Confusão em Dose Tripla escrita por Lelly Everllark


Capítulo 12
Um convite e sorrisos.


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores! Voltei!
E dessa vez foi rápido, Ok?
E já que pediram tanto, este foi outro capítulo narrado pelo nosso amorzinho do Ethan!
Espero que gostem, BOA LEITURA :3



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  Ethan

 

  Meu dia estava indo muito bem até virar um desastre completo.

  Não que tudo o que aconteceu com Olivia na cozinha tenha sido um desastre, só não sei mesmo o que me deu para seguir com aquilo, ou quase seguir.

  Mas o fato é que tudo estava muito bem, não, na verdade estava ótimo. Era uma sexta-feira tranquila, eu sai para trabalhar vendo-os em sua confusão matinal na cozinha. Olivia como sempre gritando ordens, Charlotte correndo para obedecer e Seth fingindo não ouvi-la, mas obedecendo mesmo assim. A verdade é que em poucos dias a morena de sorriso encantador se tornou parte da vida de todos nós, principalmente das crianças. Então me despedi e fui trabalhar, nada de mais.

  Jennifer, minha nova secretária, me sorriu quando eu cheguei. Eu a tinha contratado há alguns dias e mesmo sendo novata, a loira de olhos escuros estava indo muito bem. Ela era comunicativa e trabalhava bem então pra mim estava ótimo, mesmo que alguns carregadores e até mesmo Donavan, meu gerente, insistissem que ela também era bonita. Mas não é como se no momento eu estivesse interessado, mesmo por que as loiras, depois da última experiência que tive, não eram exatamente meu tipo.

  Até por que, a única mulher ocupando meus pensamentos nos últimos dias não era exatamente alguém com quem eu poderia ter uma noite descompromissada, Olivia era a babá dos meus filhos e não podia correr o risco de afastá-la. Não só por que odeio se quer imaginar a ideia, mas também, por que, a julgar sua relação com Brianna e minha mãe, todos os Prices vão sofrer muito se ela se for.

  E, com isso em mente, segui meu dia, comi, dei alguns telefonemas, recebi outros, eu e Jennifer participamos de uma pequena reunião. Também resolvi uma confusão de um hospede na recepção e finalmente achei que meu dia tinha acabado, ledo engano.

  Primeiro que um cano estourou na cozinha do hotel, e assustou metade do pessoal e eu, como o dono de tudo, acabei como sempre, envolvido na confusão. Molhei-me inteiro, não resolvi nada, mas pelo menos consegui ajudar a salvar o jantar de alguns hospedes. O bombeiro chegou, controlou a situação e só não fiquei para limpar tudo com o resto do pessoal por que já estava atrasado para o jantar.

  Está aí outra coisa que Olivia conseguiu, para alguns, algo como comer juntos pode até ser uma coisa banal, mas para mim que mal ficava em casa e estava me tornando meu pai? A pior parte dele? Isso é realmente um avanço. Fora que quando Seth me sorriu daquele jeito e começou a me contar seu dia com toda a animação com que Lottie o fazia sempre, fez meu coração se apertar, mas não de um jeito ruim, só inesperado. Eu, na minha cabeça, achava que o laço que tínhamos, ou ao menos devíamos ter, tinha se quebrado de um jeito irreparável. Mas como se quebra algo que nunca se teve?

  Mas eu gosto de agora poder ter esse laço, de chegar em casa e eles correrem para me encontrar e falarem sem parar. Seth ainda não tem a liberdade de Charlotte, mas eu sei que isso não vai mudar assim de uma hora pra outra, mas gosto de vê-lo se aproximar sem saber o que fazer quando eu mesmo não tenho ideia de como resolver a situação. Nossa relação é complicada e eu sei que a culpa é totalmente minha, por deixá-la tomar todas as decisões e fechar meus olhos sobre o que estava acontecendo, por não ter ouvido minha mãe e, por Deus sabe que eu me arrependeria eternamente, quase deixá-la mandá-lo para longe.

