about love and stuff. escrita por unalternagi


Capítulo 33
Parece que o tempo todo a gente não percebeu que aqui já não dava pé


Notas iniciais do capítulo

Oi gente

O capítulo de hoje é pelo ponto de vista da Bella e vocês vão adorar - o começo.

Ao menos, espero que sim.

Só faltam mais dez capítulos, então chegamos na segunda temporada.

Espero que gostem.



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Capítulo 33 – Parece que o tempo todo a gente não percebeu que aqui já não dava pé

|BELLA|

Meu pai teve que voltar para casa duas semanas depois que chegamos, mas o fez contente com o tempo que passamos juntos e nos despedimos, prometendo que não demoraríamos a nos ver.

As semanas passaram voando enquanto eu quase não dormia tentando aproveitar ao máximo o tempo que eu tinha com todos juntos.

Edward, Alice, Rosalie, Jasper e Emmett estavam igualmente animados.

Edward completou dezenove anos enquanto eu estava com ele, dia vinte de junho. Esme e eu fizemos o bolo mais gostoso de todos os tempos e mimamos o aniversariante o dia todinho. Ele prometeu que não poderia estar mais feliz e eu fiquei mais do que apenas satisfeita por estar lá com ele.

Na penúltima noite, antes de Emm e eu voltarmos para a Itália com a nossa mãe, já na metade do mês de julho, Emmett foi ao mercado, aproveitando sua maioridade, e comprou umas cervejas e destilados para nós seis. Os adultos ficaram em casa, sem nem sonhar com aquilo, e nós fomos para o píer que ficava vazio a noite.

Era proibido bebermos nesse país, ainda mais a noite e sozinhos na rua, mas às vezes a gente tem que quebrar umas regras. Ficamos bebendo e começamos a conversar e criar desafios um para o outro e, por fim, resolvemos brincar de “eu nunca”.

A brincadeira era simples, todos tinham que beber caso já tivessem feito a coisa dita.

—Eu nunca... Beijei um amigo de infância – Emmett disse e nós seis rimos, bebendo.

—Eu nunca... Fiz uma viagem internacional para surpreender alguém – Rose disse e eu bufei.

Edward, Emm e eu tivemos que beber.

—Eu nunca... Levei uma pessoa que não era a minha namorada no baile da escola – Jazz disse debochado.

Eu percebi que eles queriam atazanar Edward o fazendo beber sempre, mas o que Jazz não percebeu é que o “eu nunca” dele implicava no segredo de Rosalie e Emmett.

Rosalie bebeu distraída e Edward também. Emm ficou mexido.

—Você bebe – Rose disse dura.

Ele suspirou e bebeu. Jogamos algumas rodadas com “eu nunca” bem puritanos, até que depois de bebermos um pouco a mais que o comum, as perguntas começaram a ficarem mais “interessantes”, a partir de Alice.

—Eu nunca – Alice ficou pensativa – Beijei alguém que já me deu aula – ela riu.

Lembrei do professor de Rosalie quando ela bebeu da garrafa, e me surpreendi quando Edward bebeu também.

—Quem? – perguntei chocada.

—Eu não to lembrado agora, mas tenho certeza que você já me deu aula de algo nessa vida.

Eu ri concordando e bebi na mesma premissa.

—Quem, Rose? – Emmett disse ainda chocado.

Ela deu de ombros.

—Não preciso contar histórias.

—Pro inferno que não. Me conta! Eu estou muito curioso – Emm pediu, já bem alegre.

Rose não estava menos bêbada.

—Royce King II, meu professor de literatura – ela disse dando de ombros.

Para não deixar a ideia rodar muito, Edward logo gritou:

—Eu nunca transei no banco de trás de um carro.

Emmett, Rosalie, Jazz e Ali beberam. Fiquei surpresa e olhei para Edward.

—Somos santos? – perguntei e ele gargalhou.

—Quero as histórias – Alice disse rindo.

—Você sabe a minha – Jazz riu abraçando a namorada.

—FOI NO VOLVO NÉ – Edward falou com cara de nojo – Ugh, eu sabia. Eu disse que vocês não mandariam lavar o volvo sem motivos. É um carro partilhado, seus doentes.

—A gente viu as toalhas que tinham no porta-malas, idiota – Alice bufou – Mesmo que não tenha sido dentro do volvo, naquele porta-malas deveria ter mais de... Sua coisa do que o banco de trás do carro tinha de Jasper.

