Laços de Sangue escrita por Mel Dobrev


Capítulo 40
Escolhas erradas.


Notas iniciais do capítulo

Boa noite pessoal.
Ótima leitura!!



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Caroline despertou com um cheiro forte de café que parecia estar impregnado em suas narinas. Ela ao abrir os olhos automaticamente levou o olhar para a poltrona aonde Klaus havia permanecido durante toda a noite, porém ela estava vazia, Caroline se virou num rápido impulso e seus olhos foram de encontro ao britânico sentado na ponta da cama de Elena colocando algumas coisas sobre o colchão.

— Pensou que eu tinha fugido? – Klaus questionou percebendo o quase pulo que a loira deu da cama quando não o viu na poltrona.

— Bom dia para você também. – Caroline disse com seu mau humor bem à vista.

— Bom dia Sweet. – Klaus devolveu a Caroline com um grande sorriso nos lábios.

*Sweet quer dizer “doce” em inglês.

— Não sei porque esse sorriso, e porque me chama de doce? Acho que já deu para perceber que eu não faço o estilo “docinho”. – Caroline ironizou.

— Exatamente por isso que te chamo assim, quem sabe de tanto eu falar você se torne mais doce. – Klaus finalizou dando uma piscadinha para Caroline. Caroline por incrível que parecesse não ficou brava ou irritada com aquela explicação, ela na realidade achou graça, mas para não dar o braço a torcer tacou uma almofada em Klaus e fez uma careta. Ambos se olharam e riram. Klaus riu pela careta que a loira fez e Caroline riu da cara que o britânico fez.

Caroline se levantou e foi direto ao banheiro fazer sua higiene matinal, quando retornou encontrou Klaus no mesmo lugar a esperando para iniciar o café da manhã. Caroline sentou no baú que ficava no pé da cama de Elena e ficou observando as coisas que Klaus havia trago para o café.

— Esse é o seu. – Klaus entregou a Caroline um copo com o seu café que ele sabia que era favorito.

— Como você sabe o tipo de café que eu tomo? – Caroline indagou.

— Digamos que o instagram é uma excelente ferramenta para descobrirmos sobre a vida das pessoas. – Klaus respondeu mordendo um pedaço do croissant.

—  Então quer dizer que você fica “fuçando” meu instagram? Bom saber. – Caroline começou a escolher o que deveria comer. Klaus não conseguia parar de observar a garota, o quanto ela era espontânea e o quanto ela era linda sem precisar de uma grande produção.

— Não acha que já me olhou o bastante durante a noite enquanto eu dormia? – Caroline disse estreitando o olhar para Klaus que não se intimidou e continuou com seus olhos fixo na garota.

— Nem mesmo uma vida inteira seria o bastante para apreciar sua beleza. – Klaus disse suavemente. Caroline não esperava por aquilo. Ela sentiu suas bochechas corarem e seu coração ter um tipo de reação inesperada: Ele batia fortemente, como se algo tivesse causado um choque, um ataque cardíaco nela. Caroline para disfarçar puxou assunto:

— Se fica espionando meu instagram por que não me segue logo?

— Porque só queria fazer isso quando você me pedisse. – Klaus respondeu novamente calmo, suave.

— Que fique claro: Eu não estou lhe pedindo nada. – Caroline já foi logo avisando.

— Eu acho que pediu sim. – Klaus continuou com a mesma pose de homem calmo.

— Quer saber? Tanto faz, me segue logo e pronto. – Caroline disse já cansada desse jogo de gato e rato. Os dois continuaram a degustar o café em total silêncio apenas com algumas trocas de olhares. Caroline sabia que ele queria lhe seduzir e por um momento ficou com medo por se dar conta de que talvez o homem terrivelmente charmoso estivesse conseguindo alcançar seu objetivo.

— Ainda não vi nenhuma foto de você usando o meu presente de Natal. – Klaus disse se referindo ao colar.

— Na verdade eu não usei porque vou te devolver. – Caroline confessou.

— Por que? O seu adorável ex namorado não gostou? – Klaus sabia ser extremamente irônico quando queria.

— Eu é que não devo aceitar mesmo. Agradeço seu ato de generosidade, mas não posso aceitar. – Caroline disse e já foi se levantando em direção ao seu guarda roupa.

