about love and stuff. escrita por unalternagi


Capítulo 15
Deixe o vento levar tudo o que está quebrado


Notas iniciais do capítulo

Capítulo de hoje traz a perspectiva sobre como tudo ficou no continente americano e, no final, uma surpresa que ainda é uma incógnita sobre o que ela significa.

Espero que gostem.



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Capítulo 15 – Deixe o vento levar tudo o que está quebrado

|ALICE|

Depois de duas semanas da partida de Bella, Jasper e eu estávamos, praticamente, almoçando sozinhos todos os dias. Edward vivia falando com ela pelo celular e preferia se sentar sozinho – depois de eu reclamar sobre a falta de consideração dele.

Rosalie, por outro lado, tinha voltado a ser o cérebro obsessivo por conhecimento então, a maioria de seus intervalos era marcado por um rápido lanche e muito estudo na biblioteca do colégio.

Por isso, Jazz e eu decidimos aceitar o convite de Ben para almoçarmos na mesa dele e foi legal. Começamos a aumentar o nosso círculo de amizade e, mais três semanas depois, estávamos bem ambientados por ali.

O Halloween tinha sido muito divertido. Rosalie e Edward foram conosco e as fantasias foram assunto na cidade por um tempo porque ganhamos o concurso anual que faziam.

Tio Charlie arrumava as últimas coisas para ir encontrar a família dele na Itália. Ele partiria no início de dezembro e eu já sentia falta imensa dele. Mamãe o proibiu de jantar na casa dele sozinho, ela dizia que era triste e completamente desnecessário, então toda a comida que tia Renée congelou, ele levava de marmita para o trabalho.

—Lice – Tanya chegou sentando ao meu lado – Ficou sabendo sobre o novo aluno?

—Não – falei animada.

Já que eu estava no inferno, iria abraçar o capeta. Nunca fui muito ligada nas conversas que rolavam na cidade, mas eu vinha ficando muito entediada e, desde que Tanya começou a trabalhar na loja dos Newton no lugar de Bella, eu virara amiga dela e estava por dentro de todas as fofocas mais quentes da cidade.

—Mark, o chefe de polícia, trouxe o filho para morar com ele. O nome dele é Alistair e tem nossa idade, ele começa amanhã.

Fiquei muito surpresa, não era “normal” ter alunos novos na escola, quem diria no último ano.

—Que legal – comentei e ela assentiu.

Voltamos na conversa geral da mesa e vi Edward entrando na lanchonete. Acenei para ele e ele se sentou conosco.

Às vezes ele fazia isso, ele estava bem ambientado na mesa também. Por mais distante que pudesse parecer, Edward era muito simpático e não era difícil ele fazer amizade.

—Amor, vai comer a pizza? – Jazz perguntou meio distraído com algo que Mike contava a eles.

—Não, peguei para você, príncipe – sorri e ele beijou meu nariz pegando a pizza.

Voltei a conversar com Eric, que cuidava do jornal da escola e perguntava sobre a possível matéria que faria com o novo aluno.

—Eric, isso é invasivo de mais – falei quando ele pensou em ir buscar o garoto na casa dele.

—É estranho também, não seja força barra com ele se não nem em nossa mesa ele se sentará – Jess disse irritada.

Ela era muito nervosa, mas eu gostava dela. Minhas favoritas eram Tanya e Angela, não nego, mas eu gostava das outras meninas também. Passei o resto do intervalo rindo das ideias doidas sobre os  títulos da matéria.

.

|ROSALIE|

Peguei o livro e corri para a aula de literatura que eu tinha agora. Fiquei esperando no corredor pelo professor e os meus colegas de turma, o intervalo ainda não tinha acabado, então me sentei perto da porta com o livro de direito da família.

—Está adiantada, como o usual – o professor comentou e eu ri dando de ombros.

