Laços de Sangue escrita por Mel Dobrev


Capítulo 55
Ela te ama!


Notas iniciais do capítulo

Boa noite lindezas, deixo mais um capítulo para vocês. Ótima leitura :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/777238/chapter/55

 

Stefan dirigiu rapidamente até sua casa, ele mal tinha consciência das ruas que estava guiando, em sua mente as palavras de Elena ecoavam sem parar, seu peito doía, suas lágrimas não paravam de transbordar. Chegando em casa Stefan deu graças a Deus por sua mãe estar ausente naquele momento, Lily estava em viagem com Lexi para comprar tecidos para a boutique, Stefan se sentou na mesa de centro feita de um grande tronco de árvore que ficava de frente com a lareira da sala de visitas e chorou mais e mais. Ele estava magoado, magoado por ela ter se rendido aos encantos de seu irmão, ele estava com raiva, raiva de si mesmo por ter se afastado, de ter colaborado mesmo que indiretamente para que aquilo acontecesse... ele podia sentir todo ódio dentro de si, uma vontade de gritar lhe invadindo, uma força sobrenatural tomando conta de si. Stefan se levantou e foi até o pequeno bar da mansão e se serviu de uma dose de uísque, talvez aquele álcool pudesse cicatrizar sua dor, ou pelo menos fazer ele esquecer aquele momento com Elena, as palavras que foram proferidas por ela.

(...)

Elena ficou vendo Stefan se distanciar, até ele arrancar com o carro bravamente, assim julgava Elena. A garota foi até o quarto e ficou pensando consigo mesma se tinha feito a coisa certa, na realidade ela sabia que a resposta era sim, porém ver Stefan magoado daquele jeito doía dentro dela, ver o descontentamento no olhar dele e suas lágrimas querendo brotar era devastador demais para ela. Caroline chegou fazendo alarde como sempre, tirando Elena de seu transe:

— Precisamos encontrar a Bonnie urgentemente, ela deve estar arrasada, triste... Elena você está me ouvindo? – Caroline falou percebendo que Elena estava ali só fisicamente.

— O quê? – Elena disse sem muito entusiasmo.

— Bonnie terminou com o Lucas, e agora eu não consigo achar ela em lugar algum.

— Como você sabe que ela terminou? – Elena agora tratou de esquecer um pouco seus problemas e focar em sua amiga.

— Tyler e eu encontramos o Lucas, e ele nos contou tudo.

— E como o Lucas estava?

— Triste, porém um pouco magoado, pois ele está jurando que não ficou com essa tal de Lorraine “a menina do whatsap”, e a Bonnie acha que sim e terminou porque não confia mais nele. – Caroline explicava pegando alguns livros para finalizar seu trabalho com a ajuda de Elena.

— Quando a confiança é quebrada nada pode fazer ela voltar ao que era antes. – Elena afirmou para si mesma.

— Tá tudo bem? – Caroline perguntou encarando sua amiga.

— Não, mas vai ficar. Vamos, precisamos encontrar a Bonnie. – Elena disse colocando um casaco e pegando sua bolsa.

— Mas nem sabemos aonde ela está, o celular dela só dá caixa postal. – Caroline seguia Elena pelos corredores.

— Eu tenho uma certa ideia da onde ela pode estar. – Elena disse entrando em seu carro e saindo em busca de sua amiga com Caroline.

(...)

Na mansão dos Salvatores Stefan já tinha tomado pelo menos metade da garrafa de Bourbon, e nada aliviava sua dor, pelo menos suas lágrimas tinham cessado.

— Deixou de ser drogado para virar alcoólatra é? – Damon surpreendeu Stefan.

— Não tinha que está em Chicago? – Stefan questionou, sem se virar para ver Damon.

— Já fui e já voltei, essa é a vantagem de se ter seu jatinho particular. – Damon seguiu até o bar e já foi se servindo da mesma garrafa que Stefan estava tomando. Stefan se manteve calado, ele não conseguia olhar para cara de seu irmão, porque ele sabia que o ódio poderia lhe dominar.

— Você está acabando com o meu uísque favorito, que saudades de quando o seu negócio era pó. – Damon disse brincando, porém ele percebeu algo diferente em Stefan, seu irmão não estava receptível, e nem sequer estava olhando em sua face.

