about love and stuff. escrita por unalternagi


Capítulo 21
Compartilhando diferentes batidas do coração


Notas iniciais do capítulo

Bom dia.

Hoje a perspectiva é de Emm, espero que gostem



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Capítulo 21 – Compartilhando diferentes batidas do coração

|EMMETT|

Fiquei na cozinha o fim de tarde e início da noite da inauguração do pub. Quando percebi que tudo estava como o esperado e o pessoal estava se dando bem, eu saí para curtir um pouco com meus amigos, deixando claro que se os funcionários da cozinha precisassem, poderiam me chamar.

Servíamos somente porções, então tínhamos contratado apenas três pessoas. Vi que o pub estava bem cheio e eu estava muito animado com isso, cheguei à maior mesa reservada em que estavam meus amigos e primos. Até convidamos meus pais, tios e avós, mas eles só passaram para prestigiar e preferiram fazer a ceia da virada lá na casa de vovó mesmo.

—O que estão achando? – perguntei chegando à mesa.

—PERFEITO – alguém gritou, mas não consegui dizer quem era.

Fui para perto de Edward que estava com uma Heineken na mão. Palavras não descrevem o quão contente ele ficou quando descobriu que a maioridade era dezoito anos na Itália permitindo que ele bebesse legalmente.

—Minha favorita – ele anunciou quando sentei perto dele.

Comecei a rir.

—Eca. Quais que você já experimentou? – perguntei curioso.

—As favoritas de Bobby – ele falou e Bobby nos olhou como se tivesse sido chamado.

—Eu?

—Estou falando das cervejas, quais eu já tomei? – perguntou Edward meio lesado e eu comecei a rir.

Duan, Birra Baladin, aí lancei uma Stella para ele experimentar, agora ele escolheu a Heineken— Bobby disse.

—Temos uma vencedora – Edward avisou e Bobby brindou com ele.

Fiquei conversando com eles e o pessoal da mesa um tempo. Bella estava na frente de Edward, mas conversava com Lisa e Tina sobre algo, gargalhando alto. Ela não tinha idade legal para beber, então havia um líquido amarelo forte em seu copo.

Cheguei perto e cheirei o copo, ela me olhou confusa. Era suco de maracujá.

—Sim? – perguntou confusa.

—Só queria saber o que você está bebendo – falei.

Fui ao bar e peguei uma long neck para mim. Edward apareceu ao meu lado e pediu outra Heineken.

—O que está acontecendo entre você e a Bella? – perguntou curioso.

Dei de ombros, sem entender a pergunta.

—Nada.

—Ah, mas não venha com a mesma conversa que ela. Vocês estão sim diferentes um com o outro, parece que nem se conhecem direito – ele falou confuso.

—A gente se afastou...

—Isso eu percebi – bufou revirando os olhos -, mas a minha pergunta é o porquê?

—Eu não sei – falei suspirando.

É óbvio que sim, eu tinha percebido Isabella distante e eu não conseguia me aproximar. Simplesmente não conseguia.

—Pode ser sua resolução de ano novo – ele falou abraçando meu ombro enquanto nos encaminhávamos para a mesa.

Edward começou a conversar com Bella e ficou me incluindo nas histórias dela e ela nas minhas. Contando para nós dois as coisas que estávamos passando nos últimos meses, tudo que eu tinha perdido.

—Não sabia que você estava indo a todas as consultas com ele – confessei sobre meu avô.

—Claro que sim, e nas quimioterapias também. Como não posso dirigir sempre temos um motorista, mas quem entra e faz tudo com eles sou eu. Estou gostando de ser útil, sabe? Parece que estou honrando o que vim fazer aqui – ela falou.

Sorri para minha irmã. O coração dela era enorme, eu sempre soube, mas não nego que estava surpreso.

—Eu vou ver a Italian Pack, vocês não se desgrudem – Edward mandou.

Comecei a rir dele.

—Eles decidiram o que fazer? – perguntei.

Desde que Lucca e Bobby se juntaram à Matteo e Tato eles vinham ensaiando sem parar, combinando arranjos e covers. Tato cantava, normalmente, a não ser a última semana em que eles pediram para Edward fazer o vocal por um tempo, até eles se acostumarem com a ideia ao todo.

Edward era uma mini celebridade em Pizzighettone então, foi juntando o útil ao agradável, que ele aceitou cantar com os meninos na inauguração do pub e no fim de semana.

