The adoption escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

aviso: um pouco de ação



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Capítulo 7

No dia seguinte quando Corine chega da escola depois de Esme ter ido buscá-la Carlisle a procura em seu quarto:

— Filha, vamos estudar para sua prova de biologia hoje?

— Pode entrar pai – a menina fica tensa.

— Não tenha medo – Carlisle ouve o coração da jovem – eu sou o mesmo que sempre fui antes de você saber a verdade.

— Agora que eu sei parece mais estranho ter que fingir na escola que tudo está normal. Eu não gosto de mentir.

— Não é mentir criança, é só não dizer o que ninguém precisa saber.

— Eu me sinto uma farsante, não sou boa nisso, logo vou deixar escapar alguma coisa... eu não quero expor você e mamãe.

— Não tenha medo filha, eu não pediria para você fazer algo que eu não acreditasse que consegue. Além do mais é só até o final do ano, depois vamos nos mudar.

— Até lá vou ter que fingir?

— Sim, continue a agir como se não soubesse de nada.

— Mas eu sei, não posso fingir que não sei o que sei. Parece que as pessoas me olham como se soubessem que eu tenho um segredo.

— Filha, todas as pessoas tem seus segredos. Ninguém sabe de tudo da vida de todo mundo.

— Sim, pode ser, mas o nosso segredo é muito mais grave do que o das outras pessoas. Eu tenho medo o que as pessoas fariam com vocês se soubessem, por isso jamais vou falar nada.

— Nós iríamos fugir, deixar tudo para trás. Nós somos rápidos. Para não machucar ninguém eu prefiro escapar. Levaríamos você para os EUA conosco, como planejado, só anteciparíamos um pouco o que vamos fazer.

— Pai...

— Filha você está com medo de ficar sozinha comigo agora?

— Eu não sei o que eu sinto, é esquisito.

— Querida, eu sou quem eu sempre fui. Não vou fazer nenhum mal a você. Nunca fiz e nunca farei. Acredite.

— É difícil, agora que eu sei. Mas vou tentar, por você.

— Obrigado. Tente se lembrar como ficava perto de nós antes de contarmos para você o que somos.

Carlisle senta na escrivaninha enquanto Corine fica sentada na outra cadeira perto dele. Os dois lêem a matéria e a menina pergunta:

— Pai você disse ontem que vocês tem 25 pares de genes e os lobisomens 24 mas como se quando as pessoas tem outro gene ficam doentes?

— Nós temos outro par, não apenas outro cromossomo. Ou é porque somos seres sobrenaturais.

— Ah!

Terminam de estudar.

— Obrigada por me ajudar papai! – Corine beija a bochecha de Carlisle. – Acho que vou tirar 100 nessa prova.

— Ai de você se não tirar! – ele brinca, mas a filha fica rígida.

— Eu estava brincando, você não é obrigada a tirar 10. Se conseguir 80 ou 90 está ótimo.

Por um instante Corine lembrou de como seu pai ficava bravo quando ela tirava 70 em uma prova. Não é uma nota tão baixa, mas ele ficava irritado e batia nela. Como se fosse adiantar depois da nota tirada. Isso não se repetiu, mas ela tinha medo sempre que entregava o boletim. E se ele agora dissesse que 80 era inaceitável? Ela tinha medo de apanhar por causa da nota.

— Eu vou conseguir... – diz com a voz tremendo.

— Eu jamais faria algo contra você por causa de algo assim tão fútil. Motivo torpe para agredir um filho. Não eu prometo que nunca vou levantar a mão contra você filha.

Carlisle pega a menina no colo enquanto ela chora.

— Eu não quero decepcionar você nunca papai. Nem mamãe. Ainda mais agora que eu sei que vocês são tão perfeitos.

— Não somos perfeito como você pensa e sabemos o que você pode e não pode, sabemos o que esperar. Seríamos tolos se quiséssemos outra coisa. Seu pai foi muito exigente e intransigente. Você era apenas uma criança, não devia esperar de você mais do que você podia fazer. Ele foi pouco inteligente, você não fez nada de errado querida.

— Papai, me desculpe... - ela diz soluçando no peito dele.

— Você não tem culpa do que fizeram com você, criança. Nós sabemos tudo, as assistentes sociais do orfanato nos disseram tudo que você passou. Seu pai era um monstro. Ele está preso pelo que fez.

— Está?

— Sim, ele foi condenado a 25 anos de reclusão.

— Tomara que ele apodreça lá – Corine diz cheia de ódio.

— Filha!

— Ele matou minha mãe. Ela era tão boa! A única que cuidava de mim depois que ele me batia.

— Ela deiixava ele te bater?

— Sim, ela sabia. Mas o que ela poderia fazer?

— Ela deveria ter denunciado antes que acontecesse essa tragédia.

— Mas assim eu pude conhecer vocês, fico feliz por isso. Ter os dois pais bons é melhor do que apenas um.

— Entendo o que você quer dizer filha. Mas e como foi sua noite, teve algum pesadelo?

— Por incrível que pareça não tive, achei que teria depois de tanto medo, mas não tive. ‘Dormi como uma pedra’, não sonhei nada.

— Tomara que você nunca tenha nenhum pesadelo.

