Magi Progenie - A Origem da Magia escrita por Child


Capítulo 3
Capítulo 3 - Illirys O'Halloran


Notas iniciais do capítulo

O capítulo foi corrigido, mas tenho certeza que deixei algum erro bobo passar, me avisem qualquer coisa ok?

Boa leitura!



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A viagem para o continente americano aconteceu após três dias a conversa que Kalythea tivera com o Ministro da Magia. Como ambos prometeram, o próprio Ministério da Magia providenciou todos os documentos necessários para a transferência da jovem O’Halloran e cuidou para que a estalagem Bowman-Wright a recebesse de bom grado, enquanto isso já estabelecida nos Estados Unidos, Kalythea discutia os últimos detalhes com um representante do Congresso Mágico dos Estados Unidos, é claro que o MACUSA estava se envolvendo no assunto mesmo depois de deixar a jovem aos ventos no mundo trouxa, ao menos o representante não discutiu muito sobre o assunto e aceitou os termos impostos pelo Ministério da Magia Britânico.

Ao terminar a conversa, Kalythea tratou logo de ir para o orfanato acompanhada pelo representante do Conselho da Confederação Internacional da Magia do MACUSA, a bruxa ainda havia muito o que fazer na Grã-Bretanha e não podia ficar perdendo tempo na América. Ao chegar no orfanato Cleveland, foram recepcionados por uma trouxa idosa e muito atenciosa.

— Estamos aqui para falar com uma das jovens que vive aqui. O nome dela é Illirys O’Halloran. - Informou Kalythea. - Na verdade, estamos aqui para levá-la embora, somos seus responsáveis legais de agora em diante. 

Diante da informação a idosa paralisou, voltou a si instantes depois e usou o telefone para chamar o responsável pelo orfanato que parecia contente com a situação, talvez a jovem O’Halloran estivesse dando trabalho não só para o governo bruxo, mas para os responsável pelo orfanato também, cujo nome era Octavian.

— Posso ver os papéis que comprovam a guarda da garota? Não me levem a mal, mas muitos já tentaram isso. - Disse Octavian.

Kalythea os entregou sem hesitar e o homem os analisou por alguns instantes.

— Me sigam. - Disse o homem seguindo pelo hall principal e subindo as escadarias.

O local era muito bem cuidado e bem espaçoso, haviam poucas pessoas circulando pelos corredores provavelmente pelo horário, afinal ainda era cedo. Apenas Kalythea o seguiu pelas escadarias, subindo andar por andar até o penúltimo onde avistou um extenso corredor com fileiras de portas e só cessaram o caminhar até chegar na última porta onde Octavian deferiu três batidas com os nós dos dedos.

— Será que está acordada? - Indagou a ele.

— Ela dificilmente dorme. - Ele revelou.

A porta se abriu lentamente e para a surpresa de Kalythea, Illirys estava sentada ao chão escrevendo em um caderno. Tal ato a fez perceber que as pessoas daquele orfanato tinham conhecimento de seus poderes, ora, como não teriam? Afinal ela viveu a vida toda aqui, as primeiras evidências de que ela não era uma garota comum com certeza aconteceram nesse quarto e sem dúvida alguma os funcionários ou até mesmo o próprio responsável pelo orfanato também já havia presenciado algum fenômeno paranormal.

— Você tem visita! - Anunciou Octavian.

Illirys levantou o olhar e dirigiu-o para a pessoa que terminava de abrir sua porta, Kalythea adentrava o espaço da garota lentamente e apesar de estar com os olhos fixos na jovem bruxa a sua frente já analisava todo o ambiente em que ela se encontrava. O quarto era pequeno e bem arejado, sua cama estava posta ao lado esquerdo junto a um criado mudo não havia muita decoração exceto por alguns ursinhos de pelúcia desgastados na cama.

— Diretora Hagewasser! - Exclamou Illirys ao mesmo tempo que seu olhar se iluminou ao ver a figura a sua frente se levantando do chão imediatamente.

— Bom dia, srta. O’Halloran. - Cumprimentou Kalythea sorrindo.