— Tá tudo bem? – Damon perguntou preocupado.

— Tá. – Stefan respondeu grosseiramente se levantando depressa.

— Só porque eu cheguei você vai sair? Qual é, vamos dividir pelo menos uma dose, pelo velhos tempos. – Damon pediu, indo atrás de seu irmão, ele já havia percebido que Stefan por algum motivo não estava bem, porém com algumas histórias engraçadas e umas piadas toscas ele poderia ajudar com que seu irmão recuperasse o bom humor.

— Talvez outra hora Damon. – Stefan disse andando em passos curtos. Ele não queria ser rude com Damon, porque no fundo ele tinha total consciência de que ele não tinha culpa, ele era solteiro, Elena também estava na época, porém seu ego estava ferido, ele não sabia como reagiria ao encarar os olhos tão azuis de seu irmão.

— É problema com a Elena? Vocês brigaram? – Damon perguntou na lata, Damon capitava perfeitamente as coisas, e também conhecia seu irmão como ninguém.

Stefan não soube explicar, mas ao ouvir o nome de sua amada sendo pronunciada pela boca de seu irmão tudo dentro de si colidiu, todos os sentimentos, pensamentos, e ele explodiu. Stefan se virou agressivamente e desferiu um soco no rosto de Damon. Damon cambaleou um pouco, porém não caiu no chão. Ele foi terrivelmente pego de surpresa, e na mesma hora em que sentiu a mão forte e pesada de Stefan se chocar com seu rosto tudo fez sentindo.

— A julgar pelo seu ataque e pelo modo como está me tratando é claro que tem a ver com a Elena. – Damon disse ríspido.

— Tem tudo a ver com ela sim Damon. – Stefan disse sério, internamente ele tentava se acalmar, pois se eles começassem a brigar, desta vez não teria Lily para lhe impedir de fazer alguma besteira.

— Pela sua reação já posso deduzir que ela bancou a Madre Tereza de Calcutá e lhe contou sobre nós. – Damon encarou Stefan.

— Claro, porque meu irmão não tem a decência e a coragem de me contar. – Stefan estava visivelmente puto com Damon.

— Ah claro, eu sempre sou o vilão né Sr. Perfeito? E como eu ia lhe falar isso, como hein Stefan? – Agora Damon que estava ficando puto por seu irmão está lhe cobrando uma coisa que ele não tinha feito sozinho, Elena também tinha errado, mas sempre a culpa recaia somente em seus ombros.

— Porra Damon, eu fui sincero com você sobre meus sentimentos, eu perguntei o que você sentia por ela, você não acha que numa dessas conversas você poderia ter sido honesto comigo e ter contado sobre o que rolou entre vocês na minha ausência?

— Tá Stefan, você está me cobrando honestidade, sinceridade, então deixa eu te contar: Ficamos juntos, eu a beijei, não só uma noite, mas duas. Eu a amo e pra mim é muito difícil admitir isso ,porque eu sei o quão filha da puta eu sou em me apaixonar pela namorada do meu irmão, em querer a garota que desde o começo não era pra ser minha, mas eu não posso fazer nada, porque eu a amo. Pode lidar com minha sinceridade agora? – Damon finalizou rispidamente, passando por Stefan, esbarrando nele propositalmente.

Ele tinha confessado, Damon também a amava.

— Por que você mentiu pra mim? – Stefan continuou.

— Menti pra você?

— Sobre estar apaixonado por ela.

— Não queria estragar sua noite. – Damon respondeu sério.

— E por que você não se declarou? Por que não é sincero com ela sobre seus sentimentos?

— Você acha que eu não pensei nisso? Acha que eu não tentei? Mas a resposta é óbvia: Sabemos que eu não sou você. – Damon respondeu com pesar. Era terrivelmente doloroso para ele saber que ele nunca teria ela, pois quem ainda estava vivo no coração da garota era seu irmão. Stefan ficou em silêncio, ao mesmo tempo que ele estava com “dó” de seu irmão ele também estava um pouco feliz, pois ele ainda habitava o coração de Elena.

