about love and stuff. escrita por unalternagi


Capítulo 37
Eu quero estar onde quer que você esteja


Notas iniciais do capítulo

Bom dia, gente

O capítulo de hoje é todo da Bella já "sozinha" (significando sem Emmett) na Itália e, bom... Se o título não deu dicas o bastante, acho que o capítulo pode ser uma grande surpresa hahaha

Espero mesmo que gostem!



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Capítulo 37 – Eu quero estar onde quer que você esteja

|BELLA|

Os meses longe de Edward foram cheios de meus amigos e da minha família, mas ele ainda aparecia atormentando meus pensamentos por algumas vezes.

Marco, com toda a história de site, vinha querendo o deixar pessoal, então cada um de nós tínhamos nosso próprio “blog” dentro das nossas biografias do site. Foi uma coisa meio nova, começada no fim de agosto.

Eu não conseguiria fazer uma música com "do ré mi", mas desde sempre fui fã de literatura, por mais que minha vida tivesse me apresentado uma nova carreira para traçar, a literatura era meu hobby e paixão. Não era nenhuma escritora, mas vi ali uma oportunidade para treinar aquela arte que eu tanto admirava.

O meu blog, eu abri como uma forma de me comunicar com Edward, mesmo que ele não quisesse responder a mim. Criei a aba “garoto da praça” que era como umas pessoas de Pizzi se referiam a ele quando perguntavam para mim sobre a música do natal passado. Naquela aba eu postava cartas que eu escrevi para ele e escrevia novas, postava algumas partes de livros e uma vez postei um vídeo da música 505 do Arctic Monkeys que era uma música que adorávamos e sempre me fazia pensar nele – e ele já dissera que o fazia se lembrar de mim também.

Quando postei Arctic Monkeys no site, Marco sugeriu que eu tentasse atrelar as cartas a algumas músicas da banda para divulgação, já que ele dizia que meu blog era bem acessado, então eu comecei a fazê-lo. Depois de uma semana sem postar no blog, voltei fazendo sempre referências as nossas músicas com vídeos dos shows e nós cantando.

Até que, naquela semana, eu escutei uma música antiga que fazia tempo que não tocávamos em shows. Bobby a reviveu ao nos apresentar a linha de bateria que tinha feito para ela, e como eu tinha prometido no blog, comecei a prestar ainda mais atenção na letra, percebendo como eu escutava Edward em cada verso daquela música.

Faço essa voltas um pouco rápidas demais, tentando te deixar em meu passado. O CD pula nossas músicas favoritas, nossos maiores hits apenas não se encaixam. Eu realmente amo odiar isso. Amo ódio, odeio amor. Relacionamentos amorosos são superestimados. Por cima do meu cadáver é como isso vai acabar. Você disse que acabou e eu poderia partir por outra chance de fazer isso novamente.

As batidas na música eram boas, mas eu quase não parava de cantar e, acho que foi a primeira vez que pareci sem ar ao continuar.

—(Então é isso)depois de tudo que passamos? (Nós chamamos isso de desistência) e eu estou a ponto de (lavar minhas digitais) no pouco que deixei. Você disse que acabou, e eu poderia realmente ir por um copo de café e uma overdose. Deixe tudo pra trás de mim, você verá isso quando você finalmente me encontrar em coma ou muito perto, um copo de café e uma overdose — Tato fazia meu back vocal e foi o que mais pareceu reparar que meu tom mudou um pouco a música, mas ele tinha um ouvido muito bom, então acompanhou sem dificuldade.

Eu tomo essas pílulas como cracker jacks. E o preço daquela jogada de dados, apenas olhando você reagir. Quando você está deprimida, você dorme demais. Não tenho certeza se vou acordar. Está superestimado, por cima do meu cadáver é como isso vai acabar, você disse que acabou e eu realmente poderia ir por outra chance de fazer isso novamente.

Voltamos para o refrão, era divertido ver as pessoas cantarem com todo o coração como eu mesma fazia agora. Cantamos juntos em um uníssono bom, sorria para algumas pessoas, mas minha atenção ainda era completa da música.

Antes do pico da música tínhamos uma baixada nos ânimos e o usei para recuperar o fôlego. A bateria de Bobby era o que ditava minha volta.