—Vamos de covers, mais fácil para mim e para eles, e o pessoal pode cantar conosco – falou.

Ele deu um selinho em Bella e saiu.

—O que ele falou para você? – ela perguntou direta.

—Ele percebeu algo que tem me chateado desde que voltei para a sua vida de vez – falei sincero.

Ela sorriu de canto e suspirou.

—Desculpa...

—A culpa é completa minha. Eu não virei um fantasma apenas para Rosalie, mas para você também. Todas as conversas foram superficiais e os planos... Perdi muito quando tudo aconteceu e eu até aceito, juro. Que eu perca Rosalie e um pouco de Jazz, que eu perca vocês cinco como um todo porque Rose ganha no embate, mas não aceito perder você. Por nada – falei sincero.

—Não há a possibilidade – ela prometeu segurando minha mão com firmeza.

Beijei sua mão e entramos em uma conversa com Camila, Tina, Lisa, Marco e nossos primos. Tom aparecia e desaparecia e eu decidi checar umas coisas com ele. A inauguração estava sendo melhor do que ele tinha sonhado e ele estava muito animado. Trinta minutos depois, a Italian Pack subiu ao palco e Edward fez um trabalho do caralho como o “líder” da banda.

Eles eram uma banda de meninos bem vistos e aquilo, com certeza, foi um plus porque a quantidade de mulheres na frente do palco foi algo impressionante. Tina, Bella e Camila foram socando pessoas para conseguirem os melhores lugares e, assim, eles tocavam sob o olhar minucioso de suas namoradas.

—Bom para Lucca que é o único desimpedido – Alec disse e eu comecei a rir.

—Eu, particularmente, vou ficar ao lado dele o tempo todo quando esse show acabar – eu disse e Alec concordou prontamente.

Eu tinha alguns casos perdidos entre Milão, Pizzighettone e Verona, mas nenhum era sério e eu não queria aquilo no momento. Desde Rosalie nada mais tinha sido e eu sentia o pavor de ter com alguém o que eu tive com ela, porque ela era especial e porque eu tinha perdido a sanidade de forma assustadora. Precisei de um tempo só com o meu avô na fazenda de café dele para conseguir pensar com clareza.

Voltei minha atenção para a banda que estava animando o pub todo e olhei para o Tom fazendo um “joia”, como quem diz que acertamos em cheio com a ideia de contratá-los, e realmente tínhamos acertado.

Olhei no relógio quando já eram dez para a meia noite, a banda ainda cantava e os covers eram conhecidos, fez muita gente levantar da mesa para dançar, seria uma virada insanamente divertida.

—O champanhe está pronto para ser servido – Tom avisou e eu assenti.

Cheguei perto do palco e avisei a Bobby, que assentiu e avisou Lucca, que sussurrou no ouvido de Edward. Ele me olhou para confirmar e eu assenti, ele não se abalou, continuou a cantar depois de assentir de volta para mim.

A música acabou e eles engataram outra, revirei os olhos, mas eu já tinha avisado a ele e, agora, contava puramente com o bom senso.

Faltando pouco menos de três minutos para a virada, a música finalizou e Edward comemorou no microfone.

—Obrigado pela hospitalidade. Agora, para tornar a virada ainda mais divertida, o Tom está com o coração mole, muito feliz pela inauguração, e está oferecendo champanhe por conta dele no bar – a comemoração foi em uníssono.

Mesmo com o sotaque carregado, Edward falou tudo em italiano e eu pensei se ele já tinha combinado aquelas frase com Tom ou um dos meninos.

—Quem está pronto para a contagem regressiva? – Matteo gritou do lado de Edward e as vozes se animaram ainda mais.

O pub lotou na área do bar, os meninos da banda aproveitaram e desceram do palco para estar perto das namoradas na hora certa.

—Vá para o palco – falei para Tom, seria ótimo o dono fazendo a contagem.

—Não sou dos holofotes – ele disse.

Eu não comprava aquela, o menino era simpático de mais para ser deixar a timidez estragar a oportunidade.

—EU SOU – Jane gritou e agarrou a mão dele o puxando lá para cima.

Adorei aquilo, tinha que ter sangue Giolo mesmo naquela garota.

—Já fez quantas superstições? – perguntou Lisa parando ao meu lado.

Que garota linda do inferno.

—Ahm, estou com uma cueca vermelha. Te contarei só isso – falei zoando.