— Stefan, nós passamos a noite juntos, se beijamos, se agarramos, se pegamos ou seja lá qual a sua definição para isso, ela dormiu no meu apartamento, mas... – Antes que Damon terminasse Stefan o cortou.

— Não preciso saber dos detalhes, não preciso e não quero. – Stefan respondeu grosso.

— Como quiser. – Damon deu meia volta e saiu batendo a porta. Ele adentrou em seu carro e arrancou violentamente, ele não via a hora de chegar em seu apartamento, porém precisava fazer uma parada antes, ele necessitava afogar suas magoas no álcool.

Stefan ficou um bom tempo sentando no sofá, olhando pro nada, apenas pensando no que fazer, em como prosseguir com a relação entre ele e Elena.

(...)

Elena tinha uma suspeita de onde Bonnie poderia estar, e ela estava totalmente certa. Um pouco distante do campus havia uma antiga construção, era aonde tinha sido construída a antiga sede da universidade, aquele era um dos lugares aonde no começo do namoro Elena e Stefan se encontravam, e ela já tinha comentado desse lugar a Bonnie, um lugar deserto, somente escombros e árvores. De longe Elena avistou Bonnie de costas, sentada na grama. Elena estacionou o carro e ela e Caroline foram de encontro a Bonnie.

— Bonnie você está bem? – Elena perguntou de mansinho, ela observou que Bonnie estava meditando, ou pelo menos parecia, Bonnie se encontrava sentada ereta, de olhos fechados e apenas respirando fundo.

— Vou ficar, hoje encerrei um ciclo amigas, eu terminei com o Lucas. – Bonnie desabafou, indo para os braços de Elena e Caroline.

— Nós já sabemos amiga. – Caroline dizia acariciando Bonnie.

— Mas como você está, seu coração? – Elena perguntava com suas mãos entrelaçadas com a de Bonnie.

— Ah amiga é difícil sabe?! Acho que ninguém namora pensando em término um dia, porém eu já não confiava mais nele, sabe quando você não se sente mais à vontade com aquela pessoa? Quando você não se sente mais você? Então é assim que eu estava me sentindo ultimamente.

— Ah...eu odeio términos. – Caroline dizia bufando.

— Às vezes é necessário amiga, é doloroso, porém é como a Bonnie disse: Tem que encerrar o ciclo. – Elena falava pensando em tudo que já havia vivenciado.

— Está falando de você e o Stefan? – Caroline questionou diretamente.

— Estou falando de um todo, não especificamente sobre eu e o Stefan.

— Mas aconteceu algo entre vocês né? Por que você estava tão estranha. – Caroline pontuava.

— Aconteceu, porém não é hora para falar disso.

— Não amiga, eu também quero saber, e de verdade eu vou ficar bem, só preciso de um tempo para meu coração se curar. – Bonnie explicava.

— Ah amigas, no dia do baile eu e o Stefan nos aproximamos, senti que nós estávamos se conectando novamente... eu beijei ele.

— Sua cachorra, e você não me disse nada? – Caroline estava indignada, e deu um empurrãozinho em Elena.

— Car. eu queria saber o que de fato seríamos para depois falar pra vocês.

— Por isso vocês estavam tão esquisitos hoje de manhã. Pensa que eu não capitei os olhares de vocês? – Caroline questionava arqueando uma das sobrancelhas para Elena.

— Exatamente.

— Mas...? – Bonnie questionou confusa.

— Mas eu estraguei tudo, contei o que aconteceu entre eu e o Damon naquela noite.

— Você é idiota? Não acredito que você falou pro Stefan que dormiu com o irmão dele? – Caroline quase pulou no pescoço de Elena.

— Car. ela fez o certo. – Bonnie defendeu Elena.

— Fez? – Caroline perguntou confusa.

— Fez Car. Por mas que doa é melhor uma verdade dura do que uma mentira fantasiosa. – Bonnie filosofou.

— Car. eu prometi que não haveria mais meias verdades ou omissão de nada, eu quero ser cem por cento sincera com ele, e acima de tudo comigo mesma. – Elena desabafava.

— E você está sendo sincera com você mesma sobre o Damon? – Caroline confrontou.

— Amiga sei que é difícil, mas concordo com a Caroline. Você já sabe o que sente pelo Damon? – Bonnie disse receosa.