Você diz que está acabado, e eu realmente poderia ir por um copo de café e uma overdose. Deixe tudo pra trás de mim, você verá isso quando você finalmente me encontrar em coma ou muito perto. Um copo de café e uma overdose. Eu fiquei na linha sem você. E eu não falo para você, meu pequeno cada pensamento (Eu fiquei na linha sem você) Sem você (Eu fiquei na linha sem você) Bem, sem você (Eu fiquei na linha sem você) É tudo que eu tenho. Sim, eu vou ficar bem, depois de muito tempo que eu deixei seu belo rosto.

Fomos bem aplaudidos e o show acabou depois de mais duas músicas. Uma delas que um trecho dizia:

Dirigindo pela cidade por onde você esteve antes, e nós somos como as crianças de “Candy”, nos beijando na mercearia. E não há nenhum outro lugar para se estar, eu poderia viver em seu carro velho com o aparelho de som quebrado. Eu quero estar em qualquer lugar, qualquer lugar que você esteja.

E foi como um estalo, ou um tapa bem deferido em meu rosto.

Era Edward.

—Tato – chamei quando descemos do palco, já no camarim.

—Fala, estrela – brincou.

—Quem foi que escreveu essas novas músicas? – perguntei direta.

—Essa é uma pergunta muito ampla, Bella, e você sabe disso. Eu, Matteo... – desviou.

—E quem mais? Tem mais alguém, não tem? De quem é a letra de “Onde quer que você esteja” e “Um copo de café”? – perguntei séria, o coração comprimido no peito.

—Dessas duas em específico, eu não posso te contar quem é, prometi que não o faria  – ele falou simplesmente.

Lucca passou por nós e se deitou no sofá.

—Edward, é claro – ele disse fechando os olhos para descansar.

É claro.

Senti minha garganta arranhar e olhei para Tato, precisando da confirmação.

—É?

—Bella... – Tato começou ao perceber que eu estava chateada.

—Por que não me contou? – perguntei séria.

—E o que você faria? O que faria de diferente? – Tato perguntou no mesmo tom.

Sentei no braço do sofá em que Lucca descansava. Ainda mexida com tudo.

—Eu não tenho certeza - confessei prendendo minhas mãos em meu cabelo.

Fiquei pensando sobre tudo.

Como agi com ele, como ele tinha apoiado tudo o que eu decidi e eu nunca incluí ele nos planos do meu futuro. Ele continuou comigo, mesmo eu nunca incluindo ele. Edward não desistiu por um minuto, mesmo que eu achasse que também não havia lutado por nós dois.

Onde eu tinha errado tão feio?

Qual dos nossos pecados era o pior?

—Tato... – eu murmurei, mas parei de falar ao perceber que chorava.

Levantei a cabeça, aflita, querendo alguma ajuda. Qualquer uma. Lucca levantou-se surpreso ao ouvir minha voz e se sentou me puxando para sentar-me no sofá com ele.

—Ei, Bella, me desculpa. Eu não queria ser intrometido, eu só pensei que... Não sei, Bella. Não sei de quase nada da sua vida, mas você e Edward pareciam funcionar, fiquei surpreso quando descobri que vocês já não estavam juntos – Tato falou se sentando na minha frente.

A gente funcionava junto. Junto.

—Eu sei... – comecei meio doida porque meu pensamento começou a correr acelerado enquanto tudo se encaixava – Sei que criei um compromisso aqui, que devo lealdade a essa banda e vocês têm sidos tão maravilhosos – falei sincera –, mas... Talvez, eu não sei. Eu acho que eu preciso ir para casa – sussurrei.

Tato sorriu para mim, o rosto calmo de quem parecia ter tudo sobre controle.

—Tina fez um trabalho incrível nas férias de verão e, por mais reticente que ela esteja com a ideia, sei que ela faria uma boa frente na banda. Mesmo assim, se ela não topar, podemos achar outro vocal, eu mesmo posso cuidar disso pelo tempo que não encontrarmos alguém... Nós estaremos bem, mas você precisa fazer o que for bom para você, Bella.

Comecei a pensar em tudo o que me prendia aqui.

—Tem minha família aqui e a minha mãe – suspirei tentando engolir o choro.

Comecei a pensar na rede que criei aqui para me prender, em todas as raízes que criei sem nem perceber ao certo quando ou como.

—Eles não sairão daqui, piccolina— Lucca disse carinhosamente.

Bobby, Marco e Matteo entraram no camarim com algumas bebidas e ficaram surpresos ao me verem chorando.

—O que aconteceu? – Matteo perguntou preocupado.

—Qual é o problema? – perguntou Bobby simultaneamente.

—A Bella não sabia que as letras que ela canta, essas novas, tinham participação do Edward – Lucca sorriu de canto, abraçando-me.

