Laços de Sangue escrita por Mel Dobrev


Capítulo 50
Sem você é pior ainda.


Notas iniciais do capítulo

Boa noite lindezas.
Ótima leitura :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/777238/chapter/50

 

Lily e Elena ficaram um bom tempo no quarto observando e conversando sobre a recuperação de Stefan, logo após elas saíram, sendo a vez de Giuseppe e Caroline entrarem e verem como estava o rapaz, enquanto isso o pessoal conversava na recepção do hospital.

— Vou pegar um café, quer um minha querida? – Lily perguntou a Elena.

— Não Lily, obrigada. – Elena respondeu se sentando numa das cadeiras.

— Você está bem? – Damon perguntou, ainda preocupado por Elena ter quase desmaiado na mansão.

— Estou sim. – Elena respondeu, porém percebeu que aquilo não bastava, pois Damon ainda a encarava. – É sério Damon, eu estou bem, acho que não comi o suficiente no café da manhã, só isso. – Elena continuou.

— Então você precisa comer alguma coisa. – Damon pontuou.

— Agora não sinto mais fome, estou preocupada com o Stefan.

— Todos nós estamos, mas você tem que se alimentar, porque senão não vai ser só o Stefan que vai estar internado. – Damon disse sério.

— Ok Damon. – Elena se levantou para ir a cafeteria.

— Elena você vai aonde? – Lucas perguntou.

— Na cafeteria comer algo.

— Vou com você. – Lucas disse.

— Mas você não vai subir para ver o Stefan? – Elena questionou.

— Não, odeio hospitais, e ele está sedado, nem vai saber que eu vim, melhor ver ele em casa. – Lucas explicou acompanhado Elena durante o trajeto.

Giuseppe e Caroline saíram do elevador e deram passagem para Damon e Bonnie adentrarem.

— É BonBon só restou nós. – Damon dizia olhando fixamente para a porta do elevador enquanto este subia até o andar superior.

— Damon se precisar de um tempo sozinho com o seu irmão eu vou compreender, eu entro depois. – Bonnie perguntou, vendo a cara de tenso de Damon.

— Claro que não, entraremos juntos. – Damon deu a mão para Bonnie e ela lhe deu a sua, os dois caminharam pelo longo corredor até o quarto de Stefan. Bonnie foi a primeira a se aproximar da maca de Stefan. Damon ficou um pouco distante observando Bonnie “conversar” com seu irmão, que continuava sedado. Damon ficou ali, alguns minutos, tentando compreender como tudo aquilo tinha chegado aquele estado, como seu irmão sempre certinho e exemplo de pessoa havia levado aquele castigo. Ele sabia que a resposta era única: Ele e seu desejo de querer quem não era pra ser dele. Damon sabia que se não tivesse estado com Elena, se encantado por ela, se apaixonado por ela, nada daquilo teria acontecido. Seu irmão nunca teria se rendido novamente ao vicio, porém ele não conseguia se arrepender de nada que tinha feito, nenhum pensamento sobre a garota, nenhuma trocar de olhar, nenhum beijo, nenhuma caricia... a única coisa que ele se arrependia era de não ter contado a verdade desde o princípio para seu irmão: que já conhecia Elena, que eles haviam ficado. Damon saiu de seus pensamentos ao notar que Bonnie o encarava.

— Não vai falar com o seu irmão? – Bonnie perguntou se aproximando de Damon. Damon balançou a cabeça positivamente e caminhou para o lado de Stefan.

— Ei brother, fizeram um estrago em você hein. – Damon disse observando o roxo em algumas partes do rosto de Stefan. Damon sentia tanto por ver seu irmão naquele estado, sentia tanto por indiretamente ter sido o motivo de tudo, ele só queria ser feliz, ter ao seu lado a garota que ele amava e ter seu melhor amigo de volta, era pedir muito ter os dois novamente?

— Eu sinto tanto Stefan. – Damon confessou baixinho, esquecendo que Bonnie estava ali no mesmo quarto. Bonnie vendo a interação de Damon com Stefan, notou de que precisava deixa – lós a sós e saiu devagarinho do quarto, ficando no corredor esperando o moreno.

