about love and stuff. escrita por unalternagi


Capítulo 16
Ossos quebrados parecem sempre se curar


Notas iniciais do capítulo

Olá, gente.

O capítulo de hoje vem com um ponto de vista que quase não exploramos ainda, que é o Emm.

Vamos ver como anda a vida no continente Europeu?

Espero que gostem.



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Capítulo 16 – Ossos quebrados parecem sempre se curar

PDV EMMETT

Vez ou outra eu conversava com Bella sobre destino e coisas assim. Isabella sempre foi a irmã inteligente, então me parecia sensato concordar com ela que: algumas coisas são feitas para acontecer.

Por isso, não me surpreendi quando Tom me contou que ele tinha começado a abrir um pub em Pizzighettone, eu completamente amei a ideia e comecei a ajudá-lo a ir atrás das coisas burocráticas que ele precisava, já que ele havia comprado o local e a reforma já tinha começado.

No começo de novembro, tinham poucas coisas para serem resolvidas. A reforma estava a todo o vapor e ele tinha começado a colocar muito de si mesmo ali. Aprendi muito com ele nos últimos tempos e estávamos ainda mais amigos que no começo de tudo.

Tive que ajudar minha mãe a achar um lugar para morar e, depois de algumas visitas, achamos um apartamento confortável no centro de Pizzighetone, há poucos minutos da casa dos meus avós.

Bella falou que não se mudaria conosco, ela tinha falado com vovó Claire e moraria com ela e vovô Lorenzo para continuar os ajudando e, claro, eles amaram.

Cheguei na casa de Tom para entregar alguns documentos para ele. Eu sabia que a irmã dele era uma boa amiga para Bella e que, sem perder tempo, enturmou Bella na escola, então já gostava da menina antes de vê-la.

Eu não estava procurando uma nova pessoa nem nada disso, mas quando vi Lisa abrir a porta da casa dela para mim, naquela tarde de quarta-feira, eu acreditei em destino de novo. Ela era linda de mais, no rosto tinham umas sardas salpicando o nariz e as maçãs do rosto. Seus olhos eram os azuis mais azuis que eu já tinha visto e o sorriso era tímido e lindo. A pele translúcida e o cabelo negro criavam um contraste que a deixava de tirar o fôlego.

—Deve ser Emmett – ela disse no inglês perfeito.

—Culpado – falei brincalhão – Só vim deixar essa papelada para Tom – falei e ela assentiu.

—Ele disse que você viria. Ele foi tomar um banho, chegou nojentamente suado da reunião, então... Quer entrar para tomar um suco e esperar por ele? – ela perguntou simpática.

Eu aceitei. Como aceitaria acho que qualquer coisa que ela propusesse.

Entramos e conversamos por um tempo. Tom apareceu e eu expliquei os papéis para ele, algumas coisas que precisaríamos para que o pub funcionasse. Conversei com tio John e um outro advogado aqui da Itália e eu tinha certeza que estaríamos bons para abrir na virada do ano, como era a vontade dele.

—Ah, olha a coincidência – Lisa comentou se levantando.

Ela logou voltou com Bella e Jane. Estranhei o fato de Jane estar ali, mas ao ver o olhar que ela lançou para Tom, lembrei de uma promessa que eu tinha feito a ela e ainda não tinha cumprido.

—... Essa é a minha prima, Jane – Bella apresentou.

—Lembro de você – Tom disse e Jane sorriu amplamente.

Lisa voltou com um livro para Isabella e convidou as meninas para aproveitarem uma tarde na piscina da casa deles.

—Não posso – Bella disse balançando um livro – Por que não fica, Jane? – ela disse delicadamente e Jane a encarou de olhos arregalados.

—Ahm, eu adoraria, mas...

—Sem “mas”, eu te empresto um biquíni. Vai ser bom ter presença feminina aqui enquanto esses dois tratam de negócios – Lisa disse sorrindo e puxou Jane para o quarto.

Bella se despediu de nós dois e saiu da casa deles sem precisar que ninguém a guiasse para a saída. Tom e eu ficamos ajeitando as coisas, até que Lisa passou com um biquíni amarelo para a piscina e eu perdi toda e qualquer concentração que eu pudesse ter.

—Emmett? – Tom chamou e, pelo tom, não era a primeira vez.

—Oi? Desculpa.

—Você teria problemas se eu desse em cima da sua prima agora? – ele perguntou e eu comecei a rir.

—Não, vá em frente.