Marco franziu o cenho.

—E por que respondia às letras dele com as cartas do site? – perguntou Marco.

Franzi o cenho e foi quando Matteo disse que, todas as músicas que eu referenciava em minhas cartas, tinham dedo de Edward. Alguns versos, pelo menos.

—Fazia apenas para senti-lo um pouco mais próximo, eu não imaginava que vocês ainda tinham contato. Imaginei que ele me odiasse de mais para isso.

Piccolina, você precisa ir embora – Lucca falou ao meu lado, voltando a onde estávamos antes dos meninos chegarem.

—Não posso deixar vocês na mão – murmurei.

—Você não pode é ficar aqui se não está em casa, Bells – Bobby falou – A coisa mais importante é se sentir em casa, não importa onde estiver.

—Eu vou mudar para Milão... A banda vai ficar toda lá agora. Para que você quer ir para Milão se você pode ir para os Estados Unidos? – Lucca perguntou apertando minha mão que estava nas dele.

Limpei as lágrimas com a mão solta e olhei para os cinco meninos mais doces e gentis de toda a Itália, meus companheiros nos últimos meses. Senti uma gratidão imensa por eles, quando a certeza tomou a minha mente.

—Acham mesmo? – perguntei e eles riram.

—VAI PEGAR O GAROTO, BELLA – Matteo gritou me assustando.

Comecei a rir com eles.

—Eu vou falar com Tina – prometi.

Abracei todos eles e comecei a maquinar. Com os cachês dos shows, que não eram nada exorbitantes, mas sem o tempo para gastar, eu tinha criado um bom fundo de economias. Então não precisaria pedir nada para ninguém.

Bobby me deixou na casa da minha avó no final daquela madrugada.

—Promete para mim que vai se preocupar só com você agora, o resto tudo se encaixa.

—Eu prometo, Bobbylóide – sorri beijando o rosto dele – Obrigada sempre.

—Não por isso, mas nos avise em antecedência para prepararmos o show da despedida.

Eu ri, mas concordei com ele. Entrei na casa da minha avó que já estava toda apagada, depois de um banho quente e relaxante, fui para o meu quarto e comecei a fazer contas. Depois de checar meu saldo bancário. Fui tentar usar a calculadora do celular, quando recebi uma mensagem de Emmett.

Fiz umas contas rápidas, já eram quase dez da noite para ele, ele tinha se planejado para chegar lá por volta das sete da noite.

Emmett tinha partido para Nova Iorque naquela manhã. Senti certa inveja dele na hora, mas agora eu só estava animada com a perspectiva de ser a próxima a partir, e logo.

Emm: claramente, não que você se importe. Mas estou vivo.

Eu ri do drama do meu irmão.

Bella: show, querido, vida na estrada. Cheguei quase agora também. Como foi a viagem? Você está bem? Está com quem?

Perguntei sem pretensão, achei que Rosalie fosse busca-lo, mas a foto que ele me enviou foi de Edward rindo de algo. Ele parecia bem. O cabelo parecia mais cumprido e tinha barba, mas o sorriso estava correto.

Bella: obrigada.

Emm: você é uma boba. Enfim, ainda não vi as meninas. Vamos para um bar aqui perto e elas vêm me encontrar, vamos ver.

“As meninas” estavam bem divididas em opiniões referentes a mim e Edward. Enquanto Alice se negava a me dar notícias de Edward, Rose contava tudo o que eu pedia e sempre que eu pedia. Respeitei Alice com sua decisão, sabendo que ela tentava proteger Edward.

Meu celular vibrou de novo, tirando-me de meus devaneios.

Emm: Ed disse que eles todos vão passar as festas de fim de ano em Forks, acho que vou também, para ver o papai.

Fiquei pensando naquilo, pensei que seria a data perfeita porque faria um ano que tínhamos nos reencontrado. Que data melhor para fazer o reencontro permanente?

Sorri. Torcendo para que algum canto do coração de Edward ainda fosse meu.

.

—Eu li todas as cartas, sou a fã número um desse site, mas por que você está me falando sobre isso? – Tina perguntou desconfiada quando Lucca me levou para falar com ela na segunda-feira de tarde.

—Tina, linda Tina. Não acha que eu mereço voltar para o meu lar? Depois de um ano separada?

—Claro que sim. Está aqui para me pedir permissão?

—Estou aqui para apoio. Apoio para a minha banda que eu amo e não quero deixar desamparada. Os quatro meninos, cinco se contar o Marco, mais gentis e doces desse país todinho – falei docemente.