Damon nem notou a ausência de Bonnie, ele estava imerso no semblante acabado de seu irmão. Damon foi até a ponta da cama de Stefan, pegou o prontuário, leu tudo o que havia descrito ali, checou o soro e os remédios que seu irmão estava tomando. Damon ficou mais alguns minutos ao lado de Stefan, em silêncio, apenas o observando.

— Volta logo brother, eu sei que não admito muito, mas a verdade é que eu preciso de você. – Damon disse pegando na mão de Stefan e apertando.

Damon deu uma última olhada em Stefan e saiu do quarto encontrando Bonnie no corredor.

— Por que saiu? – Damon perguntou.

— Porque eu sabia que estava sobrando naquele quarto, e também sabia que vocês precisavam de um momento a sós. – Bonnie respondeu.

— Obrigada BonBon. – Damon lhe agradeceu lhe dando um abraço.

— Sei que você o ama, a sua maneira, mas ama. – Bonnie falou ainda abraçada a Damon. Damon apenas assentiu positivamente sua cabeça.

O casal de amigos desceram e se juntaram ao restante do pessoal na cafeteria.

(...)

Já se passava do meio dia quando o Doutor que estava cuidando de Stefan foi falar com todos.

— O Sr. Salvatore acabou de acordar.

Todos vibraram com a boa notícia e Lily já queira subir para ficar perto de seu filho.

— Peço a vocês só mais algumas horas, vou repetir os exames para ver se ele está de fato cem por cento bem e já encaminho a papelada da alta. – O doutor pediu.

— Lily você não quer ir para casa enquanto isso, tomar um banho e depois voltar? – Giuseppe perguntou.

— Não, estou bem, só sairei daqui com meu filho. – Lily respondeu firme.

— Elena você não quer ir descansar? – Damon também perguntou.

— Não, também vou ficar aqui.

— Ok. Meninas vocês querem ir para casa, tomar um banho e depois eu trago vocês de volta? – Damon perguntou a Caroline e Bonnie.

— Por mim eu ficaria, porém temos que arrumar as coisas na mansão. – Caroline disse com pesar, ela adorava planejar tudo, porém arrumação não era com ela.

— Deixa isso para depois, não se preocupe. – Lily disse.

— Não, precisamos sim arrumar as coisas. E também preciso ir, porque tenho que levar meus pais para o aeroporto. – Bonnie explicou.

— Ok. Então eu levo vocês. – Damon disse já se despedindo de Lily com um abraço.

— Vou ficar aqui com elas. – Giuseppe disse a Damon.

— Me liga quando ele tiver alta que eu venho buscar vocês. – Damon pediu a Elena.

— Obrigada! – Elena o abraçou.

— Disponha. – Damon respondeu já saindo, acompanhando Caroline, Bonnie e Lucas até seu carro.

Elena, Lily e Giuseppe aproveitaram o tempo que Stefan estava fazendo exames para almoçarem e conversarem um pouco mais sobre como deveriam agir com Stefan dali pra frente. Após o almoço o trio se dirigiu até a recepção e não demorou muito para que o médico os autorizassem a ver novamente Stefan.

— Os resultados dos exames já saíram e ele está bem. Já comecei a encaminhar os papeis para alta, porém como hoje está muito sobrecarregado, pode ser que demore um pouco. – O doutor lhes informou.

— Sem problemas, esperamos o tempo que for. – Lily disse feliz da vida.

— Vamos ver o nosso menino. – Lily já foi avançando para pegar o elevador, porém Giuseppe a segurou pelo braço.

— Vamos deixar a Elena ir na frente, acho que ele ficará mais feliz. – Giuseppe disse a Lily, realmente ele estava certo, Lily pensou. Assim Elena relutantemente subiu primeiro. Ela queria que o trio subisse junto, ou até que Lily e Giuseppe subissem primeiro, afinal eles eram os pais dele, mas Lily realmente sabia insistir quando queria alguma coisa.

