about love and stuff. escrita por unalternagi


Capítulo 4
O início do simples toque


Notas iniciais do capítulo

Olá,

Gostaria de agradecer às pessoas que já comentaram nos primeiros capítulos. A história, no geral, terá bem menos suspense que esses primeiros capítulos, queria apenas fazê-las conhecer cada história antes de dar início.

O primeiro capítulo já está mais avançado. Espero que gostem e não se esqueçam de deixar suas opiniões nos reviews.

Nos vemos logo.



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Capítulo 04 – O início do simples toque

|BELLA|

Bati as mãos contra o volante do carro, irritada, porque eu não queria chegar atrasada logo no meu primeiro dia de aula do meu último ano escolar. Justo ontem tive que enfrentar uma insônia brava o que me fez perder o horário hoje cedo, por que é que coisas ruins acontecem com pessoas boas?

Respirei fundo e peguei o celular que estava no painel do carro. Que ele não tenha ido, que ele não tenha ido.

Oi?— a voz sonolenta atendeu.

—Onde você está? - perguntei confusa checando que já eram mesmo sete e vinte da manhã de segunda-feira.

Dormindo— desdenhou como se aquela fosse a única opção – Ah, por Cristo, Bella, ainda são sete horas da manhã, diz o que foi que eu fiz de ruim para merecer ser acordado a essa hora?— eu ainda não tinha me acostumado quão distraído ele poderia ser.

Edward, você sabe que hoje é o primeiro dia das voltas às aulas, certo? – perguntei confusa.

Não é possível que Alice o tenha deixado esquecer sendo que ela fez questão de lembrar-me disso ao menos umas doze vezes ontem.

Sim, e como veteranos nós temos uma licença poética para não estar lá hoje, então, novamente eu te pergunto: que crime eu cometi para merecer essa ligação?

—Edward, vou me atrasar e a picape não quer dar partida – falei chateada.

A picape vermelha descascada 1953 que um dia pertenceu a Billy Black e agora era meu meio de transporte independente.

Está vendo? O universo quer que você fique. Se quiser despistar o sargento Swan, aproveita. Eu acabei de rolar para o lado esquerdo da minha cama e o lado direito está aqui completamente disponível para você...— ele dizia.

Meu pai era o sargento do condado de Clallam, era bem importante, Edward adorava zoar com ele sobre isso. Acho que tinha algo a ver com o poder que ele sentia zombando de uma autoridade.

Edward não parecia que ia ceder, foi quando percebi que teria que apelar para a chantagem psicológica. Comecei a fazer barulho de choro fingindo.

—Edward, por favor – gemi ainda “chorando”.

Saco! — reclamou e escutei ele bufar – Dez minutos, Swan— ele disse desligando o telefone.

As vantagens de sermos vizinhos eram maiores que as desvantagens.

Os primeiros a mudar fomos nós, os Swan. Quando nasci, meu pai comprou nossa casa de tio John. Minha mãe, Renée, completamente apaixonada por decorações e depois de fazer uns cursos de design de interiores, adorou a casa quando papai a mostrou, ela escolheu a casa central e a decorou com o ótimo gosto, confortável e alegre naquela cidade tão verde musgo e cinza.

Alguns anos depois conheci Edward, eu com quase quatro e ele com cinco anos. Tio Carlisle trabalhava no hospital da cidade de Forks – a cidadezinha mais insignificante e chuvosa de todo o Estado de Washington – e lá conheceu tio John.

Tia Esme, com a ajuda de mamãe, renovou a casa toda aos poucos, tio Carlisle, ela e meus pais fizeram quase que todo o trabalho e a casa ficou lindíssima. Assim, meu irmão mais velho e eu viramos amigos de Alice e Edward Cullen.

Alice era apenas alguns meses mais nova que eu. Edward teve um problema de saúde quando criança, algo a ver com asma e bronquite. Ficou um ano afastado da escola, era atrasado e, assim, tia Esme adiantou Alice para ele não ficar sozinho, nós três estudamos na mesma série a vida toda, junto com Rose e Jazz.

Rosalie e Jasper eram gêmeos - bivitelinos então quase não se pareciam - e  dois dos meus melhores amigos. Eles moravam na casa mais bonita da rua.

Tia Anne era arquiteta. Quando ficamos mais velhos, nossas mães iniciaram uma empresa de decoração de interior juntas. Mamãe terminou o curso e tia Esme fez outro. As áreas delas se completavam e a empresa começou a ficar bem famosa na região que morávamos.

