Retornos & Reencontros escrita por Auto Proclamada Rainha do Sul


Capítulo 2
Capitulo 2




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Arya estava deitada sozinha em uma cama no quarto principal de Ponta Tempestade. No fim das contas, Gendry não havia mandado ninguém arrumar um quarto para ela, ele havia cedido o quarto para ela. Dizia que seu filho merecia o melhor.

Ela não esperava aquela reação, pela primeira vez ela sentiu que era vista como uma barriga e isso era tudo que ela nunca queria ser.

Ela rolou na cama por vários instantes até perceber a presença de alguém no quarto. Ela logo ficou pronta para matar alguém antes de perceber que não precisava se preocupar com isso.

Os músculos relaxaram devagar, mas o lorde de Ponta Tempestade não se aproximou, ficou apenas olhando-a de longe. Arya não queria acreditar que Gendry a olhava como uma parideira. Logo Gendry.

— Eu não vou ficar muito tempo — ela falou se remexendo na cama para ficar de frente para ele.

— Fique o tempo que precisar — ele respondeu depois de respirar fundo, queria dizer que ainda a amava e queria que ela ficasse para a sempre, mas sabia que se fosse sincero demais ela fugiria antes do amanhecer.

— Sansa pediu que eu parisse em casa, onde há parteiras conhecidas e de confiança.

Gendry finalmente se aproximou e sentou aos pés dela na cama, segurando a canela torneada nas mãos. Aquilo a espantou um pouco, imaginou que ele iria tocar sua barriga para sentir o bebê.

— Eu ia propor que ficasse aqui para parir.

A mão começou a acariciar as canelas em uma carícia tão intima que Arya nunca imaginara que pudesse gostar, mas naquele momento não havia nada que ela quisesse mais do que aquelas carícias.

Ela não sabia responder aquilo, ainda levaria meses parar que 3 meses para que a criança desse os primeiros sinais de nascença, ela não poderia ficar por tanto tempo ali, mas realmente queria ficar.

— Eu não estou pedindo você em casamento, Arya! — ele falou enquanto descia a mão até seus pés, acariciando os dedos torturados pelas viagens intermináveis.

Arya recolheu os pés, se sentando na cama com os pés próximos ao corpo, como se quisesse se defender do toque dele. Gendry parou, com a mão no ar onde antes havia estado o pé de sua amada.

— Você não me precisa me olhar como uma parideira.

— Eu nunca faria isso — ele respondeu, parecendo realmente ofendido com a suposição dela. — Eu só quero que fique confortável.

— Winterfell é meu lar de desde que me conheço por gente — ela respondeu — É confortável.

— Eu não vou prender você — ele disse voltando a se aproximar dela, mas não a tocou.

— Conseguiu dormir? — ele perguntou, olhando-a diretamente nos olhos.

Naqueles momentos ela podia ver que a preocupação de Gendry era com ela e não necessariamente com o bebê. Naqueles olhos azuis era possível ver que havia mais do que amor, havia preocupação e desejo de protege-la. Ela havia matado o Rei da Noite e mesmo assim Gendry sentia que precisava protege-la, isso a fazia lembrar de seu pai.

— É dificil dormir a noite — ela respondeu, acariciando a barriga onde a criança se virava.

— Ele mexe muito? — perguntou Gendry, encarando os dedos finos da assassina.

— Mais do que muito — ela respondeu — e a barriga não ajuda a encontrar uma posição confortável.

Ela se ajeitou na cama, apoiando a base da coluna sobre o travesseiro e esticando um pouco a perna, em dúvida se podia ou não apoiar as pernas sobre Gendry.

— Quer esticar as pernas? — ele perguntou, pegando um outro travesseiro e colocando sob as pernas dela, tentando evitar algum contato.

Ele levantou da cama e ficou a observando dali, de pé e com as duas mãos as costas, balançando de um lado para o outro parecendo desconfortável.

— Gendry! — ela chamou, um pouco hesitante, não sabia que reação o próximo pedido dela poderia gerar e, de verdade, nunca tinha sentido a necessidade de carinhos como aquele, mas poderia usar o bebê como desculpa para sua carência — Pode continuar a fazer aquilo?

Ela a encarou sem entender por algum tempo, até que olhou para os dedos do pé encolhidos e então ela sorriu, se sentando no lugar do travesseiro e acariciando os pés novamente.

— Obrigada — ela respondeu, a gravidez havia lhe trazido ao menos uma coisa boa. Uma carta branca para ser uma pessoa muito diferente de quem ela realmente era e apesar de não querer isso, ela podia se aproveitar em pequenos momentos.

Gendry sentia ela se desfazer em suas mãos, ficando cada vez mais molenga e descontraida. Ele so havia visto uma vez, que foi quando a teve sobre ele nas palhas de Winterfell. Ele podia não se sentir da mesma forma, mas só de velha daquele jeito, podia perdoar 500 foras que ela lhe desse.

Arya suspirou, após um longo tempo e então Gendry resolveu perguntar — Acha que já consegue dormir?

— Mais um pouco — ela disse, afundando o corpo ainda mais. Os cabelos agora mais longos formando um halo em torno de sua cabeça. Gendry só podia se encantar com imagem de menina inocente. Quase podia esquecer que ela havia matado muitas pessoas e ameaças ainda maiores.

— Só um pouquinho — ele falou sorrindo de volta com a preguiça da mais jovem — Eu nunca imaginei em você como uma mãe dengosa.

— Eu não sou dengosa — ela respondeu, fazendo um beicinho — A gravidez me deixou carente.

Ele sorriu de novo, passando o polegar pelo arco do pé, o que fez com que ela arqueasse as costas, da mesma forma que fizera na noite em que conceberam a criança.

— Eu não estava assim antes que você começasse com isso — ela respondeu mais uma vez.

— Acho que é hora de dormir — ele respondeu, largando os pés dela e então se levantando.

Gendry já estava perto da porta quando Arya o chamou novamente. — Você quer sentir?

Ele sorriu e então sentou ao lado dela na cama e colocou a mão sobre a barriga grande dela, onde a criança se mexia de forma frenética. O bebê pareceu começar a se acalmar com aquilo e até Arya parecia mais confortável quando se ajeitou de lado, empurrando o quadril contra o homem.

— Eu vou dormir — ele falou, afastando a mão da barriga dela, mas Arya segurou sua mão e sem precisar falar, Gendry entendeu que Arya queria que ele dormisse com os dois. Como uma família.


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Notas finais do capítulo

* O capitulo sofreu algumas correções nas palavras, peço perdão pelos erros de digitação.



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