Entrei na sala com ele e sentei mais ao fundo, na carteira que eu preferia. Distraí-me com o livro, então levei um susto quando o sino soou, denunciando o fim do intervalo.

Não demorou para a classe encher.

O professor deu uma boa aula e eu segui para o resto das minhas depois. Encontrei com Ed no estacionamento ao fim do período.

—Oi – falei e ele sorriu.

—Como foi sua aula? – ele perguntou interessado.

Edward sempre foi um amigo muito atencioso e legal, mas não vou negar que depois que Bella foi para a Itália, ele tinha ficado quatro vezes mais ligado, eu achava graça, mas nunca comentava nada para ele não ficar sem graça e eu, realmente, não me incomodava em dividir sobre meu dia com ele.

Deixei-o no hospital com o meu carro e fui para casa.

Alice e Jasper estavam com o volvo hoje. Nós íamos mudando, o hospital era caminho para mim e a loja dos Newton caminho para a delegacia e para Jazz. Cheguei na rua de casa, mas me surpreendi ao encontrar tio Charlie na garagem aberta dos Swan, então parei o carro no meio fio para falar com ele.

—Oi tio – sorri e ele pareceu surpreso.

—Tudo bem, querida? Não a vi chegando – ele disse dando um beijo em meu cabelo.

—Sou discreta – brinquei arrancando uma risada dele – Algum problema? – perguntei para ele percebendo a quantidade absurda de lençóis que ele encarava.

—Bem, Renée pediu para tampar tudo antes de ir... – ele falou e eu senti o meu coração comprimir, mas não comentei nada.

—Precisa de ajuda com isso?

—Seria ótimo, Rose – ele disse parecendo aliviado.

Faltavam duas semanas para a chegada de dezembro e, consequentemente, para a mudança de tio Charlie.

Nas semanas que se passaram eu tinha novidades de Bella e Emmett através de Edward, principalmente, e conversei com os dois poucas vezes pelo Skype.

Até onde eu sabia, Emmett já estava trabalhando e Bella estava estudando e ajudava a avó dela a cuidar do avô. Tinha ido para a primeira sessão de quimioterapia com eles e estava sendo uma neta super presente e carinhosa, como eu esperaria se tratando de Isabella.

Era estranho não saber de cada pequeno fragmento da vida dela e não poder contar sobre a minha, mas pensei que eu estava sem tantas novidades e ela, com certeza, muito ocupada com todas as coisas novas de sua vida.

Naquela tarde, ajudei tio Charlie a limpar e proteger os móveis do primeiro andar da casa dele, com exclusão da cozinha. Íamos fazer aos poucos e eu o prometi que ajudaria ele. Hoje ele estava de folga por ter passado o fim de semana todo resolvendo um caso, mas continuaríamos só na semana seguinte, ofereci ajuda para ele para fazer as malas, mas ele disse que Edward já tinha se comprometido com ele.

—Quer jantar comigo? Tenho que acabar com a comida que sua tia estocou, acho que ela estava preparada para uma era do gelo, não dois meses longe – ele falou brincando, mas entendi quando vi o freezer ainda bem cheio de comidas nos mais diversos potes - Acho que assim Esme me deixa jantar em casa.

Aceitei o convite e descongelamos uma carne de panela para jantarmos, fiz o arroz e tio Charlie temperou a salada. A noite tinha caído e escutei a porta da frente sendo aberta.

Sogrinho— escutei a voz de Edward soar e comecei a rir.

—Esse garoto acha que só porque minha filha acha ele bonito eu não usaria minha arma contra ele – tio Charlie ridicularizou e eu ri ainda mais.

—Que surpresa – Edward disse entrando na cozinha.

Ele me cumprimentou e ligou para Esme para avisar que ele e Charlie jantariam ali nos Swan mesmo. Mandei mensagem para meus pais e meu irmão não ficarem preocupados, mas com certeza tinham visto o carro no meio-fio. E, assim, passei uma boa noite com Edward e tio Charlie enquanto comíamos a deliciosa janta de tia Renée e conversávamos sobre as mais diversas amenidades.

