Amor Perfeito XIII escrita por Lola


Capítulo 25
Estado de Emergência


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/777828/chapter/25

— Quer ajuda? – Fabiana perguntou enquanto eu pegava algumas sacolas com meu irmão. Olhei para ela e o seu sorriso grande, fazendo com que seu piercing bem ao meio do lábio se sobressaísse. Entreguei algumas carnes a elas para não parecer chata. Fomos andando e deixando tudo na mesa. Quando acabamos ela me olhou parecendo acanhada. – Ouvi muito de você, é um prazer te conhecer pessoalmente. Nem tivemos oportunidade de conversar hoje ainda.

— O que estão falando? – a amiga dela chegou ao nosso lado.

— Nada, só estava me apresentando direito. – todos já haviam descido dos carros e estavam se sentando. – Aproveitando, sou Fabiana para quem não me conhece. – ela disse e sorriu. – Para quem quiser conhecer melhor é Biana.

— Se fecha querida. – a amiga dela falou e riu.

— Fechar? Estou abertinha. Principalmente para esse gato chamado Murilo. Como consegue ser tão lindo? – ela falou na maior altura sem menor pudor. Meu irmão a olhou e sorriu. – Cara de safado, sorriso safado. Não aguento!

— Perdeu Arthur. – a Alicia disse rindo.

— Sem brincadeiras idiotas, por favor. – ele pediu sério.

— Me deixa tirar sua camisa e passar protetor solar em você. – Otávia exigiu ao irmão em tom de ordem e ele deixou.

— Passa em mim também? – Muh fez o pedido ao voltar do carro com o carvão.

— Deixa que eu vou passar. – Fabiana veio rapidamente.

— Filhona calma. Ele já entendeu que você tá muito afim, quando ele tiver um tempinho se ele quiser ele vai te pegar, relaxa aí. – Rafael falou fazendo sinais como se explicasse algo muito difícil a ela, todos riram inclusive eu.

— Nossa, é que ele é muito lindo! Olha a boquinha dele. Acho que estou apaixonada.

— Aí já complica. – meu irmão falou e saiu de perto dela. - A meta é alta, eu gosto da bagunça.

— Pra pegação ele é sem critério. – Yuri avisou e riu.

— Todos vocês são. – Soph retrucou.

— Eu nunca fui. – Arthur discordou dela. – Sou chato pra caralho pra pegar mulher.

— Por falar nisso tenho que ir buscar a Aline. – Murilo falou e correu para o carro.

— Ele tá se apaixonando. Jura de pé junto que não, mas está. – Otávia dedurou.

— Aline não é como a maioria das garotas que ele se envolve... – Arthur falou e olhou para a irmã. – Mas o que te leva a pensar isso?

— Ele se encontra com ela mais vezes que com qualquer uma, foi em churrasco na casa da família dela, ele a trata melhor que as outras... Observa se ele vai ficar com alguém na frente dela.

— Ah, não acredito que vou perder minhas chances.

— Você está mesmo interessada em meu irmão. – comentei assustada.

— Mas o Murilo realmente é lindo. Depois do Arthur ele é o mais bonito dos meninos.

— Qual é Sophia? Cospe no caralho do prato que você comeu! – Yuri reivindicou.

— Ainda bem que eu não estou incluso entre os meninos. – Rafael falou olhando diretamente para ela.

— Casal! – Lari exclamou ao ver Gio chegar com Alê.

— Ah não, o cara que eu tinha achado mais legal já está encoleirado? – Rafa perguntou fazendo sinal negativo. – Mas ela é tão fofinha e lindinha, formam um belo casal.

— Ow... – Arthur deu um tapa na cabeça dele. – Você é só meu amigo, quem tem que dizer alguma coisa é eu.

— Ciúme dos amiguinhos. Hum! – Rafa começou a dar socos leves nele. Murilo chegou com Aline, pela rapidez com certeza ela já estava o esperando e ele foi e veio correndo, como sempre.

— Ar. – a Aline chegou para abraçá-lo e estranhou seu braço quebrado. – O que houve?

— Acabei me metendo em uma briga. – ele respondeu e percebi que estava sem graça.

— Briga, você? Novidade. E o cara devia ser forte para conseguir te deixar assim.

— Concordo. Arthur não é nenhum magrelo. Ele puxou ao tio Vini. E sempre treinou luta com ele. O cara devia mesmo ser fortão.