Morando na mesma rua pela vida toda, foi óbvio que nós seis, os herdeiros Swan-Cullen-Hale, vivêssemos juntos, já que éramos todos praticamente da mesma idade, bem, a não ser por Emm, mas ele nunca se importou de ser o mais velho da turma e, por vezes, parecia o mais novo. Assim, nós seis formávamos o grupo mais restrito de todo o Estado. Não era proposital, só não sentíamos a necessidade de agregar ninguém.

—Me deixa ver, lentinha – Edward pediu quando entrou pelo portão da garagem que estava aberto.

—“Lentinha” é a mãe – retruquei saindo da caminhonete.

—Pobre dona Esme – Edward riu virando a chave na ignição enquanto forçava a embreagem do carro – Não sei por que Emm te convenceu que era um presente bom essa lata-

Meu pai deu esse carro ao meu irmão quando ele completou dezesseis anos. O que eu posso dizer? Emmett se dava bem com o carro porque gostava de mexer nele e tinha feito boas melhorias, mas desde que ele tinha se mudado eu apanhava daquele carro vergonhosamente.

—Ei! Respeita a caminhonete – falei séria e ele riu negando com a cabeça.

—Argh! Não estou em condições de lidar com ela agora – Edward falou irritado saindo da caminhonete dois minutos depois de entrar – Vamos, eu te levo para a escola – ele disse bufando, passando a mão no cabelo.

Ele bateu a porta da caminhonete com uma força exagerada e eu ralhei novamente. Peguei minha mochila e fomos para a garagem cavernosa da casa dos Cullen. Edward entrou para pegar a carteira e a chave do carro e logo voltou acelerando para a escola.

—Não tem chance. Vamos chegar atrasados. Você demorou muito – reclamei.

—Ai que dia do cão, hein Bella? – Edward disse batendo a mão no volante – Cassete. Acordei e me dispus a te levar e você não para de me destratar. Por que não foi com Alice, Rose e Jazz? – perguntou sem humor.

—Porque acordei atrasada – murmurei ainda brava com aquilo.

De repente, Edward começou a rir sem parar e eu sorri, mesmo sem saber qual era a graça.

—Nossa, a Caxias se atrasou. O que aconteceu? – perguntou curioso, com a atenção virada a estrada.

—Sei lá, fiquei acordando a noite inteira. Você entende que é nosso último ano, que Emm vai voltar... – falava animada e Edward sorriu.

Sempre nos demos muito bem. Eu e Edward. Por mais que nós brigássemos mais que o resto do pessoal num geral, logo voltávamos as boas e era disso que eu gostava da nossa relação não complicada.

—Entendo, bonita. Mas com esse novo ano letivo que se inicia, acho que você deveria relaxar um pouco, parar de se cobrar tanto – ele falou sabiamente.

Fiquei quieta procurando uma boa música na rádio enquanto Edward voava pelas ruas de Forks. Chegamos à escola depois de vinte e cinco minutos. Era um timing bom.

—Obrigada por me trazer – falei sincera e ele sorriu dando de ombros.

Ele parou o carro no estacionamento, ao lado do carro de Jasper e Rosalie. O olhei com o rosto surpreso e ele bufou.

—Já que não pode lutar contra, junte-se a ela – ele disse e eu ri.

Uma vez que ele não se preocupou em trazer mochila, Edward se ofereceu para carregar a minha e eu agradeci. Entramos na escola lado-a-lado, pouco tempo depois que o sinal anunciou o início das aulas.

Tínhamos vindo escolher nossas aulas no fim das férias de verão, então nos encaminhamos direto para o prédio da nossa primeira aula. Edward copiou meu horário esse ano, nós começamos com inglês IV.

Comemorei quando percebi que o professor ainda não estava na sala. Alice, Rosalie e Jasper estavam sentados perto um dos outros e tinham salvado uma carteira para mim. Agradeci a eles, sorrindo debochada ao perceber que Edward teria que sentar longe de nós.

—Eu vou ficar no chão? – perguntou Edward desgostoso deixando claro que não pretendia sentar na carteira do outro lado da sala.

Eu ri da cara dele. Alice revirou os olhos enquanto Jazz estava recostando olhando com certa zombaria para Edward.

—Ô menino bipolar, jurou por todos nossos ancestrais que não viria hoje – Alice bufou olhando ao redor.