.

Terminei mais uma leitura sobre direito e, a cada dia, eu me convencia mais de que era essa a carreira que eu queria seguir. Tomei um banho e deitei para dormir.

No dia seguinte, um sábado “ensolarado” nos padrões de Forks, saí para correr com Jasper e Edward, como tínhamos começado no início de novembro. Era bom estar com os dois e Edward ditava as trilhas, enquanto cada um se mantinha preso em seu próprio mundo no fone de ouvido, até chegar no ponto final que, hoje, era uma colina bonita.

—Eu construiria uma casa aqui – Edward falou quando paramos para nos hidratar.

—Nossa, fácil – Jazz concordou.

Fiquei só olhando ao redor, toda a floresta a nossa volta, sem muito o que falar.

—Queria falar com vocês – Jasper disse depois de um tempo quieto – Conversei com Mark e com tio Charlie... Estou pensando em me alistar no exército – ele anunciou.

Edward e eu trocamos um olhar surpreso.

—Quando começou a pensar nisso? – perguntei curiosa.

—Não sei direito, mas eu gosto do trabalho da delegacia e vocês sabem que sempre gostei muito das histórias do tempo em que tio Charlie serviu... Eu não sei, parece certo em algum lugar da minha mente.

—E a nossa banda? – Edward perguntou brincando.

Eles tinham desistido, nunca mais tocaram desde o baile de boas-vindas e, para falar a verdade, não escutei mais eles cantando desde o acampamento de “adeus” que fizemos para Bella e Emmett.

Jasper riu com ele.

—É ainda seu sonho? – perguntou.

Edward negou rapidamente com a cabeça.

—Não tem graça sem eles – ele disse sincero e suspirou.

Senti-me compadecida com ele. Deveria estar sendo difícil para Edward, ter que dar adeus assim para Bella, sem aviso prévio nem nada. Era óbvio a falta que ele sentia, mas eu achava que ele estava sendo bem maduro sobre a situação toda.

—E o que tem pensado? – perguntei curiosa.

Para mim era quase natural que as pessoas começassem a faculdade instantaneamente depois da escola, por isso o dar de ombros de Edward me confundiu.

—Eu não tenho certeza ainda – ele se contentou em dizer.

Ficamos quietos por mais um tempo, apenas nós três.

—Alice já sabe? – perguntei a Jazz.

—Não.

Edward ficou sério.

—Tem que contar a ela logo – ele falou.

—É complexo contar as coisas para a sua irmã, Edward – ele suspirou – Vou ver se é isso mesmo o que quero e depois conversarei com ela. Não estou disposto a comprar briga nenhuma desnecessariamente – ele disse.

Edward bufou, começou a dizer a Jasper que era injusto com Alice, que ela merecia saber para poder começar a se preparar e mais um monte de coisas. Foi uma conversa chata, então comecei a voltar antes deles terminarem. Eu não estava a favor de embates.

Segui pela trilha de volta e logo senti os dois atrás de mim, mas os fones de ouvido abafaram a conversa que eu sabia que eles ainda tinham agora que apenas caminhávamos para casa.

Cheguei por ali e tomei um banho gostoso, lavei meu cabelo e coloquei uma roupa confortável para passar o resto do dia em casa.

Desci para o escritório de meu pai e coloquei o livro na estante, começando a passar pelos próximos títulos.

—Descobri quem é minha ratinha de biblioteca então – escutei meu pai atrás de mim e senti meu coração acelerar com o susto.

—Assustou-me – eu sorri o encarando.

—Desculpe, meu bem – ele disse se aproximando – O que te faz roubar-me um livro de direito por vez? Algo em que eu posso ajudá-la? – perguntou sentando-se na cadeira de couro, atrás da mesa.

—Acho que sim. O que te fez escolher o direito? – perguntei sentando na cadeira de frente a ele.