— O estado fora da lucidez fez com que ele não conseguisse se defender.  – Rafael contou e ela pareceu ainda mais surpresa.

— Mas é bom te ver. – eles sorriram amigavelmente. – Vou ajudar Murilo. – ela foi até meu irmão que já estava colocando fogo na churrasqueira.

— Então é da luta que vem esse corpo gostoso? – Alicia perguntou e ele me guiou para sentar ao seu lado.

— Não. É da barriga da minha mãe mesmo. – ele respondeu e Rafael começou a rir. – Umas perguntas idiotas que essa menina faz né cara? Difícil.

— Meu irmão puxou a meu tio Vinicius. – Otávia contou olhando para ela. – Ombros e costas largas... Eles são mais desenvolvidos. Yuri também. Só que Arthur trabalhou o corpo e o Yuri não.

— E eu puxei a quem? – ouvi a voz e me arrepiei.

— Ao capeta. – ela respondeu rapidamente.

— Que isso irmãzinha?!  - ele perguntou e passou a mão no cabelo dela.

— Não somos irmãos, tá louco?

— Sua mãe é mãe dos meus dois irmãozinhos, então achei que podia te considerar também. – ele deu um sorriso sínico.

— Você é tão de boa quando o Arthur não está por perto Kevin. – Lari comentou. – Aquele dia até ficamos na sua casa. Para com isso, esquece esse ódio entre vocês.

— Eu tento, mas o cheiro dele me incomoda. A voz dele me irrita. O rosto dele me da vontade de bater em alguma coisa.

— Também sinto exatamente o mesmo por você e nem por isso eu fico me comportando como um bicho toda vez que vejo.

— Meninas, vamos ir ao banheiro nos trocar, antes que isso daqui vire uma pancadaria e a gente presencie. – Soph sugeriu e acabamos indo. Pedi a Arthur em seu ouvido que mantivesse a calma. Quando voltamos não o vi.

— Foi pegar umas cervejas antes que você pergunte. – Yuri falou me olhando.

— Vou buscar as máscaras de mergulho para gente. – Otávia avisou animada e Lari a acompanhou.

— Você não está bebendo muito? – perguntei baixo assim que Arthur se sentou.

— Nem comecei ue. – ele deu uma risada.

— Hoje não. Estou dizendo no geral.

— É assim desde quando eu não cuido mais de você. – ele sorriu.

— Porque sou a prima problemática que você cuidava. – falei em tom de sarcasmo.

— Não, nunca foi isso. – ele respondeu uma pergunta ao Ryan e depois voltou a me olhar. - Mas acho que minha ausência te mudou viu? – nos olhamos por um tempo.

— É... Aprendi a andar sozinha, reconhecer os perigos.

— E as consultas? Como está indo?

— Melhor que se imaginava. Já foi declarado nível máximo e eu vou passar a fazer o acompanhamento semestralmente.

— Isso quer dizer que você já sente tudo que pode? Os seus reflexos estão bons?

— Sim, muito. Mas sinto falta de como era antes.

— Nossa... Que estranho. Como assim?

— Estou sentindo muita coisa. Antes eu não sentia nada com essa intensidade.

— E por que está se sentindo assim?

— Ei, vocês dois vão ficar de papinho aí? – Fabiana perguntou quase gritando. Ryan chegou mais perto de nós e Arthur pegou o cigarro dele.

— O que aconteceu com você? – perguntei ao vê-lo fumar.

— Cansei de sempre fazer tudo certo. Foi querendo fazer as coisas certas que eu me ferrei feio.

— Ainda estou surpresa sobre o fato desse corpo másculo e lindo do Arthur se dever ao tio lindo e gostoso que era lutador. – Alicia falou com maldade tentando interromper nosso assunto.

— Esse tio lindo e gostoso é o meu pai, poderia ser mais respeitosa? – perguntei de forma séria.

— Ah, Murilo é filho dele! – Fabiana pareceu resolver um grande mistério. – Por isso ele é tão lindo assim.

— Qualquer chance que você tinha com ele acaba de perder. – Ryan advertiu e riu. – Ele odeia ser comparado ao pai.

— Você chama me amar de se ferrar feio? – perguntei baixinho perto do seu ouvido.

— Linda, me dê sua mão. – Rafael pediu a Soph chamando nossa atenção. – Tenho várias habilidades, mas uma delas é ler a mão das pessoas, posso prever seu futuro? – claro que todos começaram a rir.

— Tenta. – ela respondeu segurando a risada.