Ele sorriu e saiu da mesa esquecendo todos os papéis ali. Juntei-os escrevendo post-its em cima de cada coisa para ele ler depois, então segui para a área da piscina da casa dele.

Tom estava conversando com Jane e Lisa estava ao lado tomando suco e mexendo no celular, enquanto escolhia músicas, como percebi quando ela mexeu na caixinha de som que estava ao seu lado.

—E ai? – falei animado sentando entre Tom e Lisa.

Entramos numa conversa, nós quatro e eu gostei da sensação de pertencimento que eu tive. Não estava tentando encaixar-me em nada, eu não tinha feito nada errado com ninguém ali, não precisava pisar em ovos, nada.

—Eu sabia que era só criar uma oportunidade – Lisa comentou quando Tom e Jane nos excluíram da conversa.

—O que quer dizer?

—Bella me contou sobre a paixão da sua prima, então concordei em ajudar. Bella disse que você é muito tapado – ela comentou rindo.

Revirei os olhos.

—Isabella que é muito apressada. Eu tinha muito o que pensar e Jane não me cobrou essa ajuda, então, desculpa mundo por não dar prioridade ao amor – falei brincando, mas era sério.

Entre todas as coisas da minha vida atual, o amor era a de menos importância.

—Temos um descrente quanto ao amor aqui? – perguntou debochada e eu ri com ela.

Dei de ombros.

—Não há ciência que prove que faz o bem que achamos que faz. É o ciclo do bem que vai se tornando mal... É uma ilusão – finalizei e ela riu negando com a cabeça.

—Às vezes, você só não encontrou a pessoa certa – ela comentou assim, sem pretensão nenhuma.

E então se levantou indo para a cozinha. Fiquei encarando ela até sumir da minha visão, então mudei meu olhar para a conversa de Tom e Jane que flertavam sem nem se importarem em disfarçar. Peguei os copos e a jarra de suco e entrei na casa.

Coloquei os copos na pia e o suco na geladeira, então lavei a pouca quantidade de louça que estava na pia.

—O que está fazendo? – Lisa perguntou nas minhas costas.

Virei e ela já usava um vestido simples e chinelos.

—Apenas lavando o que sujei – sorri de canto, sequei minhas mãos no pano que estava ao lado da pia – Tenho que ir.

—Você tem que?

Fiquei pensativo por um tempo, então por fim encostei na pia e dei de ombros.

—Não tenho que fazer nada, mas acho que a etiqueta cobra algumas coisas – expliquei.

Ela bufou alto.

—Quem aqui está cobrando etiqueta de alguém? Você tem que me fazer companhia, porque a sua prima está beijando meu irmão e vou só passar vergonha se ficar aqui sozinha com eles – ela disse e virei vendo Jane e Tom num beijo casto e eu ri.

—Não perdem tempo – falei simplesmente.

Lisa concordou e então sentamos na mesa e começamos a conversar sobre as mais diversas amenidades. Ela era divertida e muito simpática. Contou-me como gostava de Bella e como se lembrava muito bem de mim das viagens passadas aqui.

—Nunca te vi por aqui – falei como quem se desculpa.

—Talvez você não estivesse realmente olhando – ela disse de forma simples.

A mãe dela chegou pouco tempo depois e eu comecei a revisar as coisas para Tom. Jane e Tom entraram corados, Jane já com o short que tinha vindo, Lisa a entregou a camiseta e, juntos, seguimos para a casa de vovó depois de nos despedirmos dos Hawkings.

—Sem perder tempo, hein, loirinha? – falei debochado e Jane me deu um soco no ombro.

Ela era forte.

—Cala a boca, Emmett – ela disse rindo.

—Eu adoro o Tom, vocês têm minha bênção, sabe disso né? – zoei e ela revirou os olhos.

—Ainda bem que é assim, de outra forma nós teríamos que fugir em nosso melhor estilo Romeu e Julieta – ela ridicularizou e eu abracei seu pescoço bagunçando o cabelo dela.

—Muito bem, é assim mesmo, eu cuido de você – comecei a dizer com voz de bebê e ela foi o resto do caminho tentando se livrar de mim, arranhando meu braço e gritando brava.

—O que é isso? – mamãe perguntou estacionando o carro no meio-fio.

—Seu filho é maluco, tia – Jane disse quando, finalmente a soltei.

—Disse a descabelada – falei com falso pavor.

Ela estreitou os olhos e mamãe riu de nós dois, beijou nosso rosto e entrou com a sacola que carregava. A seguimos de perto e encontramos Bella fazendo uma sopa na cozinha.

