about love and stuff. escrita por unalternagi


Capítulo 36
É tão irônico como só faz um ano


Notas iniciais do capítulo

Pelo ponto de vista de nosso segundo grande otimista, Emm

Aniversário de um ano de algo que não gostamos nessa fic, porém, que trará algo que temos aguardado...

Espero que gostem.



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Capítulo 36 – É tão irônico, como só faz um ano

|EMMETT|

Outubro veio como um soco na minha cabeça.

O primeiro pensamento que eu tinha sempre que percebia a proximidade daquele mês era: nosso aniversário de mudança.

Já fazia um ano que tínhamos chegado na Itália e tanto mudou e voltou ao normal, que era um pensamento quase assustador ao mesmo tempo e na mesma medida que era tão reconfortante.

Pelo início, meu avô estava bem melhor, a cirurgia foi um sucesso e, depois de dois meses, os resultados estavam sendo os esperados. Eu tinha ficado em todo o tempo do pós-cirúrgico com ele e, devo admitir, o tempo fez-me bem.

Tomei aquela “folga” para pensar na minha vida e cuidar das minhas coisas. Por isso - depois de muito refletir - voltei a aplicar em faculdades de Nova Iorque, terminei minha “coisa” com Lisa e, agora, treinava para pedir minhas contas no pub de Tom, mas antes eu precisava ter uma perspectiva mais concreta sobre a minha vida, fosse em Nova Iorque ou em qualquer outro lugar.

Voltei com vovô depois da sessão de radioterapia num sábado e Bella nos esperava em casa.

Por vezes, eu levava um susto com o cabelo dela de cor diferente, mas ela dizia que era importante deixar para trás a imagem de high school e reforçar a imagem de universitária, eu não sabia o que aquilo significava, mas aceitei e até comecei a gostar dela meio ruiva/loira.

—Meu bem – ela sorriu assim que vovô apareceu.

—Favorita – ele comemorou – Como vai o curso? Foi tudo o que quis?

—Sim, vovô, estou gostando muito – ela garantiu – Oi maninho – sorriu beijando meu rosto.

Ela se sentou no sofá com vovô e começou a conversar sobre diversas coisas.

—Lucca e Caius estão sendo bons com você? – perguntou sério.

—Na medida do possível, estão sim. Mas são dois desordeiros – ela bufou.

Lucca tinha começado a fazer faculdade de engenharia mecânica na mesma faculdade que Bella, então eles perguntaram a Caius sobre dividir um apartamento e ele topou, na hora.

—Tem show esse fim de semana? – perguntou vovô.

—Sim, desculpa – ela disse chateada.

—Imagina, querida, semana que vem você fica não é? – perguntou e ela assentiu.

Subi para tomar banho e esperar tia Charlotte chegar, era o fim de semana dela ficar aqui com meus avós. Ela não demorou e então, eu e Bella passamos na casa de Lucca e fomos para Milão.

Agora a Italian Pack, tinha o quartel general lá, já que era onde a maioria do pessoal da banda morava. Bobby dividia um apartamento com Marco, que estava cursando publicidade e propaganda, Bobby estava só trabalhando e tocando na Italian Pack.

Durante as férias de verão, Tina tinha assumido o vocal da banda, mas assim que Bella voltou ela lavou as mãos, disse que não fazia faculdade de economia somente pelo diploma.

—Camila não para de me ligar – Bella gemeu.

—Continua ignorando, piccolo tesoro— Lucca sugeriu e Bella riu.

Chegamos em Milão e fomos direto para o apartamento de Bobby que era onde todos estavam.

—Finalmente, por que não me atendeu? – perguntou Camila chateada assim que Bella apareceu.

—Porque Lucca disse que não era importante – Bella disse descaradamente.

Ela estava melhorando suas habilidades de mentira, senti orgulho da minha maninha.

Uma discussão entre Lucca e Camila começou onde a loira reclamava dele ser displicente e ele dizia que ela era demais às vezes, que tinha que deixa-los respirar e eu ri, indo para a sala do apartamento.

—E ai, Marco? – sorri sentando perto dele.

—Olha esse site – ele disse animado.

Virou o computador e mostrou o site da Italian Pack que, não que eu entendesse, mas estava bonito, visualmente falando. Ele mostrou a agenda de shows e a parte que contava sobre cada membro da banda, resumidamente.

O site era antigo, desde aquele primeiro ensaio fotográfico que eles fizeram, mas Marco tinha dado uma bela repaginada.