Sentei ao lado de Jasper e atrás de Rosalie que estava concentrada em um livro. Alice, que estava do lado dela, se projetou para o lado de Rose para acabar com o espaço que as separavam.

—Rose, canta o Newton para ele deixar Edward sentar – sussurrou fazendo Rosalie olhar por sobre os ombros para Mike que sentava atrás de mim.

Não olhei para trás para não dar na cara, fiquei esperando que Edward, que estava sentado na minha mesa esperando Alice resolver o problema dele, saísse de lá.

—Que saco, uma hora ele vai me cobrar um encontro – Rose bufou, mas se levantou sentando na mesa de Mike.

Rosalie era linda do tipo que deveria ser proibido. Os olhos castanhos esverdeados, o sorriso retinho, o cabelo castanho claro que chegava a ter umas mechas loiras naturais era muito bem cuidado e eu tinha certeza que, se ela morasse em um local ensolarado, o cabelo ficaria loiro como daqueles surfistas que vivem na praia.

—Valeu loirinha – Edward riu quando Mike já estava sentando do outro lado da sala.

Rosalie forçou uma risada, mostrando o dedo do meio a ele. Edward, Jasper, Alice e eu ficamos conversando enquanto o professor não aparecia. Rosalie estava obcecada em passar numa boa faculdade, então estava concentrada em uma leitura.

Não reclamávamos, pelo contrário, sempre torcíamos muito pelos sonhos um dos outros.

—O que aconteceu, onde está o professor? – perguntei incomodada com o atraso.

Edward riu de mim e lhe mandei a língua.

—Acho que são apenas coisas comuns, sobre iniciação do ano letivo – Jazz deu de ombros quando o professor entrou na sala de aula.

Passamos o resto da aula submergidos em assuntos bobos de início de ano letivo. Em certo momento da aula, Edward enviou-me um bilhete:

Aposto que está pensando no lado direito da minha cama.

Simples. Objetivo. Eu não aguentei e dei risada negando com a cabeça, amassei o papel jogando para trás, torcendo para acertá-lo no rosto. Voltei a anotar as coisas que o professor falava.

.

—Hoje não posso, vou para a delegacia – Jazz avisou enquanto saíamos da escola.

Jasper trabalhava de estagiário na delegacia da cidade de Forks, ele gostava do trabalho e era o único de nós que tinha seu próprio dinheiro.

—Nem mesmo a noite? – Edward perguntou animado.

—Umas oito – Jazz disse e Edward me olhou, esperando a confirmação.

—Pode ser – falei dando de ombros e Edward começou a comemorar, animado.

Alice e Rosalie estavam confabulando, cheguei mais perto delas.

—E o Emmett, Bella? – Alice perguntou quando passei minha atenção dos meninos para ela.

—Está bem – falei dando de ombros – Não consegui falar com ele ontem – comentei e ela assentiu.

—Ele mandou para você as fotos de Nápoles? É tão lindo – Alice murmurou sonhadora.

Dei uma cutucada nela quando Rosalie suspirou. Rose ajeitou os óculos de grau no rosto.

—Imagino que deva ser – Rose disse quando Alice foi pedir desculpa – Gente, acho que vou ficar na biblioteca da escola – falou mais alto para os meninos escutarem.

—Fica com o volvo, a gente vai com o Jazz – Edward falou lhe entregando a chave.

Rosalie agradeceu imensamente e entrou na escola.

Entramos no carro de Jasper que suspirou olhando Rose entrar na escola, ele deu partida no carro só quando ela sumiu de nossas visões.

—Eles ainda não conversam, não é? – Alice disse séria.

—Sabe que não.

—Nossa, eu fiz numa inocência tão plena – ela suspirou – Só lembrei que você tinha dito que ele ia te ligar e perguntei.

—O que aconteceu? – Edward perguntou confuso.

—Rosalie e Emmett – Jasper falou saindo do estacionamento da escola – Mas né, vida que segue. Achei que os meses fariam passar com uma facilidade maior – ele murmurou.

—Eu também achei, Jazz – confessei – Mas logo os dois esquecem o que quer que tiverem para esquecer.

—É, a gente está esperando que isso aconteça – ele falou simplesmente.

Jasper nunca mais falou do mesmo jeito com Emmett depois de todo o ocorrido.