Ela gargalhou e encostou no banco ao lado do meu encarando o palco.

—Meu irmão vai morrer – ela comentou.

Não me fale de Tom agora.

—Quantas superstições você está seguindo? – perguntei.

—Eu estou usando branco para paz né – ela disse apontando o vestido soltinho -, mas não sabia que tínhamos que usar roupa íntima – ela disse debochada.

Eu fiquei quente da unha do pé até o último fio do cabelo. Ela riu e eu percebi que brincava, então forcei uma risada com ela.

—Deve te dar algo bom a falta dela – falei dando de ombros.

Estava virado para ela ignorando completamente o anúncio de que só faltavam trinta segundos para a entrada do novo ano.

—Eu preciso da sua ajuda para uma só – ela disse e eu quase chorei.

Agradeci por ter ido contra o ímpeto que tive mais cedo em usar uma calça branca.

—O que você quiser – falei sincero.

Ela sorriu de canto.

—Dizem, e não me pergunte quem porque eu não sei, mas “dizem”... Que dá sorte beijar alguém à meia-noite, espero que não tenha se comprometido a ninguém – ela avisou.

—7... 6... 5... 4... 3... 2...1... FELIZ ANO NOVO – foi o coro que explodiu o pub.

Não vi nada antes de sentir os lábios de Lisa se colando ao meu e, quase como um reflexo imediato, minhas mãos apertaram a cintura da garota doce que era irmã do meu chefe, mas eu não poderia ligar menos para aquilo no momento.

.

Acordei meio lesado. Percebi que estava na casa de minha avó, no quarto de tia Charlotte. Suspirei alto e revirei-me na cama, eu ainda estava tão cansado, estava tentando entender o que me fez acordar.

O quarto estava escuro, a casa silenciosa. Peguei o celular para ver que horas eram 10h da manhã e havia uma mensagem não lida. Era aquilo. Meu celular vibrou de novo na minha mão.

Rose: Feliz ano novo ao europeu mais gato, que seja um ano cheio de conquistas e saúde. Que você sempre alcance o que almeja, espero que saiba que aqui no continente americano tem uma pessoa que sempre torce por você, mesmo quando não nos falamos, mesmo quando estou chateada, mesmo quando qualquer coisa. Lindo ano a você, Emm.

Rose: Não é no ano novo que se faz desejos? Se for, o meu é que vocês voltem logo. Se não for, meu desejo perpetua. Será que poderia fazer algo quanto a isso? (é por Bella de quem morro de saudades, de você o máximo que sinto falta são as piadas de mesmo humor).

Nós tínhamos o humor muito parecido mesmo. Eu contava piadas ruins, ela morria de rir, ela contava piadas piores e eu tinha que sair perto para voltar a respirar.

Fiquei lendo aquilo por um tempo. O que ela queria me mandando mensagem? Ela não se incomodou em mandar mensagens em nenhum outro ano. Suspirei alto e resolvi colocar o celular no mesmo lugar que antes, virei e voltei a dormir querendo lidar com Rosalie quando eu estivesse com alguns mais neurônios acordados.

.

—Edward, e por que isso seria uma boa ideia? – Bella perguntou chocada.

—Porque você é linda, sei que adorava cantar e eles precisam de um vocal na banda, amor, que te custa? – perguntou sério.

Estávamos todos na garagem da casa de Lucca. Edward ensaiava com eles para o último show e anunciou que achava que seria uma boa ideia que Bella tomasse seu lugar na banda.

—Bella, eu nunca te pedi nada – Tato disse e ela começou a rir.

—Pedir você pode, mas eu fazer...

—Amor, o que te custa? Ajuda eles, você merece fazer algo para sair um pouco da casa de sua avó – Edward voltou a argumentar.

—Vamos, Bella, não seja uma diva, não nos faça implorar porque o faremos, não duvide disso – Matteo disse colocando a guitarra de lado.

—Ah, que ideia de bosta hein, amor – ela reclamou com Edward que riu.

—Você cantava ou não cantava na versão podre da nossa banda? – Bobby perguntou sério.

—EI – Edward e eu reclamamos porque era à nossa banda que ele se referia.

—Olá – escutei atrás de mim e deixei de lado as pessoas que continuaram discutindo e implorando por Bella.

—Que bom que decidiu vir – sorri e dei um selinho em Lisa.

Tínhamos trocado alguns beijos desde o ano novo e ela não parecia que queria parar, muito menos eu.