—Encontrou mandioca? – Bella perguntou assim que minha mãe entrou, sem nem se preocupar em nos cumprimentar.

Jane e eu seguimos, lado a lado, para a sala e encontramos Caius ali, enterrado em livros.

—Que isso, cérebro? – perguntou Jane rindo.

Cérebro. Minha mente foi direto para Forks Angeles, para a garota da casa ao lado.

Talvez não tenha encontrado a pessoa certa ainda”, Lisa não poderia estar mais errada com o que tinha dito, mas e se a pessoa certa para mim tivesse outra pessoa certa para ela? Eu, com certeza, não era. Não depois de tudo.

Afastei esse tipo de pensamento e sentei perto de Caius.

—... por toda a semana de prova – ele terminou.

—Está estudando o que, priminho? – perguntei curioso.

—Fisioterapia – ele sorriu e eu sorri de volta, vendo que ele gostava bastante do que fazia.

—Cai, você vem? – Bella perguntou na sala.

Ele levantou de pronto fechando o livro e eles subiram para o segundo andar.

Não vi mais minha mãe, mas logo Alec apareceu e começamos a conversar sobre baseball. Alec era meio que a estrela do baseball na escola em que eles estudava com Bella e eu ria do garoto metido.

O fim da tarde e começo da noite se passaram bem rápidos. Ajudei minha avó a fazer a janta quando ela chegou da vendinha e, depois de todos jantarem, ficamos apenas mamãe, Bella, vovó e eu na sala, conversando. Pouco antes da meia-noite, Bella se levantou quando o seu celular tocou e desejou uma boa noite, indo para o quarto.

—Papai já está pronto para vir? – perguntei curioso.

—Sim, os meninos estão o ajudando a deixar tudo pronto. Ele disse que Rose fez da missão dela ajuda-lo a acabar com a comida que deixei – ela disse feliz – Jasper e ela o ajudaram com toda a mobília e Edward e Alice ajudaram com as malas. Semana que vem ele chega.

Fiquei surpreso com a quantidade de tempo que passou e como passou tão rápido. Já estávamos no fim de novembro, estava para completar dois meses que tínhamos chegado na Itália, eu quase não podia acreditar.

—Mudamos quando? – perguntei para mamãe.

—Pensei em arrumarmos as coisas no fim de semana, seu pai chega na terça-feira.

—Parece um plano – sorri concordando.

Despedimo-nos no corredor dos quartos. Deixei mamãe tomar seu banho primeiro, quando ela acabou eu fui, ainda refletindo sobre os dois meses que passaram sem eu nem perceber. Tinha sido uma excelente coisa toda essa preocupação com o pub e a amizade de Tom, tudo isso tinha me distraído.

.

Na sexta-feira à noite, tinha marcado de encontrar alguns amigos meus e de Tom em Milão.

Otávio, ou Tato, tinha estudado na mesma escola que Tom e, quando falei que me mudaria para Milão, Tom me apresentou para ele e nós dois dividimos um apartamento por pouco mais de um ano. Então tinha Matteo, um garoto boa pinta que cursava música com Tato e, consequentemente, conheci as namoradas: Tina era a namorada de Tato, e era um ano mais nova que eu, era doida, mesmo, louca varrida, mas eu a adorava por completo. Então tinha Camila que, para todos os efeitos, era Alice italiana. Cursava moda e tudo. Ela era namorada de Matteo. Eles tinham acabado de se conhecer quando fui embora, então não a conhecia muito bem, mas sabia que era gente boa.

Não foi fácil, mas por fim Bella aceitou ir comigo, e arrastou consigo o seu amigo, e fiel escudeiro: Bobby. Eles estavam na mesma sala e o garoto era hilário, ele morava na rua de trás da casa dos meus avós. Tom se convidou a ir e levou Jane no pacote, Lisa também aceitou ir e, com ela, os outros amigos da escola delas também iam. Marco e Lucca, pelo que eu sabia. Convencemos Chelsea e Benjamin a ir conosco e, então, divididos em dois carros, nós seguimos para Milão.

Não era demorado o caminho e, com Bella, Bobby, Lucca e Marco no carro eu fui rindo quase que o caminho todo, então passou ainda mais rápido.

Chegamos ao restaurante bar que tínhamos combinado e, logo na porta, encontrei a ruivinha de farmácia que eu mais gostava.

—Se não é a mais legal – falei feliz.

Ela sorriu ao me ver.

—Finalmente, americano. É tão rude chegar atrasado em compromissos – ela desaprovou quando abracei-a e eu gargalhei.