— Aleluia, pelo menos uma vez na vida você concordou comigo. – Caroline levantava suas mãos pro céu numa espécie de agradecimento.

— O que eu sinto pelo Damon me consome, me dá liberdade, não existe nenhum tipo de pudor entre nós. Ele me desafia, me aceita com todas as minhas imperfeições, muitas vezes ele me tira do sério, me irrita, mas com ele eu não preciso me preocupar em ser ou saber alguma coisa, ele simplesmente me compreende e me aceita como eu sou, mas por mais que eu sinta todo esse turbilhão de sentimentos por ele eu jamais deixei de sentir algo pelo Stefan, jamais deixei de pensar nele, de sentir meu coração pulsar ferozmente ao se aproximar dele... Eu amo o Stefan.

— Fico tão feliz que você esteja em paz com seu coração e com sua consciência, mas e o que o Stefan disse? – Bonnie perguntou preocupada.

— Nada.

— Nada? – Caroline questionou incrédula.

— Nada, as únicas palavras dele foram : “Me desculpe, não posso ficar aqui.”

— Ele deve ter ficado arrasado amiga. – Caroline observou.

— Com toda certeza. O Stefan é altruísta, correto, porém ele é humano, é claro que ele ficaria magoado ao descobrir que a mulher que ele ama se entregou para seu irmão, isso é obvio. – Bonnie analisava os fatos.

— Eu sei, mas eu tinha que ser correta com ele, pelo menos dessa vez.

— Amiga dê tempo ao tempo, dá um espaço para ele, que eu tenho certeza que logo, logo ele irá colocar a cabeça dele no lugar e vai te procurar. – Caroline aconselhava.

— Na verdade não tenho muito o que fazer, só me resta deixar ele livre desse drama todo por alguns dias.

— Eu acho que estamos precisando fazer uma sessão de filmes mega românticos regrado de muito sorvete. – Caroline se empolgava com a ideia. Elena e Bonnie não estavam muito no clima, mas no fundo sabiam que passar um tempo na companhia de suas amigas e testemunhar lindas histórias de amor poderia facilmente lhes distrair da realidade que as cercavam.

— Ok, porém podemos deixar para sexta? Tenho seminário para apresentar essa semana, preciso estudar. – Elena explicava.

— Eu também Car. – Bonnie também estava na mesma posição que Elena.

— Combinado, até porque a senhorita tem que terminar de me ajudar com meu trabalho. – Caroline intimava Elena.

As garotas tiraram Bonnie daquele lugar e a levaram para o dormitório.

(...)

Um pouco distante dali, Damon chegava em seu apartamento quase caindo de tanto beber.

— Tá doido, quase me matou de susto. – Alaric disse assustado, ao acender a luz da cozinha e perceber que era Damon que estava forçando a porta para entrar.

— Porque o susto? Afinal o apartamento é meu né? – Damon literalmente se jogou no sofá.

— O que aconteceu dessa vez? – Alaric questionou percebendo que Damon havia bebido todas.

— Não houve nada oras, não posso tomar algumas “bebinhas”? – Damon falou cinicamente.

— Claro que pode, porém hoje é segunda – feira Damon.

— Vai me dizer que agora tem dia certo para beber? – Damon continuava a lançar seu olhar cínico para seu amigo.

— Damon pelo pouco tempo que nos conhecemos eu já sei que tem alguma coisa errada, vamos me conta. Deu alguma coisa errada na reunião em Chicago? – Alaric estava bem preocupado com seu amigo.

— Antes fosse. – Damon revirou os olhos.

— Brigou com sua mãe? – Alaric tentava achar o motivo por Damon está daquele modo, Damon apenas balançou a cabeça negativamente.

— Com seu irmão?

— Bingo! – Damon disse debochadamente.

— O que houve dessa vez? Tem a ver com a Elena?

— Sempre tem a ver com a Elena, por qual motivo a mais eu e o Stefan brigaríamos?

— Novamente essa disputa pelo coração da moça?

— Não tem mais nenhuma disputa. No coração da Elena quem habita é o Stefan, sempre será o Stefan.

— Então você não acha que está na hora de esquecer essa garota? Não acha que quanto mais você se aproxima dela você só se machuca? – Alaric aconselhava Damon, ele via o quanto o rapaz sofria a cada rejeição de Elena.

