about love and stuff. escrita por unalternagi


Capítulo 43
A imagem dos planos que não fiz


Notas iniciais do capítulo

Bom dia, gente!

Normalmente, os títulos são bem reveladores hahaha hoje eu resolvi voltar com o ponto de vista da maior interessada em tudo e, assim, moldamos a segunda temporada.

Tem uma surpresa (talvez duas, mas acho que só uma hahaha), estou muito ansiosa para saber o que vocês vão achar disso, então não vou enrolar muito não.

Ponto de vista de Rose e um bem especial e incomum.

Espero que gostem!



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Capítulo 43 - A imagem dos planos que não fiz

|ROSALIE|

Sob a água escura, senti como se estivesse flutuando por um tempo relativamente longo.

Por horas - ou minutos - senti o medo de algo que não me lembrava, até que a segurança de braços fortes se instalou em mim. Algo por perto dizia que estava tudo bem, então porque eu ainda estava tão aflita? Ouvi a voz dele em meu ouvido, era um anjo chamando-me para meu único paraíso.

Então porque eu não conseguia olhá-lo? Por que minha voz estava entalada em minha garganta?

Não soube contabilizar o tempo que passou e nem distinguir tudo o que senti.

Voltei a mim quando algo tomou minha garganta e senti tosses subindo pelo meu peito. Tentei sentar, mas meu corpo não me obedeceu, abri os olhos para as cores claras e a luz forte e senti uma náusea aterrorizante me tomar, virei meu rosto e vomitei desesperadamente o que me pareceu ser, simplesmente, tudo o que eu já havia comido na vida.

Reparei, com calma, que tinha uma espécie de recipiente onde eu vomitei e me senti menos mal, enquanto recostei tentando lembrar-me onde estava. Tio Carlisle estava ali e eu sorri ao ver um rosto familiar.

—Oi, tio – murmurei, um pouco mais baixo que o planejado.

—Se sente melhor? – perguntou e eu assenti com dificuldade.

Percebi que sentia dor em muitas juntas e no meu rosto. Não conseguia me lembrar de nada.

—O que houve? – perguntei preocupada.

—A gente vai conversar, vamos só fazer uns exames corriqueiros antes, tudo bem? – pediu com sua paz habitual e eu concordei.

Ele fez alguns exames cognitivos e depois pediu licença apalpando meu abdômen com delicadeza. Fiquei quieta esperando ele terminar o que quer que estivesse fazendo.

—Está tudo bem – ele murmurou anotando algo em uma prancheta.

Colocou o estetoscópio em meu coração, eu respirei com calma como ele instruiu. Ele checou o que quer que estivesse na minha veia e então mediu minha pressão. Depois de tudo, foi até o aparelho de telefone que tinha no corredor e falou com alguém antes de se sentar na ponta da minha cama.

—Vai contar para mim o que aconteceu? – perguntei assustada.

Eu não sabia o porquê de eu estar assustada, mas era um sentimento forte o qual eu já não conseguia controlar.

—Ei, fica calma, Rose. Chamei alguém para conversar com você, ela vai conseguir explicar melhor e com calma o que aconteceu, sim? – ele disse e eu assenti.

Ficamos quietos enquanto esperamos, segurei a mão de tio Carlisle e aquilo ajudou-me a sentir maior segurança e voltei a respirar num compasso tranquilo enquanto seguia os padrões de respiração dele. Uma enfermeira veio retirar o recipiente cheio do meu vômito e eu pedi desculpas porque ninguém merecia limpar aquilo, ela prometeu que não tinha problemas e posicionou outro igual, porém limpo, ao meu lado.

Tio Carlisle e eu agradecemos e voltamos a ficar em silêncio esperando quem quer que tio Carlisle tinha chamado.

Finalmente, uma mulher morena apareceu sorrindo. Seu cabelo estava trançado, os olhos eram pretos e o sorriso gentil. O jaleco branco acusava ser uma médica e me perguntei, silenciosamente, para que eu precisaria de outra médica além do meu tio?

—Rosalie? – a mulher sorriu simpática.

Olhei para tio Carlisle que sorriu me passando confiança, então assenti para a mulher.

—Sou a doutora Young, mas pode me chamar de Emily – ela disse simpática – Posso me sentar?

Assenti novamente.

Ela se sentou numa cadeira de couro bege clara e eu fiquei a encarando esperando para saber o que ela queria comigo.

—Gostaria que o doutor Cullen se retir-

—Prefiro que ele fique – falei rapidamente olhando para ele – Se não houver problemas, gostaria que ficasse.

