Bonnie ajudava Elena a prender seu cabelo, enquanto Caroline discutia no telefone com alguém da adega que iria fornecer as bebidas para o baile.

— Agora sim você está perfeita. – Bonnie elogiava Elena.

— Eu amei essa ideia de baile temático, amo os anos 50.

— Eu também amiga, adoro usar roupas de época. – Bonnie falava enquanto dava mais uma olhada em seu look.

— Todas prontas? – Caroline perguntou, pegando sua bolsa.

— Sim. Só falta você colar os cílios postiços em mim. – Elena disse já dando os adereços a Caroline.

(...)

Stefan aplicava uma última camada de spray em seu topete, ele queria estar bem apresentável para Elena, checou pela última vez sua aparecia no espelho e desceu. Assim que Stefan adentrou na sala deu de cara com Damon.

— Voltou o tempo das Brilhantinas e eu não estou sabendo é? – Damon falou se referindo ao visual de Stefan.

— Idiota, isso é para o baile. – Stefan o cumprimentou com o abraço de brothers de sempre.

— Você não tinha que está em Chicago? – Stefan perguntou confuso.

— Sim, mas foi remarcado para o início da semana, o CEO de uma das empresas que também participaria do seminário ficou preso no aeroporto e só conseguiu voo para amanhã. – Damon explicou se servindo de uma dose de uísque.

— Entendi.

— E você vai ao baile sozinho? – Damon questionou, já imaginando a resposta.

— Vou com a Elena. – Stefan respondeu firme. Damon o olhou de canto e não disse nada, apenas continuou bebendo sua bebida.

— Damon... – Stefan ia falar algo, porém Damon o cortou.

— Você não me deve explicações Stefan, vai se divertir. – Damon disse sério.

— Não lhe devo explicações, porém não quero que a nossa relação vire o inferno que virou. – Stefan pontuou. Damon continuou quieto.

— Damon eu nunca deixei de amar ela, e mesmo que eu quisesse, eu simplesmente não consigo. – Stefan sentia a necessidade de ser sincero com seu irmão, ele não queria perder aquele laço com Damon.

— Ninguém pediu para você deixar de ama- lá. – Damon disse ríspido.

— Eu sei, mas eu quero saber de você Damon, você a ama? – Stefan sabia que podia se arrepender de ter feito aquela pergunta, porém precisava saber a resposta.

— Isso não faz nenhuma diferença. – Damon continuou ríspido.

— Faz pra mim. – Stefan continuou firme. – Damon me responde, se você a ama tudo bem, vamos achar um jeito de lidar com isso, mas eu quero que você saiba que eu não vou desistir de reconquistar ela, que eu...

— Não Stefan. – Damon respondeu terminando seu uísque.

— Não o que?

— Eu não a amo, somos apenas ótimos amigos, somente isso. – Damon falou sério, ele não queria transparecer o que estava em seu coração, pois sua vontade era gritar SIM, porque ele amava aquela garota, porém sua relação com ela já havia trago desgraças demais a vida de seu irmão e sua família, então ele preferiu guardar aquele sentimento somente para si.

— Tem certeza Damon? – Stefan insistiu.

— Tenho, vai buscar ela logo, porque eu sei que ela odeia atrasos, então vai. – Damon pegou a jaqueta de Stefan que estava acima do sofá e o entregou.

— Obrigada. – Stefan agradeceu.

— Divirta – se! – Damon pediu e ficou observando Stefan fechar a porta. Naquele momento ele sentiu seus olhos se encherem de lágrimas, e ele ficou assustado, porque ele nunca havia experimentado aquela sensação. Sensação de dor, de impotência, de frustação, tudo ao mesmo tempo. Ele se sentou um pouco e ficou tragando o ar desesperadamente, na esperança de que aquilo passasse, de que aquela falta de ar repentinamente acabasse. Em sua mente se passava flashs de todos os olhares que havia trocado com Elena, de todos os sorrisos, de todos os insultos, de todos os abraços, de todas as danças... ele chorava em silêncio, seu coração se despedaçava aos poucos, porque ele insistia em querer ter aquilo que desde o começo não foi feito para ser dele, não foi destinado a ele, por que? Ele se perguntava incansavelmente.