O caminho até o quarto em que Stefan estava voou para a garota, estava bem rápido do que o trajeto anterior que ela havia feito pela manhã. Ela não pensava em como ele iria recebe – lá, ou se queria ela ali ou não, ela só queria olhar nos olhos dele, ver que de fato ele estava bem e tocar em suas mãos.

Elena adentrou no quarto e subitamente encontrou os pares de olhos esverdeados a observando. Stefan sabia que havia pessoas para vê – ló, pois a enfermeira havia lhe dado aquela informação, ele queria que Elena estive entre essas pessoas, porém ele não tinha certeza. Ao ver ela abrindo a porta uma onda de felicidade o preencheu, era como se ele estive num caos e a calmaria houvesse chegado.

Elena ficou tão feliz em ver que ele estava bem, ela se emocionou e seguiu direto para os braços do rapaz. Elena lhe deu um forte abraço.

— Ai. – Stefan pronunciou, pois seu corpo estava dolorido, e com o forte abraço da garota ele pode sentir algumas dores.

— Me desculpe, te machuquei? – Elena perguntou preocupada.

— Só me abrace um pouco mais devagar dessa vez. – Stefan pediu. Elena lhe deu um sorriso e o abraçou novamente, mas dessa vez tomando um pouco de cuidado. Stefan retribuiu o abraço a envolvendo com um de seus braços, pois o outro estava impossibilitado.

— Fiquei com tanto medo de que estivesse sido pior. – Elena confessou ainda no abraço.

— Não fique, eu estou bem.

— Promete pra mim que nunca mais vai dar esse susto em nós.

— Eu prometo. – Stefan falava acariciando os cabelos de Elena.

— Feliz aniversário. – Stefan disse. Elena saiu do abraço e se permitiu acariciar o rosto todo cheio de hematomas de Stefan.

— Me desculpe não ter ido, me desculpe... – Stefan já estava se explicando, porém Elena o cortou.

— Não desculpo! Não desculpo porque sei que você estava indo pra minha festa, sei que você estava indo me ver. – Elena dizia tocando em cada parte da face do rapaz: sobrancelhas, maxilar, nariz, testa.

— Como você sabe?

— Você foi encontrado na rua 43, não foi difícil chegar a essa conclusão.

— Eu podia estar indo pra qualquer lugar.

— Podia, mas dentro de mim havia uma esperança. – Elena confessou.

— Eu queria tanto ter lhe visto ontem, dançado contigo, ver seu lindo sorriso. – Agora era a vez de Stefan confessar seus sentimentos.

— Ah, eu não estava diferente do que estou agora. – Elena se afastou do rapaz e deu uma “voltinha” para que ele visse o seu vestido.

— Não tomou banho? É, certas coisas nunca mudam, porquinha. – Stefan disse zombando da garota.

— Vai ficar me chamando de porquinha justo no meu aniversário? – Elena franziu as sobrancelhas para Stefan.

— De qualquer jeito você fica linda. Você está linda. – Stefan disse com os olhos fixados no da morena. Elena se aproximou mais do rapaz, ficando cara a cara com ele, Elena retornou a tocar no rosto de Stefan.

— Elena eu quero... – Elena tocou suavemente nos lábios de Stefan.

— Shiiiu. – Elena pediu.

— Você sabe que precisamos conversar.

— Eu sei, mas aqui não é lugar e nem hora. Se recupera, volta pra casa, e depois conversaremos. – Elena falava mergulhada nos verdes brilhantes dos olhos de Stefan.

— O que você vai fazer? – Stefan perguntou observando Elena descer a barra de proteção da cama.

— O que se faz nos filmes. – Elena subiu na cama e se aconchegou no peito de Stefan. Stefan se pôs a acariciar os longos cabelos da morena.

— Obrigado. – Stefan pediu.

— Pelo o quê?

— Por estar aqui por mim.