—Claro que sim – ele disse se ajeitando.

 -Rosalie, sabe dizer que dia é hoje? – perguntou a doutora.

Franzi o cenho.

—Primeiro de janeiro – falei simplesmente.

—Sim, é. E você sabe dizer o que aconteceu? Por que está aqui?

Foquei na parede branca separada de mim por uma cortina aberta. Eu lembrava do bar e de dançar, lembrava do anúncio do novo ano.

—Eu estava com meus amigos e irmão numa festa e... – forcei a minha mente, o que tinha me levado ao hospital?

Alice e Emm coreografando músicas comigo. Jasper nervoso por conta do pedido. Edward cuidando de Bella. Eu precisava ir ao banheiro.

Royce.

Apertei a mão de tio Carlisle para eu não lembrar o que tinha acontecido, não queria saber, meus olhos ficaram embaçados pelas lágrimas.

—Não quero saber – falei sincera.

A ignorância era uma dádiva.

—Meu bem, Emily precisa saber até onde você lembra – tio Carlisle disse em seu tom habitualmente calmo.

Respirei fundo. Eu estava bem, estava segura, tio Carlisle estava ali.

—Quando eu saí do banheiro, encontrei meu antigo professor de literatura, o senhor Royce King II, ele aplicou algo no meu braço com uma agulha e, não sei, tio. Juro que lembro de todos os golpes e coisas de defesa pessoal que aprendi com o tio Charlie, mas...

—Ei, Rosalie, está tudo bem. Ninguém acha que a culpa foi sua – Emily disse e eu fiquei mais tranquila ao saber daquilo – Se lembra mais do que, querida?

—Lembro de sentir muito frio, ele rasgou minha roupa e... – minha garganta arranhou – Ele tocou-me intimamente sem a minha permissão – falei com vergonha.

Tio Carlisle abraçou meu ombro e eu deitei a cabeça no peito dele, sentindo-me melhor para continuar.

—Depois me bateu dizendo para eu não gritar, mas juntei minhas forças e gritei mesmo assim. Eu não queria que ele me tocasse, então ele bateu com mais força e eu só lembro de sentir o chão frio nas minhas costas – contei.

Emily anotava coisas, tio Carlisle disse que estava tudo bem comigo.

—Ele... – não consegui terminar a frase.

—Não, Rose. Sinto muito que tenha essas lembranças, mas tenha certeza que foram as únicas coisas que ele fez com você. Não houve penetração e, ginecologicamente, você está bem, querida – tio Carlisle garantiu e senti-me mais aliviada.

—O que aconteceu? Por que ele parou? – perguntei curiosa.

Não que eu achasse ruim, mas o olhar compenetrado e decidido de Royce, aquele que amedrontou-me de tal forma que ainda senti medo ao acordar hoje, não parecia que teria piedade de mim somente porque desmaiei.

—Emmett a encontrou – tio Carlisle contou singelamente.

Meu coração se encheu e eu lembrei de um sonho.

A voz de Emmett perto de mim, um calor bem-vindo, uma segurança.

O sentimento de segurança tomou conta de todo o meu ser quando tio Carlisle contou aquela informação que eu não tinha conhecimento. Sorri para ele.

—E onde ele está? Cadê Emm, tio? – perguntei ansiosa para vê-lo e agradecer por cuidar de mim, por me tirar de perto.

—Ele está aqui no hospital, quando puder eu o chamarei para vir, sim? – disse e eu concordei.

Emily conversou comigo, perguntou sobre minha vida e qual era minha relação com Royce antes, contei que tivemos um caso, mas ocultei que já tínhamos chegado nos “finalmente”.

—Onde está Royce? – perguntei com medo, depois de conversar bastante com Emily.

—Ele foi preso, Rosalie. Seu pai tomou parte do caso como advogado e o sargento Swan está trabalhando com a polícia de Port Angeles, eles estão cuidando da apuração do caso.

Assenti para Emily, sentindo a plenitude de uma segurança tomar-me novamente, pouco tempo depois ela se despediu de mim falando que gostaria de me ver mais algumas vezes e eu concordei marcando nova sessão para dali a dois dias, agora eu sabia que ela era psicóloga e eu entendi porque tio Carlisle a chamou.

—Obrigada, tio – falei sincera e ele sorriu assentindo.

—Precisamos conversar sobre outra coisa agora, querida – ele avisou se levantando e fechou a cortina que nos separava do corredor.

Estávamos na UTI.