(...)

No campus, Elena saia acompanhada de Bonnie e Caroline, quando avistou Stefan parado perto da porta de seu carro. Os olhos de Elena brilharam ao ver o rapaz, ele estava tão lindo com aquele topete, parecia um galã dos filmes daquela época, estilo Jhon Travolta.

— Meu Deus, ele está um broto, como se dizia naquela época. – Bonnie cochichou com Elena.

— Boa noite meninas. – Stefan cumprimentou cada uma com um beijinho no rosto.

— Você está lindo hein. – Caroline já foi logo elogiando.

— Obrigada Caroline, você também está linda. – Stefan dizia enquanto Caroline dava uma rodadinha para lhe mostrar seu vestido.

— Bonnie vamos entrando que eu preciso passar o resto da lista para o cara da música. – Caroline puxou Bonnie pelo braço, ela queria fazer de tudo para que Elena e Stefan se acertassem naquela noite.

— Mais óbvia seria impossível. – Stefan comentou com Elena, já sacando a intenção de Caroline. Elena deu um pequeno sorriso.

— Stefan me desculpe se eu fui muito invasiva te convidando, é que...

— Ei. – Stefan pausou Elena, tocando em seu rosto. – Eu adorei o convite, e se você não me convidasse provavelmente eu que te convidaria. – Stefan continuou.

— Que bom, porque eu não quero que você se sinta na obrigação de vim comigo.

— Ei, shiiu. – Stefan pegou delicadamente no rosto de Elena. – Não há melhor companhia do que você. – Elena sentiu novamente as borboletas invadirem seu estômago, seu coração pulsar cada vez mais, era nítido que entre eles ainda havia química, um rastro de amor.

— Então senhorita Gilbert, aceita ser minha acompanhante nesse incrível noite? – Stefan perguntou dando seu braço para a garota.

— Com toda certeza. – Elena disse encaixando seu braço com o de Stefan.

(...)

Dentro do campus a festa estava animada: Vários adolescentes dançavam enlouquecidamente. Bonnie, Elena e Caroline se arriscavam a executar uns passinhos de acordo com as músicas da época, enquanto Lucas ajudava Tyler e Stefan preparar alguns drinks.

— A decoração ficou incrível Car. – Elena elogiava olhando ao redor o salão todo iluminado e colorido.

— Eu amo organizar uma festa, A-D-O-R-O! – Caroline rodopiava entre as amigas.

— E ai, tá cansada de dançar? – Stefan perguntou se aproximando de Elena.

— Jamais. Estou pronta pra você me ensinar os passinhos dos anos 50. – Elena pediu, Stefan fez uma careta engraçada, como se estivesse se esquivando daquilo.

— Aaah sei que você é um ótimo dançarino, e sei também que ganhou um concurso de dança imitando o Jhon Travolta quando era garoto.

— Vou matar minha mãe por ficar lhe contando essas coisas. – Stefan disse rindo e posicionando as mãos na cintura de Elena.

— Peraí, essa música não é dos anos 70? – Stefan questionou.

— É, porém Caroline ama esse filme, e colocou a trilha sonora toda. – Elena explicou posicionando seus braços nos ombros de Stefan.

— Presta bastante atenção, porque isso nunca mais vai se repetir. – Stefan rapidamente encarnou um adolescente dos tempos das brilhantinas e levou com muita facilidade Elena pela pista de dança protagonizando um lindo espetáculo. Elena estava encantada com os dotes do rapaz, ela ria abobadamente. Stefan finalizou a performance girando Elena em duas voltas.

— Isso foi incrível. – Elena soltou apoiando seus braços nos ombros de Stefan.

— Que bom que gostou, agora vamos dançar normalmente, porque já estou vendo os olhares da Caroline meio que me intimando a dançar com ela. – Stefan dizia reparando que Caroline o olhava e fazia gestos, tipo falando que a próxima música ele dançaria com ela. Elena riu daquilo.

A noite seguiu como de costume: Algumas pessoas bêbadas e dando vexame, outras se pegando como se não tivessem nenhum pudor e outras espalhadas em diversos cantos do salão tentando se recuperar de tanto ter dançado.