— Sempre, não importa o que houver. – Elena pronunciou fechando seus olhos. Stefan também fechou seus olhos e se permitiu viver o momento, sentir ela em seus braços novamente era tudo o que ele desejava, tudo de que ele precisava. O casal ficou ali abraçados, entrelaçados por alguns minutos. Elena estava tão exausta da noite anterior e daquela manhã, que descansou e Stefan também, ambos acabaram cochilando. Lily e Giuseppe que chegavam flagraram a cena e voltaram para trás com cuidado para não acorda a garota e nem o rapaz. Eles ficaram observando o casal pela janela de vidro.

— Eles são tão lindos juntos. – Lily se derretia.

— Ela ainda o ama. – Giuseppe avaliava.

— Mas e o Damon nessa história toda? Sou uma pessoa ruim por também desejar que ela ame ele?

— Não, só está sendo a ótima mãe que sempre foi. – Giuseppe disse segurando a mão de Lily. Lily lhe deu um sorriso.

— Mas você sabe que uma hora ou outra ela vai ter que tomar uma decisão, não sabe?!

— Eu sei, mas é disso que eu tenho medo. – Lily se lamentava pelos seus filhos, porque sabia que mesmo não querendo Elena iria partir o coração de um deles.

(...)

Damon estava impaciente do lado de fora do hospital, esperando Lily, Giuseppe e Elena trazerem Stefan para que todos pudessem retornar a mansão dos Salvadores. Ao avistar todos Damon já foi abrindo as portas do carro, e foi de encontro com Giuseppe que empurrava a cadeira de rodas de Stefan para ajuda – lós.

— Stefan. – Damon cumprimentou um pouco receoso. Stefan retribuiu o cumprimento com um discreto sorriso. Todos estavam levando a situação normalmente, porém ninguém havia deixado de transparecer que estavam receosos por aquele encontro.

Giuseppe ajudou Stefan se acomodar no banco de trás e seguiu viagem ao lado de Stefan e Elena, Lily fazia companhia para Damon no banco do passageiro. Ao chegar na mansão todos ajudaram Stefan a se instalar no seu quarto, logo depois Giuseppe foram checar alguns e-mails e Lily foram preparar os seus incríveis cookies, que tanto Damon como Stefan adoravam. Elena arrumava umas últimas coisas no quarto do rapaz.

— Pronto, agora sim está apresentável. – Elena dizia enquanto ajudava Stefan a se sentar na cama todo arrumado depois de um longo banho.

— Vai ficar pro jantar? – Stefan perguntou.

— Não. Na verdade eu já vou indo, a Liz preparou um jantar para mim e a Car. está a minha espera. – Elena explicava arrumando sua pequena bolsa.

— Preciso conversar com você. – Stefan disse um pouco sério.

— Hoje não. Descansa e passa um tempo com seus pais, amanhã eu venho aqui para vê como você está e ai sim conversamos.

— Espere. – Stefan se levantou e foi em direção a garota, lhe envolvendo num abraço apertado.

— Feliz aniversário, feliz ano novo, feliz dezoito. – Stefan sussurrou no ouvido de Elena.

— Obrigada! – Elena desfez o abraço e ficou olhando nos olhos misteriosos de Stefan.

— Obrigada por você ter me ouvido e vindo a minha festa. – Elena pegou em uma das mão de Stefan e acariciou.

— Na verdade nem cheguei né? E ainda fiz você ficar no hospital bem no dia do seu aniversário.

— Não importa, o importante é que você está bem, e aqui. Não nos deixe mais Stefan. – Elena pediu numa fala fraca. Stefan a envolveu novamente em seus braços e ficou acariciando seus cabelos.

— Nunca mais. – Stefan pronunciou firme, depositando um beijo na testa de Elena.

— Preciso ir.

— Vai pedir um táxi? – Stefan perguntou preocupado.

— Não, na verdade o Damon vai me dar uma carona. – Elena disse receosa, uma carona não era nada demais, porém Stefan ficou sério e ela ficou se perguntando se talvez ele ainda estivesse magoado com tudo que havia acontecido.

— Tudo bem? – Elena perguntou.

— Tudo sim. Ótimo retorno e até amanhã. – Stefan desejou dando um beijo na bochecha de Elena, a morena gostou daquele gesto.