Franzi o cenho. O que seria tão sério que ninguém poderia escutar ou que precisaríamos de tamanha privacidade? Ele já havia dito que eu estava bem de maneira ginecológica e, fisicamente, só a tala no meu pulso acusava algo menos que normal. Qual teria que ser minha outra preocupação?

—Querida, você teve relações sexuais desprotegidas recentemente? – ele perguntou de repente, sem tom algum na voz.

Não estava julgando nem nada, era apenas o meu médico.

A pergunta tirou-me de meu centro gravitacional. Eu senti minha garganta secando e meu coração batendo bem devagar, as coisas começaram a se confundir em minha cabeça.

—O que? – perguntei confusa.

Ele respirou fundo e sentou perto de mim de novo.

—Rose, você está grávida – falou sério no mesmo tom profissional.

Os padrões da cortina que me rodeava começaram a se embaralhar e eu virei para o recipiente, voltando a vomitar.

.

Pedi por um tempo sozinha. Eu não queria ver ninguém, tinha que fazer minha mente entender o que estava me acontecendo.

Grávida.

Respirei fundo ao sentir uma nova onda de náusea tomar-me. Eu não conseguia acreditar naquilo. Logo comigo. A minha mãe ia me matar, meu pai ia ficar tão decepcionado e eu estava cursando direito em uma das faculdades mais concorridas do país. O que eu faria?

Tampei o rosto querendo que alguém aparecesse com uma solução mágica para tudo aquilo.

Eu poderia interromper a gravidez, mas eu queria aquilo? Iria abdicar desse ser humano só porque eu fui irresponsável?

Fiquei um tempo pensativa com aquilo até um sono bom tomar conta de mim e enublar meus pensamentos, resolvi que tomaria a chance e fechei os olhos querendo que a inconsciência trouxesse algo para mim, mesmo que fosse apenas a paz momentânea.

.

|ESPECIAL - CARLISLE|

Interfonei para a mesa de frente da UTI assim que desliguei o celular com que eu conversava com Charlie.

Fui informado de que Rosalie tinha dormido boa parte da tarde, mas já acordara e comia seu lanche da tarde. Ela ainda não tinha me ligado permitindo que eu voltasse a vê-la e eu tinha consciência que ela precisava ficar sozinha, mas eu tinha que avisá-la antes de levar o investigador para o quarto.

Ela tinha pedido para ficar mais tempo na UTI, para relaxar e pensar no que faria. Queria pensar antes de espalhar a notícia e pediu que eu guardasse segredo. Era a relação médico-paciente e eu prometi que o faria, mais que por apenas ética.

—Com licença – falei e ela sorriu.

O rosto ainda bem machucado e a aparência pálida demais, mas havia algo de diferente nela e eu não soube identificar o que era.

—Oi, tio. Estava terminando de comer e já ia te ligar. Acha que já posso ir para o quarto? Aqui está muito silêncio, o tédio começou a me espreitar – falou e eu sorri, feliz pela animação dela.

—Sim, mas antes... O investigador do seu caso quer vir te interrogar e sei que seu pai vai querer vir junto. Tudo bem por você? Posso liberar os dois? Você está bem para viver isso de novo? – perguntei prestando atenção em suas expressões faciais.

—Quero terminar logo com isso – ela disse simplesmente e eu assenti.

Prometi voltar logo e fui até o quarto de Emmett, fiquei contente ao vê-lo bem, mas agora minha concentração estava em Rosalie e na criança desconhecida a todos. O policial, chamado Riley, e John seguiram-me para a UTI.

Liberei Riley para ir se apresentar a Rosalie, mas segurei John quando ele fez menção de seguir o oficial até a bainha que eu o instruí a ir.

—Vamos – John disse sem paciência.

—Preciso que seja o advogado e não o pai, ela está muito sensível e não pode se estressar, estou falando muito sério. Vou ficar escutando de perto tudo e você o faça, mas não como pai dela – falei de uma vez, sem tempo a perder – Não atrapalhe o trabalho de Riley e nem pense em atrapalhar o meu John, eu falo sério.

Ele encarou-me de cima, como era costumeiro do advogado firme de Seattle. Reforçou que estaria lá como o advogado dela, então entramos para a bainha de Rose.

—Papai – ela sorriu emocionada e ele me olhou.

Eu também não era idiota em achar que, depois de tudo, ela ficaria indiferente ao pai ali. Revirei os olhos, assentindo para que ele a respondesse propriamente então ele foi para o lado dela e beijou sua cabeça.

