about love and stuff. escrita por unalternagi


Capítulo 35
Não sei mais te chamar de amor


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente

O capítulo de hoje eu gostei bastante de escrever, vamos ver sob a perspectiva do Edward o que ele está tentando fazer com toda essa ignorada que ele está dando em Bella.

Espero que gostem.



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Capítulo 35 – Não sei mais te chamar de amor

|EDWARD|

O mês de agosto foi novidade por completo. Cada dia era uma nova coisa, uma nova descoberta, novo tudo.

Setembro chegou mais cinza. Minhas aulas começaram a ficar monótonas, assim como a minha vida.

Eu encontrava Alice toda quarta-feira para almoçarmos juntos e, com Rosalie, Victoria e Aidan, eu saía toda sexta-feira para conhecer novos bares underground. Vic já tinha vinte e um e Dan tinha vinte e três, então eles não encontravam problemas em entrar nesses lugares, mas Rose com dezoito e eu com dezenove, entrávamos com identidades falsas.

Meu nome falso era Robert e de Rosalie, Nicole.

Alice foi as primeiras vezes, como Ashley, mas logo ela começou a se focar mais em seu curso que muito era prático e, consequentemente, começou a frequentar as rodas de amizades da faculdade dela. Mas nossas quartas-feiras ainda eram nossas.

Comprei um celular no começo do mês, um modelo antigo que quase não prestava para mandar mensagens, mas eu não o queria para aquilo, apenas para conseguir falar com os meus pais e comunicar-me com meus amigos quando tinham que me encontrar e coisas assim. Emergências.

Irritava-me o fato de eu não ter controle sobre o tempo, porque - mais cedo que mais tarde - o dia treze de setembro começou, como uma sexta-feira bem calma.

Tive aulas só na parte da manhã, então entrei na livraria – em que eu tinha começado a trabalhar – duas horas antes do meu turno começar. Aro não se importou que eu usasse o computador do escritório para checar alguns e-mails.

Apaguei spams, respondi minha mãe e um e-mail de Emmett achando graça de tudo o que ele contava. Ele anexou umas fotos dele que ilustravam cada história que tinha me contado, no meio delas, tinha uma foto perdida de Bella.

Ela de perfil, com Lucca ao fundo.

Ela estava ruiva? Usava a minha camiseta? Que lugar era aquele? Por que Lucca estava com ela? Fiquei irritado com a quantidade de perguntas que se formaram depois de uma simples foto. Não estava em meu direito perguntar nada daquilo, nem querer tão loucamente respostas que eu sabia que eu não tentaria descobrir.

Suspirei. Não sabia se havia sido proposital ou não, mas aquela foto me fez abrir um novo e-mail.

De: eacullen@...

Para: isabellamswan@...

            Que seu dia seja simples e bonito. Que nada, nunca, fique em seu caminho para a felicidade plena e constante. Que todo o mau agouro seja ignorado. Que toda a saudade se anule de sua vida e que você sempre saiba exatamente o que precisa para alcançar seu bem estar físico e mental.

            Que não te falte saúde, ou risadas, ou amor. Você merece muito.

            Que ninguém nunca te deixe pensar menos que isso.

            Feliz aniversário, Bella. Seja muito feliz.

Escrevi e enviei sem importar-me se haviam erros ortográficos nem nada mais do que deixar ela saber que pensei nela no dia de seu aniversário.

Sem autorização, minha mente tentou se lembrar do último aniversário dela, um mês depois que começamos a namorar, poucos dias antes do anúncio que derrubaria tudo, até mesmo nós dois.

Lembrei do novo passo que demos na nossa relação aquele dia.

Levantei depois de sair do meu e-mail no computador e resolvi ir trabalhar, mesmo que ainda não estivesse no horário.

Almocei um lanche na cafeteria da livraria mesmo e voltei a trabalhar. Aidan apareceu ali por volta das quatro da tarde com Victoria, uma amiga de Rose.

—Descobrimos O MELHOR LUGAR – Aidan disse animado de mais.

Dei um soco nele.