Ouvi uma comemoração e Bella estava com a cara irritada.

—Bebella?

—Eu odeio o Edward – ela disse para mim e comecei a gargalhar.

Deixei-os com a volta do ensaio e Lisa e eu fomos para um café pelo centro. Ficamos conversando sobre diversas coisas.

—Já volto, sim? – anunciou indo para o banheiro, não sem antes depositar um beijo em meu lábio.

Fui checar meu celular que tinha vibrado a pouco tempo e sorri amplamente ao ver a foto que se apresentou ali. Era Rose de óculos, o rosto amassado pelo sono e um coque frouxo com um suéter listrado entre tons de marrons e alguns detalhes de cores escuras.

Rose: fala se não é o mais ridículo que ela já fez?

A avó de Rosalie fazia, todos os anos, suéteres para ela e Jazz como presente de natal. Como os únicos netos, ela amava isso, mas não era muito talentosa. Eu ri alto quando vi o suéter que era, realmente, triste de tão feio.

Emm: é ruim, mas não ganha daquele amarelo.

Ela tinha feito esse para Rose quando namorávamos. Era tão feio que eu chorava de rir toda vez que Rosalie o vestia. Mas a verdade era que Rose amava, parece que quanto mais feio, mais ela gostava e, para ser sincero, eram tão confortáveis que eu mesmo tentei a convencer a pedir um para mim também.

Rose: ela fez um muito fofo para Alice, então estou tendo a ideia de que, talvez, ela faça feios para mim, propositalmente, para ver até onde eu a amo. E digo-lhe que não amo pouco não, eu adoro todo maldito suéter feio!

Rose: ah, claro. O amarelo descosturou, minha mãe está arrumando há duas semanas haha também está no meu top 3.

Emm: eu achei a teoria sobre Ali boa. Obviamente, do jeito que sua avó gosta de agradar a todos, ela deve fazer proposital. Ou então, ela está tentando dizer que Alice é mais linda que você e essa sua cara de ridícula.

—O que acha de tentarmos pegar um cinema hoje? – Lisa disse ao voltar do banheiro.

—Claro, parece uma ótima – sorri.

Rose: vá te catar, Emmett Lorenzo.

Sorri para o celular e bloqueei a tela.

Levantei e paguei a conta do café sob os protestos de Lisa. Fomos para o cinema e assistimos a um filme doido de comédia sobre psicopatas, o humor era ruim e eu, obviamente, amei. Lisa não gostou muito do filme. Tinha acabado de estrear.

—Você provavelmente não entendeu – falei e ela bufou.

—Emmett, eu não sou burra, só não achei engraçado – ela disse dando de ombros.

—Ei – levantei os braços – Não estou dizendo isso, é que a proposta do filme deve ser exatamente essa, é tão ruim que é bom – falei e ela franziu o cenho.

—Você é bonito, mas é doido – ela riu entrelaçando nossas mãos.

Beijei a cabeça dela enquanto saíamos do cinema. Passamos numa sorveteria ainda. Reclamei que ela iria deixar-me uma baleia antes do fim do inverno e ela disse que era o plano dela o tempo todo.

.

—Eu a acho incrível e, desculpa a minha futilidade, mas que menina linda do caramba. Sinceramente, os olhos, o sorriso – falei revirando os olhos e eles riram.

—E ela é muito simpática né – Edward completou e eu assenti.

—Não tenho nem o que falar, completamente adoro Lisa – Bella disse mordendo o croissant e fez uma careta para mim engraçada.

—Uma bosta? – perguntei aflito.

—QUE? Ed, prova – ela disse dando o prato para ele – Está uma delícia, Emm. É difícil fazer isso? – perguntou e eu sorri orgulhoso.

—Não, até que não muito.

—Está realmente uma delícia, Emm – Edward disse dando a segunda mordida.

Eu estava pensando sobre, futuramente, aumentar o pub num total. Claro, não era meu, mas eu conversaria com Tom sobre isso mais para frente.

Voltei a fazer aulas de culinária em cada setor. Tinha feito de pães antes das festas de fim de ano e, agora, eu estava pensando sobre fazer umas de doces.

—Eu gosto dessa sua paixão, você sabe né? – Bella disse comendo mais do croissant.

—Eu sei – ri concordando.

Edward pegou um croissant da forma e, finalmente, o notebook avisou sobre uma ligação do Skype de Jasper J. Hale.