—Eu te amo, meu amor, mas preciso que se concentre apenas em seu depoimento, tudo bem? Estou aqui como seu advogado agora – ele explicou e ela assentiu, parecendo aliviada.

Riley começou o questionamento. Perguntou algumas coisas baseadas, provavelmente, nos depoimentos dos meus filhos, Emm, Jazz e Bella. Ela respondeu tudo com calma e confiança, me deixando surpreso.

Ela estava diferente do que quando estive aqui mais cedo, ela já não apresentava medo nem vacilava em nada com medo de lembrar de mais. Eu estava orgulhoso da mulher deitada na maca de mãos dadas com John.

—É a última coisa de que me lembro. Não lembro de ver Emmett, apenas de ouvi-lo – ela falou e Riley assentiu.

—Faz sentido, é consistente com o depoimento do senhor Swan, a senhorita deveria estar inconsciente quando todo o desenrolar aconteceu – ele disse e ela deu de ombros, assentindo.

O oficial agradeceu e John beijou o rosto da filha antes de eu pedir que ele se retirasse.

—Não posso permitir que fique mais tempo aqui, mas conversarei com Rosalie e veremos quando ela poderá ser enviada ao quarto – falei para John que concordou.

—Quem sabe não podemos jantar juntos no quarto? – Rose disse quase esperançosa – O senhor me espera? – ela perguntou doce.

John sorriu assentindo: -É claro que sempre – ele disse e ela sorriu docemente para o pai.

Rose sabia o poder que segurava sobre o pai. Ele falou que já conversariam sobre tudo, então seguiu Riley, com certeza indo conversar sobre algumas medidas protetivas e mais coisas sobre o processo que ele cuidava com a excelência que fazia sempre.

—Acha que ele controlou as atitudes para me poupar? – ela perguntou para mim e eu ri.

—Mandei ele guardar o lado pai por um tempo, até você estar mais confiante, pelo menos. Você é a prioridade aqui – avisei checando o soro em sua veia que já acabava – Tem certeza que já quer ir para o quarto? Dividirá um com Emmett. Seu irmão, meus filhos e Bella já devem estar aqui – contei – Prometo que consigo te deixar, pelo menos, mais essa noite no silêncio da UTI – falei por fim, querendo que ela soubesse que, se fosse a vontade dela, ela poderia reagir à nova notícia por mais algum tempo antes de enfrentar todo mundo.

Ela ficou pensativa. Respirou fundo.

—Tio, acho que está na hora de encarar isso de frente – ela disse e eu assenti devagar.

—E como vai fazer isso? – perguntei paciente.

Eu estava disposto a ser um ponto de certeza para ela. Iria dar o apoio que ela precisava, independente de qualquer coisa. Eu sabia que ela tinha consciência de que poderia interromper a gravidez e eu prometi a mim mesmo que seria profissional e imparcial, qualquer que fosse a decisão dela.

—Quero contar para uma pessoa que é muito importante nessa história – falou decidida – O pai do bebê.

A surpresa tomou conta de mim. Surpresa porque ainda não tínhamos conversado sobre aquilo. Assim que contei a ela sobre a gravidez ela vomitou e depois quis ficar sozinha então nem uma dica sobre quem era o pai da criança ela me deu.

Sentei perto dela, prestativo, querendo que ela soubesse que tinha um apoio em mim.

—Como posso ajudá-la, querida? – perguntei meio ansioso depois dela ficar tempo demais calada.

Eu estava curioso, talvez, mas não na maldade, apenas querendo ter certeza que ela teria o amparo necessário com todo esse futuro que aparecia a sua frente, ainda mais depois das últimas vinte e quatro horas.

—Vou precisar que chame o Emmett – ela disse com certa delicadeza na voz.

Foi quando eu entendi, e então o meu coração de pai se acalmou, vendo o brilho no olho da jovem que poderia ser minha filha.

Ela e seu bebê estariam muito bem amparados em qualquer futuro.


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Notas finais do capítulo

Surpresa! hahahahaha

Olha, eu adoro Carlisle e sua simplicidade.

O próximo capítulo eu vou rodar um pouco, Emm não vai saber logo de cara, mas quero saber de vocês, qual acham que será a reação dele em relação ao seu bebê com Rose?

Essa vai ser uma história grande na próxima temporada, então já façam suas apostas e tudo o mais.

O que acharam dessa novidade? Com todos irão reagir?

Espero que tenham gostado, estou bem ansiosa para os reviews!!

Nos vemos na quarta! ♥



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