— Aliás isso também é outra coisa que preciso lhe devolver. Toma. – Caroline jogou o casaco de Klaus sobre ele.

— Então você guardou meu casaco? – Klaus não conseguiu esconder o sorriso que brotava em seus lábios.

— Guardei por educação, mas isso custou meu relacionamento. – Caroline agora respirou fundo e voltou a tomar seu café.

— Então foi isso que contribuiu para o fim do seu relacionamento? – Klaus perguntou surpreso.

— Exatamente isso. – Caroline respondeu sem muito ânimo.

— Bem que meu irmão disse que esse casaco era especial, agora eu acredito. – Klaus disse lançando um olhar malicioso para a loira. Caroline apenas balançou a cabeça e continuou a comer. O casal ficou trocando mais alguns “elogios” durante o café. Após terminarem de comer ambos começaram a arrumar a cama de Elena.

— Acho que agora finalmente eu vou embora. Pode dar pulos de alegria Caroline. – Klaus disse pegando suas coisas.

— Até que não foi tão ruim ficar com você de cão de guarda, existem coisas piores. – Caroline deu de ombros.

— Adoro o seu humor sabia? – Klaus falou sorrindo e Caroline deixou escapar um pequeno sorriso. Antes de ir embora Klaus foi até o banheiro e Caroline ficou organizando sua cama. Caroline se deu conta de que o celular de Klaus estava vibrando e o avisou:

— Klaus seu celular está tocando.

— Pode atender. – Klaus gritou.

— Eu não, o celular nem é meu. – Caroline tentou fingir que nem se importava, porém sua curiosidade era maior e ela pegou o celular para ver quem era. Número privado “Droga!” Caroline pensou. O celular parou de tocar e começou a chegar várias mensagens no whatsap.

“Cadê você?”

“Fiquei esperando a noite toda..”

“Saudades de você paixão...”

Caroline não sabia o porquê, mas naquele momento ela estava sentindo muita raiva. Klaus saiu do banheiro e deu de cara com Caroline com o celular nas mãos.

— Quem era? – Klaus perguntou inocentemente.

— A sua paixão. – Caroline respondeu num ton ríspido e arremessou o celular para Klaus. Klaus pegou o celular e viu que era Paola, uma digamos “amiga colorida” de Klaus. Klaus sorriu ao ver a cara de Caroline, certamente ela estava com ciúmes.

— Oh Sweet, não precisa ficar com ciúmes. Eu preferi passar a noite aqui com você. – Klaus chegou mais perto de Caroline.

— Ciúmes? – Caroline começou a rir alto. – Ciúmes de você? Nem morta. Já devia esperar isso de você, milagre que ela não ligou durante a noite. – Caroline tentou transparecer que não estava nem ai para as relações amorosas de Klaus, mas era nítido a irritação que ela ficou depois de pegar o celular do rapaz.

— Devia esperar o que de mim? – Klaus definitivamente não entendeu.

— Esperar que você não presta. Sabia que você era mulherengo quando senti de longe o cheiro do seu perfume francês. – Caroline continuou arrumando sua cama, com uma certa “força” nas almofadas.

— Está me ofendendo porquê? Nunca disse que era sozinho, solteiro sim, sozinho nunca. – Klaus se mostrou um pouco ofendido com a acusação de Caroline. Caroline revirou os olhos e continuou arrumando suas coisas em olhar para Klaus.

— Está assim porque está com ciúmes. – Klaus a provocou.

— Para de dizer que eu estou com ciúmes, porque eu NÃO ESTOU COM CIÚMES. – Caroline gritou. – Você nem é nada meu para eu ter ciúmes.

— Exatamente! Não somos nada e ainda assim eu cuidei de você, cadê a gratidão? – Klaus até discutindo era debochado.

— Eu não pedi que você cuidasse de mim, pedi? Não. Então não me venha cobrar nenhuma gratidão. – Caroline estava ficando cada vez mais brava.

— Você é muito mimada sabia? – Klaus disse já perdendo sua paciência.

— E daí que sou mimada? Você não tem nada a ver com isso, e além do mais sou tão mimada que você até gosta.

— Gostava, não gosto mais. – Klaus bateu o pé. Ele no fundo estava se odiando por ela está coberta de razão.