Num apanhado geral dos fatos o que houve foi que Rosalie e Emmett estavam ficando, Rosalie com quinze e Emmett com dezoito, durou alguns bons meses, até que a formatura dele chegou, Rosalie e ele tiveram um desentendimento, ele foi ao baile com a ex-namorada, Kate Denali, Rosalie e Emmett terminaram, Emmett foi para a Itália.

É tudo o que nós quatro sabemos sobre tudo isso. Nunca soubemos o que causou o desentendimento. O primeiro e único segredo que Rosalie guardou de mim e Alice, na vida.

—E ele volta quando? – perguntou Jasper.

—Não temos certeza – falei simplesmente, o que era verdade.

Emmett estava morando, como dito posteriormente, há dois anos na Itália. Ele foi para lá e ficou na casa dos meus avós por seis meses, trabalhou, juntou dinheiro e foi para Milão, depois para Roma e agora estava passando uma temporada em Nápoles.

Jasper estacionou o carro no parque que tinha perto de casa. Ele desceu do carro para se despedir de Alice. Eles começaram a ficar havia um ano, mas tinham assumido o namoro para os pais há poucos meses, pouco depois do aniversário de Alice, em fevereiro.

Edward e eu demos um aceno para eles e fomos para casa deixando os pombinhos juntos. Edward ainda carregava a minha mochila, o que eu apreciava.

Tinha o caminho normal para chegar em casa de carro que era meio tortuoso e um pouco demorado, mas normalmente andávamos por uma trilha que descobrimos havia muito tempo atrás, que era uma ótima forma de cortar caminho por entre a mata.

—Sua mochila está pesada de mais para quem só foi ao primeiro dia de aula – Edward comentou quando estávamos quase chegando.

—Ué, como assim?

—Por que você levou essa quantidade ridícula de materiais, Bells? Sabe que o começo é básico e uma caneta e um papel seriam o suficiente – ele riu.

—Ai chato, me deixa – reclamei empurrando ele.

—Eu até poderia, mas você ficaria muito chateada – ele brincou.

Revirei os olhos e fui para a garagem da minha casa sem olhar para ele.

—Ei, vai me oferecer água, pelo menos, antes de obrigar-me a trabalhar no seu carro? – ele perguntou fazendo drama, e seguindo-me mesmo sem convite algum.

Revirei os olhos, tirei a mochila dele quando chegamos na frente da minha casa e entrei com ele em meu enlaço. Subi as escadas para guardar a mochila. Deixei em cima da cadeira de minha escrivaninha e desci encontrando Edward sentado na bancada da cozinha.

—Meu pai tem uma arma, sabia? – brinquei.

—Ele atira se subimos na bancada? – ele retrucou rindo.

—Não, mas minha mãe...

—Tia Renée está em Seattle. Eu estou a salvo – ele murmurou virando o copo de água.

A empresa de nossas mães tinha sido convidada para uma convenção ou algo do gênero e, como sócias igualitárias, elas sempre iam juntas aos eventos.

Peguei o copo dele e enchi de água para mim. Fomos para a garagem e fiquei sentada na bancada da garagem enquanto ele checava embaixo do carro. Ele bufava e reclamava de como o carro era velho a cada dois minutos, eu ria e ficava trocando as músicas que tocavam no meu celular, já que o rádio do carro não queria mais ligar.

—Nossa – ele disse de repente, saindo debaixo do carro – Isabella, você esqueceu o rádio do carro ligado?

—Que? – perguntei confusa.

Ele revirou os olhos e mandou eu não me mexer, saindo da garagem logo depois. Recostei na parede esperando ele voltar. Logo Edward entrou na garagem com o carro de tia Esme e eu franzi o cenho.

Não porque ele estava com o carro da mãe dele, já que eu sabia que elas tinham ido com o carro de tia Anne, mas por que caralhos Edward quis estacionar o carro da mãe dele na minha garagem? Será que o problema no meu carro era tão sério que ele ia emprestar-me o carro dela?

—Você me choca – ele falou simplesmente indo ao porta-malas.

Ele pegou dois fios e eu franzi o cenho, o encarando como o maluco que era. Ele me mandou ir para o carro de Esme e eu liguei. Logo depois ele checou algo no meu e começou a rir quando o motor rugiu.

—Puta merda, Isabella – ele gargalhou – Sua bateria tinha acabado. Bem, na verdade eu estou achando que ela está ruim, vou comprar outra para trocarmos depois, mas... Era só isso, o resto está certo com a mostrenga – ele disse e eu não pude disfarçar o alívio ao escutar o que ele tinha dito.

