Sob seu olhar escrita por Iced


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Hoje vocês verão algumas figurinhas que serão essenciais para a continuação da história. Espero que gosteeem ♥

Capítulo adiantado



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Uma música pop é quem nos recepciona na incrível casa de Catterine, ou Catty. 

O local da social, como Tereza mencionou, é uma casa bem espaçosa e com vista pro mar em um dos metros quadrados mais caros da cidade. O local parece muito com o tipo de casa que vemos em filmes com pessoas de boa condição financeira. Tem cores claras, vidros e plantas por todos os lados que eu olho. Claro, me sinto um pouco intimidada, mas, não é apenas pela dimensão da casa, e sim porquê toda a faculdade parece estar aqui. Sinto que se eu forçar a vista até o reitor eu consigo encontrar.

Esbarro em uma ou outra pessoa assim que entramos na casa, que está quente e abafada em comparação com a chuva torrencial que cai lá fora. Há muita gente bebendo e pouca gente realmente bêbada ainda, isso eu suponho ser pelo motivo de que ainda são 8 da noite.

Quando Tereza e eu conseguimos chegar até uma parte menos cheia da sala de estar, sinto um cutucar entre minhas costelas, este que quase me faz derrubar o pouco de dignidade que eu tenho ao soltar um grito agudo.

— Não olha agora, mas sabe quem está gatíssimo hoje? Isso mesmo, Noah! — O tom animado na voz de Tereza me traz uma sensação de tensão tomando conta do meu corpo.

Tereza não sabe que eu costumo levar Noah até um nível bem diferente de paixonite.

— Ah. — É o que limito a dizer, enquanto meus olhos percorrem toda a sala e encontram diretamente quem eu pretendia enxergar.

Seu cabelo, sua pele, e seus olhos parecem estar mais radiantes que de costume. Esbanjando sensualidade, descontração e beleza. Seu corpo alto está bem vestido em cores claras, onde uma camisa social branca abotoada apenas até a metade é o que faz os fios de minha nuca arrepiarem.

Tereza está certa. Noah está gatíssimo hoje.

— Espero que estejam se divertindo, meninas.

Desvio a atenção do homem mais bonito da noite para a recém-chegada à conversa. Com um vestido rodado em tons de rosa, e um penteado com mais tranças do que as que os vikings usavam, Catty dar o ar de sua graça pela primeira vez na noite.

A tensão do meu corpo se dissipa quando tanto eu, quanto Tereza, nos movemos na direção de Catty para lhe dar um caloroso abraço.

— Não acredito que você nos convidou, Catty. Eu ficava beeem chateada quando ficava sabendo das suas sociais pela boca dos outros. — O comentário de Tereza carregado de birra faz com que a nossa risada seja inevitável. O clima entre nós é leve e divertido, o que me faz esquecer que naquela mesma sala, está a maioria dos nossos colegas, um em especial que me faz suspirar todos os dias.

— Mas eu sempre chamei vocês, oras. Não tenho culpa se somente hoje as madames puderam vir. — Catty diz em resposta, fazendo com que seus lábios vermelhos cobertos com gloss de cereja se estiquem em um sorriso.

A temporada mais assídua de festas era quase sempre na semana de provas, e nós não podíamos nos dar ao luxo de ficar de ressaca em uma prova de cálculo II. Então, naturalmente, após receber vários não, Catty achou melhor parar gentilmente de fazer os convites. Embora as insinuações de que seríamos bem-vindas ainda fossem frequentes em nossas conversas de corredor.

— Ah, que se dane. Sabe o que precisamos? De dança! Vamos, vamos cair na pista de dança. — Tereza praticamente ordena, fazendo menção de puxar a mim e a Catty para a "pista de dança", que nada mais era do que o centro da sala de estar.

Delicadamente saio de sua trajetória erguendo as mãos na altura do peito.

— Sinto muito, mas, eu não danço. E vocês duas. — Faço questão de apontar de uma para a outra.  — Sabem muito bem disso. Vocês podem ir, eu vou beber alguma coisa.

Não há objeções. Catty puxa Tereza para a pista de dança, e eu sigo na direção oposta, indo para a luxuosa cozinha da praticamente mansão.

Na cozinha a situação é um pouco diferente da sala de estar. Aqui há casais se pegando em todos os quatro cantos, e os que não estão beijando estão se enchendo de álcool.

Ótimo lugar para se estar, entre os amantes e os alcoólatras. Duas realidades bem diferentes da minha.

Ando confiante até a geladeira, uma daquelas que sempre invejamos nos comerciais, e pego uma garrafa com um líquido duvidoso. A primeira vista parece suco, mas eu não sei se aquilo deveria ser o que chamam de "batida".