— Ótimo. Tá fazendo o que ainda aqui? Vai embora, vai encontrar sua paixão. – Caroline disse bem irônica.

— Vou mesmo, estou farto desses seus dramas adolescentes. – Klaus saiu se dirigindo para a porta.

— Isso mesmo, vai procurar alguém da sua idade. – Caroline disse já nem sabendo mais o que argumentar. Klaus saiu e bateu a porta, depois de alguns segundos ele abriu a porta novamente e disse a Caroline: - E a proposito você ronca.

— Idiota. – Caroline tacou a primeira coisa que estava a sua frente na direção de Klaus e ele bateu a porta indo embora de vez. Caroline por um lado estava aliviada por ele se mostrar um completo babaca, porque isso era o que a impedia de sentir qualquer sentimento que fosse por ele.

(...)

Durante o trajeto que o carro fazia percorrendo rápido demais Elena ficava sem perguntando mentalmente o que ela sentia por Damon. Qual era o efeito que aquele rapaz tinha sobre a sua vida. Ela já tinha admitido para si mesma que ele a atraia, que ele realmente era muito bonito e charmoso, que seu corpo era um pecado, que os lábios dele eram saborosos, doces, porém era um veneno para ela. Por que na noite anterior ela se entregou para ele? Por que ela se permitiu novamente ser enlaçada pelos encantos dele se em seu coração ainda predominava Stefan? Por que ele mexia com ela tanto assim, ao ponto dela questionar seus desejos mais obscuros? Mas o que ela não podia negar era que a noite tinha sido boa... Ela lembrava de flashs, as mãos dele apertando sua pele, o corpo dele sobre o dela, era como se ela pudesse sentir naquele momento a faísca que o toque dele provocava. Elena foi resgatada de seus pensamentos pelo tranco que o carro deu ao ser estacionado, indicando que eles haviam chegado em seu destino. Ela não sabia o que falar, o que fazer. Elena olhou para Damon e reparou que pela primeira vez a expressão dele era um incógnita, ele também dirigiu o olhar para a garota e ambos ficaram em um terrível silêncio.

— Damon acho que precisamos conversar sobre a noite passada. – Elena se atreveu a quebrar o silêncio que durou apenas alguns minutos, mas que para ela tinha durado horas.

— Eu acho que não. Você já falou em alto e bom ton que foi um erro e eu ouvi. – Damon falou expressando toda a sua magoa.

— Damon eu não quero te magoar, essa jamais foi minha intenção, mas você sabe que nós não podíamos ter feito aquilo, você sabe que erramos. – Elena continuou tomando cuidado com as palavras. Damon continuou calado apenas ouvindo cada palavra, como ele queria voltar para aquela noite, para aquela sensação de felicidade, sensação de que nada de ruim poderia acontecer com eles, pois naquela noite nada mais importava se não Elena nos braços dele.

— Eu não vou colocar a culpa na bebida, porque ambos sabemos que eu estava um pouco digamos “alegre” por causa de tudo que eu tomei, porém isso não justifica, eu tive vontade. – Elena pronunciou as três últimas palavras como se fossem um sussurro e reparou o olhar de Damon mudar. Antes estava obscuro, agora era como se seu olhar estivesse ganhando cor, voltando ao azul piscina que tanto lhe chamava a atenção.

— Mas foi um erro. – Damon meio que concluiu o que Elena queria dizer.

— Sim. E você sabe que temos que enfrentar as consequências disso.

— Está pensando em contar para o Stefan? – Damon questionou surpreso.

— Claro que sim, prometi não mentir mais para ele.

— Elena vocês nem estão mais juntos, para que isso agora? Para acabar de vez com a pequena feição que ele tem por mim e por você? Para ele ficar mais magoado e voltar a se perder nas drogas? Não tem sentido você querer ser totalmente sincera agora. – Damon sabia que Stefan dizia que não estava nem ai, que eles podiam ficar juntos e tals, mas no fundo ele conhecia muito bem seu irmão e sabia que aquela informação abalaria Stefan de tal forma que poderia não ser possível ele querer se regenerar.

