A Filha escrita por Helaena Targaryen


Capítulo 3
Stark


Notas iniciais do capítulo

Oi povinho lindo!
Eu demorei? Desculpe se sim, eu tava pensando e repensando sobre como esse capítulo sairia e de última hora eu resolvi mudar uma informação, pois de D&D pode fazer uma Arya sem coração que apenas usou o Gendry e o dispensou depois, eu posso mudar uma grande informação que a série nos deu e eu odiei completamente.
Vejo vocês nas notas finais.
Boa leitura!



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Sansa estava distraída lendo alguns papeis quando Arya entrou no seu escritório.

Assim que a serviçal revelou que sua irmã seria coroada rainha do Norte, ela saiu correndo do quarto rapidamente querendo entender o que estava acontecendo, era muito para se assimilar.

Descobriu que Sansa estava viva, o Norte se tornou independente e a irmã seria coroada rainha em um mês.

—Desde quando o Norte se tornou independente outra vez?

Sansa pareceu se assustar e largou os papeis para encarar a irmã.

Olheiras se acumulavam embaixo dos olhos que um dia foram gentis, a expressão antes dura se suavizou e um sorriso cresceu no rosto de Sansa.

—Você acordou. – exclamou se apressando para abraçar a irmã.

Arya não recusou o abraço percebendo que o medo de perder a irmã se foi, ela estava feliz agora, porém ainda receosa sobre o que aconteceria dali para frente.

—Eu fiquei com tanto medo de perder você. – Sansa começou falar num tom de preocupação. –Todos que tiveram contato com os Outros pegaram uma febre muito forte, mas duraram apenas 1 dia, porém como você atacou o Rei da Noite e ele lhe tocou, sua febre foi a pior de todas.

—Quanto tempo fiquei de cama?

—Quatro dias. – revelou tocando as mãos de Arya. –Muitas coisas aconteceram durante seu coma febril.

—Como você se tornar a próxima Rainha do Norte?

Sansa apenas assentiu apontando uma cadeira para que a irmã sentasse.

—A conversa será longa.

 

۞

 

A flecha acertou perfeitamente o alvo desejado, na parte do coração, ela precisava extravasar o que sentia - a conversa com a irmã não tinha sido rápida e muito menos fácil de aceitar.

Ela respirou fundo mirando no próximo alvo quando começou a lembrar da conversa novamente.

 

“Jon não é nosso irmão, nosso pai mentiu para nós a vida toda. Ele é filho de nosso tio Brandon com Ashara Dayne, eles se amavam e viveram esse romance antes da Rebelião do Usurpador, Jon é o fruto desse amor.”

 

A flecha acertou o alvo na parte que parecia ser sua mão arrancando uma arte do material que o boneco tinha sido feito.

 

“Eu me ajoelhei pra rainha Targaryen, se não fosse por ela estávamos mortos e ela em troca da minha lealdade, entregou-me o Norte, porém qualquer sinal de traição, eu teria o mesmo fim que nosso pai.”

 

A flecha voou acertando o estômago do boneco.

 

“Sangue inocente derramado. Sangue contra sangue.”

 

A última flecha era a menor de todas, porém a mais rápida, ou seja, a mais fatal.

 

“Entenda que tudo está em jogo, nossa casa, nossas vidas, nosso futuro. O jogo dos tronos ainda não acabou.”

 

A flecha atravessou a cabeça do boneco o arrancando no processo. Arya grunhiu jogando o arco em algum canto e colocou as mãos nos cabelos os puxando com força.

 

“Você pode ter matado o Rei da Noite, mas a ameaça não acabou, para podermos viver em paz, Jon se casará com a rainha Targaryen para que não haja conflito num futuro próximo e impedindo a uma nova Guerra da Fúria dos Reis.”

 

Lágrimas queriam descer de seus olhos, porém ela se recusava a acreditar que todas aquelas informações fossem verdade.

Ela não percebeu quando alguém se aproximou, estava como a guarda baixa e podia facilmente ser atacada naquele momento, porém quem se aproximou não era uma ameaça, não no ponto de vista dela.

—Você sempre foi boa nisso.

Ela se endireitou ao perceber que Bran estava perto dela e com a mesma expressão impassível de sempre.

—Como você...

—São muitas coisas para assimilar, eu sei. – ele murmurou friamente.

—Você sabia. – Arya sussurrou ainda em choque. –Há quanto tempo?

—Isso não importa.

—Mais é claro que importa. – ela exclamou se aproximando do irmão ameaçadoramente. –Você sabia dessa informação esse tempo todo e não nos disse... Por quê?

—O segredo não era meu. – Bran respondeu simplesmente enfurecendo a irmã.

—Eu não acredito em você, cansei de todos vocês escondendo segredos de mim como se eu fosse uma criança que não compreendesse as coisas que acontecem. – respondeu dando as costas para ele ignorando o que ele poderia falar.

Ela tinha um local para ir naquele momento, sem Sansa, sem Jon, sem Bran, sem Daenerys, apenas precisava saber se ele estava vivo.

 

۞

 

Ele estava trabalhando em uma peça qualquer que ele pudesse consertar.

