about love and stuff. escrita por unalternagi


Capítulo 19
Não pode chamar de “natal” sem ter alguém por quem sorrir


Notas iniciais do capítulo

Um capítulo com algo que queremos faz um tempo já, espero que gostem!



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Capítulo 19 – Não pode chamar de “natal” sem ter alguém por quem sorrir

PDV BELLA

Na sexta-feira, dia vinte e um de dezembro, entramos de recesso de fim de ano. Eu estava super animada com a ideia. Alec, Lisa, Bobby e eu fomos animadíssimos para casa depois de mais um dia de escola, no qual ficamos em prova a maior parte dele.

Alec e eu nos despedimos dos nossos amigos e entramos na casa dos nossos avós, conversando amenidades e rindo um da cara do outro.

—Eu estou sentindo muito bom humor no ar – vovô disse feliz.

—Duas semanas para curtirmos muito juntos, vovô – Alec disse e eu sorri.

Sei que vovó gostaria que Alec ajudasse mais com algumas coisas, mas eu achava que ele era o neto mais carinhoso com os dois, então eu achava que ele já fazia muito.

—Estou animado para o natal – vovô disse e eu sorri.

Dei um beijo no rosto dele e segui para a cozinha procurando por minha avó. Encontrei-a tirando um rocambole de carne do forno, dei um beijo estalado no rosto dela.

—Como está tudo por aqui, dona Claire? – perguntei animada.

—Aquela árvore de natal... – ela reclamou de novo e eu comecei a rir.

Emmett, Alec e Caius tinham feito a árvore para ela e ela não estava gostando nada do resultado, disse que o espírito natalino ainda não estava naquela casa da maneira que ela gostava, por isso, Maggie, Chelsea, Benjamin e tio Eleazar estavam empenhados em comprar mais coisas de natal e viriam para cá amanhã montar tudo.

—Vovó, eu já te falei que eles estão cuidando disso – sorri abrindo as panelas.

Todos os dias eram banquetes que ela servia no almoço, mesmo que só quem almoçasse aqui fosse Alec, ela, vovô e eu. Tinha arroz, salada de alface com tomate, abóbora cozida e o bolo de carne.

—Como se eles fossem úteis a algo, Isabella, parece que não conhece a família da qual faz parte – ela ridicularizou e foi quando eu ri mais.

Belisquei um pedacinho da abóbora para saber o gosto, eu estava faminta. Claro que vovó não decepcionava, e estava muito saborosa, mas levei um tapa na mão.

—Ai – reclamei saindo de perto.

—É para comer com arroz, graciosa. Vá lavar suas mãos e já pode chamar Alec e seu avô e venham almoçar – mandou e eu bati continência.

Comemos no clima de animação e natal. No horário esperado, Edward mandou-me mensagem - eu já estava deitada em minha cama, descansando. Comecei a zoá-lo porque eu já estava de férias e ele ainda tinha que ir para a escola hoje, mas ele nem se pilhou como eu esperava.

Ele mandou a foto diária de Rose, Ali, Jazz e ele no volvo e eu sorri amplamente com todos lindos em seus trajes quentes e a neve de Forks vista pela janela do carro.

Para mim, era estranho um natal sem neve, mas eu morava em Pizzighettone agora e não sofreria pelo que não tinha solução.

No horário em que conversávamos eu, geralmente, já estava sem uniforme. Primeiro porque minha avó parecia doida com essa coisa de sujar uniforme, e também porque não era desconfortável – mesmo eu me negando a usar a gravata se estivesse fora da escola –, mas estava frio devido ao fim do ano e eu acabei por desistir de me trocar, aproveitando o uniforme que já estava quente e eu o colocaria para lavar no fim do dia.

Lembrei-me do pedido de Alice e chequei minha imagem no espelho. Soltei meu cabelo que eu mantinha preso num rabo de cavalo e tirei os sapatos para Alice não me deserdar, então fui para frente do espelho de corpo todo que tinha atrás da porta do meu quarto e enviei a foto para ele como resposta.

Bella: essa foto é um pedido de Alice. Feliz natal, fadinha.

Mandei zoando, mas era meio verdade porque eu não conseguiria mandar presente para nenhum deles. Rosalie e Jasper iriam para a Califórnia visitar a família da mãe deles, Edward e Alice iriam para Vancouver, em Washington. Era a cidade em que tia Esme tinha nascido e ainda tinha família.