— Damon você viu o que uma mentira causou? Olha aonde estamos agora. – Elena estava dividida entre a razão e seu coração. Sua mente lhe ordenava para não contar nada, afinal Damon estava totalmente certo: Eles não estavam mais juntos, ele até tinha feito a fila andar, porém seu coração pedia para que ela fosse honesta com ele, para ela honrar sua promessa. Por mais que eles não tivessem num relacionamento era por ele que seu coração batia mais forte, e ela devia ser o mais transparente possível com ele.

— Não estou falando para mentir, mas omitir. – Damon a olhou com aquela cara de sarcasmo que só ele sabia fazer melhor que ninguém. Elena franziu o cenho demonstrando que não havia entendido a frase de Damon.

— Vamos manter isso somente entre nós, ninguém precisa saber. Como eu disse: Foi uma noite de escolhas erradas. Caso ele lhe pergunte se aconteceu alguma coisa entre nós ai você pode bancar a Madre Tereza e contar tudo, caso ao contrário não. – Damon finalizou ainda com os olhos fixados em Elena.

— Preciso lhe dizer que isso é uma alternativa ruim? Damon nós já mentimos para ele, não quero passar por tudo aquilo de novo. – Elena se mostrava irredutível.

— Elena...

— Não Damon! Não vou mentir novamente para ele, não me peça isso. – Elena interrompeu Damon.

— Tá bom. Não estou pedindo para mentir, estou pedindo para omitir. Se ele perguntar nós contamos sobre a noite, caso ao contrário para que jogar essa história em cima dele? Para criar mais caso? Mais drama? – Damon parou para tomar um pouco de fôlego e se aproximou mais de Elena. – Elena você foi honesta e olha o que você ganhou? Agora sou eu que de pergunto: Olha aonde sua sinceridade lhe levou?

Elena queria lutar, usar argumentos para se desvencilhar de Damon, porém ela não tinha mais nenhum e estava começando a pensar que o moreno que estava em sua frente tinha certa razão.

— Ok Damon, mas se ele perguntar nem que seja o mínimo eu vou contar tudo. Ok?

— Ok Elena. – Damon se afastou retornando a distância de antes entre ele e a garota.

Elena pegou sua pequena bolsa e seus sapatos, retirou o cinto de segurança e se pôs a descer do carro, antes que ela fechasse a porta olhou para Damon e disse: - Eu estava bêbada, porém sabia o que estava fazendo, sabia o que poderia acontecer se fossemos para o seu apartamento. Não vou me isentar de nada, porque eu quis tanto quanto você e de verdade obrigada pela noite. - Elena saiu e se encaminhou para seu dormitório deixando Damon sem reação, ele mal conseguiu assimilar todas as palavras que Elena jogou contra ele. Por um breve momento ele se sentiu vitorioso por ter de fato despertado algum sentimento na garota que sem dúvidas já tinha roubado seu coração.

Elena chegou ao dormitório e já foi recepcionada por Caroline e Bonnie. As duas encaram Elena com um olhar de que já imaginavam o que teria ocorrido.

— Me fale que você não passou a noite com o Damon. – Caroline nem deixou Elena chegar direito e já foi lhe questionando. Elena não conseguiu responder nada ao ver a cara de reprovação de Caroline, ela apenas balançou os ombros como que quem diz : “Talvez, sei lá.”

— Elena Gilbert, eu não acredito nisso. – Caroline disse não brava, mas com uma voz de desaprovação.

— Deixa ela contar o que aconteceu, não sabemos para julgar. – Bonnie meio que repreendeu Caroline.

— Ai meninas vocês são minhas melhores amigas, a única família que eu tenho aqui, não quero esconder nada de vocês, mas não me deixa muito a vontade esse julgamento. – Elena confessou se sentando em sua cama. – Ei, tem migalhas de pão na minha cama, Srta. Caroline explique – se. – Elena ergueu uma das sobrancelhas para a loira.

— Nada de julgamentos né? Certo. O Klaus me trouxe para o dormitório, dormiu aqui e de manhã tomamos café na sua cama, pronto, foi isso. – Caroline disse rapidamente sem nem tomar fôlego para concluir a frase. Bonnie e Elena ficaram perplexas, de boca aberta.

— Parem com isso, ele só dormiu aqui, nada demais. – Caroline tentou se sobressair.