— O que traz a senhora aqui? - Indagou Illirys curiosa.

— Deixarei as duas a sós. - Disse Octavian fechando a porta.

— Geralmente eu não me surpreendo, mas estou surpresa pelo fato de me conhecer. - Revelou Kalythea curiosa com a resposta que seria dada a seguir.

Illirys virou-se de costa e ergueu seu colchão pegando um exemplar d’O Profeta Diário, uma edição não tão recente, para ser bem específica a que lançaram revelando em primeira mão a mais nova diretora de Hogwarts e uma entrevista exclusiva.

— Oh! - Exclamou Kalythea completamente surpresa, sorrindo para a menina a sua frente.

Illirys tinha uma estatura baixa com apenas um metro e cinquenta e três centímetros, possuía uma pele caucasiana pálida, seu rosto retangular abrigavam olhos verdes que mais pareciam duas jades lapidadas e polidas de tão cintilantes, lábios carnudos continham um sorriso insistente enquanto seus cabelos louros dourados opacos e sem vida até a altura da cintura lisos na raiz e ondulados nas pontas.

— Agora respondendo sua pergunta, estou aqui para lhe entregar uma carta. - Disse Kalythea com um sorriso.

Kalythea pegou a carta selada com o brasão de Hogwarts e endereçada a Illirys, entregando para a jovem.

— Pra mim?

A mais velha assentiu e Illirys pegou a carta, Kalythea então não pode deixar de notar cicatrizes recentes nos pulsos e no antebraço de Illirys, umas por cima das outras. A jovem bruxa abriu a carta com pressa e praticamente devorou as palavras escritas na mesma.

— Eu não posso ir para Hogwarts. - Disse Illirys com a voz chorosa. - Eu não tenho guardião e não tenho condições financeiras para bancar o material. Eu nunca serei uma bruxa.

Kalythea a olhou por cima enquanto um sorriso singelo se formava em seu rosto.

— Você será uma bruxa sim, tudo isso não importa mais. É com Hogwarts que você está lidando agora. - Disse Kalythea com a voz aveludada estendendo as mãos para a garota.

A jovem bruxa a olhava com os olhos brilhosos e marejados, por tanto tempo as escolas só procuram motivos para lhe despejar na primeira oportunidade que quando a chance lhe sorriu de bom grado nunca pensou que fosse verdade. Por toda sua vida sempre fora jogada de lado e nunca tivera a chance de mostrar seu potencial ou quem poderia ser, um misto de sentimentos inundavam a jovem bruxa naquele momento, mas a única coisa que ela conseguia sentir era gratidão e as lágrimas escorrendo por seu rosto, finalmente podia ser quem ela havia nascido para ser e de uma vez por todas daria um adeus para aquela vida desgarrada que tinha.

— Eu nem sei como agradecer. - Disse Illirys.

A jovem então abraçou Kalythea em um único ato de gratidão, de primeiro momento a mulher paralisou diante da situação, não recebia abraços de outras pessoas que não fossem seus filhos e geralmente sua postura não permitia que ela fosse tão amável, mas dessa vez ela se permitiu. Repousou a mão sob os ombros de Illirys e a abraçou não tão forte. Um arrepio fez o corpo da mulher se estremecer mas a jovem nem percebeu, a verdade era que Kalythea estava a ver todo o passado da garota.

Todas as visões que passavam como um filme diante dos olhos de Kalythea por conta de sua clarividência eram mais do que suficiente para que ela entendesse os sentimentos de Illirys naquele momento, estava no orfanato há muito tempo mas apesar do que parecia as pessoas que ali trabalhavam a afastava das outras crianças e jovens tornando a jovem bruxa uma garota muito solitária trancando-a no quarto toda vez que algo diferente acontecia. Solidão definitivamente era a palavra que descrevia Illirys por completo.

— Não é necessário. - Articulou Kalythea soltando-a - Mas fazer as malas é, partiremos ainda hoje.

— HOJE? - Exasperou Illirys.