Elena desceu e se despediu de Lily e Giuseppe, assim como Damon também. Os dois foram para o carro, o moreno ajudou a garota a carregar alguns aperitivos que tinham sobrado da festa. Damon levou Elena até a casa de Caroline e durante o trajeto um silêncio ensurdecedor se alastrava entre eles. Elena estava focada demais em tudo o que havia acontecido naquele dia, e agradecia mentalmente por Stefan está bem e entre eles, mas ela também ficava se perguntando o que aconteceria agora, como seria a relação dela e de Stefan dali em diante, não só deles como a dela e de Damon também. Damon por outro lado pensava se Stefan ia querer falar com ele novamente, como ficaria o clima entre eles com ele de volta na mansão dos Salvatores, mas parte de si também estava amedrontado por saber que Elena poderia facilmente esquecer a pequena relação que eles tinha e voltar para seu irmão.

Chegando na casa de Caroline, Damon desceu para ajudar Elena a carregar as coisas até a imensa cozinha da casa da mãe da loira. Assim que terminaram Elena levou Damon até a porta.

— Você está feliz que ele voltou né? – Damon perguntou direto, se referindo a Stefan.

— Estou, mas você também está. – Elena disse firme.

— Por que presume isso? – Damon questionou estreitando os olhos para Elena.

— Porque eu sei que o laço de irmandade é maior do que qualquer coisa. – Elena terminou piscando e dando um sorriso de lado para Damon.

— Ei pare com isso! Esse negócio de sorrisinhos de lado e piscadinha é meu.

— Acho que peguei essa sua “mania”. – Elena falou aos risos.

— Boa noite Srta. maior idade. – Damon falou dando um beijo na bochecha de Elena e se retirando.

— Damon. – Elena chamou, Damon se virou novamente para a morena.

— Obrigada por tudo, e mais ainda por sempre está do meu lado. – Elena falou.

— Obrigada você por me permitir participar da sua vida.

— Boa noite Sr. sorrisinhos e piscadas. – Elena disse risonha.

— Ótima noite.

(...)

Ainda naquela noite, Stefan estava lendo um livro enquanto esperava o sono vim quando Lily bateu na porta.

— Posso? – Lily perguntou.

— Claro que sim. – Stefan colocou o livro de lado e se sentou na cama.

— Vim saber se você quer algo? Porque eu e seu pai já vamos nos deitar. – Lily perguntou calmamente.

— Não, está tudo ótimo. Na verdade preciso que a Sra. sente aqui. – Stefan pediu dando espaço para que Lily se sentasse em sua cama. Lily se sentou, e mãe e filho ficaram alguns segundos em silêncio, apenas se olhando.

— Me desculpe. – Stefan pediu cabisbaixo. – Me desculpe por não ter deixado você contar toda a sua história, me desculpe por te crucificar e te julgar sem nenhum direito, me desculpe por eu achar que era dono da verdade, por nem se quer tentar compreender toda as tuas renuncias, todos os teus sofrimentos, me perdoa. – Stefan pediu.

— Meu menino, você não me deve desculpas de nada. – Lily abraçou cuidadosamente Stefan, tomando bastante cuidado para que nenhum movimento seu machucasse ainda mais seu garoto.

— Me perdoa mãe por me ausentar por tanto tempo e por nem se quer lhe dá satisfações. – Stefan pedia se agarrando mais e mais ao abraço caloroso de sua mãe. Como ele precisava daquele abraço, daquele carinho.

— Isso tudo já passou, o que importa é esse momento, você aqui novamente com a sua família. – Lily falava enquanto acariciava os cabelos castanhos de seu doce menino.

— Agi tão errado contigo. Você é a mulher que me deu a vida, que me ama acima de tudo, me perdoa. – Stefan pedia desesperado, deixando algumas lágrimas caírem.

— Não há nada para eu perdoar, nada. Eu te amo meu filho. – Lily também se acabava em lágrimas.

— Agora eu estou aqui e quero que a Sra. me conte tudo, me conte tudo por que passou, quero saber a sua história e a do meu irmão. – Stefan pediu enxugando suas lágrimas.