Ri bastante da cara que Bella fez quando apresentei Tina, ela com certeza se lembrava da confusão que fizeram sobre Tina ser minha namorada, mas Bella não comentou nada.

Entramos no restaurante e Tato, Camila e Matteo já olhavam o cardápio. A mesa era enorme e abrigou todos nós. Começamos a conversar e tinha quase virado uma feira, mas ninguém pareceu se importar.

—O que perdi? – perguntei a Tato quando sentei perto dele.

—Uma briga feia – ele riu – Quer dizer, algumas brigas feias minhas e de Tina, mas você estava acostumado com elas. Tina se mudou para o apartamento, finalmente, então agradeço todos os dias por você ter decidido se mudar quando transamos na cozinha ou em qualquer outro cômodo compartilhado do apartamento – ele disse rindo e eu fiz careta.

—Informação de mais – falei com cara de nojo –, mas de que briga você falava? – perguntei curioso.

Matteo e Tato eram de uma banda que tocava em pubs e bares por Milão e região, mas, aparentemente eles tinham saído da banda depois de uma briga com instrumentos quebrados e o pulso de Matteo deslocado.

—COMO VOCÊ DESLOCA O PULSO SOCANDO ALGUÉM, BOCÓ? – perguntei zoando Matteo do outro lado da mesa.

—Não tinha pleno conhecimento sobre a minha força – ele disse dando de ombros e eu ri.

—Ai que burro – eu estava já chorando.

Matteo era muito pacífico, mas eu esperava que ele soubesse brigar porque é o irmão mais novo de quatro garotos.

—Te manca, idiota, você nem sabe com aconteceu – ele disse bravo e a risada na mesa foi geral.

—Ei, isso significa que minha ideia de música ao vivo no pub acabou? – Tom perguntou chateado.

Ele tinha conversado com Tato sobre aquilo e ele tinha topado na hora, não sabíamos que não existia mais banda.

—Não, para com isso. Estamos apenas procurando um baixista e um baterista – ele falou fazendo careta.

—Se precisarem de um terceiro guitarrista... – brinquei.

—Ei, Bobby toca bateria – Bella falou e o amigo a beliscou – Para idiota, é uma boa chance.

—Ahm... Parece interessante – Tato disse colocando a long neck de lado – Toparia tocar um dia conosco, para vermos como aconteceria? – perguntou animado.

Tato e Matteo faziam faculdade de música, ou seja, era no que eles queriam trabalhar mesmo.

—Claro, seria legal – Bobby concordou – Mas se Bella estiver nessa também, sabiam que ela tinha uma banda? – perguntou retoricamente e Bella rolou os olhos.

—Eu não toco baixo, idiota – ela bufou.

—Eu posso te ensinar, não é nenhum bicho de sete cabeças – o tal Lucca disse distraído, cutucando algo em seu prato.

Todos o encararam como o leso que estava sendo. Os caras acabaram de dizer que procuravam um baixista e o garoto não se pronunciou.

Bella riu alto.

—Lucca, e se você fizer o teste junto com Bobby? – ela perguntou como quem fala com uma criança de sete anos.

Ele encarou Bella, surpreso, então olhos os meninos que o encaravam, animados e então deu uma risadinha.

—Também pode funcionar – ele deu de ombros.

Os quatro começaram a conversar entre eles e, por fim, tinham combinado ensaios em Pizzighettone, na garagem de Lucca, para ser mais exato. Gostei dessa junção de amigos entre Bella e eu, esperava que aquela fosse uma chance de nos juntarmos mais, porque parecia que, desde que chegamos à Itália, cada dia ficávamos ainda mais longe um do outro.

A sexta-feira foi ótima, voltamos tarde para Pizzighettone, mas tudo valeu a pena. O pessoal todo já estava se dando muito bem e eu gostava de ter esse amplo ciclo de amizades que era tão oposto ao que Bella e eu estávamos acostumados, após uma vida toda entre o grupo com seis pessoas.

Não entrei naquele mérito, era diferente. Fui dormir depois de desejar uma boa noite a Bella que já estava vidrada no celular e caí no sono sem muitos problemas ou pensamentos naquela noite, relaxado com o bom andar da vida.


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Notas finais do capítulo

Um capítulo de transição só para conhecermos um pouco mais da vida deles na Itália e conhecer os novos personagens da história.

Sei que é muita gente, mas prometo que aos poucos vamos conhecendo e nos apaixonando por cada um deles - uns menos que outros hahahaha

Espero que tenham gostado, aguardo os reviews.

Um beijão.



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