Edward corou e eu demorei, mas entendi de que toalha que eles falavam. Olhei para Edward igualmente corada e eles começaram a rir, escondi-me em Edward.

—Eu, foi em Nápoles. Era uma bartender, foi no estacionamento... Não lembro qual, mas foi em um estacionamento – Emmett contou sem muita emoção.

Olhamos todos para Rosalie.

—Sua vez, Bellinha – ela disse, simplesmente.

—Todo mundo contou, Rose. Até Edward se entregou aqui na roda – Alice reclamou.

—Amor, tudo bem se ela não quiser partilhar – Jazz disse, provavelmente tentando se safar de escutar sobre a vida sexual da irmã.

—Ugh, acabei de entender a história da toalha – Emm disse quase que instantaneamente.

—Ahm, eu nunca... – comecei tentando sair do assunto.

—Vai, somos melhores amigos, estamos brincando aqui e sendo sinceros – Alice riu.

—Royce King II, meu professor de literatura – Rose disse ainda sem emoção – Bebella, sua vez.

Alice, Jasper e Edward a encaravam chocados. Eu não fiquei tão surpresa, ela era solteira e, claramente, sentia atração por ele. Emmett ficou quieto e sem graça. Eu comecei a pensar em algo, não queria que o clima ruim ficasse.

—Eu nunca transei a céu aberto – falei a primeira coisa que me veio a mente e já bebi um gole da minha garrafa.

Edward começou a rir e bebeu também. Ninguém mais bebeu, mas ficaram pensativos.

—Por que você falaria algo que fizemos? – Edward riu.

—Estava com sede – murmurei e eles riram.

—Vai, sou eu... – Jazz disse ainda meio lento com todas as informações que aprendíamos a cada nova rodada, não era a vez dele, mas ninguém ligou – Eu nunca sumi e fiquei sem responder meus amigos – ele disse para Emmett.

—Foram só algumas semanas – se defendeu, mas não colou, ele teve que beber - Eu nunca caí porque estava olhando o celular – Emmett disse olhando para mim e rindo.

—Nossa, “cair” eu nunca mesmo, eu já me estatelei no chão por isso – falei, mas Emmett disse que tombo era tombo, então tive que beber.

—Quando? – Edward perguntou.

Percebi que Alice também bebeu, rindo com Rose de algo.

—O dia que eu fui para o pronto-socorro e ganhei essa belezinha aqui – eu ri mostrando a cicatriz rosada na parte de fora da minha coxa.

Edward ficou sério e a Rose gritou:

—EU NUNCA SEGUREI VELA – gargalhou – Emmett, a gente merece virar o resto das nossas bebidas por essa – ela se levantou pulando, animada de mais.

Bebi porque já tinha sido vela para Alice e Jasper mais do que poderia contar.

—VIRA, VIRA, VIRA – Ali e Jazz gritavam quando Emm se levantou com Rose e, juntos, começaram a virar mais da metade da long neck que eles usavam para brincar.

Eu tentava lembrar quantas long necks eles já tinham bebido, mas não consegui fazer a conta. Virei para Edward que olhava sério para sua garrafa.

—Você bebe também, sei como Alice e Jasper podem ser... – comecei a falar para Edward, mas o olhar que encontrou o meu parecia apenas errado.

—Por que você não me contou que eu era o culpado por você ter caído no pub? – ele perguntou, sério de mais.

—Porque você não foi – falei rapidamente, com o cenho franzido.

Ele levantou mexendo no cabelo, claramente nervoso. Começou a andar para o começo do píer e eu respirei fundo. Levantei para seguir ele.

—Ei, onde vocês vão? – Jazz perguntou bebinho.

—Seu amigo, como sempre, escutando mais coisas do que as que são ditas – falei séria e eles perceberam que não estávamos de bom humor.

Segui Edward, mas ninguém seguiu a gente, torci para que eles continuassem a brincar.

—EDWARD – gritei quando já estávamos na praia – Para um pouco, eu já estou tonta.

Era verdade, levantei muito rápido e corri para alcança-lo. Correr era uma coisa que mexia muito com meu centro de gravidade.

—POR QUE VOCÊ MENTIU? – ele gritou se virando para mim.

—Quando que eu fiz isso? – perguntei confusa.

—Você omitiu que eu tinha sido a causa do seu acidente.