Fazia quatro dias desde a guerra em que esteve e por algum motivo ele estava vivo, com várias feridas e cicatrizes que talvez nunca sumissem, mas vivo, porém nada disso fazia sentido se ela não tivesse ao seu lado.

Há dois dias a rainha Targaryen o legitimou como um Baratheon verdadeiro e o proclamou lorde de Ponta Tempestade, ele deveria partir de Winterfell assim que a rainha dragão e o Jon Snow fossem para o Sul para confrontar sua última guerra contra Cersei Lannister para enfim acabar de vez com a tirania que esteve presente bem antes de a rainha atual sentar no trono de ferro.

Era o que Gendry esperava no fim das contas, mesmo tendo sido legitimado, jamais deixaria de ser um bastardo sonhando com algo bom.

—O que há com essa armadura, afinal? – uma voz perguntou fazendo um sorriso crescer no rosto dele.

Ele virou o rosto para encontrar os olhos dela, ainda cinzas como fumaças suaves.

—Nada demais. - disse ele, dando alguns passos em direção a ela. –Apenas algumas partes que precisam de um conserto simples.

Quando ela percebeu o quão perto ele estava, a respiração de Arya ficou presa na garganta. 

Ele deslizou a mão para tirar alguns cachos bagunçados do cabelo, que estavam soltos no momento, dos olhos deixando o dedo traçarem o lado do rosto dela.

Ela podia sentir sua respiração em sua pele e sua boca ficou seca. 

—Gendry. - ela sussurrou, sentindo seu peito pesado. 

Quando ele olhou para ela, suas pupilas estavam dilatadas, apagando todo o azul em seus olhos.

Lentamente, ele se inclinou até que seus lábios quase se tocaram e as mãos de Arya se aproximaram instintivamente de seus quadris, agarrando com força o tecido de seu gibão. 

Ela inclinou a cabeça para cima e seus lábios se encontraram no meio do caminho.

Gendry a puxou para mais perto, enrolando os dedos em seus cabelos e ela suspirou em sua boca. 

Com um impulso ela colocou as mãos no peito dele e, lentamente, deslizou os dedos por baixo da parte de cima de sua roupa, traçando seus músculos. 

Gendry se afastou um pouco e encostou a testa na dela, respirando com força.

—Deuses, Arya. - ele murmurou. 

A maneira como ele sussurrou seu nome causou arrepios na espinha e ela o puxou para mais perto. 

Ele inclinou a cabeça para o lado e começou a beijar sua mandíbula e Arya deixou a cabeça cair para trás, apertando os olhos com força. 

Ele a empurrou lentamente até a parede de pedras daquele lugar, e agarrou seus quadris, com um impulso ele a carregou no seu colo fazendo com que ela ancorasse suas pernas atrás de suas costas, e quando ele fez isso, ela sentiu algo duro entre suas pernas.

Gendry empurrou os quadris para frente e ela soltou um som estrangulado, suas mãos se aproximando dos ombros dele. 

Ela se viu arqueando as costas, puxando-o o mais próximo possível. Ela traçou um caminho de beijos em seu pescoço e ele estremeceu, sua respiração ficando mais difícil.

Em passos lentos ele os levou para os fundos, não se esquecendo de fechar a porta no processo para ninguém incomodá-los.

 

۞

 

—Que tipo de lady se deita com um bastardo? – Gendry brincou acariciando os cabelos de Arya.

—Uma ruim. – rebateu soltando uma risada fraca. -Achei que estivesse morto. – ela confessou baixinho e ele soltou um suspiro enquanto ela traçava seu peito com os dedos finos.

—Quando tudo terminou não acreditei que estivesse vivo. – sua resposta fez ela se aconchegar mais perto de si. –Mas fiquei com medo.

Ela levantou a cabeça fitando os orbes azuis que encaravam qualquer lugar daquele quarto, menos os olhos dela.

—De ter perdido você.

Arya levou as mãos até o queixo de Gendry e por estar bastante perto, sentiu o coração dele acelerar, assim como o seu.

—Eu estou aqui, não estou? – um sorriso foi à única resposta que ele deu e ela voltou a deitar sua cabeça no peito dele. –O que deseja fazer quando tudo isso acabar?

—Está se referindo a guerra? – não esperou a confirmação dela. –Talvez ter filhos com uma mulher que me aceite como marido.

—Não será difícil encontrar uma. – brincou sentindo o peito doer. –Infelizmente ela deve aguentar sua estupidez.

Os dois riram tentando aliviar o clima que se tornou pesado.

—Pode me prometer algo? – Arya perguntou depois de um tempo.

—Claro.

Ela se sentou ignorando o cobertor que os cobria revelando sua nudez, ela não se incomodou.

—Não guarde segredos de mim, por mais horríveis que sejam. – disse calmamente. –Por favor.

Ele apenas assentiu tocando o rosto dela delicadamente.

—Eu amo você. – confessou acariciando o rosto dela e como não recebeu nenhuma expressão de horror ou repulsa ele continuou. –Eu não guardaria nenhum segredo de você, por isso precisa lhe confessar isso.