  Livro-me desses pensamentos e quero voltar a me concentrar no trabalho, mas seu riso não deixa. Olivia se tornou um parasita infiltrado em mim. Depois de me encharcar fui para casa, afinal não tinha mais nada que eu pudesse fazer. E, eu nunca esperei que quando chegasse a encontrasse dançando pela cozinha com Molly, a visão me pegou de surpresa. Elas eram lindas juntas e foi amor a primeira vista de ambos os lados o que é uma surpresa, já que Molly não costuma gostar de ninguém.

  Mas lá estavam elas, girando e rindo e a visão me arrebatou de um jeito. Olivia tinha o rosto corado, os olhos brilhantes e o cabelo solto, a saia do vestido girava com ela e até isso parecia me hipnotizar. Eu poderia tê-las olhado e olhado pelo resto da vida, mas ela me notou, seu rosto surpreso e corado a deixava encantadora, mas os longos cabelos escuros emoldurando o rosto foram uma surpresa, acho que nunca a tinha visto com eles soltos, mesmo no dia em que nos conhecemos, na entrevista de emprego, seus cabelos estavam presos, e agora sei por que, por a visão dela com eles balançando e seu sorriso luminoso, são um perigo.

  Mesmo depois de tê-la assustado, eu só consegui continuar a observá-la, principalmente quando Olivia sentou-se à mesa para dar mamadeira a Molly, minha pequena a olhava com olhos apaixonados e era correspondia, eu podia ver o amor refletido nos olhos de Olivia, seu sorriso para minha bebê a deixava ainda mais bonita, principalmente por que Molly, com todos os seus três meses de vida, não tinha tido uma presença tão constante em sua vida quanto Olivia estava sendo.

  Nenhuma babá tinha ficado tanto tempo, mais duas semanas e completaríamos um mês e isso para todos nós, era muito tempo. 

  Depois de todo o susto eu subi, precisei de muita força de vontade para me afastar, mas o fiz assim mesmo. Tomei meu banho e foi só depois de sair do quarto que estranhei o silêncio na casa, silêncio esse que na presença de Charlotte era impossível, ia perguntar Olivia sobre isso, mas a encontrei no corredor, na verdade ela quase me atropelou, como no dia em que nos conhecemos e lá estávamos nós dois no meio do corredor nos encarando com expressões surpresas, nem sabia se ela se lembrava, mas eu ainda pensava em nosso primeiro encontro tanto quanto no nosso esbarrão na cozinha em seu primeiro dia na minha casa.

  Então nos encaramos, e eu consegui perguntar sobre as crianças, mas não sem antes dizer algo como “Nossos filhos”. Não existia isso de “nossos”, mesmo que nos últimos dias eles parecessem tão dela quanto meus. Eu consegui contornar a situação, parei de encará-la e achei que isso encerraria nossa noite, mas ironicamente, sem as crianças, ela iria durar muito mais.

  Nós jantamos, rimos juntos e eu estava me convencendo a ir embora, definitivamente estava, mas a verdade era que já ia beber meu quarto copo de água apenas para ter uma desculpa para ficar um pouco mais em sua companhia, apreciando seu sorriso, o cabelo solto e as respostas divertidas mesmo que parecesse triste. Olivia era sempre tão animada que era fácil saber quando não estava bem. Mas ela desconversou e deixei por isso mesmo, ela não precisa me contar, mesmo que eu quisesse muito saber.

  Por fim terminei a água e a ideia era apenas colocar o copo sobre a pia, nada mais, não era pra ser grande coisa, mas foi, com certeza foi. Ela se virou na mesma hora me surpreendendo e meu coração acelerou de uma forma que há muito não acontecia, de um jeito que me deixou sem reação a única coisa que consegui foi olhá-la e aproveitar o momento. Eu sabia que no mínimo não devia beijar Olivia, não podia correr o risco de machucá-la e isso fazer com que ela fosse embora e nos deixasse, mas mesmo assim não consegui evitar olhar para seus lábios vermelhos e não desejar descobrir seu gosto. E mesmo que toda a cena fosse inesperada, eu podia ver o meu desejo refletido nos olhos escuros de Olivia, ela queria aquilo tanto quanto eu e quando a toquei mandei tudo ao inferno, eu iria beijá-la e depois lidaria com as consequências fossem elas quais fossem.