—Onde quer chegar?

—Você pertence a eles, Tina, fez um trabalho incrível no verão passado. Vim aqui te pedir para acalmar meu coração e dizer que cantará com eles. Então poderei ir para casa sem nenhuma pendência – falei sincera.

Ela ficou reticente. Criou duzentas e três desculpas para não cantar e Lucca, Tato e eu fomos derrubando cada uma delas, até que ela bufou alto.

—Tá bom – ela disse séria – Eu aceito, temporariamente – falou séria.

Eu também era cantora temporária dessa banda e olha onde nós chegamos. Não comentei nada com ela.

—Obrigada – falei dando um beijo estalado no rosto dela.

Com a última pendência resolvida, comprei minha passagem para Chicago e de Chicago para Port Angeles. Foi quando eu decidi que era hora de falar com a minha mãe e meus avós sobre tudo. Reuni os três na sala da residência dos meus avós e sentei na poltrona em frente ao sofá de três lugares em que eles estavam.

—Pois muito bem, diga o que precisa, favorita – vovô falou sorrindo.

—Nada mais do que compreensão – falei simplesmente.

—Oh não, Renée falou isso quando nos contou que ia embora com Charlie – vovó Claire falou e eu ri.

Minha mãe parecia tranquila, olhava-me com o amor natural dela, então sorri ainda mais confiante.

—Preciso que entendam que, por mais que os últimos meses tenham corrido bem e eu fiz muitas coisas, criei projetos que nunca nem sonhei e tenho vivido uma vida boa e muito divertida, mesmo, eu tenho me divertido muito com vocês todos e esses amigos meus que vocês sabem que adoro – falei sorrindo e percebi que estava divagando então ajeitei a postura e voltei ao ponto – Tudo parece como férias de verão, algo passageiro. Não importa o que eu faço, não me sinto em casa. Porque não estou – falei sério – Eu preciso voltar para o meu lar – terminei um pouco mais baixo do que gostaria, mas parecia que eles tinham compreendido.

—Você será mais feliz lá do que é aqui? – vovô perguntou nostálgico e eu sorri amplamente, concordando – Então deve ir para onde seu coração a guia, minha querida, e nunca mais fugir dele.

Ele estava falando de Edward ou do meu coração? Existia distinção entre os dois?

Olhei para vovó que sorria compadecida. Parecia mais serena do que já a vi e então se levantou vindo para o meu lado. Sentou-se na ponta do sofá de dois lugares e segurou a minha mão.

—Sabe que sua aura é a mais pura de todos meus netos, e seus olhos os mais expressivos, por isso a acho tão especial. Sua mãe é transparente assim. Quando eu te vi com Edward, querida, não houveram dúvidas de que seu coração estava em casa. Você estará feliz com ele, tanto quanto quero que seja pela vida toda. Por que está falando conosco como se estivesse nos abandonando? – perguntou e eu soltei o ar que não percebi que prendia.

—Não quero que pensem que não os amo, ou que não quero estar com vocês...

—Não pensamos isso, nunca – ela prometeu beijando meu cabelo – Mas você está certa, precisa estar em casa, todos precisamos. Eu a amo, mas não deixo a Itália por você, sei que me ama, e não pediria para deixar Edward por mim.

Eles tinham entendido. O problema não era o local, era a falta dele.

Mamãe riu um pouco e suspirou.

—Entendo o que disse quando eu fui embora, papai – ela disse antes de se virar para mim, e sorrindo castamente – Estarei feliz sabendo que está bem, meu amor. Vou voltar para Forks no começo do ano que vem, talvez não te encontrarei lá, mas sabe que te entendo mais do que qualquer coisa, você sou eu, vinte e um anos atrás – ela disse e eu sorri.

Senti-me acolhida e protegida. Me perguntei se, talvez, eu tivesse assumido isso antes eu poderia não ter perdido Edward nem tanto tempo assim, mas não me permiti ficar remoendo aquilo. O que importava era que eu estava indo agora. E jurei a mim mesma - e a Edward - que não deixaria nós dois nos perdermos um do outro, não de novo.


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Notas finais do capítulo

Os últimos capítulos são (desculpem a expressão) dedo no c* e gritaria. É eita atrás de eita, espero que estejam preparadxs. Apertem os cintos hahaha

Capítulo que vem, bom... Vou deixar vocês no escuro dessa vez.

A gente se vê na segunda-feira (Sabrina, não tente convencer-me a postar antes hahaha)

Um beijão!



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