— Mas por que eu não pensei nisso antes? – Damon falou mais uma vez debochadamente, e se levantou até a cozinha. Damon foi direto para o canto em que ficava as garrafas de bebidas e Alaric o impediu, o puxando pelo braço.

— Não vou deixar você beber mais.

— Virou meu pai por acaso? – Damon se soltou brutamente de Alaric e se virou para pegar um copo.

— Já disse que você não vai beber mais hoje. – Alaric ordenou segurando a porta do armário, assim impedindo Damon de pegar o copo.

— Alguém já disse que você é extremamente chato? Agora eu sei porque você vive sozinho. – Damon largou a bebida em cima do balcão e se sentou novamente no sofá.

— Estou falando pro seu próprio bem, e se o que de falta é um pai então que seja, faço esse papel na sua vida, o que não quero é ver você se acabar aos poucos. – Alaric disse. Ele tinha um carinho em especial por Damon, Damon era seu amigo mais próximo, seu irmão nas horas difíceis, ele queria tanto ajudar seu amigo.

— Eu a amo Ric. – Damon confessou. – Eu a amo e não consigo tirar ela da minha cabeça.

— Eu sei que é difícil, acredite eu já passei por isso, mas com o tempo vai ficando mais fácil, vai ficando suportável, até ela se tornar uma doce lembrança.

Damon continuou sentado, estático, olhando pro nada, ele permitiu que suas lágrimas caísse, de algum modo com Alaric ele se sentia seguro, se sentia em casa. Alaric sentou ao seu lado e ficou em silêncio, ele sabia que Damon não fazia o tipo sentimental, não iria deitar em seu colo e chorar, ou colocar a cabeça em seu ombro, mas ele sabia que Damon precisava de ajuda, e que está ali ao lado dele faria todo sentido para Damon.

— Se precisar eu estou aqui. – Alaric tocou o joelho de Damon. Damon apenas assentiu positivamente com a cabeça e lhe forçou um pequeno sorriso. Ambos ficaram longos minutos em silêncio, apenas um do lado do outro.

(...)

Dias haviam se passado, Elena não parava de pensar em Stefan, em alguma resposta, alguma reação, ela tinha o visto somente um dia no campus, e mesmo assim rápido, ele havia passado como borrão entre a multidão. Ela estava exausta de esperar algo, ela havia acordado com uma certeza naquela manhã: Depois das aulas ela iria até Stefan, se preciso fosse ela iria até a mansão dos Salvatores, mas naquele dia ela ia ter uma resposta.

Especialmente naquela manhã Stefan tinha ficado em casa, ele não tinha o que fazer na universidade, já que tinha concluído todas as documentações necessárias na secretaria, então reservou a manhã para arrumar algumas coisas em seu quarto.

— Desde quando virou faxineira? – Damon bateu na porta do quarto de Stefan o surpreendendo, e ao observar o que seu irmão fazia não deixou de soltar uma “piadinha”. Stefan se virou para Damon e deu apenas um pequeno sorriso, e continuou no que estava fazendo. Stefan se sentiu aliviado, pois ao olhar para Damon o ódio não tinha o dominado, ele ainda estava chateado, mais sua fúria havia passado.

— Ainda de cara amarrada? Qual é já passamos por coisa pior, vamos me dá outro soco se é disso que você precisa. – Damon se pôs na frente de Stefan.

— Não fica me dando ideia. – Stefan respondeu invasivo.

— Vamos, se isso vai te fazer se sentir melhor vai sem frente, só me dá do outro lado pelo menos. – Damon disse mostrando o outro lado de sua face, o lado oposto que Stefan tinha lhe desferido o soco no outro dia. Stefan apenas balançou a cabeça e deixou escapar um leve sorriso.

— Bom, eu já fiz minha oferta, se não quer melhor pra mim. – Stefan continuou em silêncio, arrumando uns livros em sua estante. Damon percebeu que talvez ainda não seria a hora certa deles conversarem, e preferiu respeitar o tempo de seu irmão. Damon seguiu em direção a porta para sair do quarto, antes de ir embora Damon parou na porta e disse:

— Stefan naquela noite ela tinha bebido, não estou colocando a culpa na bebida, mas talvez se não tivéssemos misturado nossos sentimentos com álcool nada teria acontecido.

