura e encostou sua cabeça fechando os olhos. Ela começou a fazer carinho em seu cabelo.

— Cuidado que ele transou a noite toda. – Murilo falou baixo debochando, o fuzilei com os olhos de forma muito estressada. – Você é doente.

— O que foi? – ela perguntou olhando para o filho.

— Cadê a vó?

— Lá fora com Raíssa. Por quê?

— Vou lá nela.

— Ele quer pedir que ela indique um profissional para Alice porque ela está precisando.

— Já tenho acompanhamento. – respondi olhando para o meu irmão.

— Então diga a ele sobre esse seu stress, o meu filho não merece ser maltratado por você. – minha tia Luna disse de forma séria e dura.

— Para com isso. – Arthur chamou sua atenção enquanto eu continuava sem reação.

— Você vai deixar ela te tratar de qualquer jeito né? Sabe o quanto dói para uma mãe ver isso? – eles se olharam.

— Mãe, é a Alice. Ela não fez por mal.

— Ela nunca faz Arthur. Sempre passam a mão na cabeça dela desde nova por causa do problema dela. Se ela não se magoa, ela tem que no mínimo evitar tratar as pessoas mal.

— Ei, calma. – meu pai chegou até a gente ouvindo sua ultima fala. – Está todo mundo nervoso. A situação da cidade não é nada legal e é normal os nervos ficarem a flor da pele. E você sabe muito bem que Alice agora sente as coisas e de forma explosiva Luna, então tenha um pouco mais de paciência com ela. Você nunca foi assim.

— Sabe o que acontece Vinicius? Eu estou vendo exatamente Raíssa e você bem no inicio. Você lembra? Por que eu lembro direitinho. Era eu quem enxugava suas lágrimas enquanto ela não estava nem aí pra você.

— Ah, mas no caso ela está bem aí pra ele porque ela até ouve a voz dele na voz do Murilo. – Ryan falou quase que resmungando.

— Você está falando dos dois como se fosse um casal e sabemos que não é o caso. – meu pai retrucou a irmã.

— Por que eu e Alice viramos pauta do café da manhã? – ele perguntou e se levantou. – Tá vendo por que eu te dou respostas que você não gosta? Porque você cria as coisas na sua cabeça e tem como verdade. Eu só te perguntei cadê a minha vó. Era só responder. – ele disse olhando para a mãe e saiu.

— Ele está bem irritado. – Fabiana disse se sentando ao meu lado. – Falta de sexo. – ela riu. Fiquei em silêncio. – Não precisa entrar em paranoia que ele está com alguém, o atual estado de humor dele demonstra que não.  – a olhei. – Isso faz mais diferença nos homens. Apesar de hoje eu estar bem humorada... Apesar que analisando bem, se eu transasse com o seu irmão todos os dias, certamente eu teria esse bom humor diariamente. – ela riu. Continuei em silêncio. – Por que está tão calada?

— Não tenho muito que dizer.

— Você é virgem né? – ela chegou mais perto.

— Sou Fabiana. – respondi um pouco inquieta. Pra que tínhamos que falar daquilo?

— Você ficava com o Kevin né? – concordei. – Não tem vontade de perder a virgindade com Kevin? – arregalei os olhos de susto com a pergunta e me assustei mais ainda ao ver meu pai.

— Você é louca garota? – ele perguntou olhando para ela e depois perguntou onde Arthur estava e foi atrás dele... Os dois acabaram discutindo.  Isso nunca havia acontecido.

— Ele se referiu a mim como “sua filha” ao falar de mim para o papai. – falei baixo com a minha mãe. Aquilo doeu muito.

— Vocês o sobrecarregam demais. É muita tensão em cima dele, ele é só um jovem de dezoito anos. E que tem os próprios problemas. – a mais velha e sábia de todas disse e se levantou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amor Perfeito XIII" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.