— Tudo bem meu filho, porém a história é longa e vai levar horas, acho que vou ter que dormir ai contigo. – Lily disse soltando o primeiro sorriso.

— Pensei que não fosse propor. – Stefan disse já arrumando os travesseiros para sua mãe. Lily lhe deu um beijo na cabeça e foi se aconchegando ao lado de seu filho, debaixo das cobertas. Seu coração estava em festa, numa felicidade extrema. Seu filho, seu pequeno passarinho aninhado a ela, ouvindo suas histórias como há anos atrás. Seu coração pulsava alegria, alivio, amor.

(...)

Na manhã seguinte Stefan acordou com uma sensação ótima, uma sensação que a tempos ele não sentia. Ele se levantou, fez suas higienes matinais e ficou um longo tempo apreciando a vista de sua enorme janela. Olhar aquele jardim que sua mãe tinha tanto zelo, olhar o lindo sol surgir, sentir o leve perfume do maravilhoso café que a cozinheira fazia, tudo aquilo era a sua casa, seu lar. Stefan se aprontou e se surpreendeu com a quantidade de coisas que sua mãe lhe trouxe para a primeira refeição do dia. Naquela manhã o café não foi na cozinha, e sim no quarto de Stefan. Giuseppe, Lily e Stefan partilhavam alguns acontecimentos recentes enquanto se enchiam de quitutes que Lily havia ajudado Geraldine a preparar.

Depois do café, Giuseppe saiu para alguns compromissos daquela segunda, Lily ficou organizando todo o cardápio do almoço, pois ela queria tudo o que Stefan mais gostava, e Stefan estava no notebook, ocupando sua cabeça com trabalho, quando foi interrompido por uma doce voz que ele conhecia bem:

— Interrompo? – Elena perguntou sorridente.

— Claro que não. Bom dia. – Stefan foi de encontro a morena e lhe cumprimentou com um beijinho no rosto.

— E como está o Sr.? – Elena perguntou notando que o semblante de Stefan estava bem melhor que o dia anterior.

— Estou bem, me recuperando.

— Que bom, sei também que dormiu com a mamãe né? – Elena falou fazendo um careta engraçada.

— Ah, para vai. Mal voltei e já vai ficar me zoando. – Stefan não conseguiu conter os risos.

— Adoro ver você sorrindo. – Elena confessou.

— E eu adoro ver você. – Stefan também confessou.

— Elena eu preciso conversar com você.

— Eu sei.

— Venha. – Stefan pegou na mão de Elena e a conduziu para sentar – se na cadeira da pequena mesa que havia em seu quarto. Stefan se sentou de frente para a garota e começou:

— Eu quero começar lhe pedindo desculpas. Desculpa por tudo de ruim que eu lhe fiz passar, por ter te machucado fisicamente...

— Stefan você não fez isso. – Elena o cortou.

— Me deixe terminar? – Stefan pediu. Elena assentiu com a cabeça positivamente e Stefan continuou:

— Desculpa por ter te machucado fisicamente e psicologicamente, por ter gritado contigo, por não ter aceito a tua ajuda quando eu tinha completa noção de que precisava, por ter feito você chorar, por ter destruído seu coração. Me perdoa por ter te afastado de mim, pois tudo o que eu mais queria era lhe ter por perto, me perdoa por não confiar em você diversas vezes, e por não ter lhe dado uma segunda chance. – Stefan deu uma breve pausa para tomar fôlego, aquela era a hora, ele iria falar tudo a ela, sem meias verdades, sem mascarar nada.

— Me perdoa por lhe culpar por tudo de ruim que estava acontecendo em minha vida, me perdoa por tudo. – Stefan pediu.

— Você nem precisava pedir, eu lhe desculpo por tudo. E te peço também: Desculpas por não confiar em você sobre sua amizade com a Rebekah, por não estar do seu lado quando você mais precisava, por não lutar mais por você, por lhe magoar profundamente, por ferir sua confiança. – Elena pedia emocionada.