Depois das férias de verão, a Italian Pack tinham cumprido o contrato com Tom, então começaram a marcar shows em pubs por todo o caminho entre Milão - onde a maioria da banda morava - e Verona - onde Bella e Lucca estavam -, nos mais diversos pubs e cresciam cada dia mais.

Pedi o link do site e mandei para Rose.

Emm: já tem um autógrafo de Bella?

Nossa relação estava mil por cento. Completamente casual e legal, eu falava com ela quase o tempo todo e ela sempre que podia me respondia.

Rose: ela que não me negue um quando eu pedir. Do que é esse link?

Emm: site da banda.

Camila pedia algo para Bella que quase chorava.

—Promete que é o último? – perguntou.

Camila estava de costas para mim então vi quando ela fez figas com a mão atrás das costas e achei engraçado.

—Sim – disse simplesmente.

Bella concordou.

—Ei, vão fazer shows até a metade de novembro? Direto? – perguntei surpreso olhando para a agenda de shows com mais calma – E na França? – perguntei surpreso.

—Não é demais? Marco conhece alguém lá. E vamos bater uma mini tour dos pubs de lá até aqui – Matteo contou animado.

—E a faculdade? – perguntei.

—Eu vou estar fora já – Bella se defendeu.

O resto todos trancariam as faculdades para reabrir o semestre seguinte.

—Não é como se fôssemos exemplos de alunos – Lucca disse e eu ri.

—Quando ia me contar? – perguntei a Bella.

—Quando eu mesma começar a acreditar nisso – falou sorrindo – Eu, sozinha, com esse monte de marmanjo – ela disse fingindo nojo.

—Sorte sua, que vai estar sempre bem protegida – Bobby disse voltando do quarto.

—E com homens lindos – Lucca riu.

Meu celular vibrou.

—Só se estiver falando do meu namorado – escutei Camila provocar.

Rose: quero uma foto dela, para ela assinar quando estiver aqui.

Eu ri e virei o celular para Bella, ia pedir para Lucca sair, mas ele ria da interação ridícula entre Camila e Matteo então tirei foto de Bella e Lucca e mandei para Rosalie avisando que, com dois membros da banda, provavelmente, ela tinha mais chances de fazer dinheiro.

—Para quem você está expondo minha cara ridícula de sono? – Bella perguntou se fingindo de brava e eu ri.

—Rose – falei e o celular vibrou na minha mão.

Rose: a foto mais borrada que já vi na vida. Parabéns, nota 0.

Bella chamou minha atenção e eu esqueci de Rose pelo resto da tarde entre ver os ensaios da banda e ajudar eles a carregarem o carro para o show e voltar apressado para Pizzighettone já que eu trabalhava com Tom. Ainda.

.

Foi no primeiro dia de novembro que recebi uma resposta da Universidade de Nova Iorque para a minha aplicação e eu fiquei tenso, nervoso demais para fazer aquilo sozinho, então esperei até que Bella chegasse de viagem para ela estar comigo.

Caius deixou as coisas dela e de Lucca na casa da vovó já que eles tiveram que entregar o apartamento e Caius foi dividir o apartamento com um colega de curso.

Fiquei surpreso quando, poucos dias antes deles voltarem, eu fui checar o site da banda para ter certeza que dava para esperar Bella chegar e abrir a carta da universidade comigo, e vi uma foto de Bella e Lucca bem... Pessoal. Eu não imaginei que Bella já estava bem para ir atrás de algo novo já que, no fundo, parecia que ela não tinha se desconectado de Edward. Mas, ao mesmo tempo, não era como se eu tivesse tido a oportunidade de conversar com ela sobre aquilo, já que ela nunca me deu a abertura.

A confusão aumentou em minha mente quando Bella e Lucca chegaram juntos na quinta-feira de manhã e ele pegou suas coisas, se despedindo rapidamente de nós, e indo direto para a casa dos pais.

—Por que não o convidou para ficar? – perguntei curioso.

—O que quer dizer com isso? – indagou confusa.

—Achei que...

Ela fez cara de confusa.

—Que... – ela encorajou-me a continuar depois de um bocejo.

—Já checou o site da Italian Pack? – perguntei e ela franziu o cenho indo ver.

Ficou mexendo um tempo, até parar na foto em específico e então revirou os olhos.

—Por isso Alice me fez aquela ligação mal criada.

—O que quer dizer?