— Nada demais? Há alguns dias atrás você nem suportava ouvir o nome dele e agora virou colega de quarto dele? – Bonnie estranhou.

— As coisas mudam ué, só ele que não, que é e sempre será um babaca. – Caroline suspirou. – Vai Elena sua vez, qual vai ser o argumento para me julgar? – Caroline perguntou.

— Eu não vou falar nada, até porque eu estou fazendo muitas escolhas erradas ultimamente.

— Então conta de uma vez, você só passou a noite com o Damon ou rolou algo? – Caroline não era nada discreta. As duas amigas ficaram olhando para Elena desesperadas por uma resposta.

— Nós transamos. – Elena disse com um pesar na voz. Caroline e Bonnie ficaram quietas encarando a morena, como se elas estivessem paralisadas.

— E ai o que vocês tem para me dizer? – Elena retrucou.

— Nada, não vamos julgar. Não vamos julgar. – Caroline ficou repetindo como se fosse um mantra. – Ai Elena você sabe que se eu não falar o que eu penso não sou eu, então lá vai: PUTA QUE PARIU ELENA, você ficou doida? – Caroline descarregou as palavras em Elena.

— Caroline! – Bonnie chamou a atenção da loira.

— Deixa Bonnie eu já me acostumei, sabia que ela reagiria assim. – Elena estava sim um pouco chateada com a reação de Caroline, mais aquilo não a surpreendia.

— Desculpa amiga, mas é que você sabe o que eu penso. – Caroline se sentou ao lado de Elena. – Você sabe o que eu penso sobre o Damon e sobre o Stefan. – Caroline pegou na mão de Elena e entrelaçou. Elena gostou daquele gesto, pelo menos sua amiga não agiu que nem da última vez quando soube do beijo entre ela e Damon.

— E o que você pensa Caroline? – Bonnie questionou. Caroline olhou para Elena como se estivesse pedindo permissão para falar e Elena assentiu positivamente com a cabeça.

— Ah Bonnie. Desde o começo eu alertei a Elena de que o Damon estava cercando ela, sendo muito gentil, muito amigo, eu sabia que ele queria conquistar ela.

— E o que tem de errado nisso? – Bonnie novamente questionou.

— Tudo! O Stefan, que falando nisso é irmão dele está lá sozinho, magoado, tudo por conta da traição deles. Ai amiga me desculpa, mas você sabe que é isso. – Caroline era sincera até demais.

— Mas Caroline a Elena tentou voltar com ele, meio até que se rastejou atrás dele e ele que decidiu não retomar o relacionamento. A Elena só está seguindo em frente, assim como ele mesmo pediu. – Bonnie demonstrou seu ponto de vista.

— Seguindo em frente com o irmão dele? Poxa, não existe mais homens no mundo não? – Caroline percebeu que as vezes sua sinceridade magoava as pessoas e definitivamente ela não queria que isso acontecesse com Elena.

— Elena você sabe que eu sempre vou tomar partido do Stefan, ele é meu melhor amigo e também foi um ótimo namorado para você, apenas isso, eu sempre vou estar no time dele.

— Eu sei Car, eu te entendo. Eu não deixei de amar ele, mas o Damon eu não sei explicar. – Elena tentava achar palavras para descrever sua relação com o seu ex cunhado.

— Você ama o Stefan, porém está se apaixonando pelo Damon. – Bonnie avaliou.

— Não. Não estou apaixonada, apenas me senti atraída e muito por sinal.

— Eu só não quero que você magoe o Stefan ainda mais, mas também não quero ver você triste, quero ver você feliz. – Caroline apertou forte a mão de sua amiga. Elena retribui com um sorriso meigo.

— Eu me sinto culpada. Culpada de ter me entregado novamente para ele, sabendo que isso vai magoar o Stefan. – Elena confessou.