Caroline e Tyler era o único casal que ainda restavam na pista de dança, dançando num ritmo lento.

— Está quase no final da festa e seu perfume ainda está intacto. – Tyler falava cheirando o pescoço da loira.

— Você só está falando isso porque quer passar a noite comigo. – Caroline sabia muito bem qual era a intenção de seu namorado.

— Estou falando isso porque é verdade, porém o que você falou também não deixa de ser uma verdade. – Tyler disse piscando para Caroline e a beijando calorosamente.

— Seu safado. – Caroline deu um tapinha no ombro de Tyler, porém logo em seguida se rendeu o abraçando.

— Acha que eles irão voltar? – Caroline perguntou a Tyler, observando Elena e Stefan conversando e rindo.

— Acho que sim. Eu sinto que a Elena ainda gosta dele, e o Stefan está mais do que na cara que ele a ama.

— Sinto saudades de quando nós quatro saíamos de casal.

— Eu também meu amor. – Tyler abraçou ainda mais sua garota e continuou a conduzindo lentamente pela pista.

Um pouco distante deles Elena estava sentada numa poltrona e Stefan estava sentado à sua frente no chão, o casal continuava a conversa animados.

— Sabe o que eu não entendo? Como uma pessoa pode gostar de chocolate, porém não gosta de chocolate quente? – Elena questionava Stefan.

— Ah sei lá, chocolate quente é misturado com leite, acho que é por isso que eu não gosto. – Stefan balançava os ombros para a garota.

— Você é doido, isso sim.

— Assim você me magoa. – Stefan se fazia de ofendido, colocando a mão em seu coração. Elena ria cada vez mais das caras e bocas do rapaz. As risadas cessaram e o casal ficou um tempo em silêncio, apenas se olhando.

— Preciso te dar uma coisa. – Stefan disse a Elena.

— O que? – Elena perguntou curiosa.

— Venha comigo. – Stefan se levantou e pegou na mão da garota, Elena o seguiu.

Stefan conduziu Elena até seu carro, chegando lá ele pegou de dentro do porta luvas uma caixinha retangular e entregou a Elena.

— Presente de aniversário atrasado.

— Stefan não precisava, você já me deu um presente.

— Dei? – Stefan perguntou confuso.

— Sim, você saiu daquele caos que estava sua vida, e isso foi o melhor presente.

— Puxa, se tivesse me dito isso antes eu não teria gastado. – Stefan disse fazendo gracinha, Elena estava adorando que o bom humor do rapaz tinha voltado.

Elena abriu apressadamente a caixinha e dentro havia uma linda pulseira com alguns pingentes pendurados.

— É linda Stefan, linda. – Elena falava enquanto tirava a joia da caixa para observar mais de perto.

— Você gostou mesmo?

— Claro que sim, é tão delicada. – Elena falava ainda admirando a joia.

— Cada um desses pingentes tem um significado.

— Tem? Quais são? – Elena perguntava olhando curiosa para Stefan.

— Bom, aqui temos o símbolo do seu signo, que é aquário. Aqui temos uma nota musical, que representa a dança, porque você adora dançar. – Stefan mostrava cada pingente e explicava o significado.

— Mesmo eu não sabendo dançar muito bem. – Elena dizia um pouco sem graça.

— Discordo. Você dança perfeitamente. – Stefan a elogiou e continuou: - Aqui é a Estátua da Liberdade que representa Nova York, sua nova casa, seu lar, e representa também a Times Square, que eu sei que fazia parte dos seus sonhos conhece – lá. Aqui é o símbolo da medicina, porque eu tenho certeza que você será uma excelente Dra.

— Tudo tão perfeito, tão criativo. Eu amei Stefan. – Stefan sorriu para a garota.

— Mas e esse pingente do meio? É um coração, o que representa? – Elena perguntou na esperança de que a resposta fosse o que ela pensava, de que a resposta fosse algo se referindo a eles, a relação que eles tiveram.