— Agora, ande, faça suas malas. - Kalythea ordenou e a garota obedeceu imediatamente.

 

Castelo Hagewasser, País de Gales - 14h00

Muito tempo da viagem de volta para a Europa foi-lhe poupada no momento em que o MACUSA permitira que Kalythea e Illirys usassem a rede de flú especial para longa distância para viajar de volta para o País de Gales, por sorte a própria residência da diretora tinha uma lareira reforçada para receber viagens de longa distância caso contrário sua esta explodiria ao primeiro sinal das chamas roxas e seu escritório iria para o espaço. Uma vez na sala de estar do Castelo Hagewasser, Illirys e Kalythea espalmavam o corpo com o objetivo de diminuir a poeira do flú em suas roupas.

Galahad e Gaheris surgiram na sala de estar ao ouvirem a movimentação e deram de cara com a jovem Illirys maravilhada pela grandeza da residência e por todo seu luxo.

Os dois meninos paralisaram, Galahad apesar dos esforços não conseguia tirar os olhos de Illirys que estava tímida e recuada um passo para trás de onde a anfitriã da casa estava. Os olhos de Galahad seguiram por cada centímetro do corpo de Illirys, mas o que lhe fisgou de verdade foram seus olhos verdes esmeralda que apesar de estarem sendo destacados pelas olheiras fundas ainda permaneciam belos e brilhantes. Já Illirys tentava não ficar encarando como o garoto estava fazendo, mas ela deu uma boa olhada nele. Galahad era um jovem de um metro e setenta e cinco de altura e até galante - aos olhos de Illirys - sua pele era caucasiana um pouco bronzeada, dono de um rosto magro no formato oval com a mandíbula levemente quadrada que já dava sinais para uma possível barba, lábios delineados e pontiagudos, olhos castanhos lineares como um chocolate amargo e cabelos castanhos escuros curto o suficiente para que ele usasse um topete charmoso e uma franja de um lado só sobre a testa, e claro, possuia um corpo magro mas seus músculos eram definidos para um tórax atraente. Sim, como de costume ele estava sem camisa.

Já Gaheris olhava a jovem Illirys com curiosidade e só parou mesmo pela surpresa de ter alguém desconhecido na sala de estar. Ele sorriu para ela ao notar seu completo desconforto.

— Conseguimos chegar mais cedo do que o esperado. - Declarou Kalythea encarando Galahad e sua parcial nudez.  - Essa é Illirys O’Halloran, quem eu fui buscar na América.

— Olá.

A jovem os cumprimentou tímida e esboçou um sorriso largo, de todos os lugares que poderiam ir não imaginou que estaria na casa da Diretora de Hogwarts e tampouco que estava a conhecer os filhos dela.

— Oi, meu nome é Gaheris. - O mais novo cumprimentou. - Você quer brincar?

— E eu sou o Galahad. - Disse Galahad. - Espero que minha mãe não tenha te contado nada sobre mim, porque é tudo mentira.

Kalythea soltou uma risada e balançou a cabeça em afirmação.

— Eu não disse nada sobre você, convencido! - Murmurou Kalythea. - A não ser que chegaríamos em casa e você estaria andando por aí seminu. Espero que eu não tenha que brigar com você na frente da convidada.

Gaheris riu.

— Os dois para cima, vamos ao Beco Diagonal. - Mandou Kalythea.

Ambos subiram sem contestar.

— Você pode pôr uma roupa mais a vontade, o verão aqui costuma ser bem quente. - Informou Kalythea. - Tem um banheiro seguindo aquele corredor, primeira porta à esquerda.

— Obrigada.

— Illirys, não esqueça sua carta de Hogwarts. - Disse Kalythea.

— Certo.

Ela indicou o local para Illirys que pegou a mala maior que continha suas roupas, Kalythea com um toque da varinha ordenou que seus outros pertences fossem colocados no quarto de hóspedes e a guardou logo em seguida. Deu meia volta para seu escritório e pegou um pedaço novo de pergaminho e escreveu para Mattew uma mensagem formal  indicando a chegada de Illirys e a estadia momentânea em sua residência, também informou que iriam para o Beco Diagonal realizar as compras do semestre.