Ela suspirou. Foi para a cozinha bebeu água e virou, com o rosto curioso.

—Cadê a vovó e o vovô? – perguntou.

—Médico. A mamãe, tia Charlotte e tio Eleazar levaram eles – falei.

—Que bom, finalmente a junção que vovó queria – ela sorriu.

—Alice... – lembrei ela.

—Ah, sim. Ela ligou esses dias, me falou um monte de asneiras, que esperava mais de mim, que achava que contávamos tudo uma para a outra, que eu estava sendo injusta e mais um monte de coisa doida – falou bufando – Uma imagem vale mesmo mais do que mil palavras.

—Bella, quer me explicar?

—E tenho a chance? O que acha que é? Adianta se eu falar que a foto foi tirada do contexto? – perguntou armada.

—Ei, estou do seu lado, acreditarei no que quer que tiver para me falar – prometi.

—Somos amigos, Emm. Eu e o Luc, a gente se dá bem. Bobby quem tirou essa foto, na verdade ela é uma selfie, tem uma seguinte em que nós três posamos para a foto. Eu ia deitar no peito de Lucca, porque tinha acabado de falar que estava exausta, foi o dia que fizemos dois shows seguidos, sabe? – perguntou e eu assenti, entendendo melhor a história toda que fazia bem mais  sentido agora – É isso, não tem nada, mas Marco estava usando e abusando da imagem e possibilidade de Lucca e eu sermos um casal porque é disso que as pessoas gostam, eu nem tinha visto a foto, só sabia que ela existia – ela disse e subiu as escadas.

Fiquei no andar de baixo fazendo o almoço. Bella dormiu, como descobri quando subi para avisá-la que o almoço estava pronto. Meus tios, avós e mãe chegaram pouco tempo depois e eu almocei com eles – que estavam muito animados dizendo que tinham uma notícia, mas só daria quando estivessem todos juntos, no almoço de sábado.

—Eu não mereço saber já que estou aqui e sou o cozinheiro e cuidador oficial? Era para eu ter ido com eles – falei curioso.

—Todos juntos, Met – mamãe disse acariciando meu cabelo.

A notícia era boa, daquilo eu tinha certeza, então escolhi por não criar caso.

Subi com o prato de Bella montado, passei no meu quarto para pegar a carta da universidade e entrei no quarto de Bella. Ela estava deitada no escuro, mas já acordada, percebi quando ela sorriu para mim. Acendi a luz e ela piscou umas vezes antes de abrir os olhos de vez.

—Quanta gentileza – ela sorriu, ao reparar o prato, se sentando na cama.

—Você merece – brinquei colocando o prato no criado-mudo.

—Vou fazer xixi – ela disse saindo.

Fiquei esperando ela voltar e então ela sentou na cama pegando o prato.

—Que isso na sua mão? – perguntou antes de enfiar uma garfada cheia de comida na boca.

—Uma carta da Universidade de Nova Iorque – falei e ela pareceu surpresa.

Parou de mastigar e ficou me encarando por um tempo, até voltar com a mastigação e engoliu antes de dizer:-Não sabia que tinha aplicado.

—Eu fiz na surdina, não queria que ninguém soubesse até eu ter a resposta – falei dando de ombros.

—E aí? – perguntou curiosa.

—E aí que eu estou com a resposta, mas não sei o que é – confessei e ela riu.

—Abre logo – ordenou.

Ela deixou o prato de lado e eu abri a carta. Fechei os olhos e virei a carta para ela. Ela ficou estranhamente quieta, senti ela segurando a carta e, quando não aguentei mais a falta de reação, abri um olho só e ela pulou em mim, na mesma hora.

—Parabéns, você foi aceito – falou animada.

—Não.

—Sim, você entrou – falou feliz – Tem que ir antes das festas de fim de ano para acertar as coisas... – contou ainda abraçada a mim.

Fiquei comemorando animado e liguei para a primeira pessoa que me veio a mente.

O processo foi feito na surdina, mas não num completo silêncio.

Emm?

—EU FUI ACEITO. ESTAREI EM NOVA IORQUE NO MÊS QUE VEM – contei mais do que apenas feliz.

Tive que tirar o telefone do ouvido quando o grito quase furou meu tímpano, Bella começou a rir sem parar.

Depois da ligação para Rosalie, eu liguei para Edward e saí do quarto de Bella dizendo que ia resolver algumas coisas e ela concordou, se concentrando em comer seu almoço.