— Obrigada por me manter informado. – Stefan respondeu sério.

— Stefan não seja um idiota e afaste novamente ela dá sua vida, ela te ama, pelo menos dá uma chance pra ela. – Já era doloroso para Damon admitir que Elena amava seu irmão, mais terrível ainda era pedir que ele se reconciliasse com ela, porém seu irmão precisava ouvir aquelas palavras, ele merecia ser feliz, acima de tudo, Elena merecia ser imensamente feliz, mesmo que não fosse com ele. Damon se virou para ir embora, porém Stefan o chamou:

— Damon. – Damon se virou para seu irmão.

— Estava pensando se você não quer relembrar os velhos tempos. – Stefan mostrou a Damon um CD de videogame antigo, que eles costumavam jogar há alguns tempos atrás.

— Cê tá ligado que eu te dou uma surra nesse jogo né?! – Damon se gabou, mas não conseguiu deixar de transparecer a alegria que sentiu com aquele convite, isso significava que por mas que Stefan tivesse ficado puto com ele aquela raiva já havia cessado.

— Isso é o que veremos. – Stefan piscou para Damon e desceu juntamente com seu irmão para a sala de vídeo. Stefan não queria ficar com raiva de seu irmão, ele sabia que poderia acontecer muitas coisas ainda entre ele, Elena e seu irmão, mas ele jamais deixaria de amar seu irmão, nenhum laço seria mais forte do que a ligação que ele tinha com Damon.

Depois de algumas horas de enfrentamento no vídeo game, desta vez era Stefan que estava ganhando todas as partidas.

— Pra mim já chega. – Damon depositou o controle em cima da mesa de centro.

— Ah, qual é irmão, só porque você está perdendo? – Stefan ironizou.

— Porque diferente de você eu tenho que trabalhar, e você só ganhou porque eu estou enferrujado, faz mais de anos que não jogo. – Damon tentava se explicar.

— Arran sei. – Stefan falava dando risada da cara de seu irmão.

— Trouxa, pelo menos seu bom humor voltou. – Damon observou.

— Mesmo você sendo um idiota, e o pior dos irmãos, eu nunca vou deixar nada estragar nossos laços. – Stefan confessou.

— Ah Stefan, sempre sendo sentimental. Cuidado, isso ainda vai acabar com você. – Damon debochou. Stefan sabia de algum modo que seu irmão também sentia o mesmo que ele, só não queria dar o braço a torcer.

— Mamãe volta quando? – Damon perguntou.

— Na sexta à noite, vou buscar ela e a Lexi no aeroporto.

— Quer vim jantar em casa hoje? Aproveita que posso usar o Ric pra cozinhar pra nós. – Damon perguntou finalizando com sua irresistível piscadinha.

— Valeu, mas acho que vou pedir uma pizza mesmo.

— Você que sabe, se mudar de ideia é só bater lá.

— Obrigada, vou pensar nessa sua oferta.

— Se cuida Stef! – Damon falou se despedindo.

— Se cuida também brother.

Damon ao abrir a porta deu de cara com Elena. Ambos ficaram surpresos.

— Bom dia raio de sol. – Damon cumprimentou dando um beijinho no rosto de Elena.

— Bom dia! – Elena correspondeu o cumprimento. – Você está bem?

— Na medida do possível e você? – Damon media Elena dos pés à cabeça.

— Estou bem também. E como foi em Chicago?

— Ah é sempre um prazer assinar alguns contratos milionários. – Damon falava fazendo um pouco de graça para a garota. Elena riu do jeito como Damon pronunciava as palavras.

— O Stefan está por ai? – Elena perguntou.

— Está sim, está lá na sala de vídeo, entre. – Damon deu passagem para que a garota pudesse entrar. – Elena.

Elena se virou ficando um pouco mais próxima do que gostaria de Damon.

— Sei que contou ao Stefan sobre nós, mas a verdade é que... – Antes que Damon completasse a frase Elena o cortou.

— Damon eu sinto muito, mas não quero mentir pra mais ninguém.