— Obrigada mais uma vez papai.

O cheiro de comida invade o quarto  e os dois descem para ver o que Esme está preparando na cozinha.

...XXX...

 

18 de novembro de 2002

Mais alguns dias se passam e quando Carlisle chega em casa depois de seu plantão no hospital, de manhã, Esme vem até a porta recebê-lo:

— Bom dia querida! – ele saúda ao sentir o perfume da esposa antes de vê-la.

— Bom dia querido! Muito bom dia.

— Qual é a novidade meu amor? – Carlisle sabe que aconteceu alguma coisa, pois Esme está muito feliz, mais do que de costume.

— Nossa filha não é mais uma criança! Aconteceu a pouco menos de uma hora.

Carlisle percebe o que a esposa não notou. Sim, é verdade, a filha deles está tendo sua menarca ou primeira menstruação, mas ela está sangrando mais do que deveria ou seria o normal. O fluxo pode ser intenso nas primeiras vezes, mas não tanto assim.

— Corine disse que estava cansada e com sono, por isso a deixei dormir mais um pouco e desci para fazer o café-da-manhã e te esperar... - ela percebe que o marido não está ouvindo. – Querido, o que foi?

Carlisle sobe para o quarto da filha e Esme o segue:

— Querida, ligue o carro – ele pede com a voz urgente, mas controlada.

— Carlisle o que está acontecendo? – ela pede enquanto faz o que o marido pediu.

— Corine está com hemorragia, ela poderia ter morrido se eu não tivesse chegado agora – diz pegando a filha nos braços.

— Ai meu Deus! Como eu não percebi?

— Você é muito jovem Esme, além disso eu sou médico e lido com pacientes todos os dias e identificar algo errado para mim é corriqueiro.

Os dois levam Corine para o hospital em que Carlisle trabalha, por ser o mais perto de onde eles moram:

— Dr. Cullen o senhor por aqui! – exclama a secretária ao vê-lo.

— Minha filha não está nada bem.

— Pode levá-la para a UTI, sabe onde fica.

— Posso entrar? – pergunta Esme para a recepcionista.

— Sim é claro, Sra. Cullen – todos no hospital conhecem a esposa do médico.

Ele assente e atravessa as portas de vai-e-vem seguido por Esme. Ambos atravessam os corredores do hospital andando o mais depressa possível. Sobem as escadas correndo até chegar no  terceiro andar onde fica a Unidade de Terapia Intensiva. Então Carlisle deita a filha em um dos leitos da UTI e liga todos os aparelhos que precisa nela.

— Ela vai ficar bem, querido? – Esme rompe o silencio que estava instaurado entre os dois.

— Não sei meu amor, espero que sim. Talvez eu cheguei tarde demais.

— Carlisle não se culpe, se alguém é culpado sou eu. A culpa não é sua, é minha. Eu não nasci para ser mãe. sou boa só porque meus filhos são vampiros e imortais, mesmo assim eles vivem brigando, quando tenho filhos que são humanos e portanto mortais eles acabam morrendo. Eu não consigo mantê-los vivos, por quê? Oh Deus! Não deixe Corine morrer.

— Esme, não fale assim. Até hoje nossa filha estava bem.

— Graças a você.

— Não, quem passava a maior parte do dia com ela era você. O que aconteceu hoje foi por acaso, ou iria acontecer independentemente se ela estivesse conosco ou não. Se nós não estivéssemos com ela, Corine teria morrido. Que bom que ela estava conosco!

— Então ela não está morta?

— Claro que não Esme, eu posso ouvir seu coração. Veja a máquina querida!

‘Bip... bip... bip...’

...XXX...

 

Alguns dias se passam

— O que há com nossa filha, querido, porque ela demora tanto para acordar?

— Nossa filha está em coma apenas – diz Carlisle.

— Coma? Claro que eu sei o que é, mas assim de repente?

— Sim querida. Ela não está morta, mas também não está consciente. Nem pode nos ouvir. Apenas as suas funções vitais são mantidas com auxilio dos aparelhos. É como se ela estivesse dormindo como numa espécie de sono. Não sei se ela vai voltar ou quando isso vai acontecer, se acontecer. Caso necessário eu vou intervir.

— Vou ficar aqui com ela para sempre.

— Acho melhor levá-la para casa e cuidarei dela lá. Liberarei um leito de UTI para outra pessoa que precise. Nem todo mundo tem sorte em ter um médico na família.

— Realmente foi muito bom nossa filha ter você. E eu fico ainda mais orgulhosa ao vê-lo pensar nas pessoas humildes.

...XXX...

Levam a filha para casa e montam uma UTI no quarto dela:

— E a escola? – pergunta Esme aflita para o marido.

— Eu NE, tinha pensado nisso, querida. Mas o ano já deve estar acabando.

Corine vai cursar o ensino médio nos EUA. Quando acordar.

— É verdade, ainda bem! Vou telefonar para o colégio e avisar.

— Vamos nos mudar assim que o ano novo vier.

— E se ela estiver ainda desacordada? – ela torce para que a filha fique boa logo.

— Já pensei em tudo, querida. Vamos em nosso avião particular.

...XXX...


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