— Esse Elena é meu coração, que desde o começo foi seu, é seu e sempre será seu, somente seu. – Stefan explicou calmamente, com os olhos fixados nos da morena. Elena sentiu em seu estomago uma pontada forte, aquelas velhas borboletas habitarem novamente seu estomago, sentiu o calor queimar sua face.

— Não sei nem o que dizer. – Elena pronunciou as palavras lentamente, como se naquele momento não conseguisse raciocinar direito. O que ela havia almejado há dias estava acontecendo, ele estava deixando claro que ainda a amava, e naquele instante ela não soube o que fazer.

— Não diga nada, apenas use seu presente. – Stefan pegou das mãos de Elena a pulseira e a encaixou no braço da garota.

— Você é incrível, eu não tenho palavras para lhe agradecer por esse presente, esse gesto. – Elena se aproximou mais de Stefan, colocando apenas alguns centímetros de distância entre sua boca e a do rapaz. Stefan não conseguiu manter seu olhar somente nos olhos da garota e quando se deu por si já estava com toda sua atenção voltada para os lábios da garota.

— Não precisa agradecer, você merece muito mais Elena, merece tudo de melhor que o mundo possa lhe oferecer.

— Você tem sido tão incrível, tão generoso, como posso ter tanta sorte de ter você em minha vida? – Elena questionou aproveitando o momento para tocar a face de Stefan. Ao sentir o toque da garota Stefan fechou os olhos, era inexplicável o poder que ela tinha sobre ele, o como ela mexia com seus sentidos, ela definitivamente fazia ele sentir coisas que ele nunca havia sentido. O toque dela era como fogo no gelo, como uma faca de dois gumes, era irresistível, inexplicável.

— Eu que tenho sorte, por você ter ficado do meu lado mesmo no meu período sombrio. – Desta vez foi Stefan que acariciou o rosto delicado de Elena. Elena sentiu um arrepio percorrer sua espinha, uma sensação que ela já havia experimentado. Ambos ficaram se olhando, tentando entender o que aqueles olhares significavam. Stefan perguntava a si mesmo mentalmente se era viável avançar o sinal, se naquele momento seria correto beijar Elena e matar a sede de seus lábios. Elena também se questionava se ela o beijasse o que ele pensaria dela, será que pensaria que ela era muito atirada? Será que ele corresponderia? Ou será que ela estava entendendo tudo errado?

— Ainda bem que eu achei você. A Bonnie está tendo uma briga feia com o Lucas. – Caroline chegou afobadamente, atrapalhando o casal. Stefan e Elena se afastaram um pouco e voltaram sua atenção para Caroline.

— Mas o que aconteceu? – Elena perguntou nervosa.

— Parece que ela pegou ele falando no whatsap com outra garota, vamos lá tentar apartar aquilo, o Tyler ficou lá tentando acalmar os ânimos deles, porém acho que não está tendo sucesso.

— Vamos, preciso ajudar. – Elena disse pegando na mão de Stefan. Stefan assentiu positivamente com a cabeça e foi atrás de Elena e Caroline para dentro do salão.

Ao chegar o trio já avistou Bonnie sentada numa das poltronas chorando, enquanto Tyler tentava consola – lá a abraçando.

— Cadê o Lucas? – Caroline perguntou se aproximando.

— Saiu, disse que ia embora, que não ia ficar sendo acusado de fazer algo que não estava fazendo. – Bonnie dizia entre lágrimas. Elena se sentou do outro lado de sua amiga e a envolveu em seus braços.

— Melhor levar ela pro dormitório, tentar acalma - lá. – Tyler aconselhou Caroline. Caroline acatou e ajudou Bonnie a se levantar juntamente com Elena.

— Eu acompanho vocês. – Stefan se ofereceu indo atrás das garotas.

— Vou tentar conversar com o Lucas, qualquer novidade eu ligo para você. – Tyler disse para Stefan antes de sair.

Stefan ajudou as garotas subirem com Bonnie até o dormitório. Caroline preparou um banho para sua amiga, enquanto Elena escolhia um pijama seu para emprestar a Bonnie. Enquanto Caroline ajudava Bonnie a tomar um banho rápido, Elena levou Stefan até a porta para se despedirem.

— Não queria que a noite terminasse assim, porém você sabe que as amigas vem antes de qualquer coisa né? – Elena disse dando um sorriso meio que sem graça a Stefan.