Quando ele terminou a operação na “mostrenga”, fechamos minha casa e fomos para a dele no carro de Esme – o que é ridículo pelos motivos óbvios de: vizinhos.

Chegamos lá e a casa estava em silêncio. Fomos para a cozinha pensando no que poderíamos comer. Edward fez pipoca e tentava me convencer a fazer cookies de chocolate com gotas de chocolate para ele como agradecimento.

—Nossa, então você me faz as coisas esperando que eu te retribua? – perguntei me fingindo de ofendida.

Ele riu chegando perto de mim, criou uma espécie de prisão quando encostou-me na pia da cozinha posicionando uma mão a cada lado da minha cintura em cima da pia, então riu olhando para a minha casa assustada, como sempre, quando ele fazia isso.

—Só algumas vezes - ele riu beijando meu rosto.

Edward e eu tínhamos um tipo de história juntos. Demos nosso primeiro beijo juntos, essa é a história. Foi numa brincadeira de “sete minutos no paraíso” com o Emmett do lado de fora do armário esperando os sete minutos acabarem para me tirar de lá de dentro. Edward e eu juramos nunca contarmos a ninguém o que aconteceu no armário e nós nunca contamos nem nunca repetimos a dose – essa segunda parte sendo, realmente, uma pena.

Virei começando a preparar os cookies. Ele me ajudou e, quando colocamos no forno, Alice apareceu animada.

—Que bom que estão aqui – ela falou animada, chegando na cozinhas dando os mini saltos que habituais – Estou terminando meu portfólio que enviarei para as faculdades, queria que vocês vissem.

Alice era ótima desenhista, sempre foi. Tia Esme investiu nisso quando percebeu que ela era boa naquilo e que amava fazer. Desde então, Alice criava algumas peças de roupas que, eventualmente, ela mandava fazer e, sempre que o fazia, era uma peça mais linda e diferente que a outra.

—Querem ver? – ela perguntou com a pasta preta em mãos.

—Claro – falei enquanto Edward concordava igualmente animado.

Ficamos vendo os desenhos – na mão de Alice, porque estávamos comendo pipoca e ela não queria sujar nada - e falando com ela, dando opiniões e elogiando-a que ficava toda orgulhosa de si mesma, vez e outra se elogiando enquanto ríamos dela que tentava aplicar a falsa modéstia.

Os cookies ficaram prontos e Alice foi guardar suas coisas, ficamos comendo e conversando sobre os mais diversos assuntos até que Rosalie se juntou a nós quando veio devolver a chave do carro de Edward, já eram quase seis da tarde.

—Você não acha que seu cérebro vai derreter de tanto estudar? – perguntou Alice rindo.

—Eu espero que o faça porque, sempre que paro de estudar, começo a pensar em refletir sobre coisas que eu gostaria que não viessem a minha mente – ela murmurou quebrando um cookie no meio antes de comê-lo.

Alice suspirou e trocamos um olhar que demonstrava que sabíamos sobre o que ela falava. Edward estava distraído com algo no seu celular. Alice convidou Rosalie para ir ver seus desenhos e Rose topou na hora.

—Vamos ensaiar? – Edward perguntou quando ficamos sozinhos.

—Podemos – falei dando de ombros.

Fomos para a sala com isolamento acústico que existia na casa dos Cullen.

Esme e Carlisle sempre foram pais muito incentivadores, por isso Alice fez aulas de desenhos e Edward aulas de todo e qualquer instrumento musical que quis, apesar de ele ser bem autodidata.

—Sabe quando nossas mães voltam? – perguntou puxando assunto.

Conectei o microfone no amplificador junto com o violão.

—Ahm, acho que amanhã à noite – murmurei vendo ele procurar a música que queria tocar.

Sentei no chão esperando ele se decidir. Por fim ele escolheu Here Comes Your Man da Meaghan Smith, então levantei para cantar. Ele adorava fazer isso dele tocar e eu cantar e, não vou mentir, eu também gostava bastante.

Edward, Emmett e Jasper tinham essa banda desde que tinham uns doze anos. As meninas e eu nunca gostamos muito de cantar e tocar, mas eu amava assistir os ensaios, por isso, quando Emmett foi embora, Edward e Jasper fizeram-me entrar na banda para que eles pudessem continua-la. Tocávamos em alguns eventos, Edward tinha conseguido que tocássemos no baile de boas-vindas da escola que aconteceria no sábado, por isso ele queria tanto que ensaiássemos.