—Fala baixo, imbecil – mandei e voltei a pegar os livros do carrinho para os guardar no lugar correto – Contem mais – pedi.

Vic pegou o celular, Dan falava sem parar, ela tirou uma foto minha, distraído e eu a encarei, confuso.

—Que? – ela perguntou depois de guardar o celular.

—Foto?

—Ah, sua irmã quem pediu, briga com ela. Enfim, você topa ou não? – ela perguntou impaciente – Aidan e eu vamos comprar as pulseiras agora, se topar desembolsa quarenta dinheiros – ela disse.

Bufei e peguei a carteira no bolso de trás, entreguei o dinheiro para eles.

—Quem vai?

—Eu, Dan, Rose, Jasper e Ali, agora você também – ela disse animada – Nate está tentando convencer Nora, mas você sabe que com a gravidez ela está evitando muitas coisas – ela disse distraída contando o bolo de dinheiro que carregava.

Nathan era veterano na faculdade de Rosalie e Victoria, um dos poucos que não eram metidos ou machista, então as meninas o amavam por completo. Nora era a esposa dele, ela era uma enfermeira formada e tinha descoberto que estava esperando o primeiro bebê deles.

—Pobre Nate – brinquei puxando o carrinho para a parte de ficção científica.

—Pobre nada, o garoto está feliz de mais – Aidan disse.

—Ironia, Aidan, é claro que ele está feliz, ele vai ser pai – falei sério.

Os dois ficaram ainda um tempo por ali falando na minha orelha, até eu os atentar para o horário e eles correrem para fazer o que tinham que fazer. Victoria e Aidan se davam bem por serem doidos iguais, mas era pura amizade, inclusive, Dan vivia dizendo que Victoria era muito melhor conseguindo mulheres para ele do que eu.

Como se fosse algo de que eu devesse me envergonhar.

Às seis da tarde, Alice me ligou, sabendo que eu deveria estar saindo da livraria.

Que horas nos encontramos lá? — ela perguntou assim que eu atendi.

—Você está maluca né, eu não sei nem onde que é isso, como acha que eu sou um organizador a ponto de perguntar a mim o horário? – falei bem humorado.

Sei lá, Dan não disse nada e Victoria nem o celular atende— Alice disse.

—Rose deve saber – falei.

Deve mesmo— ela disse pensativa – Enfim, vá para casa e tome banho. Encontra comigo no apartamento em uma hora?

—Nossa, mãe, e se o bar for perto da minha casa? – perguntei e ela gargalhou.

É para o nosso lado de Manhattan, Aidan já disse isso.

—O garoto que não consegue chegar ao Central Park sem táxi, foi para o seu lado de Manhattan achar bar? – perguntei chocado.

Para você ver o que as pessoas fazem para se divertirem— ela riu – Nos vemos logo, correto? Te amo — ela disse já desligando.

Fui para o meu dormitório e tomei um banho. Coloquei a mesma camiseta branca que usei para a faculdade hoje já que estava limpa, uma camisa xadrez e um jeans, tênis e saí do dormitório. Aidan não deu nem sinal de vida.

Peguei a bicicleta que encontrei semana passada numa caçamba de lixo perto da faculdade – quando a resgatei, tudo o que precisei fazer foi arrumar os pneus e o banco, ela era ótima -, fui para o metrô, seguindo para o apartamento das meninas.

Cheguei lá já eram sete e dez, Alice abriu a porta para mim.

—Você nem tenta mais ser gato, só veste trapos – ela bufou e eu ri.

—Oi para você também, peste – falei.

—Edward, esse corte de cabelo está me irritando, é completamente sem graça – ela falou entrando para seu quarto.

—ERA SÓ NÃO TER CORTADO – avisei.

Rosalie saiu do quarto dela rindo, já com vestido e salto.

—Ela está reclamando do cabelo ainda? – perguntou a nova loira depois de cumprimentar-me.

—Sim, depois de reclamar da minha roupa – contei e Rose riu.

—Eu, ao contrário, ia elogiar que você se trocou dessa vez – falou indo para a cozinha.