  Eu só queria provar seus lábios e descobrir se beijá-la seria tão bom quanto nossa situação fez parecer, mas meu pequeno anjinho decidiu que aquela era uma boa hora para exigir atenção e talvez fosse mesmo. Talvez Molly tenha evitado um desastre, talvez aquela não fosse a hora certa, talvez essa hora nem existisse e tenha sido melhor assim. Pelo menos foi nisso que fiquei tentando acreditar quando Olivia se afastou corada e correu para fora da cozinha, eu fiquei olhando a porta por onde ela desapareceu por alguns minutos até resolver ir para o meu quarto também.

  Mas a verdade é que em nenhum momento eu consegui me convencer de que beijá-la seria uma má ideia, porém o que viria depois podia não terminar bem, e se, por acaso, isso não desse certo? O que seriam das crianças? Molly e Charlotte já estavam apaixonadas por Olivia e Seth, mesmo que não se desse conta, já estava encantado também, se ela se fosse não seria como as babás anteriores, nem de longe, Olivia era especial e eu não podia brincar assim, não com ela. Olivia não era uma mulher que conheci num bar e que não veria nunca mais, ela não era uma mulher que nem sonhava que eu tinha três filhos e achava um máximo uma noite sexo sem compromisso, então, com ela, eu precisava ser cuidadoso e, talvez, Molly tenha realmente evitado um desastre.

  Passei pelo quarto da bebê e pude ouvir sua voz a consolando, numa situação normal eu teria parado para observá-las da porta e sorrir com a cena encantadora que provavelmente estavam protagonizando, mas naquela ocasião, depois de tudo o que aconteceu na cozinha, eu não podia, não mesmo, então segui direto para o meu quarto e me joguei na cama encarando o teto sem conseguir pregar os olhos, só pensando e pensando no que aconteceu e revivendo a cena da cozinha em minha mente. É, meu fim de noite foi uma grande merda, e isso por que meu dia até que não estava tão ruim.

  Eu não dormi, pelo menos não direito, então só me restou levantar às cinco da manhã e fugir para o trabalho para não encontrar com ela. Não era lá muito corajoso, mas foi o que consegui fazer. Eu devia me desculpar? Fingir que nada aconteceu e cumprimentá-la normalmente ou, talvez quem sabe, terminar o que tínhamos começado?

  - Sr. Price? Sr. Price? - a voz de Jennifer me tirou dos meus pensamentos, há quanto tempo ela estava ali me chamando e eu no mundo dos sonhos?

  Eu estava sentado atrás da minha mesa no meu escritório na sede dos hotéis e minha secretária me sorria divertida, como se minha cara de bobo olhando para o nada fosse engraçada, e talvez fosse mesmo. Jennifer colocou uma mecha do cabelo loiro atrás da orelha e eu não consegui não reparar no movimento, mas ele não era nem de longe tão encantador ou sensual quanto quando Olivia fazia o mesmo.

  - Sim? - finalmente a respondi e ela me estendeu algumas folhas.

  - Aqui, o orçamento do conserto da cozinha, você precisa aprovar e assinar.

  - Certo - disse aceitando os papéis analisando-os e quando Jennifer não fez nenhum movimento para deixar a sala, voltei a encará-la. - Algo mais?

  - Não - ela deu sorriso afetado e isso era novo pra mim, era impressão minha ou minha secretária estava me dando mole? Sorri com a ideia e talvez Jennifer tenha interpretado mal, era só que a ideia me divertia, por que Betty era casada e nós sempre fomos bons amigos. - O senhor quer que eu peça algo para almoçar?

  - Não, se eu quiser vou dar um pulo na cozinha, obrigado, Jennifer - encerrei o assunto e felizmente ela entendeu, me deu um último sorriso que me fez sorrir, mas não por estar entrando no jogo, era simplesmente por que estava achando a situação extremamente engraçada e depois saiu. - Era só o que me faltava - ri sozinho depois que a loira fechou a porta atrás de si.

  Suspirei ainda achando graça da situação e decidi me concentrar no trabalho, e essa minha concentração durou exatos quinze minutos até meu celular tocar, eu queria só ignorar e trabalhar para não pensar em nada, mas era minha mãe e ela me mataria se eu não atendesse, fora que as crianças estavam com ela então poderia ser alguma coisa séria, e foi só por isso que larguei meus papéis e peguei o celular.