— Eu também te desculpo por tudo. Nós erramos, acertamos, amadurecemos, e depois de passar por tantos altos e baixos eu me orgulho disso. Eu não quero mais afastar você da minha vida, porque tudo o que eu vivencio, tudo o que eu faço só tem uma pessoa com quem eu quero dividir, você. – Stefan se abriu totalmente a Elena.

— Eu também não consigo imaginar minha vida sem você, você me ensinou tanto, me ajudou a crescer, e mesmo depois de tudo que passamos eu não desejaria outra pessoa para viver comigo tudo o que vivemos.

— Elena, eu sei que é pedir muito para voltarmos do nosso ponto de partida, sei que nada vai voltar a ser como era antes, por minhas novas bagagens, pelas suas, porém quero me aproximar novamente de você, aos poucos, em cada detalhe, cada gesto. – Stefan se atreveu a pegar na mão de Elena que estava sobre a mesa e apertou fortemente, a garota correspondeu fazendo o mesmo.

— A vida é bem louca, e ás vezes ruim, mas sem você é pior ainda. Me deixe fazer parte da sua vida novamente. – Stefan falava com emoção, com os olhos se enchendo de lágrimas.

— Não precisa pedir, eu quero, quero muito ter você na minha vida. – Elena disse. Elena respirou fundo e continuou: - Stefan já que estamos falando de tudo, colocando todos os sentimentos pra fora, eu preciso lhe dizer: Com a sua ausência eu e o Damon nos tornamos mais próximos, mais amigos, mais íntimos. Eu não quero esconder nada de você, não quero cometer o mesmo erro que antes, eu senti sentimentos por ele. Eu e o Damon passamos bastante tempo juntos, passamos... - Elena ia continuar, ia lhe confessar tudo sobre o tempo que ficou junto com Damon, mas Stefan a cortou.

— Eu não quero saber. Vocês se aproximaram porque eu fiquei ausente, eu dei espaço para isso acontecer. O que aconteceu entre vocês durante esse tempo eu não preciso saber, não agora... Se nós encontrarmos novamente o caminho para o coração um do outro, e se você achar justo eu saber, então ai sim eu vou querer ouvir, caso contrário não.

— Obrigada por ser tão incrível, tão altruísta, tão humano, tão justo. – Elena se levantou e deu um caloroso abraço em Stefan. Como ela havia esperado por aquele abraço, certo que antes eles já haviam se abraçado e tals, porém aquele era mais valioso, eles haviam confessado tudo um pro outro, conversado sobre tudo, admitido que haviam errado, que tinham falhas, mas acima de tudo: Os dois eram importantes para ambos.

— Obrigada você por continuar aqui, por ainda se importa comigo, com nós.

— Sempre vou estar aqui, pra você e por você, jamais se esqueça disso. – Elena cochichou no ouvido de Stefan. Stefan apertou mais Elena contra ele, sentir o suave perfume dela tão de perto, sentir o toque de sua aveludada pele, era tudo tão sublime para ele, tudo tão fora do normal. Ali ele se sentiu leve, feliz, sentiu que ele podia ser o antigo Stefan Salvatore novamente. E foi ali naquele abraço que ele se deu conta de que o que ele chamava de lar nunca significou sua casa e sim a certeza de alguém o esperando, a esperança de alguém por ele, sempre significou ela, somente ela.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai o que acharam desse capítulo? Sabemos que Stefan e Elena resolveram as coisas, ficaram "amigos", mas será que irão voltar a ser o que era antes?
Até o próximo capítulo.
Xoxo.

Músicas:

— Damon “conversando” com Stefan. (Sia – Angel by the wings)

— Elena e Stefan conversando no hospital/ Eles conversando no quarto. (O.A.R – Miss you all the time)

— Damon e Elena conversando. (Snow Patrol - Make this go on forever)

— Stefan se desculpando com sua mãe. (Saturn - Sleeping at last)

— Stefan e Elena se desculpando. (James Arthur – Certain Things Ft. Chasing Grace)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Laços de Sangue" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.