.

|EDWARD|

Aquele aparelho velho e quase inútil pareceu uma das coisas mais interessantes de todo o recinto quando brilhou acusando um número com o prefixo da Itália.

Senti meu coração bombeando sangue por todo o meu corpo em uma velocidade quase que assustadora e passaram-se quatro anos e sete meses em minha mente quando o segundo toque soou alto.

Parei de divagar, apertei o botão de atender o celular e o levei até a orelha, controlando toda a ansiedade sem noção que eu sentia.

—Alô? – falei com a voz vacilante.

Confesso que esperei que fosse demorar mais— Emmett disse do outro lado da linha. Não havia deboche em sua voz, por mais que o bom humor habitual estivesse ali.

—Ah, é você – eu ri, mais calmo, mas menos animado – O que eu posso fazer para te entreter?

Subi na escada de metal com o livro na mão e o celular preso na orelha pelo meu ombro.

Abrigar-me? Talvez... Não sei— ele disse debochado.

—O que quer dizer com isso? – perguntei guardando o exemplar de “À Leste do Éden” antes de descer a escada.

Fui aceito na NYU para o programa de graduação em negócios— falou parecendo muito animado.

—Caraca, Emm, nem sabia que tinha aplicado. Parabéns – falei, feliz mesmo por ele.

Então, eu queria saber se tem espaço no seu dormitório— brincou.

—Ahm – eu ri – Eu acho que meu antigo companheiro de quarto pode ser mais útil se é dormitório que precisa – falei.

Como assim?— perguntou confuso.

—Tranquei a faculdade no começo do outono – contei rindo do silêncio que seguiu – Emm, está aí?

Por que fez isso?— perguntou.

—Porque não me achei no curso, estou participando de algumas aulas como ouvinte, eventualmente, procurando o que quero fazer.

Tentando me encontrar.

Trancar a faculdade foi uma das melhores decisões que eu tinha tomado desde que cheguei em Nova Iorque. Sem preocupar-me com pagar a mensalidade, meu dinheiro estava rendendo um pouco mais e eu tinha conseguido alugar um apartamento, meio podre, mas bom para mim, não muito longe da livraria.

Conversei com Emmett por um tempo, ainda distraído em guardar os livros todos. Aro passou por mim avisando que meu horário tinha terminado, mas resolvi terminar o trabalho.

—Se você quiser, eu acho que você cabe no meu apartamento, de verdade – falei.

De coração?— perguntou para ter certeza e eu ri.

—Sim. Pode vir – falei – Vou checar a cama do corredor, acho que te aguenta, mas qualquer coisa eu durmo lá e você no quarto, não tenho problema com isso...

E podemos dividir o aluguel, então conseguimos guardar dinheiro — ele sugeriu.

Guardar mais dinheiro, quis corrigir, mas resolvi não falar nada.

—Seria ótimo, Emm, real – falei guardando o carrinho na sala de acesso restrito aos funcionários.

EMMETT— escutei ela ao fundo.

—Bom, você está ocupado e eu estou saindo agora do trabalho, era só isso o que queria?

Ahm, sim Ed. Muito obrigada por tudo. Vou terminar as coisas aqui e te aviso assim que comprar a passagem — ele falou.

Fiquei ensaiando para perguntar se Bella vinha, como ela estava, mas lembrei da foto que vi no site oficial da banda e desisti.

—Manda um beijão para sua mãe e seu avós. A gente vai se falando – eu disse, tentando deixar claro que para Bella não mandei beijo algum.

Ele concordou e desligou. Fiquei animado com a perspectiva de ter Emm aqui com a gente.

Encontrei com Dan na cafeteria em que ele trabalhava e fomos para a casa de Alice e Rosalie que iam cozinhar hoje e nos convidaram, porque com certeza tinham comprado mais comida do que a necessária e precisavam acabar com tudo.

—Acha que comeremos restos? – Aidan perguntou e eu gargalhei.

—Elas nos chamam para outra coisa? – perguntei retoricamente.

—Acha que somos fáceis de mais? - ele brincou e eu gargalhei antes de entrarmos no vagão do metrô.


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Notas finais do capítulo

Emmett está voltando, o que isso poderia significar?

Espero que tenham gostado e aguardo, ansiosamente, os seus pensamentos sobre essa novidade.

Um beijo, nos vemos na sexta ♥ (com o ponto de vista de certa nova "ruiva" do pedaço)



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