— Suco, ou batida, eis a questão. — Comento de maneira distraída, avaliando o líquido da garrafa.

— Batida, suco é na garrafa ao lado.

Me assusto o suficiente para bater a porta da geladeira mais forte do que eu queria. A voz de Jonathan, irmão de Catty, me faz quase ter um ataque do coração.

— Meu Deus! Jonathan, você brotou do chão garoto?! — Pergunto com indignação quando giro nos calcanhares, o vendo atrás de mim com um riso contido no rosto.

— Talvez. — Responde com cinismo, passando por mim e pegando a tal garrafa de suco na geladeira. Ele despeja uma quantidade considerável de suco em dois copos em cima da bancada, e eu apenas observo, sem questionar. — Servida, madame?

Franzo as sobrancelhas diante do copo de suco estendido em minha direção.

—  Ah, esses pirralhos. — Resmungo falsamente, aceitando o copo e tomando um gole do suco.

Jonathan ri ao meu lado. Ele se senta em um dos bancos presentes ali enquanto eu permaneço em pé, com os olhos fixos na geladeira de inox.

— Mary, eu não sou um pirralho. Você sabe.

Dou uma rápida olhada em sua direção. É, no fundo eu sei.

Jonathan, o irmão mais novo de Catty, o terceiro filho da família. Está atualmente se esforçando para prestar o vestibular e ingressar na mesma faculdade que a irmã, mas, mesmo se eu forçar o olhar não vejo um rapaz de 18 anos. Vejo ainda o Jonathan de 14 anos que costumava jogar pedras no telhado da minha casa com o intuito de me chamar para jogar banco imobiliário.

— É, crianças crescem tão rápido. — Debocho, finalizando com uma risada e um aperto na bochecha dele.

O momento de descontração é interrompido por um coçar de garganta que quase faz com que eu derrube meu suco. Qualé, hoje é o dia do "vamos assustar a Mary"?

— Uau, vejo que você está bem ocupado, Henrique.

Assim que vejo a dona da voz tenho vontade de revirar os olhos. Stephany, é o que eu classifico de garota horrível.

Ela não é só irritante, é muito irritante. E tem um sentimento de posse sobre Jonathan que eu acredito ir bem longe do saudável.

Não perco meu tempo ali com a barbie ruiva e sigo em direção à saída levando meu amado copo de suco comigo.

— Até mais, crianças. Fui!

Ouço resmungos vindos dos dois jovens adultos, porém, felizmente a porta de vidro que se fecha atrás de mim abafa o som da possível discussão deles. Por sorte a chuva também já se dissipou.

Olho ao redor dos fundos da casa e mesmo a piscina com vários jovens pulando e rindo, ou a churrasqueira indo a todo vapor me deixam animada.

É o total contrário disso.

Enquanto procuro algo para me sentar, percebo o que realmente não gosto dessas sociais onde o principal intuito é: beber, dançar, ficar com alguém.

O motivo é bem claro se considerar que eu estou bem longe de qualquer uma daquelas três ações citadas.

Sento em uma das espreguiçadeiras mais distantes do pessoal todo, e tiro o celular do bolso do macacão, desbloqueando a tela e fazendo a minha verificação anual de notificações nas redes sociais.

O doce do suco parece azedar um pouco quando vejo uma publicação de poucos minutos atrás de Catty, Noah e Jonathan juntos, sorridentes. O número de curtidas em tão pouco tempo mostra o quão famosos eles são entre o pessoal da nossa idade, principalmente Noah e Catty. Um cara que recebe mais de 150 curtidas em pouco menos de 30 minutos não pode combinar com uma garota que recebe 40 a cada 20 anos.

Resolvo que verificar as redes sociais não é uma boa ideia, então acabo por guardar novamente o celular no bolso do macacão, vendo o exato momento que uma multidão começa a encher a área da piscina.

— BOLA DE CANHÃO! — Um dos presentes grita, antes de pegar impulso e pular na água, fazendo que todo o espaço ao redor, incluindo o que eu estou, seja molhado pelos respingos de água.

Viro o copo de suco de uma vez, não gostando nada de ter sido molhada pela segunda vez no dia.

Levanto, e antes de entrar novamente na casa, meus olhos passam por todos na piscina anotando mentalmente o rosto daqueles que irão entrar na minha lista, aquela mesma da Arya Stark.

Todavia, quando meus olhos chegam até certa parte das pessoas da piscina, sinto meu corpo gelar totalmente antes que eu gire meu corpo e siga rapidamente para dentro da casa.

Alguns segundos, tenho certeza que durante alguns segundos, os olhos de Noah encontraram os meus.


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Notas finais do capítulo

Noah, gatão da noite, hein :v



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