Por anos, nós fazíamos a festa de natal em Forks Angeles mesmo, porque como tínhamos apenas duas semanas de folga da escola, nossos pais preferiam ir visitar os familiares nas férias de verão. Esse seria o primeiro ano em que todos iriam ver as famílias de sangue no natal.

Ed: POR QUE É QUE ESSA É A PRIMEIRA VEZ QUE ESCUTO SOBRE VOCÊ USAR UNIFORME?

Bella: Tenho certeza que comentei sobre isso antes.

Ed: Tenho certeza que não.

Talvez eu não tivesse dito mesmo, mas contei para alguém dos quatro, para quem foi então? Provavelmente Rosalie. Por ela não trabalhar, era com quem eu consegui me comunicar com maior facilidade – mesmo ela não me respondendo quando estava estudando.

Bella: Alice gostou?

Perguntei não querendo assumir que, realmente, não tinha contado.

 Ed: Essa foto é muito linda para ser desperdiçada com Alice

Ele respondeu castamente e eu comecei a rir.

Bella: Posso tirar uma mais linda, mas mostra essa para Alice.

Ed: Prova.

Fechei a porta do quarto e tirei a meia-calça grossa e o blazer que eu usava devido ao inverno. Abri os três primeiros botões da minha camisa, dei umas batidas em meu rosto para ficar corado e belisquei minha boca algumas vezes para ficar mais vermelha, o resultado daria para o gasto, então subi um pouco mais a saia e joguei o cabelo para o lado, fiz a pose que consegui tentando ser o mais sensual que minha falta de jeito permitia.

Enviei a foto para ele e fiquei esperando um tempo, relativamente, longo pela resposta. Decidi ir tomar banho e deixei o celular em cima da tampa da privada. Depois de um tempo escutei o bip alto, quando saí do banho vesti o moletom que eu tinha pegado e fui checar para ver a mensagem.

Era uma foto da calça dele marcando sua animação, ele ainda estava no banco de trás do volvo, mas pelo horário deveria estar sozinho, as aulas dele deveriam estar começando.

Ed: Santa merda, amor, como eu vou para a aula agora?  

Bella: eu não sabia que você tinha fetiche por uniformes.

Ed: Eu também não.

Comecei a rir muito e me senti muito bem ao saber o poder que eu tinha nele, mesmo tão longe. Mandei uma foto minha de moletom e careta e ele ficou um tempo quieto dizendo que tinha conseguido se acalmar e estava entrando na aula – quinze minutos depois do sinal.

Fui distrair-me no andar de baixo da casa de vovó e fiquei surpresa ao encontrar minha mãe, pai e meu irmão lá junto com minhas tias e quase todos os meus primos.

—Onde está o resto? – perguntei animada.

—Peter saiu com Eleazar e as crianças para salvar o natal da sua avó e Demetri chega no domingo – tia Charlotte contou.

Fiquei um tempo lá com eles e, mais tarde, quando eu já estava pegando no sono, Edward avisou que estava indo trabalhar.

O sábado passou muito rápido entre ajudar todos na arrumação e na falta de comunicação com Edward. Ele deveria estar viajando, mas era coisa de umas três horas de carro da nossa casa para a casa dos avós dele, por isso não entendia a falta de respostas.

Bella: está vivo?

O horário estava bom, ele deveria estar almoçando. Bufei pela décima vez e Emmett veio para o meu lado.

—Está tudo bem.

—Ótimo – ironizei subindo as escadas.

Não era que eu queria que Edward ficasse falando comigo por vinte quatro horas... Quer dizer, eu até queria, mas entendia que ele tinha coisas que fazer e pessoas com quem conversar. A verdade é que a saudade no natal foi pior que no resto do ano, acho que era todo o tempo livre que eu tinha agora que todos estavam ali entretendo meus avós e cuidando deles.

Ouvi duas batidas no porta do quarto e virei para ver quem ousava vir me irritar.

—Posso? – papai perguntou colocando a cabeça para dentro.

—Sim, claro – falei mais mansa.

Meu pai tinha algo, eu não suportava a ideia de trata-lo mal. Ele estava com um embrulho na mão e suspirou.

—Alguém pediu que eu te entregasse isso – ele disse entregando-me.

Franzi o cenho.

—Por que a pessoa não veio me entregar? – perguntei achando que se tratava de Emm ou minha mãe.

O sorriso dele cresceu tímido.

—Edward, com certeza, preferia ter entregado. Mas sabemos o porque isso não é possível.

Arfei. Então ele tinha mesmo me mandado uma surpresa de natal. Sorri grande para meu pai o abraçando, era o que eu precisava naquele momento.