A mulher estreitou os lábios e assobiou uma melodia rápida e alta enquanto as janelas e portas daquele andar se escancararam que mais tarde revelou a presença de um falcão negro jovem e muito habilidoso que desviava dos móveis sem problemas, suas enormes garras se prenderam ao poleiro em um pouso rápido e perfeito. Kalythea então colocou a carta na bolsa que ele carregava após usar um feitiço de encolhimento e pagou o falcão com dois galeões.

— Spyro, leve para o Ministro da Magia. - Ela disse e ele assentiu, afinal, ele de fato havia entendido a ordem.

O falcão da família abriu voo novamente e saiu em disparada pela porta da entrada principal. Conforme o tempo foi passando o Ministério percebeu que as aves de rapina eram muito mais velozes que meras corujas e como opção para a comunicação liberou também estas aves para serem mensageiras dos bruxos, deste modo a família podia optar por uma ave de rapina ou então coruja como confidente de seu correio.

Assim que todos estavam prontos para partir para o Beco Diagonal os quatro partiram através das aparatação e desaparatando logo em seguida.

— Mamãe, eu vou ganhar alguma coisa? - Indagou Gaheris logo após a desaparatação.

O movimento no Beco era imenso principalmente nessa época de início de aulas nas três escolas da Europa, muitos acabavam deixando para última hora e dessa vez Kalythea se encaixava nesse dizer embora não esperasse que seu filho pedisse a transferência de escolas.

— Se você se comportar eu posso pensar no seu caso. - Articulou Kalythea. - Meninos, quero que vocês me encontrem na Madame Malkin, preciso ir ao Gringotes com Illirys.

Eles obedeceram e assim as duas puderam partir, embora Illirys não possuísse um cofre em seu nome deixado por sua família, o Ministério da Magia se responsabilizou por seus custos acadêmicos e Kalythea deixou isso bem claro durante a caminhada até Gringotes, o banco dos bruxos, Illirys não precisaria se preocupar com dinheiro, tudo estava indo como planejado. Depois de passarem por todos os procedimentos em Gringotes e sacar uma quantia de dinheiro razoável para iniciarem as compras no Beco Diagonal, elas partiram ao encontro dos filhos da diretora.

A primeira parada foi a Madame Malkin, Galahad e Illirys precisavam de capas e do uniforme de Hogwarts e por sorte não tiveram que esperar tanto a chegada da vez, muitos ali só estavam renovando o estoque de roupas das casas das escolas. Kalythea e os jovens foram muito bem recebidos na loja, não era toda vez que a diretora de Hogwarts saia em pessoa para compras, mas não deixava de fazer isso com os filhos sempre que possível e agora com Illirys também.

Galahad já experimentava as roupas da Corvinal, casa esta a qual ele tinha sido selecionado. Ao menos essa era a vantagem de se ter uma mãe diretora e como transferido podia muito bem ser selecionado antes de entrar para Hogwarts e foi o que Kalythea fez, não era surpresa que ele fosse da Corvinal como sua mãe também fora. Já Illirys experimentava o uniforme completo de Hogwarts ainda que esta não tinha uma casa definida, pois só descobririam momentos antes da cerimônia de abertura e para não intimidar ainda mais a menina, sua seleção seria feita ao segredo como fizera com Galahad pois tinha certeza que ela se sentiria ainda envergonhada ao fazer a seleção em frente toda a escola, Kalythea sabia ser discreta e sabia o quanto a garota desejava não ser o centro das atenções.

Levaram quase a tarde toda no Beco Diagonal, afinal os dois estudantes precisavam de livros, caldeirões, frascos e muito mais.No meio do caminho comprou alguns doces na Zonko’s para Gaheris e também uma varinha de brinquedo que poderia carregar depois para lançar feitiços simples e inofensivos, Gaheris era uma criança muito descuidada e sempre quebrava as coisas facilmente então aquele brinquedo não duraria muito em sua mão. Agora só faltava um único item especificamente para Illirys, sua varinha. Ela até possuía uma velha, mas por algum motivo a varinha não fazia mais feitiços. Eles continuaram pelo Beco Diagonal e adentraram a loja de varinhas Olivaras. O velho Olivaras já tinha falecido há algum tempo, mas o negócio da família não se perdera quando seus netos gêmeos assumiram a loja e assim como o avô se tornaram fabricantes de varinhas.