—Edward, eu olhei para o celular para ver as horas, não estava falando com você, você é burro? Não se lembra que fiquei horas se te responder?

Não era completamente verdade, mas aquela era uma briga a qual eu não queria comprar agora porque a culpa que ele tomaria seria completamente desnecessária. Ele ficou me encarando com o rosto contorcido em puro desespero.

—O que eu vou fazer amanhã? – perguntou sério.

—O que você quer dizer?

—Eu não consigo mais dizer “adeus” para você. Eu não tenho mais emocional para isso. Por que é que, com a gente, tudo tem que ser tão difícil? Não é justo, Bella – ele disse e começou a chorar, completamente bêbado.

Aquilo desarmou-me da raiva que eu sentia pelo show que ele estava dando. Eu não sabia o que dizer porque também não sabia o que fazer.

—Nós vamos conseguir fazer isso, amor. Estamos indo bem, estamos nos entendendo, já quase não brigamos – falei tentando soar positiva.

Ele abraçou minha cintura numa velocidade surpreendente e eu comecei a acariciar o cabelo em sua nuca.

—Eu te amo, Isabella, eu amo – falou devagar.

—Eu amo muito você, Edward – respondi singelamente.

—Não posso te levar em outro aeroporto, não aguento mais essa falta de futuro – ele falou abafado pelo meu cabelo.

Separei-me dele devagar, não era a primeira vez que ele inferia que não aguentava mais manter um relacionamento à distância. Comecei a perguntar a mim mesma se ele teria coragem de terminar as coisas antes que ele se machucasse demais.

—Não quero ficar interpretando as coisas que diz, tentando encontrar o que quer dizer em coisas que não diz – falei confusa, bêbada, com medo e saudade – Se quer me dizer algo, preciso que me diga.

—Não tenho nada a dizer, mesmo – falou rapidamente.

Rápido demais, como uma resposta decorada.

Suspirei e peguei sua mão, querendo pensar naquilo quando minha mente não estivesse tão nublada como estava agora. Voltamos para o píer para tentarmos aproveitar os últimos momentos com nossos amigos.

—AE, VOLTARAM – Alice comemorou dançando a música que saía de seu celular – EU NUNCA MANDEI NUDES – ela gritou e eu comecei a rir muito alto.

Que menina boba.

—Cala a boca – falei corando, abraçada ao braço de Edward.

—É a única explicação para esse relacionamento sobreviver – Alice disse rindo.

Ela estava brincando, era óbvio, mas a minha mente chateada não gostou da palavra “sobreviver” como se não estivéssemos vivendo, apenas não morrendo.

Eu continuei a ignorar as coisas que minha mente teimava em tentar entender, então peguei a minha garrafa que continuava no mesmo lugar que eu tinha deixado e bebi um gole passando para Edward. Emmett e Alice também beberam pelo “eu nunca”.

—Você já mandou um nude e Jasper nunca? – Rosalie perguntou confusa à Alice.

—Ele diz que tem medo que se percam na internet. Eu mando para irritar ele, ele sempre apaga rápido da memória do celular e depois apaga do meu – ela contou rindo e eu gargalhei.

Fui dançar com Alice quando ela me puxou. Rose se levantou também e Emmett provou meu antigo pensamento de que: ele tinha roubado todo o meu gingado.

Ele ficou ditando coreografias e logo nós seis dançávamos sob a luz da lua em um píer qualquer da Califórnia no que, poderia ser, nossa última noite juntos aquele ano. Afastei o pensamento e Edward começou a valsar comigo ao som de Katy Perry.

.

O dia seguinte começou cedo e já bem animado. Tomamos alguns remédios para dor de cabeça e Alice para o fígado já que acordou vomitando, mas logo toda a ressaca foi esquecida e aproveitamos mais um lindo dia na praia, o último.

Brincamos das coisas mais idiotas, tomamos sorvete, jogamos vôlei, conversamos, lembramos de histórias já há muito tempo esquecidas, rimos das coisas mais imbecis, aproveitamos o que poderia ser a última chance de estar um com o outro sem preocupações tão pesadas, mas a tarde caiu e nosso voo sairia do aeroporto às duas da manhã.

—Tudo pronto? – mamãe perguntou batendo na porta do quarto.

Assenti e Emmett concordou. Alice terminava de tomar banho, só faltava ela e Jasper, então sairíamos para comer e, de lá, mamãe, Emm e eu pegaríamos o carro que ela tinha alugado e iríamos para o aeroporto, que era onde a devolução do carro seria feita.