— Vejamos bem... – ele estreitou os olhos e levou a mão dela mais próxima ao rosto dele. – Consigo ver que você vai ser muito feliz... Hum... Se você deixar se levar pelos seus desejos e sentar...

— RAFAEL! – Arthur gritou com o amigo chamando sua atenção.

— No colo do pai. – ele completou a frase.

— Esperava algo mais romântico. – ela reclamou tirando a mão da mão dele.

— Essas minas piram em um romance né cara? –Murilo perguntou em um tom de reclamação enquanto trazia um pedação de carne assado e o cortava.

— Vocês não sabem como é bom ter alguém. – Alê opinou beijando a Gio.

— E ninguém quer saber. - Kevin falou com aquele jeito dele. 

— Vamos mergulhar. – Lari chamou quem queria ir, parecendo incomodada com alguma coisa. Como eu não iria, continuei onde estava.

— Essa carne está maravilhosa, macia, bem temperada... Depois não quer que eu me apaixono, além de lindo... – Murilo chegou até ela e a beijou. Ela ficou com cara de boba quando ele se afastou. – Se o beijo é assim, eu imagino...

— Tá viajando nos dois por que? - Arthur perguntou olhando para o irmão. - Queria estar no lugar dela ou dele? - ele deu uma risada alta. Felizmente Kevin não respondeu nada.

— Quanto tempo dura o mergulho? – Murilo perguntou olhando para Ryan depois do demorando e intenso beijo.

— Meia hora. – ele pegou a mão de Fabiana e saiu sabe lá pra onde.

— Agora que estamos quase sozinhos dá pra você responder minha pergunta? – perguntei em seu ouvido e quando me virei vi Kevin nos encarando.

— Como é servir de estepe? – Arthur perguntou a ele de forma afrontosa. Esse não era o Arthur que eu conhecia. Ele já havia bebido o suficiente.

— Quem tem cú não faz rolo com pica irmãozinho. Não queira ouvir coisas que vão te ferir feio.

— Para com isso Kevin. – pedi o olhando.

— Não ouviu quem falou primeiro?

— Como se você não o estivesse fuzilando antes. Vocês tem que parar com essa coisa toda de ódio mortal.

— Gente, a Alicia não está bem. – Rafael chegou com ela no colo. – Estava tudo normal no mergulho, até que ela quase se afogou, ela estava tossindo muito. – Arthur foi correndo até eles e a levou até a cadeira e a sentou.

— Sinto dor. – ela disse com dificuldade. – Muita dor.

— Onde? – ele perguntou tirando o cabelo dela do rosto, depois fez sinal para que pegassem a roupa dela.

— O corpo todo. – ela respondeu após um tempo. Ele a vestiu com a ajuda de Larissa e a levou para o hospital. Fabiana e Murilo voltaram e todos contaram o que aconteceu.

— Tenho que ir até eles. – a amiga dela falou começando a se desesperar.

— Calma. O Arthur sabe o que faz e o irmão dele está com ele.

— O irmão bonzinho, só pra constar. – Kevin se manifestou.

— Lari também foi, então se precisar de alguém do sexo feminino ela não estará sozinha. – avisei tentando acalma-la.

— A gente estava tentando achar alguma bebida que não fosse cerveja. – meu irmão se explicou mais precisamente para Aline.

— Ah, para de caô Mumu. – Alê zombou dele.

— Bom, o sol já quase se foi e acho que nosso passeio já era. – Soph resmungou.

— Dá para bancar o gentil e levar quem veio com Arthur? – meu irmão perguntou olhando para Kevin. Ele concordou e juntamos as coisas para irmos para casa. Quando chegamos a casa dos meus avós, onde era o ponto de encontro e onde os amigos de Arthur estavam hospedados, descobrimos que Maísa havia dado notícias. Alicia estava com a doença que estava em surto em Alela.

— Todos nós teremos que ir para o hospital fazer exame? – Fabiana perguntou preocupada.

— Não, porque não há como descobrir. A doença não é conhecida. Só os sintomas são.

— Hoje sairíamos para comemorar meu aniversário e da Lari, mas com isso tudo, acho melhor não. – Soph comentou e nos olhou.

— A cidade já está em alerta, então é mesmo melhor não. Ano que vem vocês descontam. – minha vó concluiu e sorriu.

— Isso não é tipo um resfriado ou virose? Precisamos mesmo ficar em casa? – Rafael parecia inconformado.