Derek e Jared Ollivander fizeram um notável trabalho expandindo o negócio, antigamente Olivaras trabalhava apenas com três núcleos e poucas madeiras, porém, quando os gêmeos assumiram e expandiram o catálogo de matéria-prima a loja tornou-se conhecida e procurada mundialmente. Os quatro adentraram a loja agora muito bem organizada, iluminada e o mais importante, nada de poeira. Um feitiço de expansão cobria a área da loja dando ainda mais espaço para prateleiras e mais prateleiras de varinhas de todos os tipos, tamanhos e núcleos enfileiradas e separadas por seção.

— Srta. Hagewasser. É um prazer tê-la em nossa loja. - Disse um dos gêmeos. - Jared, vem aqui.

Kalythea não sabia ao certo quem era quem dos gêmeos pois eram mais idênticos do que uma imagem espelhada, mas soube assim que Derek chamou Jared que estava na oficina.

— Srta. Hagewasser! - Exclamou Jared ao perceber porque o irmão o chamara.

Derek e Jared compartilhavam um metro e oitenta e cinco de altura, um rosto oval e lábios finos, olhos castanhos esverdeados e cabelos em diferentes tons de loiro espetado e desarrumado. Derek por sua vez possuía uma barba loura e avantajada que cobria todo o seu maxilar e também dispunha de uma cicatriz na vertical da sobrancelha até a maçã do rosto e apesar disso tinha um ar divertido mas ao mesmo tempo sério. Jared por outro lado estava apenas com um barba rala indicando sinais de tê-la feito recentemente.

— Boa tarde, rapazes. - Kalythea cumprimentou. - Pode nos ajudar?

— Três varinhas? - Observou Derek. - Não, você é muito novo para possuir uma varinha. - Ele disse olhando para Gaheris.

— Ainda. - Completou Gaheris.

— Na verdade, apenas uma. - Revelou Kalythea colocando a mão nos ombros de Illirys.

— Sua filha? - Indagou Jared.

— Oh, não! - Exclamou Kalythea. - É complicado explicar, mas por hora estou responsável por essa jovem.

Um rubor cresceu na face de Illirys.

— Entendi. - Disseram os gêmeos ao mesmo tempo.

Kalythea cutucou Illirys que puxou uma varinha de Aveleira embaçada e com estrias. Os gêmeos arregalaram os olhos e se entreolharam, mesmo sem conhecer a garota diante deles já formavam uma ideia do que havia acontecido com a garota e o quanto ela teve sorte por não se tornar uma obscurial. Derek estendeu a mão e Illirys lhe entregou a varinha, ele levou a varinha até a orelha e balançou-a de leve.

— Hm, o núcleo da varinha morreu. - Informou Derek entregando a varinha para Jared.

— E a madeira parece ter absorvido tudo o que sentia causando a morte do núcleo. - Indicou Jared só de tocar na varinha.

Os irmãos trocaram olhares novamente, o que quer que tenha acontecido com essa garota isso afetou diretamente sua varinha e a matou, era preciso muito para matar o núcleo de uma varinha e geralmente as varinhas de Aveleira eram mais afetadas por esse fenômeno pois absorviam e refletiam o estado emocional do seus mestres.

— É uma pena. - Disse Kalythea ao observar a tristeza eminente de Illirys. - Mas as coisas vão mudar, na verdade já mudaram e é por isso que estou aqui.

Disse Kalythea na tentativa que reconfortar Illirys, essa deu apenas um meio sorriso.

— Ficaremos com essa varinha e agora você precisa de uma nova.

— Ahnn, mãe. - Murmurou Galahad cutucando a mãe.