Depois de todos prontos, descemos ainda animados. Edward colocou minhas coisas no carro, ele era o único que já não ria mais, Emmett colocou as dele e Jazz as da minha mãe e então fomos para o restaurante.

Lá eles comeram frutos do mar, enquanto Jazz e eu degustávamos as mais diversas opções para vegetarianos, e começamos a falar sobre New York com os quatro que estariam indo para lá na semana que vem.

—Já vi que tem uma festa de boas vindas na minha faculdade nesse dia – Alice disse.

—Na minha também – Rose riu – Se você for comigo eu vou com você – ela sugeriu, Alice apertou a mão como se estivessem fechando um acordo e eu sorri, pensando que gostaria muito de fazer parte do pacote.

—E você, Bebella, vai começar mesmo o curso de Nurse Practitioner em Veneza? – tio Carlisle perguntou interessado.

—Sim – falei animada – Começa no meio de agosto e vai até a metade de outubro – contei.

—Você vai se sair maravilhosamente bem e já sabe que, sempre que precisar, estarei aqui, não é?

—Sim, tio. Você vai estar na minha discagem rápida – brinquei.

Edward soltou minha mão esticando o braço para pegar o copo e bebeu do suco. A mão dele não voltou para a minha.

—Como é esse curso?

—É só introdutório, meio que para me preparar para aplicar para as faculdades, achei bem interessante porque foca nessa área. Meu primo quem me indicou, Caius, ele está fazendo fisioterapia né.

—Ah, sei. Sua mãe contou – tio Carlisle disse.

As conversas na mesa eram separadas. Fiquei perdida em tio Carlisle um tempo enquanto estava super consciente do meu namorado rindo de besteiras com Emmett e Jasper. Depois de um tempo, tio Carlisle se envolveu numa conversa com Anne e Esme, Alice chamou minha atenção para outra coisa.

Ficamos naquela por um bom tempo. Quando o relógio bateu dez da noite, decidimos ir para a sobremesa. Edward não perguntou se eu queria dividir o brownie com sorvete, como vínhamos dividindo tudo ultimamente.

Aquilo ficou martelando em minha cabeça pelo tempo todo e minha mente sóbria era bem menos egoísta que a minha bêbada.

Eu entendi o que ele precisava, e me dispus a oferece-lo, mesmo que não fosse o que eu queria.

Comemos a sobremesa e, depois de nossos pais dividirem a conta, fomos para o estacionamento começar as despedidas.

—Ei, eu não vou chorar dessa vez porque o seu natal vai ser comigo – Alice disse confiante e eu ri da bruxinha que eu tanto amava e tanta falta me fazia.

—Seria o meu sonho – brinquei, mas era meio verdade.

Nos abraçamos forte, deixei-a saber que sentia a falta dela todos os dias em que ela não estava por perto e ela prometeu que faria seu melhor para conseguirmos nos falar com mais frequência, nem que fosse apenas por mensagens. Jasper me abraçou logo depois e eu o desejei boa sorte no exército, com ele eu não teria quase contato nenhum, mas prometemos sempre trocar e-mails e responder um ao outro sempre que possível. Rosalie já chorava quando me abraçou, ela já tinha se despedido da minha mãe e me fez jurar que voltaríamos a nos ver logo, mesmo sem a certeza, eu jurei.

Dos meus tios as despedidas eram sempre intensas também, mas eles tinham mais controle e só pediam para eu cuidar de mim e não deixar de dar notícias. Então olhei para Edward, criando coragem para a coisa mais difícil que eu faria.

—Eu preciso do seu celular – falei com a voz grossa pelo bolo criado em minha garganta.

Ele franziu o cenho, mas entregou-me o aparelho sem perguntar nada. Desbloqueei-o e apaguei o aplicativo de conversas sob o olhar irritado de Edward.

—Para que fez isso? – perguntou confuso tirando o celular de mim.

—Você conhece a primeira lei de Newton? – perguntei respirando fundo.

Ele franziu o cenho, o rosto ainda irritado e aquela confusão dilacerante para meu coração machucado, eu sentiria tanto a falta dele.

—Você é um objeto que se mantém em movimento, enquanto nada te parar – falei segurando minhas lágrimas – Não posso ser mais a força contrária que te interrompe. Eu não quero ser, Edward – falei e ele começou a negar sem parar.