— Já foi registradas cem mortes em Alela.

— Por isso que eu digo que devemos ficar em casa. – ele falou e deu um sorriso amarelo.

Esperei Murilo voltar da casa de Aline e fomos embora. Tomei banho e assim que me vesti e penteei meu cabelo ouvi minha mãe me gritando lá embaixo. Quando desci vi todos na sala, absolutamente todos.

— Se queriam se reunir, deviam ter pensado na casa da vovó que é bem maior. – falei e vi que estavam sérios. – A garota não morreu né?

— Não, mas está em estado grave. – Arthur falou e reparei em seu braço. – Aproveitei que tiraria amanhã e já que estava em um hospital tirei hoje. – ele explicou entendendo meu olhar.

— Por que estão todos reunidos? – questionei preocupada.

— Torres está entrando em guerra contra Alela, por “trazer” a doença pra cá. Acabou de ser declarado estado de emergência e as autoridades não permitem mais entrada ou saída da cidade por tempo totalmente indeterminado. As aulas vão ser suspensas a partir de semana que vem e a maioria dos serviços pararão de ser prestados. Sabe que ela é contagiosa, mas não se sabe ainda se está sendo passada pelo ar.

— Como médica e diretora da UTI já venho avisando do risco há muitos meses, mas nunca fui ouvida. Agora querem que os médicos resolvam o problema. E isso é impossível. A doença é chamada de doença x e está sendo estudada e esperamos descobrir a cura. Enquanto isso... A casa de vocês é a melhor opção de Torres inteira. É bem afastada, é perto da mata, é feita de pedras que são materiais naturais.

— Mas e se a doença estiver sendo transmitida por um mosquito ou outro animal?

— Pelos exames de sangue essa hipótese foi descartada. O que temos de concreto é que é uma doença respiratória, provocada por algum vírus desconhecido no ar ou por meio de saliva e secreções respiratórias. Os sintomas vocês viram na amiga de vocês, inchaço e estreitamento das vias do pulmão havendo dificuldade respiratória, falta de ar, aperto no peito e tosse. Alguns casos dor no corpo, febre e tremores.

— E como está sendo a recuperação da maioria das pessoas? – questionei.

— Demorada e difícil.

— Você disse que aqui em casa é o melhor lugar de Torres... Está sugerindo que todos fiquem aqui? – meu pai perguntou olhando Maísa.

— O quanto antes. E abasteçam com tudo o que puder, água, mantimentos, produtos de limpeza e higiene, tudo!  - percebi que quanto mais ela falava, mais Arthur ficava nervoso.

— Preciso voltar para a faculdade. Alicia não consegue falar, tá lá entubada e eu nem sei quem é a família dela e tenho que levar o Rafael e a Fabiana.

— Como policial te aviso que é impossível burlar a ordem e sair da cidade. – Natália, mãe da Gio antecipou.

— Vocês acham mesmo justo a gente correr pra cá enquanto a cidade inteira ainda está correndo risco? – tia Luna perguntou com seu jeitinho meigo.

— Sim, somos família e amigos e temos que proteger uns aos outros. E eles que se juntem com as famílias e amigos deles para se salvarem.

— Caleb você é um exemplo de ser humano! – Luna o repreendeu.

— Sou pai dos seus dois filhos.

— E eu não me perdoo por isso.

— Mãe! – Yuri exclamou em tom de revolta. – Estamos aqui tá?

— Não é por vocês e sim por ele.

— Seus filhos são perfeitos e o meu pai que é o problema. – Kevin interviu.

— Isso não vai dar certo.

— Lógico que não. Kevin e Arthur vão se matar na primeira oportunidade.

— Dá para vocês lembrarem que o mais importante aqui não é a convivência e sim uma doença mortal que precisamos fugir dela?

— E se... – Ravi começou a falar bastante pensativo.  – Formulássemos algo que comportasse a cidade inteira aqui nessa parte da cidade.

— Tudo bem que é uma cidade pequena, mas é bem impensado.

— Não se o projeto for bem feito. – Arthur falou e trocou olhares com Ravi. – Tem que ter como base o estado de emergência e as características da doença, assim poderá chegar ao máximo possível de nível de segurança.

— Sim, muito bem pensado. – Ravi concordou. – E como a doença é pelo ar, não devíamos ter aberturas.

— O material seria pedra? – Rafael perguntou parecendo ser outra pessoa totalmente diferente daquela que conheci.