—Já não era sem tempo – Bella disse ao atender.

Ah, tá muito bem dividido, três em cada continente. Você tem que voltar, Edward? — Ali zombou e eu ri.

—Ele tem – falei rapidamente e eles riram – Não aguento mais estar como vela nesse meio.

Eu entendo você, ursão— Rose disse fingindo vomitar apontando para Alice e Jasper.

Se manca, garota— Jazz reclamou ao mesmo tempo em que Alice pedia as novidades sobre tudo aqui.

—Eu amo estar desse lado da tela – Edward murmurou para Bella e eu fiz careta para os três do lado de lá.

—Estou falando que está insuportável – reclamei e os três do lado de lá riram.

Era a primeira vez desde que Bella e eu viemos para a Itália que conversávamos assim, os seis ao mesmo tempo na mesma conversa e pareceu ainda mais natural do que quando eu voltei.

Tinha a impressão de que estávamos nos curando bem e, finalmente, parecia que no fim as coisas poderiam voltar a forma que eram antes, ou até melhor.

Por que você se martiriza?— Jasper perguntou rindo.

—Eu gosto do circo – falei sério.

Disso sabemos, mas vale o pavor?— perguntou Alice divertida.

—Olha aqui, todo filme de terror tem um palhaço ou um boneco de palhaço, isso não pode ser apenas uma coincidência – falei sério.

Eles viviam pegando meu medo de palhaços e ridicularizando. Às vezes, não era bom ser o mais velho da turma, seus medos não eram respeitados.

—Eu vou leva-lo – Edward disse abraçando meu ombro e eu sorri.

Íamos amanhã, aproveitar os últimos dias de Edward.

—NÓS – Bella corrigiu.

É só saber a ordem de tudo, fala que seu irmãozinho tem pânico de palhaços e eles te dão o cronograma, quando a atração de antes do palhaço aparecer, vocês mandam ele ir brincar nos tiro ao alvo e depois o buscam quando o palhaço estiver acabando, nunca deu errado — Rosalie disse naturalmente.

Eu gostava mesmo do circo, por um tempo longo da minha adolescência eu sempre pensava em juntar-me a eles, sempre, toda a vez que eles passavam em Forks, Port Angeles, Olympia... A gente caçava eles e os via. Não lembro de um ano da minha vida em que eu não tenha visto um espetáculo.

Rosalie desenvolveu essa tática com a minha mãe quando ainda éramos crianças. Minha mãe pediu os horários e Rose o decorou, levou-me para jogar quando a mulher barbada apareceu e voltamos quando meu pai avisou que o palhaço estava acabando.

Continuamos a conversar sobre todas essas bobagens. Edward contou sobre a banda e Jasper se fez de ofendido por todos temos trocado ele pelos “italianinhos de merda” palavras dele.

—Xenofóbico – acusei.

Não é sobre a nacionalidade deles, é sobre roubarem minha banda— Jasper disse e nós rimos.

Eu gostava da naturalidade e sentia uma falta imensa.

Um novo laço foi criado naquela tarde de quinta-feira, no começo do ano novo, ele parecia mais forte e sincero, eu lutaria para não quebra-lo novamente.

.

|EDWARD|

—Você vai perder os primeiros dias de aula? – Bella perguntou quase ofendida e eu ri dela.

—Amor, o que acontece em todos os nossos retornos de recesso de fim de ano? – eu perguntei retoricamente e assisti, achando engraçado, a mudança em sua expressão.

—Palestras – ela murmurou de cara feia.

—EI! Eu dava muitas daquelas palestras – meu sogro disse chateado.

Emmett começou a gargalhar.

Estávamos almoçando, nós cinco, no apartamento deles no centro de Pizzi.

—E a desse ano... – fiz careta.

—O que?

—Educação sexual – bufei audivelmente – Não sei pra que isso. Poderiam separar turmas ou sei lá que, mas é claro que vão lotar o ginásio com crianças e entregar o microfone para o Mark.

Nessa hora meu sogro explodiu em gargalhadas à lá Emmett.

—É... Mentira – ele ria sem parar, parecia estar começando a perder o ar – Não fizeram isso com o pobre Mark – Charlie falava mais consigo mesmo ainda rindo.

—Pobre Mark? – falei desacreditado – Ele ficará bem, acredite em mim quando o digo isso, sabe quem não ficará? Alistair – falei sincero – Quando meu pai brincou que seria o palestrante não foi nada legal.