—Obrigado, você me aprecia – falei rindo.

O telefone tocou, Rose atendeu e eu ignorei por completo a conversa dela.

—Quer alguma coisa? – ela perguntou voltando da cozinha.

Neguei e ela voltou para o quarto. Fiquei entretido jogando Snake enquanto as meninas terminavam de se arrumar. Jasper entrou no apartamento parecendo cansado, escutei sua risada e perdi no jogo, então levantei o olhar para ele.

—Achei que você tinha ficado doido de vez, brincando com um tijolo, mas é só o seu novo celular. Achei que Alice estivesse brincando quando ela disse que era um aparelho ridiculamente velho – ele riu.

—Paguei setenta dólares nele, não tenho do que reclamar – falei dando de ombros.

Meu celular tocou e atendi rapidamente.

—Diz.

Ned, estou aqui embaixo esperando a Vic— Dan avisou.

Ned era o apelido que ele tentava fazer as pessoas me chamarem e, eu tenho vergonha de assumir, mas estava começando a pegar em nosso meio. Alguns colegas de faculdade e Victoria só me chamavam assim.

—Descemos logo – prometi, sem forças para o tentar fazer parar de me chamar assim.

Jazz foi tomar banho e Alice apareceu com o cabelo preso, pelo menos a parte de cima, não sei se foi proposital mas ela estava bonita e a elogiei. Rosalie saiu do seu quarto muito bem maquiada e Jasper apareceu dez minutos depois, trocado com roupas muito semelhantes as minhas, casuais.

—A roupa dele tá boa? – perguntei a Alice que concordou.

Revirei os olhos. Pegamos o elevador para descer e meu celular tocou assim que chegamos no hall de entrada do prédio.

—Fala, caralho – atendi Aidan já irritado.

Caralho— Rose murmurou ao mesmo tempo que Aidan disse aquilo ao telefone.

—Vocês estão passando muito tempo juntos – falei para ela que riu.

Onde estão? — perguntou de costas para a entrada do prédio.

—Atrás de você, mongo – falei desligando o telefone.

O porteiro destrancou o portão para nós pelo sistema e agradecemos. Victoria demorou mais dez minutos para aparecer, mas quando o fez, seguimos para o bar que eles tanto falaram.

—Jackson – Aidan avisou dando o documento falso para Jazz.

—Boa – o soldado comemorou.

—Por que o nome falso deles tem a mesma inicial que o verdadeiro e o meu e de Edward é assim? – Rose perguntou chateada.

—Ah, meu amor, você acha que eu escolho algo nessa vida? Só dei a foto de vocês para Jenkins e ele criou os nomes e datas de nascimento que quis – Dan disse.

Entramos no bar sem problemas. Comecei já bebendo, como o costume. Aidan, Victoria e Rosalie me acompanharam, mas Alice e Jazz foram para a pista de dança. Fiquei no bar um bom tempo, logo fui abandonado pelos outros três.

Se no high school Rose quase não olhava para o lado, na faculdade ela quase não olhava para frente, pelo menos não quando saíamos.

Ela era divertida, a mais doida, bebia bem, beijava quem bem entendia sem se importar com etnia, altura, nem nada disso. Ela era só ela e ficava com qualquer um que a atraia e nunca, pelo menos até hoje, eu vi alguém dizendo não a ela.

Victoria era mais exigente. Não gostava de um monte de coisas, mas era bissexual assumida, então sexo e etnia não eram importantes para ela. Aidan era menos exigente que as duas juntas, se usava saia ele queria, e as meninas eram boas em apresenta-lo para as pessoas. Faziam um jogo que aprenderam com alguma série de TV que chamavam de “Você conhece o Dan?”.

Era bem idiota, elas falavam essa frase e então saíam deixando ele lá para a sua própria sorte. Pior é que, a maioria das vezes aquilo colava com garotas nos bares.

—Não vai dançar? – Rose perguntou ao chegar no bar, quando soltou o moreno alto com quem dançava.

—Não estou com humor hoje – murmurei.