Edward tocava enquanto olhava para mim sem parar, não gostava quando ele fazia aquilo porque me deixava corada e envergonhada, mas seu sorriso me impediu de reclamar, então fechei os olhos e comecei a cantar.

Comecei a me movimentar com a melodia quando me senti corajosa e abri os olhos continuando a cantar. Ele ainda sorria para mim e sorri de volta, ainda cantando. Eu descobri por acaso, mas minha voz não era de todo o mal.

Quando a música acabou, escutei meu celular vibrando no pequeno sofá que tinha ali. Corri atendendo e sorri ao ver quem era.

—Hey, Ben – falei animada.

Edward bufou alto.

Está ocupada, Bella?— perguntou.

—Não estou não, por quê?

Descobri que Ângela tem que ler ‘O Morro dos Ventos Uivantes’ para a aula de inglês dela e eu queria tentar impressioná-la ao demonstrar todo o meu conhecimento referente a ele... Você acha que

—É uma ótima ideia, Ben. Eu o amo – falei sobre o livro.

Então, estou indo a Port Angeles comprar alguns materiais. Ia te pedir indicação de livrarias, mas lembrei que você poderia ter uma cópia... Não sei.

Se eu tinha uma cópia do meu livro favorito? Eu tinha duas. Uma eu tinha escrito muitas observações e riscado frases que eu tinha gostado. Outro era um extra só caso eu perdesse o primeiro, ele estava intacto.

—Quer que eu te leve ali no parque antes da minha casa? – perguntei sabendo que minha casa seria caminho para Port Angeles.

Ah sim, Bella, seria incrível. Não irei te atrapalhar?  – falou animado.

—Não, de jeito algum. Encontro você lá em dez minutos – falei feliz por Ben estar se esforçando, finalmente, para conquistar Ângela.

Marcado.

Despedimo-nos e eu levantei apressada.

—Volto logo – falei a Edward, sabendo que eu não demoraria para encontrar o livro nem para entrega-lo a Ben.

Afinal, depois de todas as piadas que Edward fazia comigo durante a vida toda, ser Caxias era bom para mim porque eu sabia exatamente onde encontrar o livro que emprestaria a Ben.

Já pronta para sair, percebi Edward no meu enlaço quando fui abrir a porta da casa dele e ele a fechou olhando para mim, curioso.

—Que foi? – perguntei confusa.

—Vai encontrar com Ben no parque? – ele perguntou parecendo bravo.

—Sim... – concordei confusa.

—São uns doze minutos andando – ele falou simplesmente.

Nossas casas eram meio escondidas, por isso o ponto de referência sempre era o parque que tinha aqui perto. Não era nada longe, a caminhada era boa e a tínhamos feito há pouco tempo quando Jazz nos deixou lá então não entendi o choque de Edward.

—E qual é o problema disso? – perguntei confusa.

—Apenas o achei rude em lhe fazer caminhar. Se fosse eu vindo te buscar, eu iria lhe buscar em frente a sua casa – ele disse intensamente.

Franzi o cenho, nervosa por ele estar me atrasando e confusa com o que ele queria dizer com tudo aquilo.

—Mas não é você – falei séria.

Abri a porta saindo da casa dele.

—E parece que nunca vai ser – ele murmurou.

Suspirei ignorando a dor no peito que eu sempre sentia quando Edward dizia coisas que faziam parecer que haveria um momento que nos separaríamos. Um momento em que ele teria sua família e casa e eu teria a minha e as coisas nunca mais seriam as mesmas. Eu tinha um pânico tremendo desse futuro.

Balancei a cabeça. Parei na varanda da casa dele e suspirei virando para Edward.

—Eu volto quando for para ensaiarmos...

—Como o belo cão adestrado que é. Que menino sem noção...

Fiquei o encarando, irritada.

—Eu não acredito que disse isso – falei simplesmente antes de encaminhar-me para minha casa.

Que Edward conseguia ser um idiota quando queria, isso eu estava cansada de saber. Mas daí a ele ser rude assim comigo era meio que uma novidade não agradável.

Ainda o ouvi chamar meu nome. Ignorei-o por completo e tranquei a porta de casa quando fui buscar o livro. Encontrei onde esperava, na estante do meu quarto. Olhei o relógio vendo que tinha menos de seis minutos para ir encontrar com Ben, então lhe enviei uma mensagem saindo de casa com pressa.


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