— Eu te entendo. Só quero que você seja feliz. – Damon disse numa fala fraca, porém franca. Aquelas palavras tocaram Elena de uma forma inesperada.

— Damon, eu também quero sua felicidade, você merece tantas coisas boas, você é incrível. – Elena tocou no rosto de Damon, ela queria que ele soubesse de alguma forma o quanto ela estava sendo sincera. Damon pegou na mão da morena sobre sua pele, e fechou os olhos, sentiu a energia daquele toque como se fosse o primeiro, como se fosse o último.

— Tchau Elena! – Damon se despediu depositando um beijo demorado no rosto de Elena. Elena ficou imóvel, vendo Damon sair pela porta e a fechar. Não tinha razão para ela sentir aquela sensação lhe invadindo, mas ela sentiu, e mentalmente ela se repreendeu por isso.

Elena foi imediatamente até o cômodo onde Stefan estava guardando o vídeo – game.

— Oie. – Elena disse timidamente.

— Oi. – Stefan se surpreendeu, porém fez um esforço imenso para não transparecer para a garota.

— Encontrei o Damon na entrada.

— Vocês conversaram? – Stefan questionou sério.

— Sim, mas quero saber como você está? – Elena foi se aproximando mais um pouco de Stefan.

— Não vou mentir pra você e falar que está tudo bem, porque não está.

— Eu sei, eu sei Stefan.

— Eu pensei que deixando tudo isso de lado por alguns dias eu iria esquecer, mas não tem como esquecer Elena.

— Eu sei que não Stefan, e eu quero que você me fale como você está se sentindo.

— Não tem como eu te falar o que estou sentindo, porque eu não sei Elena, só sei que doí toda vez que eu imagino vocês juntos, que suas palavras divagam pela minha cabeça afirmando o que eu já suspeitava. – Stefan se virou ficando de costas para Elena, ele tratou de tragar o ar mais profundamente, ele sentia seus nervos à flor da pele, sentia a revolta o envolvendo.

— Stefan fala comigo. – Elena tentou pegar no braço do rapaz para que ele se virasse, porém Stefan se esquivou.

— Eu preciso de mais tempo, preciso colocar minha cabeça no lugar.

— Eu te entendo. – Elena disse um pouco triste.

— Vai embora Elena, por favor. – Stefan pediu agora fitando os olhos da garota, aqueles olhos castanhos que eram os motivos de seu riso, aqueles olhos que ele almejava adormecer olhando e despertar com seu brilho. Elena atendeu o pedido relutantemente. Antes de deixar a sala totalmente Elena se declarou:

— Eu te amo Stefan, não se esqueça disso.

Stefan balançou a cabeça positivamente e ficou vendo Elena desaparecer pela casa de sua família. Saber que ela o amava era um alivio, a esperança que há tempos ele ansiava, porém o que fazer agora que ele sabia que não era só ele que estava apaixonado pela garota? O que fazer quando sua felicidade estava interligada com a infelicidade de seu irmão? Ele pediu pra Deus uma solução, pedia que um milagre acontecesse, pedia que a paixão de Damon por Elena fosse mais um “fogo de palha” de seu irmão, uma paixão platônica, assim como foi a dele por Katherine. Stefan tinha jurado a si mesmo que não deixaria nada abalar sua relação com a de seu irmão, mas como manter sua promessa se entre eles havia a mulher da sua vida, aquela cuja o coração lhe tinha tomado? Como ele poderia resolver tudo isso sem sair machucado e sem causar mais estragos na vida de seu irmão?

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai o que acharam desse capítulo? O que será que Stefan vai fazer? E Damon será que vai desistir de Elena? E Bonnie será que encontrará um novo amor.
Até o próximo capítulo. Xoxo.

— Músicas:

— Stefan chorando por Elena/ Elena vendo Stefan ir embora (Birdy – People help the people)

— Stefan e Damon brigando (Naughty Boy feat. Bastille – No One’s here to sleep)

— Elena conversando com as meninas sobre Stefan e Damon (Amy Stroup – Wait for the morning)

— Alaric conversando com Damon (The Fray – Ungodly Hour)

— Elena conversando com Damon (Little Dragon – Twice)

— Elena conversando com Stefan (Kopecky Family Band – Change)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Laços de Sangue" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.