— Relaxa, eu entendo completamente. Cuida dela, e se precisar de qualquer coisa me liga.

— Pode deixar.

Stefan se virou para sair, Elena ficou observando e em sua cabeça havia uma “voz” lhe falando para ariscar, para se arrepender do que não fez do que algo que fez.

— Stefan. – Elena chamou. Stefan ao se virar foi surpreendido pelo toque dos lábios de Elena nos seus. Ela colou seus lábios desesperadamente com os do rapaz, se pendurou em seu pescoço sem dúvida alguma. Stefan recebeu o beijo e automaticamente envolveu seus braços na cintura da garota. Elena se afastou, mantendo seu nariz ainda colado com o de Stefan.

— Tenha uma ótima noite. – Elena desejou deixando um sorriso escapar.

— Com toda certeza terei. – Stefan respondeu também sorrindo.

Elena esperou que Stefan descesse as escada para assim retornar ao dormitório. Elena e Caroline passaram o resto da madrugada tentando acalmar Bonnie que estava irredutível e pensava numa maneira de terminar com Lucas. As garotas só foram pegar no sono quando estava quase amanhecendo na cidade de Nova York. Elas juntaram as camas, assim as três dormiram juntas, como a muito tempo não dormiam.

(...)

A manhã de domingo para Stefan tinha outra vibração, ele ainda estava surpreso com o beijo que Elena havia dado nele na noite anterior, aquela sensação de bem estar, aquele gosto que somente ela tinha, era como se ele estivesse sonhando acordado, como se tudo o que havia ocorrido entre eles fosse um pesadelo, e agora ele estava despertando.

Stefan assim que acordou foi tomar um banho para de fato despertar, em seguida tomou seu café como de costume e logo após ligou para Elena, para saber de Bonnie.

“Bom dia” Elena atendeu ainda sonolenta.

“Te acordei?” Stefan perguntou receoso.

“Não, é que na verdade fomos dormir muito tarde, por isso minha voz de sono”

“Liguei pra saber da Bonnie, como ela está?”

“Está chateada, confusa sobre o que fazer, mas eu e a Caroline aconselhamos ela a conversar primeiro com o Lucas antes de tomar qualquer decisão.”

“Estão certíssima, as vezes pode ser tudo um mal entendido.”

“Exatamente, mas a Bonnie tem uma personalidade forte, ela meio que sente as coisas sabe?!”

“Entendo, mas tente convence – lá a ouvir o lado do Lucas, não que eu queira tomar partido de algum lado, só não quero ser injusto com ninguém.”

“Eu sei Stefan, vamos almoçar no novo restaurante italiano que abriu aqui perto do campus, você quer vim conosco?”

“Agradeço muito o convite, e se fosse em outra ocasião logicamente eu iria, porém acho melhor vocês passarem esse tempo entre vocês três e aconselhar a Bonnie o máximo possível.”

“Tinha esquecido do quanto você é incrível, obrigada por se importar tanto com as minhas amigas.”

“Se é importante pra você, também é importante pra mim.” Nesse momento se instalou um silêncio na ligação. Elena queria dizer o quanto havia sentido a falta dele, o quanto almejou aquele beijo, mesmo sendo apenas um encontro de lábios, mas mais uma vez ela travou, achou que se fizesse tal coisa Stefan pensaria que ela estava apressando as coisas, pulando etapas. Stefan por sua vez também pensou em falar sobre o beijo, falar o quanto havia ficado surpreso, o quanto fantasiou aquele momento, porém ele preferiu não ir com muita sede ao pote e deixar a garota ter seu espaço.

“Tenha um ótimo dia Elena, e até amanhã.”

“Pra você também Stefan, até amanhã.” Elena se despediu.

Naquele domingo, Caroline e Elena conversaram muito com Bonnie que chegou à conclusão de que deveria dar uma chance para Lucas se explicar, ela não deveria julgar tanto assim ele, afinal tudo poderia não passar de um mal entendido como suas amigas estavam especulando.

(...)