—Mas é um assunto importante – tia Renée disse conspiratória olhando de mim para Bella.

Bella abaixou a cabeça enfiando uma garfada cheia de salada na boca enquanto corava mais que o tomate de seu prato.

Eu nunca superaria o quão fácil ela se entregava. Sorri de canto e apertei a mão dela por baixo da mesa.

—Com certeza é, e eu acho muito bom que ensinem nas escolas – falei sincero, eu achava mesmo –, mas sou filho de Carlisle a escola se atrasou uns bons cinco anos para a palestra – falei lembrando “da conversa”.

Para melhorar, como o médico entre os pais, meu pai se dispôs a juntar eu e Jasper e ter a conversa, juntos. Com a camisinha na banana e tudo o que tínhamos direto. Emmett se safou por ser mais velho e o sargento ter adiantado a conversa.

—Ai, a cara do Jasper saindo do seu quarto – Emmett riu meio nostálgico.

.

Na segunda-feira de manhã, Emmett ia me levar para Milão. Tratei de despedir-me de todos no dia anterior, com exclusão de Bella e Emmett. Desci as escadas da casa de dona Claire no maior silêncio que consegui e coloquei minha mala ao lado da porta.

Eram seis e meia da manhã e eu tomei a liberdade de fazer umas torradas e tomar o suco que tinha na geladeira. Bella apareceu na cozinha já devidamente de uniforme e eu sorri lembrando-me do dia anterior que ela tinha levado o uniforme para a pousada conosco e tinha feito uma surpresa que me ajudaria a olhar a foto dela de uniforme com ainda mais... Prazer.

—Tão linda – comentei e ela suspirou me abraçando.

—Não quer ficar mais um tempinho? – ela perguntou e eu soltei uma risadinha.

Beijei a cabeça dela e fiz o café-da-manhã que ela tomaria. Saímos para a manhã fria em Pizzighettone, quase como um presságio da tristeza que seriam os próximos meses.

—Achei que já estava no avião – escutei mais longe na rua.

Olhei e vi Bobby correndo para o nosso lado.

—Estou indo para Milão jajá, Emmett vai ir me buscar na casa de dona Claire.

—Hm, e o que faz aqui?

—Levando minha namorada para a escola – falei dando de ombros – Tem noção do quão quente ela fica com esse uniforme? – perguntei brincando e Bella fez careta.

—Ah, tenho, eu sento ao lado dela desde o primeiro dia que ela o vestiu – Bobby disse cheio de si para me zoar e conseguiu, senti uma inveja doida dele.

—Bastardo sortudo – falei e ele riu.

Lisa apareceu e seguimos os quatro pelo caminho. A escola não era longe. Encontramos com Maggie e Alec no portão e despedi-me casualmente dos quatro, porque a despedida real tinha sido no dia anterior, então me virei para o lado de Isabella.

—Bem...

—AMERICANO? – Lucca gritou chegando.

Eu ri e o cumprimentei me despedindo simultaneamente, eu tinha que ir e eles também. Maggie sugeriu que todos entrassem e assim o fizeram para que nós tivéssemos privacidade.

—Boa aula, eu te amo. Se cuida e nós nos vemos mais tarde – falei beijando longamente sua testa.

Eu estava tentando tratar tudo de forma casual, porque eu não teria sanidade para ficar me despedindo de forma total dela.

—Mais tarde – ela ridicularizou.

—Poderiam ser quatro horas ou quatro meses, eu estarei te esperando. E com a ansiedade habitual, então se puder não demorar – sugeri dando de ombros e ela riu assentindo.

—Farei o meu melhor para não te decepcionar – ela disse e eu revirei os olhos.

Abracei sua cintura antes de tomar seus lábios como meus. Ficamos no beijo até escutarmos o sinal soar, avisando o início das aulas.

—Corre lá – falei me soltando, mas sem coragem de deixar a mão dela.

—Avisa quando chegar em casa, sim? – ela disse e eu sorri assentindo.

Bella correu para dentro e eu suspirei, começando a sentir o peso da saudade.


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Notas finais do capítulo

Ai que dor no coração.

Odeio despedidas, mas espero que tenham adorado o capítulo. As coisas vão caminhar para ficar mais intensas no continente europeu tanto quanto no americano, espero que estejam preparadxs.

Estarei aguardando, ansiosamente, os reviews.



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