— Você não tem que se sentir culpada amiga. Você está solteira, o Damon também. Ambos queriam, tinha essa  tensão sexual sobre vocês a tempo. Não estou falando que é para você ficar passando a noite com o Damon e depois ficar com o Stefan e vice e versa, não é isso. Estou falando que agora que vocês finalmente foram para a cama você pode pensar com clareza o que realmente você quer, sente. Pensar se o Damon é uma paixão, uma atração que você só estava mexida porque ele é “proibido” ou se realmente você está nutrindo um sentimento maior por ele. – Bonnie buscou fôlego e continuou o seu raciocínio. – Eu amo você e o Stefan juntos, como diz a Caroline: Vocês são épicos, mas eu quero que você pare para pensar no que o seu coração está sentindo. Se a resposta for o Stefan eu vou dar a maior força para você lutar por ele, sem meias verdades, começar um relacionamento do zero, baseado na confiança e honestidade... agora se a resposta for o Damon eu também vou te dar força para se permitir se aventurar num novo sentimento. O que eu mais quero a felicidade de vocês duas.

— Ah desse jeito eu vou chorar. Caramba Bonnie você podia mudar de curso e ser psicóloga. – Caroline já foi soltando suas pérolas.

— Eu não tenho palavras para dizer o que vocês significam na minha vida, eu amo tanto vocês. – Elena falou emocionada.

— Abraço coletivo. – Caroline foi logo juntando as amigas e se abraçando num abraço apertado.

— Elena, mas você sabe que eu só vou te ajudar se for com o Stefan, com o Damon pode esquecer. – Caroline disse fazendo uma cara de dengo para Elena. Bonnie e Elena se olharam e deram risada.

— Agora vai me conta ele tem pegada ou só posa de garanhão? Vai quero saber. – Caroline queria saber todos os detalhes da noite de Elena com o Salvatore mais velho.

— Vou contar, mas também quero saber como foi sua noite com seu novo amigo britânico. – Elena falou tentando imitar o sotaque de Klaus.

— Garanto que a sua foi bem melhor que a minha, mas não enrola e conta tudo.

O trio de amigas ficaram conversando até perto da hora do almoço. Elena lhes contou tudo o que lembrava da noite com Damon, como ele arrancou selvagemente a sua roupa, como os lábios dele deslizavam facilmente por sua pele, como ela sentia suas entranhas queimarem a cada toque dele, como ele usava bem (e muito bem) a sua língua. Após Elena contar sobre sua noite foi a vez de Caroline contar sobre a sua com Klaus. A loira contou a insistência dele de leva – lá para o campus, contou (com certo desprezo) como ele a ajudou quando ela passou mal, como ele a tratou durante a noite, contou que ele comprou remédios para ela e trouxe seu café, e terminou contando que uma “vadia” ficou ligando para ele e ele a tratou grosseiramente e os dois discutiram (isso explicava perfeitamente o porta retrato de Caroline com Tyler aos pedaços).

(...)

Era uma tarde de quarta – feira, quando Elena se deu conta de que o frigobar de seu quarto com Caroline não tinha mais nada para abastece – lás. Elena odiava fazer supermercado, porém sabia que era um mal necessário. Ela se arrumou e dirigiu até o supermercado mais próximo, assim sacando a lista de comidas da sua carteira. Mentalmente ela xingou Caroline por ter saído com Bonnie naquele dia e não ter feito o supermercado antes, pois se tinha uma pessoa que adorava comprar era Caroline Forbes, não importava se era roupa, comida, ou até mesmo material escolar, Caroline adorava fazer compras.

Elena se manteve focada e comprou tudo que estava na lista e um pouco mais. Elena estava no corredor aonde deveriam ficar os picles em conserva quando ao manobrar seu carrinho esbarrou de costas em alguém.

— Me desculpe o carrinho travou e... – Elena ficou muda ao encontrar dois olhos castanhos esverdeados lhe observando. Era ele, o famoso cara do olhar misterioso: Stefan Salvatore.

— Está tudo bem. – Stefan respondeu calmamente. Eles estavam tão perto, que era possível ele sentir o cheiro de melancia do gloss que Elena usava em seus lábios. Naquele momento ele se pegou olhando para os lábios dela, e ele pode sentir seu coração batendo descompassado, suas mãos suando, como se aquele fosse o primeiro encontro deles.

— Nossa ele fala. – Elena respondeu tentando parecer despreocupada com a presença dele ali, mas a verdade era que Elena estava lutando contra a vontade de abraço – lo. Bastou somente um olhar para ela sentir tudo novamente, sentir as borboletas no estômago, sentir as pernas meia bambas, sentir o ritmo violento de seu coração contra seu peito. Ela sabia que deveria ter se arrumado melhor naquele dia, pelo menos não sair com o cabelo todo bagunçado preso num rabo de cavalo.