Os olhos castanhos do meu pai brilharam com a pergunta e ele sorriu antes de me responder.

—A justiça sempre me encantou, querida, eu defendia meus amigos da escola dos professores desde que consigo me lembrar, cresci com a profissão em mente, acho que nunca pensei em outro curso. Por que a curiosidade? – perguntou desconfiado.

—Acho que o sangue começou a correr na minha veia – comentei e ele sorriu animado.

Se levantou e tirou-me do lugar para abraçar-me forte.

—Está brincando comigo? – perguntou incerto.

—Não, papai. Vou aplicar para cursar direito na Columbia.

Ele parecia mais do que apenas satisfeito e contente e eu fiquei feliz por ter escolhido aquela carreira. Ficamos o resto do dia conversando sobre aquilo, paramos apenas para almoçar, e ele encorajou-me a contar para Jazz e mamãe sobre meu plano. Papai emprestou-me livros que inspiraram ele e fiquei ainda mais animada.

Alice me ligou no fim da tarde para sairmos e fomos Edward, Jazz, Ali e eu para o cinema de Port Angeles.

—Ele ficou muito feliz – contei a eles sobre meu pai.

—Também pudera né. Você é um crânio e se inspirou nele para sua carreira, deve dar o maior orgulho, sensação de que inspirou quem mais sonhou inspirar – Alice disse e eu concordei.

—É um bom ponto de vista.

Fomos conversando animadamente. Edward estava falando com Bella por mensagens e mandou uma selfie de nós quatro indo para o cinema.

—Ela disse que queria estar conosco e que, se assistirmos um suspense sem ela, ela volta para nos bater – ele leu rindo.

—Vou assistir então, só para ela voltar – Alice disse com um bico.

Tia Esme e tio Carlisle apoiavam os filhos em todos os sonhos e sempre tentaram dar tudo o que eles queriam, mas, dos dois, Alice era de longe a mais mimada porque, além de ter tudo o que queria com os pais, Edward - como um ótimo irmão mais velho - também fazia todas as vontades dela.

Chegamos em Port Angeles e decidimos por assistir uma comédia. Alice tinha ido ao banheiro e eu a esperava do lado de fora. Edward e Jasper estavam comprando coisas para comermos durante a sessão. Fui surpreendida pelo meu professor de literatura.

—Srta. Hale – ele disse animado.

—Ah, como vai? – falei simpática.

—Fazendo a única coisa que temos chances em momentos de lazer, nessa cidade minúscula – ele falou divertido.

—Não vou negar, sei como se sente.

—E a senhorita? Está com o namorado ou...

—Não, apenas meu irmão e amigos. E o senhor? – perguntei por pura educação, mas reparei que tanto a pergunta dele quando a minha eram completamente sem ética alguma.

—Sozinho. Terminei um noivado a pouco tempo – ele contou, dando informações de mais.

Fiz careta por ter perguntado.

—Desculpa – murmurei.

—Imagina, não tem problema algum. Que filme escolheu assistir?

Ele estava interessado de mais, eu não era muito idiota para negar que eu tinha entendido o interesse súbito dele, mas achei muita prepotência achar que ele poderia estar interessado em mim.

—Ahm, é a única comédia – eu ri.

—Uma pena, prefiro filmes de ação – ele falou e eu assenti.

Para dizer que entendia a preferência, não porque fosse mesmo uma pena.

—Vamos, Rose? – Alice chegou distraída, não reparou que eu falava com o rapaz.

—Ahm, Ali, esse é meu professor de literatura – falei e ela olhou para ele o reparando pela primeira vez – Sr. King, essa é a minha amiga, Alice Cullen – falei simpática.

—É um prazer, srta. Cullen. Sou Royce King II.


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Notas finais do capítulo

E então?
Quais são os julgamentos de vocês? Royce será boas notícias ou péssimas?

Nos vemos logo.



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