  - Alô?

  - Ethan meu amor, ainda não comeu, não é? — ela perguntou sem um “Oi, tudo bem?” ou qualquer coisa assim.

   - Não mãe, ainda são 11h32m, então não almocei, por quê?

  - Por que quero que venha comer aqui hoje, aí já pega as crianças, o que acha? — é um convite, e eu posso recusar, mas quase nunca faço isso por que as crianças amam a casa da vovó então sempre que podemos estamos lá.

  - Agora mãe? Não posso simplesmente deixar o trabalho.

  - De que adianta ser o chefe se não pode nem tirar uma tarde de folga? Ah, por favor, já disse às crianças que viria e elas estão animadas com a ideia.

  - Mãe! - exclamei sem acreditar. - Você disse a elas? Isso é chantagem, sabia?

  - Sou sua mãe, óbvio que não é chantagem, é sabedoria, agora venha e traga Olivia e Molly também.

  - Como!? - dessa vez falei tão alto que tenho certeza que Jennifer, do outro lado da porta, ouviu.

  - É para trazê-las também, claro. Quero ver minha neta e Brianna insistiu em ver a amiga e eu não me importo, ela é um amor e vai ficar sozinha naquele casarão, então apenas traga Olivia também e não demore, vou estar esperando — e dito isso ela simplesmente desligou na minha cara.

  Encarei o telefone desligado sem saber o que pensar, o que exatamente acabou de acontecer? Mamãe às vezes tinha umas ideias surpreendentes, mas essa tinha sido demais, levar Olivia para o almoço? Ok, isso não era assim tão estranho, mas depois de ontem? Certo, minha mãe não sabia o que tinha acontecido e só estava sendo gentil, fora que tinha razão, Olivia ia acabar sozinha lá em casa e não sei se ia gostar da ideia, fora que as crianças certamente iriam amar vê-la, disso eu tinha certeza.

  Respirei fundo e só terminei de assinar o orçamento para a cozinha antes de ficar de pé. No fim minha mãe e meus filhos estavam me esperando, era melhor eu ir logo de uma vez.

  Passei pela porta e encontrei Jennifer em sua mesa digitando no computador, ela levantou os olhos da tela e pareceu surpresa ao me ver ali.

   - Jennifer eu estou saindo agora e provavelmente não vou mais voltar então aqui está o orçamento devidamente assinado - lhe estendi as folhas que ela pegou ainda me olhando, mas agora com um sorriso. - E você pode só terminar a pauta da reunião de ontem e está liberada. Vemos-nos segunda-feira, até.

  - Bom final de semana, Sr. Price - ela desejou e eu me limitei a acenar com a cabeça enquanto entrava no elevador.

  Jennifer e toda a confusão com a cozinha eram problemas pequenos se comparados a encarar Olivia outra vez depois de ontem e eu ter simplesmente saído sem falar com ela hoje de manhã. Bem, isso ia ter que se resolver de uma forma ou de outra então que nos víssemos logo de uma vez. Dirigi até em casa e quando parei em frente à porta de entrada já pude ouvir sua voz conversando com Molly, sorri ao subir os degraus de entrada, eu já havia reparado que ela fazia muito isso, exercitava longos monólogos com a bebê e sempre que podia ficava a observá-las, essas cenas eram extremamente encantadoras.

  Quando abri a porta vi Olivia descendo as escadas com Molly no colo. Ela conversava tão animadamente com a bebê que não me notou ali.

  - Já que aparentemente somos só nós duas outra vez, Molly. Que tal um lanche no jardim?

  - Isso parece divertido, eu posso participar também? – perguntei sem conseguir me conter e Olivia finalmente me encarou com os olhos arregalados.

  - Ethan! fazendo o que aqui!? – exclamou surpresa e eu sorri. O jeito que ela sempre parecia surpresa e quase chocada com o fato de eu estar na minha própria casa no meio da tarde era extremamente engraçado.