—Chegou pelo correio? – perguntei abrindo o embrulho.

—Não, eu trouxe quando vim – ele confessou.

Parei antes de abrir a caixinha e estreitei os olhos para o sargento Swan que deu de ombros.

—Por que não me entregou antes? – perguntei chocada.

—Querida, surpresas são surpresas por um motivo – ele disse e riu quando fiz cara de assassina.

—A senhorita não me intimida, mocinha – falou ao se levantar – Acho que já vamos embora, nos vemos amanhã? – perguntou e eu assenti.

—Por favor, avisa que eu estou indisposta, mas amanhã eu, com certeza, ajudo todos a fazerem o que precisamos.

Foi a vez dele de assentir. Depositou um beijo em minha testa e saiu do meu quarto deixando-me sozinha com minha caixinha. Respirei algumas vezes antes de abrir, talvez querendo sentir aquela surpresa por mais tempo.

Finalmente, quando abri a caixa, vi que tinha um CD lá dentro, uma camiseta de Edward e um papel dobrado.

Bella e Edward – Grandes Hits.

Vol. 3 (você longe)

Quando começamos a namorar, o primeiro presente que fiz para Edward foi o volume um daquele CD, ele devolveu o volume dois em meu aniversário e já estávamos no terceiro volume. Sorri pensando nele e abri a carta.

A ironia é ridícula.

Em nosso primeiro natal como namorados, passamos o nosso primeiro natal separados. Onde está a justiça mundana se você não está aqui?

Sei que, nessa época, é esperado que escutemos músicas de felicidade e paz, mas não é como me sinto agora, e também sei que não é como me sentirei quando você estiver com esse CD em mãos. Então o meu presente é: o nosso CD da tristeza (desculpa, é o que a inspiração me deu).

Apesar disso, quero que essa seja uma época de muito amor e carinho para você, minha vida.

Eu te amo muito.

Feliz natal, linda.

Eu dei risada ao perceber que meu pai tinha me dado o presente no dia errado. Claramente, Edward tinha feito o presente para eu receber no natal, mas tudo bem, eu não me importava.

Peguei o rádio que vovó tinha me emprestado a última vez que fui limpar meu quarto e coloquei o CD ali, baixinho. A primeira faixa era a música natalina mais triste de todas. O nome era River cantada por Joni Mitchell e eu chorei ainda no primeiro refrão.

Desliguei meu celular e vesti meu pijama para relaxar. Dormi cedo aquela noite, escutando o CD da tristeza em repeat.

.

—Acorda! Acorda! Acorda! – Emmett dizia animado demais para o meu desgosto.

—Hmmmm...

—Vamos, é véspera da véspera de natal – ele disse contente e eu abri um olho para ver onde ele estava.

Ele tinha aberto as cortinas e olhava-me com animação.

—É o primeiro natal que passamos juntos em dois anos. Lembra? Você não está feliz? – ele perguntou.

Fiz uma careta e lhe mandei um dedo médio. Ele riu da minha cara dizendo que era para descermos porque eu tinha prometido ajuda-lo a fazer as sobremesas de natal e eu nem me lembrava disso, mas eram nove horas da manhã e eu concordaria com tudo o que ele dissesse se isso o fizesse sumir da minha frente.

—Credo, que tristeza – reclamou desligando o rádio que ainda tocava o CD que Edward gravou para mim.

Eu gostava da música que tocava, mas estava sem forças para reclamar com Emm. Sentei na cama bocejando.

—Vai me ajudar? – perguntou muito acordado.

Assenti e ele saiu do quarto, ainda animado de mais.

Tomei um banho para esquentar-me e para acordar melhor. Coloquei uma calça skinny jeans, uma camiseta de mangas compridas, vesti a camiseta que Edward me mandou por cima e uma botinha quente, então desci as escadas para ver o que Emmett queria da minha vida.

Ajudei-o a bater algumas coisas na batedeira e, quando o relógio marcou dez e meia da manhã, Demetri entrou na casa de vovó com Heidi ao seu lado, os dois bem vestidos.

—Bom dia, Giolo-Swan-Prescott – Demetri disse em alto e bom som.

Giolo era o sobrenome do meu avô, Swan do meu pai, Prescott do meu tio Peter. Então, apesar de sermos uma grande família, cada segmento carregava um sobrenome.

Cumprimentamos aos dois e Heidi estava muito animada sobre algo.

—Temos que ir ao centro, tem um artista de rua ótimo. Demetri e eu o adoramos – ela disse para mim.