— Não. Seria inviável. Os Montez praticamente controlaram o capital de Torres, então Caleb, Vinicius e Gustavo teriam que chegar a um consenso de verba junto das autoridades.

— Ainda estou vivo Ravi. – meu vó Mark falou um pouco indignado.

— Desculpe, é que como você não trabalha mais achei que não interferisse nas decisões. – ele ficou obviamente sem graça.

— Você sabe que não interfiro mesmo, estou implicando.

— Dá para genro e sogro pararem com as brincadeiras e focarmos? Essa coisa que ainda nem tem nome cresce cada dia mais, temos que ser rápidos.

— Vou até meu carro pegar uns papéis de desenho do trabalho, para que eu e Arthur tentemos rascunhar algo. – Ravi saiu e vi o desconforto de Caleb, ele morria de ciúme da ótima relação dos dois.

— Então seria meio que uma cápsula... – Rafael falou baixo concentrado nos traços dos dois na mesa de centro.

— Diria cúpula. – Arthur o corrigiu.

— Temos que ir até o enorme terreno comparar as medidas, é bem perto daqui. Não demoramos.- então eles se foram junto com Gael que também era engenheiro. Vi que minha mãe estava preocupada, eu a conhecia muito bem.

— O que foi hein? – cheguei perto dela e a perguntei com o máximo de carinho que podia, ela me olhou com receio, mas parecia querer desabafar.

— Aquela garota. – ela olhou Fabiana. – Não para de olhar para o seu irmão. E ele não é flor que se cheire... E agora ela está presa aqui. Tudo que eu precisava era de uma filha de alguém sendo magoada por Murilo. Já basta... – ela se calou e me encarou. – Como está você e Arthur?

— Não está. Ele não quer nada por enquanto.

— É cauteloso. – ela sorriu. – Você é a mais nova das meninas. E ele o mais velho. Ele está certo. Eu o admiro tanto.

— Tudo sempre foi ele né? – lembrei um passado recente.

— Ele tem o espirito de líder. E pode ter certeza... Isso será um problema nesse refúgio. Kevin irá bater de frente com ele o tempo todo. E por falar no diabo...

— A gente podia conversar rapidinho? – ele perguntou e minha mãe saiu de perto. – Vai mesmo ficar me evitando toda vez que ele estiver aqui?

— Não estou te evitando. Não pira.

— Até o seu jeito de me olhar mudou, sabia?!

— O que você quer que eu faça Kevin? Você o ataca toda vez que o vê! Isso é assustador e azucrinante ao mesmo tempo.

— Ele responde na mesma intensidade.

— Ele não é perfeito e não tem sangue de barata. E vocês dois tem esse ódio mortal um pelo outro que faz com que se ofendam todo instante. Só não me coloca no meio disso, por favor.

— Oi. – ouvi a voz de Arthur e estremeci.

— Estou conversando com ela, não está vendo? – Kevin perguntou o olhando com aquela antipatia comum.

— Então... – Tuh se virou totalmente para mim. – Fael e Biana já ligaram para os pais deles. Vou até o hospital ver como Alícia está e depois tenho que descobrir o telefone dos responsáveis dela. Será que você podia arranjar umas roupas para Fabiana além das que ela trouxe?

— Claro. – ele sorriu e se virou para ir.

— Arthur use máscara. Não posso arriscar que pegue essa doença agora, precisaremos muito de você. – meu pai falou antes de Arthur sair. Eles discutiam qual seria a função de quem inicialmente.

— Vou ir apresentar a proposta ao conselho de medicina e Caleb venha comigo para usar sua influência com as autoridades. – Maísa ordenou de um jeito apressado.

— Não dê ordens ao meu marido dessa forma!  - Kira reclamou parecendo estar bastante nervosa.

— Qual a parte de É UMA SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA E PESSOAS PODEM COMEÇAR A MORRER você ainda não entendeu? – minha mãe tomou partido.

— Todas vocês, calma. Isso não vai ajudar em nada. - meu pai ordenou e elas ouviram. Quem não ouvia meu pai.

— A gente pode conversar? – Fabiana perguntou após um tempo. Concordei e subimos para o meu quarto. Sentamos em minha cama e ficamos nos olhando.

— Pode falar. – a encorajei. – Se for algo sobre meu irmão, infelizmente ele não vale nada Fabiana.

— Não, isso eu sei. – ela deu uma risadinha. – É o Arthur...

— O que tem ele? – perguntei rapidamente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amor Perfeito XIII" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.