No dia seguinte Caroline precisava tirar toda a decoração do campus e para isso saiu distribuindo tarefas para todos. Elena que estava pegando alguns livros em seu armário foi surpreendida pela loira:

— Você está encarregada de retirar os varais com as luzes coloridas do salão. – Caroline já foi ordenando.

— Oi?! Não sabia que eu teria que ajudar a organizar o campus. – Elena questionou.

— Pois está sabendo agora, e vamos logo que o Sr. Dimitre ficou encarregado de fiscalizar, e você sabe o quanto ele é rígido.

— Bom dia. – Stefan se aproximou cumprimentando Caroline com um beijinho no rosto e ao se aproximar de Elena ficou imóvel. Ele não sabia como cumprimentar a garota. Elena também não sabia como agir e somente respondeu: - Bom dia. – Finalizando com um singelo sorriso.

— E a Bonnie como está? – Stefan perguntou.

— Está bem em comparação a ontem, mas depois da aula ela vai conversar com o Lucas, e ai sim vamos saber o que de fato vai acontecer. – Caroline explicava. Caroline que não era boba percebeu os olhares entre Stefan e Elena, percebeu que havia uma tensão entre os dois.

— Está tudo bem entre vocês dois? – Caroline questionou diretamente.

— Claro que sim. – Elena respondeu sem jeito.

— Por que não estaria? – Stefan perguntou tentando não transparecer seu nervosismo.

— Sei lá, vocês estão estranhos. Enfim, Elena vai tirar as luzes, A-G-O-R-A! E você meu amigo vai ajudar o Tyler a desmontar as mesas do salão. – Caroline foi puxando Stefan pela mão e o conduzindo para o lado oposto do salão. Elena e Stefan trocaram um olhar cumplice e riram daquilo, eles pareciam adolescentes que namoravam secretamente, não que Elena quisesse esconder que tinha beijado Stefan para Caroline, mas ela queria colocar as coisas no lugar primeiro, saber o que de fato eles seriam.

A manhã passou rapidamente, e todos se juntaram para comer na lanchonete, menos Bonnie e Lucas que estavam discutindo a relação num canto do campus.

— O que vocês acham que ela vai fazer? – Caroline especulava.

— Eu acho que ela vai terminar com ele. – Tyler afirmava.

— Eu acho que ela vai ouvir ele, vai deixar ele se explicar. – Stefan dizia tomando seu suco.

— Eu concordo com o Stefan, a Bonnie acima de tudo é justa, ela vai deixar ele se explicar. – Elena disse terminando de comer seu lanche.

— Bom, preciso procurar a Sra. Flowers para entregar meu trabalho, amor vem comigo? – Tyler chamou estendendo a mão para Caroline.

— Claro! Elena não se esqueça que mais tarde você vai me ajudar com o meu trabalho. – Caroline lembrou sua amiga e saiu acompanhando Tyler.

— Posso te acompanhar até o dormitório? – Stefan perguntou fitando os olhos de Elena.

— Claro. – Elena se levantou e Stefan foi ao seu lado a seguindo.

O casal seguiu boa parte do caminho em silêncio, apenas andando e lançando olhares timidamente um para o outro.

— Bonnie comentou que o professor retornou da licença. – Elena quebrou o silêncio.

— Voltou, a partir de amanhã eu fico só na secretaria.

— Entendi. Você acha isso bom, ou prefere ficar na sala de aula? – Elena perguntava.

— Os dois tem seus pontos positivos, porém prefiro ficar na sala de aula, lá em tenho contado com os alunos, tem dinâmica, posso passar um pouco do meu conhecimento adiante.

— Verdade, você sempre querendo ajudar os outros. – Elena disse dando um sorriso a Stefan.

— Eu tento né. – Stefan devolveu a morena um lindo sorriso. Mais alguns minutos de silêncio se opôs entre o casal e Elena não se aguentou.

— O que você achou de ontem? – Elena perguntou despida de qualquer vergonha.

— Do Baile? – Stefan indagou, mas no fundo ele sabia que não era sobre o baile que Elena queria falar.

— Do beijo. – Elena respondeu firme. Stefan parou de andar e Elena fez o mesmo.