—Você não...  Não é você quem decide isso – ele disse sério – Ao menos, não é você. Eu nem sei sobre o que está falando... – falou se afastando de mim.

—Eu tenho uma vida na Itália e a estou tocando, estou indo atrás do que eu quero e luto todos os dias por isso. E você tem sido a minha catapulta, mas eu só sou a sua âncora. Não é justo – falei sincera.

Ele abraçou-me e eu devolvi com a mesma intensidade, escutei o choro irromper pelo peito dele e meus olhos começaram a lacrimejar instantaneamente. Abracei-o mais forte tendo que dar um adeus tão horrível e amplo.

—Eu te amo – falou com a voz dolorida.

Separei-me dele, apenas o bastante para enxergar seu rosto. Estava retorcido em dor e confusão, meu coração doeu em resposta.

—Minha vida, como é que você pode amar alguém que te mantém fixo, parado, esperando algo que a gente não sabe quando ou se vai acontecer? Eu não estou feliz com isso, sei que você também não está, mas é muito bom para assumir isso – falei me separando dele de vez e comecei a limpar minhas lágrimas, tinha que demonstrar uma certeza que eu não sentia – Você não pode continuar me dando adeus, não aguenta viver sem estar perto para ter certeza que estou bem, isso é nocivo para você, Eddie. Eu não posso assistir você desistir de você e dos seus sonhos apenas para estar comigo.

—Não sei nem do que você está falando – repetiu – Eu não estou terminando com você, diga o que quiser, você é a minha namorada mesmo que eu não seja o seu. Eu te amo, Isabella – falou com mais força, mais certeza.

—Edward, eu não quero ser a sua namorada. Não assim. Não é justo comigo e muito menos com você porque sei que, de nós dois, você tem sofrido mais – não era verdade, mas talvez fosse – A distância é cruel e dolorida. Por que é que vamos continuar com isso? Antes eu tinha a esperança de voltar rápido, mas a cada dia uma nova raiz é criada longe daqui, você não enxerga isso?

Eu sabia que a mente dele interpretaria tudo aquilo das maneiras mais diversas e, talvez, distorcidas possíveis, mas eu precisava que ele não se prendesse a mim.

—Meu amor, você entende...

—Não me chame de seu amor enquanto está despedaçando os restos dos cacos do meu coração que você mesma tratou de quebrar – ele falou duramente – Não quero metade de você. É tudo ou nada – disse depois de um tempo.

Assenti devagar, as lágrimas voltando a embaçar minha visão.

—Por enquanto é nada – falei chorando.

Ele começou a chorar também e não voltou a me olhar. Atacou o celular com força no chão e saiu de perto de mim, entrando no carro de seu pai.

Foi quando eu percebi que todos estavam vendo a nossa interação. Alice correu para pegar o celular dele do chão e me olhou, confusa. Eu chorava copiosamente e ela me abraçou com delicadeza.

—Você não está fazendo o bem que pensa que está, amiga – ela disse só para mim.

—Vocês vão entender melhor conforme o tempo passar – prometi.

Ela suspirou e beijou meu rosto antes de entrar no carro atrás do irmão.

Não consegui olhar mais para ninguém, entrei no carro chorando mais que Edward.

Mas minha mente parecia mais em paz, eu não aguentaria ver ele com aquele rosto do primeiro dia em que chegou na Califórnia. O rosto sem vida que desceu do carro quando espiei pela janela da cozinha enquanto Emm se pintava, não era justo com ele nem com as pessoas que o amava.

Eu era uma das pessoas. Não era justo comigo. E era o que ele queria fazer, mesmo sem perceber, ele tinha dito aquilo no dia em que eu caí no pub e ontem de novo no píer, ele já não aguentava estar comigo, mas não assumia porque seu sentimento deveria estar mascarado pelo amor fraterno que compartilhávamos.

—Você não pode decidir isso sozinha, confia em mim – Emm disse ao entrar no carro.

—Então como é que eu acabei de decidir? – perguntei rudemente.

Contrário a reação das pessoas, Edward não lutou para manter nada, ele sabia que estava insuportável para ele também.


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Notas finais do capítulo

Eu sei! Eu sei!

Mas a separação dos dois foi algo muito grande na primeira versão dessa história e não consegui repensá-la sem os dois juntos, além do mais, Bella foi muito sensata em sua decisão...


Espero que comentem, apesar do ódio que sentem hahahahaha

Um beijo!



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