—Legal – sorri simpática, mas eu não poderia ligar menos para aquilo.

Vovó mandou eu me agasalhar para irmos e eu suspirei. Era coisa de cidade pequena, se uma borboleta voasse em zigue-zague a cidade toda parava para assisti-la.

Peguei o casaco verde-oliva que eu tinha deixado ali no hall de entrada, percebi meu cabelo sujo e coloquei o boné que Emmett usava. Ele reclamou um pouco, mas não tentou recuperá-lo. Fomos a pé mesmo, a caminhada era boa para vovô e, por isso, seguimos o ritmo dele.

Chegamos numa praça bonita pouco tempo depois de sairmos de lá. Vi meus tios, pais e primos lá e eu gargalhei ao perceber o número razoável de pessoas que estavam ali.

O cara estava dedilhando o fim de uma música e foi aplaudido.

—VAMOS BELLA, VAMOS MAIS PARA PERTO – Emmett gritou para o meu lado.

Fiz careta pelo susto e porque a praça não estava barulhenta, ainda mais sem o som do moço, qual era a razão que fazia aquela gralha gritar ao meu ouvido? Foi a razão pela qual eu ri reclamando.

E então eu ouvi o som mais lindo que minha mente poderia conjurar e tudo saiu de órbita, eu fiquei confusa. Parei de rir, não fiz mais careta, nada mais importava.

Trinta dias até o natal e tudo que eu sei é que não estou realmente preparado para esquecer esse último ano. Eu tenho tanto para mostrar— era Edward.

Corri em meio à pequena multidão e eu quase morri quando encontrei exatamente o sorriso torto que eu queria.

Mais um mês e tudo o que eu preciso é um sinal seu de que pensa em mim. Se não pensar, então, por favor, apenas diga. Porque tudo o que eu faço é pensar em você— ele sorriu e continuou a dedilhar – E isso está me desgastando, está me cansando, esse feriado, nada mais é do que caras feias para mim, mas eu tenho um presente, você verá. Estou fazendo uma lista, diabos, eu a checarei duas vezes, de todas as coisas que você fez na minha vida. E eu a mandarei para você, então você vai ver porque eu te amo.

Ouvi palminhas, sabia que minha família e desconhecidos estavam por perto, mas ele era tudo o que eu enxergava, eu não conseguia acreditar nos meus olhos, ouvidos, em nada. Limpei as lágrimas quando as senti molhando meu rosto.

—Quem pensaria que alguém como eu poderia se apaixonar tão facilmente. Eu sei que você sabe que eu sei o que eu quero. Eu sei que não posso ter, mas pense nisso. Eu sei que parece loucura, baby, mas tudo que eu faço é pensar em você — ele piscou e senti um sorriso em meu rosto - E isso está me desgastando, está me cansando. Esse feriado, nada mais é do que caras feias pra mim, mas eu tenho um presente, você verá. Estou fazendo uma lista, vou checar duas vezes, de todas as coisas que você fez na minha vida e eu mandarei pra você. Então você vai ver por que eu amo... Tudo que você deixou no meu caminho. Eu sei que é difícil de dizer, mas é uma vergonha gritante que eu vim por todo esse caminho, com tanto pra dizer, mas tudo o que saiu foi "Feliz Natal"— ele deu de ombros e eu sorri - Uma comida caseira e uma cama confortável, alguém para amar, um lugar pra eu deitar minha cabeça. Mas eu tenho trinta dias e eu vou contá-los, porque eu não posso chamar de Natal sem ter alguém por quem sorrir.

As palmas e gritos provinham, principalmente, da minha família, eu tinha certeza, mesmo não tendo força para olhá-los. Ele se livrou do violão ao mesmo tempo em que eu pulava em seu colo. Percebi que eu chorava que nem uma idiota.

—Amor, não era para chorar – ele disse limpando minhas lágrimas, mas consegui ver que ele mesmo segurava a emoção.

—É de felicidade e choque, completo choque – murmurei e ele riu de mim.

Beijou minhas bochechas e nariz antes de depositar um beijo casto em meus lábios e foi quando eu escutei que as pessoas comemoraram mesmo.


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram?

A música é de uma banda chamada nevershoutnever, já contei que não consigo escrever músicas, então que me perdoem mas todas as músicas que aparecerem como de Edward nessa fic serão já existentes.

Espero que tenham gostado, esse clima natalino fora de época.

O próximo vem do ponto de vista de Edward, vamos ver o que o levou até a Itália.

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