  - Eu ainda moro aqui, pelo menos morava até hoje de manhã – eu realmente não resisto a provocá-la. Vejo Oliva corar enquanto termina de descer as escadas e às vezes me pergunto se eu não estou aqui imaginando coisas e no fim ela tem algum namorado bonitão e nem mesmo se importa com tudo o que quase nos aconteceu.

  - Ah claro é a sua casa, então... Acho que não tem problema você estar aqui, é só que... Por quê? – ela decide se interromper e por mim ficaria a ouvi-la se enrolar pelo resto da tarde com um sorriso bobo. Olivia coloca uma mecha do cabelo atrás da orelha e esse simples movimento mexe comigo. Como isso é possível? Eu não sou assim, tenho relacionamentos de uma noite às vezes, como um adulto maduro, não sou esse bobo, não na maioria do tempo, mas cá estou e isso é ridículo e assustador. Não quero me sentir assim outra vez, na última, as coisas terminaram muito mal.

  - Minha mãe me convidou para almoçar, vou aproveitar e buscar as crianças, ela não aceitou um não como resposta – digo e ela parece mais aliviada, quase decepcionada. Será que ela achou que talvez eu tenha vindo para falar do que aconteceu na cozinha? Não sei precisamos, no fim os dois estão fingindo que nada aconteceu. É quase uma concorda muda em não falar do assunto.

  - Você veio buscar a Molly?

  - Exatamente – sorrio. Talvez seja realmente melhor assim, não é como se aquela cena fosse se repetir não é? Olho para a bebê no colo de Olivia. – Vamos para a casa da vovó, meu amor?

  Molly me procura assim que ouve minha voz e esse seu olhar doce faz tudo valer à pena. Eu pego minha bebê e beijo sua barriga apenas para ouvi-la rir, sua risada é com certeza um dos sons que mais amo no mundo, mal posso esperar para ouvi-la me chamar de papai como Charlotte faz todo dia. Ajeito a pequena em meus braços e quando olho Olivia ela sorri ao nos observar, mas quando nota meu olhar desvia o seu e finge olhar a janela mais adiante.

  - Então você quer que eu arrume a bolsa dela ou não precisa? Vocês vão demorar? Preparo o jantar para as crianças? – ela dispara tudo de uma vez e levo um instante para assimilar todas as perguntas. Olivia volta a me olhar a espera de uma resposta.

  - A bolsa apode arrumar, por favor, minha mãe tem coisas do Seth e da Charlotte, mas Molly chegou a pouco e ela ainda não teve tem pode estocar coisas para ela. Nós provavelmente demoraremos sim. Minha mãe ia odiar se nós voltássemos cedo pra casa.

  - Nós, você e Molly? – ela pergunta parecendo confusa e sorrio.

  - Nós de todos nós, Olivia. Minha mãe a convidou para comer e eu também estou convidando, vamos comer na casa da minha mãe? As crianças provavelmente estão esperando por você. – Ela provavelmente ia recusar, eu vi a hesitação em seus olhos e talvez ela não se sentisse confortável em ir, mas foi fácil ver a mudança no momento em que falei das crianças. Será que chegaria ao ponto de eu sentir ciúmes dos meus filhos por provocar reações como essas nessa mulher a minha frente?

  - Você tem certeza que está tudo bem? Eu posso ficar e...

  - Você foi convidada, Olivia. E eu ouvi dizer que Brianna está louca para vê-la outra vez – a menção a minha irmã a fez sorrir. Não que eu tivesse algo com isso, mas eu estava adorando o fato delas serem amigas, Brianna nunca teve muitas amigas além de Holly então era bom pra ela, mas vendo por outro lado, essas duas juntas poderiam ser um perigo.

  - Bem, se é assim...

  - É bem assim mesmo, e vamos logo? Se não nos apressarmos minha mãe daqui a pouco me liga. De novo.

  - Ok, eu só vou arrumar a bolsa da Molly e me arrumar. Já venho.

  - Se arrumar pra quê? Se você já está tão linda? – perguntei sem entender. Ela ainda estava com o vestido amarelo da noite passada, com a saia rodada e as alças finas. Olivia quase nunca usava maquiagem, e isso a fazia parecer ainda mais bonita e verdadeira. Então aqui, de pé a minha frente, com um vestido simples, os cabelos soltos e o rosto corado eu não via realmente necessidade dela se arrumar mais que isso. É só a casa da minha mãe afinal.