—Foi muita imbecilidade nossa achar que você não se lembraria do aniversário dela, não foi? – perguntou e eu decidi apenas assentir – Não quer mesmo saber nada sobre ela?

Neguei rapidamente e ela aceitou. Tenho certeza que ela ia falar algo, mas pedi licença e fui tomar um ar do lado de fora.

Minha cabeça estava pesada sobre tudo o que vinha acontecendo nos últimos meses, eu não me permitia sentir a falta dela, mas em seu aniversário e com a quantidade de álcool no qual meu cérebro nadava, era difícil ignorar.

Eu estava sozinho no canto, perto de uma lata de lixo, respirando devagar, quando, de nenhum lugar, um cara apontou a arma para mim.

—Faz silêncio e eu não atiro – ele disse com os dentes travados, o rosto escondido por uma  máscara.

Minha adrenalina foi de zero a mil em poucos segundos.

—Só quero seu celular e todo seu dinheiro.

Eu poderia rir da cara dele, mas estava muito nervoso. Eu era filho de Forks, as coisas não aconteciam assim por lá ou, se acontecessem, pelo menos não aconteciam com o sobrinho – posteriormente, genro – do chefe de polícia de Forks – posteriormente, sargento do condado.

Tirei meus quatro reais e o celular do bolso da frente da minha calça jeans, sem mexer no meu documento no bolso da camisa xadrez.

—É uma brincadeira – ele falou irritado.

—Eu não achei graça – falei sem pensar.

Ele encarou-me e acertou um soco em meu rosto e continuou batendo em mim por um tempo, sem eu conseguir reagir, mas não levou nada e, como pensei depois, a arma sequer era de verdade. Cuspi sangue quando ele ouviu a porta do bar abrir e saiu correndo.

—EDWARD – Alice disse desesperada.

Ela se agachou ao meu lado tirando minha cabeça do chão e colocando em seu colo.

—Está tudo bem – falei ainda tossindo.

—Não, claro que não está – ela disse preocupada – JAZZ – ela gritou para Jasper que saia agora de lá de dentro.

—O que aconteceu? – perguntou preocupado.

—O ladrão não quis roubar meu celular e meu dinheiro – eu disse rindo.

—Você está rindo? – Jasper perguntou chocado.

Eu ri mais, era meio que bom saber que eu não estava tão machucado que já não poderia sentir dor e, já parei de pensar que qualquer dor física era facilmente mascarada pela emocional porque, bem agora, Bella estava apenas no fundo da minha mente e não na frente como a estrela principal que tem sido há anos.

—Vamos chamar a polícia – Alice disse pegando o celular.

—Alice, somos menores de idade, não poderíamos nem estar aqui – falei.

Jasper concordou e ajudou-me a entrar de volta ao bar. Um garçom simpático deu-me gelo e pegou um kit de primeiros-socorros que tinha e deixou Alice limpar meu rosto, sob a luz forte do flash do celular de Jazz.

—Tem certeza que não quer ir para o hospital? Tá feio— minha irmã disse já quase acabando.

—Estou bem, não tem nada de errado – prometi e ela suspirou assentindo.

Terminou de limpar e então Jasper, ela e eu fomos para casa depois de Aidan rir bastante de mim e Victoria e Rosalie se colocarem preocupadas, mas não o bastante para irem para casa comigo.

Empurrei a porta com força, e um pensamento atingiu-me.

—De todos os dias do ano, é claro que seria hoje a eu me ferrar assim – falei com humor, mas não rindo.

—Ed...

—Sério, o que mais poderia ser tão poético? Foi exatamente isso o que ela fez comigo na Califórnia então... FELIZ ANIVERSÁRIO, ISABELLA SWAN – gritei esperando que ela escutasse isso, de onde quer que estivesse.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam?

Rose completamente diferente do que ela era na escola, a Bella mudando o visual, aniversário dela, Edward apanhando... Muitas emoções. Acho Alice uma irmãzona e o Jazz um excelente cunhado.

O próximo capítulo vem do ponto de vista de Emm.

Nos vemos na quarta-feira ♥



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