Ela sorriu deitando-se ao lado dele e tocou seu rosto com as duas mãos.

—É mais do que eu mereço.

Arya se aconchegou no colo dele e sentiu o mesmo os cobrir.

O silencio reinou e ela pensou que ele já dormia.

—Eu também amo você. – sussurrou baixinho.

Ela não percebeu, mas um sorriso fraco se formou nos lábios dele, antes de Gendry cair no sono.

 

۞

 

Arya entrou nos aposentos de Bran, sabia que ele estava por lá.

Ainda estava irritada por conta dos segredos que Jon e Bran tinham escondido por todo esse tempo, mas precisava conversar com o irmão, o sonho que teve durante seu coma febril estava a atormentando, pensou que estar com Gendry iria livrar sua mente disso, porém o contrário aconteceu, apenas pioraram, as vozes pareciam gritar cada vez mais.

—Várias perguntas se passam por sua mente. – a voz de Bran disse friamente, ela apenas ignorou a sensação horrível que lhe atingiu. –Mas você ainda quer saber como eu descobri sobre Jon.

—Diga.

 

“-Samwell Tarly.

—Não sabia se lembraria de mim.

—Eu lembro de tudo. – Bran falou com a voz neutra. –Você nos ajudou a atravessar a Muralha. É um homem bom.

—Obrigada, mas não sei se sou. – o Tarly sorriu sem graça. –O que aconteceu além da Muralha?

—Eu me tornei o Corvo de Três Olhos.

Sam assentiu como se entendesse.

—Não sei o que é isso. – confessou.

—Vejo coisas que aconteceram no passado. E coisas que estão acontecendo agora, no mundo todo. – o de cabelos ruivos explicou. –Por que você veio a Winterfell?

Sam se sentou falando.

—Jon vai liderar a guerra contra os mortos. Eu sei. – explicou. –Mas não vai conseguir sozinho, então vim para ajudar.

—Ele está voltando a Winterfell... Com Daenerys Targaryen.

—Você soube disso numa visão? – Sam quis saber com um sorriso fraco.

Bran apenas lhe mostrou a carta deixando o Tarly constrangido.

—Ele precisa saber a verdade. – o Stark falou encarando o fogo.

—Que verdade?

—Sobre ele. Ninguém sabe. Só eu. – respondeu. –Jon não é filho do meu pai. Ele é filho de Ashara Dayne, com meu tio, Brandon Stark. Ele nasceu no castelo de Tombastela. O sobrenome dele não é Snow, é Sand.

—Não é. – negou Sam.

—Os bastardos de Dorne se chamam Sand. – explicou.

—Na Cidadela, transcrevi o diário do Alto Septão. – confessou. –Ele casou Brandon e Ashara numa cerimônia secreta.

—Tem certeza?

—Foi o que o Alto Septão escreveu no diário dele. Não sei por que ele mentiria. Você consegue ver isso?”

 

—O que você viu? – Arya questionou ainda em choque.

—Nosso tio se casou com Ashara em segredo, ele estava a caminho de Correrrio para quebrar o compromisso que Rickard Stark fez com Hoster Tully, sobre casá-lo com Catelyn Tully. – disse. –Porém no caminho ele foi informado de que o príncipe Rhaegar sequestrou sua irmã Lyanna.

Ela apenas se sentou sentindo a cabeça girar, ela agradeceu que o silêncio se fez a partir dai, não aguentava mais escutar nenhuma informação sobre o passado dos Stark.

—Seus sonhos.

Arya encarou o irmão – aquele que um dia já foi seu irmão, corrigiu-se mentalmente.

—É uma profecia. – falou encarando os olhos cinza de Arya, ela se perdeu por alguns segundos nos azuis dele, sem vida, sem cor, apenas opaco.

—A criança do Inverno, a quem se refere?

Os lábios de Bran formaram um sorriso de lado, sombrio, que mandou calafrios para o corpo de Arya.

—Você logo saberá. – disse-lhe antes de seus olhos se tornarem brancos e ele se foi.


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Notas finais do capítulo

RÁ! O Jon não é filho do Rhaegar com a Lyanna e irei explicar o por que!
Pois bem, eu simplesmente odiei essa informação, poxa D&D fuderam completamente com o passado do Jon e fizeram os pais dele, na série sem uns completos egoístas, por causa disso pessoas inocentes morreram, como a Elia Martell e seus filhos, eles não mereciam isso.
Prefiro que o Jon realmente tenha nascido de uma história de amor que infelizmente não teve um final feliz, do que de um "amor" egoísta que gerou uma guerra ridicula, mas quem disse que o passado do Rhaegar e da Lyanna vai ficar pra trás?kkkkk
Ainda tem umas coisinhas sobre eles que eu vou falar, e como eu odeio o Rhaegar, vou fazer ele como vilão sim, spoiler.
Sobre os outros personagens como Daenerys, Tyrion, Jon, irão aparecer no próximo capítulo kkkkk
Espero que tenham gostado rs
Até a próxima gente!
E FELIZ DIA DOS PAIS!?!?!?
Valar Morghulis!



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