  - Eu vou buscar as coisas da Molly então – ela respondeu parecendo surpresa e subiu as escadas quase correndo. Fiquei sem entender.

  - Eu disse alguma coisa errada, Molly? – perguntei a bebê em meu colo que se limitou a me olhar curiosa.

  Quinze minutos depois estávamos os três em meu carro. Dessa vez não haviam caixas nem nada, então precisávamos ir na minivan. Fomos o caminho todo em silêncio. Olivia ao meu lado parecia tensa e evitava me olhar, eu estava realmente começando achar que ela não tinha gostado do convite. Ou quem sabe foi alguma coisa idiota que eu falei? Quando estacionei em frente à casa da minha, ela finalmente me olhou.

  - Tem certeza que sua mãe não se importa de eu ter vindo junto?

  - É com isso que está preocupada? – perguntei divertido e ela me olhou feio.

  - Ethan! Isso é sério. E se ela achar ruim?

  - Olivia, pela milésima vez, foi minha mãe quem a convidou. Agora vamos logo que meus filhos devem estar com saudades.

  - Eles, é? – ela debochou e fingi não ouvi-la depois de descer do carro e dar a volta para pegar Molly em sua cadeirinha. Olivia pegou a bolsa da bebê, e quando estávamos na metade do caminho até a entrada ela começou a remexer os bolsos da bolsa e logo em seguida suspirou. – Droga! A chupeta dela ficou em cima do banco. Já volto! Abre o carro, por favor!

  Ela não esperou uma resposta, só correu de volta não me dando alternativa se não fazer o que me pediu. Sorri ao vê-la debruçada sobre o banco de trás, Olivia era encantadora e engraçada e nem se esforçava pra isso. Eu teria ficado ali parado no meio do caminho olhando-a se a garotinha loira mais encantadora de todas não tivesse surgido na porta para me receber.

  - Papai! – Charlotte exclamou animada e me apressei até ela enquanto ela corria até mim, só tive tempo de colocar a cadeirinha de Molly no chão antes dela se jogar em meu colo. Seu cabelo fazendo cócegas em meu rosto. – Você veio!

  - Claro que vim.

  - A vovó disse que você ia vir aqui buscar o Seth e eu, mas aí eu disse pra ela que não precisava por que a Olivia já ia vir aqui.

  - Ela disse mesmo – é Seth que confidencia e só de ver seu sorriso ao me ver já fico feliz. Ele não é expansivo como Charlotte, não comigo, mas só de já termos alguma relação, estou feliz.

  - Vocês já estão me deixando de lado? – pergunto e meu filho simplesmente dá de ombros ainda sorrindo, ele olha em volta e sei que a está procurando, talvez ele nem saiba disso, mas Olivia já é importante pra ele. Seth não vai perguntar, sei que não, mas não precisa, por que Charlotte vai. Nenhum dos dois a notou no carro e não sei como me sinto em relação a isso, eu estou aqui e eles ainda a esperam e mesmo sem saber o que está realmente acontecendo, sorrio. Eu tenho feio muito isso desde que ela chegou.

  - Papai cadê a Livy, ela disse que vinha buscar a gente! Papai! – Charlotte se dá conta que está faltando alguém e seus olhinhos como os de Seth varrem a rua atrás de mim e não tenho tempo de responder nada antes ver os dois pares de olhos se iluminarem ao se fixar num ponto atrás de mim.

  Charlotte me solta para correr até ela e Seth se limita da dar um sorriso que nem sei se, se da conta que tem no rosto. Viro-me, e, assim como ele, assisto ao abraço das duas, Charlotte se joga nos braços de Olivia e a morena a pega no colo ficando de pé, quem as visse pensariam que não se viam há muito tempo e não há apenas algumas horas.

  Eu ainda não tinha certeza de como toda essa história ia se desenrolar, mas estava realmente ansioso para descobrir.


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Notas finais do capítulo

Eai? Quero opiniões!
Dessa vez não demorei, então sejam legais comigo e comentem!
Beijocas e até, Lelly ♥