— Claro que sim, minha mãe me deu educação. – Stefan respondeu esbouçando um sorriso tímido.

Elena seguiu em breve passos pelo corredor e Stefan foi ao seu lado, acompanhando o mesmo ritmo.

— Achei. – Stefan disse ao avistar a seção de picles.

— Eu também estava procurando por isso. – Elena disse já pegando um pote.

— Você pode me ajudar a escolher? Nunca sei qual desses levar. – Stefan apontou para uns três potes diferenciados.

— Ué, não trouxe sua amiga hoje para te ajudar? – Elena se referia a Rebekah, pois na noite que ela os viu eles estavam com sacolas justamente daquele supermercado.

— Está falando da Rebekah? – Stefan mudou o ton de voz para sério.

— E por acaso tem outra? – Elena estreitou o olhar para Stefan. Ela queria de verdade ser madura o suficiente para somente ajudar ele e seguir em frente com o seu carrinho, mas ela não conseguia.

— Não tem outra, e a Rebekah é só minha amiga, nada mais. – Stefan ponderou.

— Enfim, você não tem porque me dar satisfação, afinal não estamos mais juntos né?! – Elena se virou para examinar os potes de picles e decidir qual era bom.

— Elena... – Stefan chamou a garota.

— Sério Stefan tudo bem, eu não tenho o direito de intervim na sua vida desse jeito. Olha leva esse, essa marca é bem gostosa eu sempre compro dela. – Elena disse entregando um pote de picles para Stefan. Stefan pegou o pote e ficou encarando Elena, ele queria acabar com essa rivalidade dela em relação a Rebekah, pois ele só tinha carinho de amigo pela loira.

— Stefan eu preciso ir se não vai ficar tarde. – Elena disse com um certo pesar. Se ela pudesse ela ficaria o dia todo encostada naquele carrinho só batendo papo com o rapaz.

— Se cuida. – Stefan disse dando um singelo sorriso para Elena.

Elena caminhou e começou a empurrar seu carrinho quando Stefan a chamou.

— Elena... foi bom te ver. – Stefan disse demonstrando uma sorriso, aparentemente emotivo.

— Bom te ver também Stefan. – Elena lhe retribui o sorriso e se distanciou.

Ela pensou: “Que droga Elena, logo agora que você tinha ficado dois dias sem nenhum drama de Stefan ou Damon, ou sem ao menos tocar no nome deles, acontece isso? Você estava indo tão bem e foi só ele aparecer para tudo vim à tona? Tudo o que você achou que estava superado na verdade você estava se enganado? É assim que você quer seguir em frente?” Elena se perdia em seus pensamentos enquanto passava a compra no caixa.

Stefan a observava de longe, imaginando se algum dia teria a chance de partilhar sua vida com ela novamente, porque ele sabia, ele nem se atrevia a se enganar, ele sabia que era ela, somente ela que tinha o caminho para o seu coração, somente ela fazia ele ficar daquela forma... era somente por ela que ele estava lutando dia após dia contra o vício das drogas. Tudo era por ela, tudo o que ele pensava em fazer se destinava a beneficiar ela, porque ele poderia conhecer e ficar com outras mil garotas em toda sua vida, mas ele sabia que jamais sentiria algo tão forte e tão mágico por alguém que nem sentiu, e ainda sentia por Elena Gilbert.

 


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Notas finais do capítulo

E ai o que acharam desse capítulo?? Será que Klaus e Caroline vão se acertar? Ou será que ela tem mais chances com Tyler? E Elena, qual irmão vocês estão na torcida?
Até o próximo capítulo.
Xoxo.

— Músicas:

— Caroline e Klaus conversando e tomando café da manhã. (Charlie Puth – Dangerously)

— Caroline e Klaus discutindo. (Tate McRae – Don’t fall in love lol)

— Elena no carro se lembrando da noite anterior e questionando seus sentimentos por Damon. (Florence + The Machine – No Light No Light)

— Elena agradecendo pela noite e deixando Damon sem reação. (Why Don’t We – Hard)

— Elena e Stefan se encontrando no supermercado. (Sara Hickman – Mad World)






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