— Ah, é mesmo. Ainda tem mais uma. - Disse Kalythea.

— A minha. - Anunciou Galahad puxando a varinha das vestes. - Espero que ela não corra riscos, temos uma coisa legal entre nós.

Ele entregou a varinha de Nogueira  a Jared que ladrou uma risada baixa assim que tocou nela.

— Alguém tentou conjurar feitiços com sua varinha e ela ricocheteou. - Informou o fabricante de varinhas.

Gaheris estremeceu, o pequeno não era nada bobo e sabia que tinha uma parcela de culpa referente a varinha do irmão mais velho.

— Ah, varinhas de nogueira. Você tem sorte rapaz. - Comentou Derek. - Pode acreditar, existe muito mais entre vocês do que uma ‘coisa’.

— Deixa essa comigo. - Disse Jared rumando para a área da oficina e desaparecendo entre as estantes de varinhas.

— E agora vamos procurar uma varinha nova para você. - Anunciou Derek animado.

O fabricante de varinhas passou pelo balcão até a área de venda e fez um sinal para que Illirys o seguisse, ele a levou para o centro da loja e pediu que fechasse os olhos e sentisse todo o ambiente ao seu redor e que logo após poderia escolher qualquer varinha em qualquer prateleira, até mesmo atrás do balcão.

Illirys fechou os olhos por alguns instantes como o fabricante de varinhas havia lhe orientado, ela respirou fundo e imaginou todo o ambiente ao seu redor. Não sabia bem o que deveria fazer até que um arrepio se propagou por todo seu corpo e ao longe ela sentia uma energia como uma chama que crescia. Ela focou nesse sentimento que a incendiava por dentro como o início de um incêndio que ia conquistando força conforme ia se propagando. Ela abriu os olhos e seus pés a forçaram pra frente caminhando até uma prateleira no alto, sentia algo puxando-a mais para frente para mais perto da prateleira e precisou de uma escada que deslizou pelas prateleiras a sua necessidade. Ela então subiu as escadas degrau por degrau enquanto sua alma era inundada por um calor avassalador até que atingiu a altura desejada e encarou uma caixinha preta e a tocou.

A jovem tocou a caixinha que sacudiu como um chocalho e saiu da organização da prateleira por conta própria, Illirys pegou a caixinha e desceu da escada voltando para onde estava. Gaheris e Galahad assistiam com curiosidade já Derek e Kalythea tinham sorrisos estampados no rosto. Derek indiciou para que a garota tirasse a varinha da caixinha e ela obedeceu, assim que sua mão segurou firme o cabo da varinha fogos de artifício iluminaram a loja.

— Parabéns, você encontrou sua varinha. - Revelou Derek voltando para o balcão onde Illirys entregou para ele a varinha e sua caixa. - É uma varinha de Espinheiro-Alvo, vinte e um centímetros, rígida e com o núcleo de fibra da corda vocal de dragão.

Derek colocou a varinha dentro da caixa novamente e a embalou em uma sacola plástica.

— Você, minha jovem, está em um conflito interno. Se questiona por algumas coisas… Mas não se acanhe, essa varinha lhe ajudará a encontrar as respostas. - Profetizou Derek.

Illirys arregalou os olhos completamente surpresa, como ele sabia dessas coisas? Realmente estava em um conflito interno e perguntava-se se tudo aquilo seria suficiente para se tornar uma boa aluna em Hogwarts, se conseguiria passar por cima de seus medos e principalmente se descobriria sua própria história.

— Aqui está. - Anunciou Jared surgindo entre as estantes por uma pequena passagem com a varinha de Galahad em mãos. - Novinha em folha.

— Agradeço muito meninos.

Kalythea questionou os valores e então pagou a varinha de Galahad enquanto Illirys pagou por sua própria varinha com o dinheiro que o Ministério lhe dera. Galahad e Illirys agradeceram aos gêmeos e todos os quatro se retiraram da loja. Por fim, Kalythea retornou com eles para a residência dos Hagewasser a fim de fazer os últimos preparativos para o início das aulas em Hogwarts.


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