— Eu achei incrível. – Stefan respondeu apaixonado. Elena respirou aliviada, por algum motivo ela estava com receio de Stefan não ter aprovado aquela sua atitude.

— Elena, você não sabe o quanto eu fantasiei aquele momento, o quanto eu quis provar o doce dos seus lábios. – Stefan se declarou se aproximando mais de Elena.

— Você não sabe o quanto isso me deixa aliviada, o quanto eu almejei por isso. – Elena se encaixou no abraço de Stefan e ele a envolveu em seus braços. Elena o apertou forte, aquele abraço tinha o poder te lhe proteger de tudo, ele era sua rede de proteção, era naquele lugar que ela sentia que a tristeza não podia lhe alcançar.

— Sinto muito pelo tanto tempo que ficamos separados, por todos os momentos que não a tive em meus braços. – Stefan sussurrava no ouvido da garota.

— Eu também Stefan, eu também. – Elena confessava. Automaticamente na mente da garota lhe veio a face de Damon, a noite em que dormiram juntos, ela sabia que se contasse aquilo poderia ser o fim daquele momento, Stefan poderia ficar com raiva e desistir de uma vez por todas deles, porém ela havia jurado que não teria mais espaço para mentiras em sua relação, ela tinha que ser correta com ele, desta vez ela precisava ser honesta com Stefan. Elena respirou fundo e saiu do abraço, encarando os olhos brilhantes de Stefan.

— Stefan, sei que estamos prestes a retomar nossa relação, porém antes preciso lhe dizer uma coisa. – Elena disse séria.

— Tudo bem. – Stefan falou, já sabendo que tinha a ver com seu irmão.

— Você me disse que se um dia nós encontrássemos o caminho de volta para o coração um do outro que você iria querer saber o que houve entre eu e o Damon durante a sua ausência. Se vamos voltar eu quero ser cem por cento honesta contigo, quero uma relação sincera, sem meias verdades.

— Não sei se estou preparado para ouvir o que você tem a me dizer. – Stefan disse agora sério. Ele tinha uma leve ideia do que havia acontecido entre sua amada e seu irmão, porém ela afirmar era completamente diferente do que ele ficar só na dúvida, era a certeza de que ela havia sentido algo pelo seu irmão.

— Stefan eu não quero te magoar, mas também não quero omitir nada, eu preciso esclarecer de uma vez por todas o que se passou entre mim e seu irmão. – Elena explicou. Stefan apenas assentiu positivamente com a cabeça.

Elena respirou fundo e juntou toda sua coragem, naquele momento era tudo ou nada, ela tinha que fazer o certo:

— Durante sua ausência eu e o Damon nos aproximamos, tivemos uma conexão, e ... eu... nós dormimos juntos. – Elena despejou, tirou de seus ombros um fardo que ela carregava, porém viu quando os olhos de Stefan cessaram o brilho e se encheram de lágrimas, a cor castanho esverdeado também havia mudado, agora estavam escuros, tristes.

Stefan recebeu as palavras de Elena como golpes que assolavam contra sua pele. Ele sentiu como se fosse lanças ferindo seu peito, como se o ar fosse lhe faltar, um desespero tomou conta de si, uma vontade de gritar, uma enorme vontade de chorar e desabar, mas ele se segurou, travou suas lágrimas, ele não queria que Elena o visse naquele estado.

— Stefan, me perdoe. – Elena tentou tocar o rosto do rapaz, porém Stefan se afastou.

— Me desculpe, não posso ficar aqui. – Fora as únicas palavras que Stefan conseguiu pronunciar antes de dar as costas para Elena e seguir até seu carro.

Stefan adentrou no seu carro como um furação, ali ele desabou. Ele sentiu o gosto salgado de suas lágrimas, sentiu seus olhos transbordarem. Ele deixou que todas as lágrimas que ele havia segurado fossem liberadas, tentou buscar o ar para aliviar a dor que latejava em seu peito, mas era em vão. Tudo o que ele suspeitava, tudo o que ele não queria que acontecesse havia acontecido: Seu irmão tinha conquistado sua amada, ele havia estado com ela, havia tido ela em seus braços, havia tido seu amor, nem que tivesse sido por uma única noite.