Confusão em Dose Tripla escrita por Lelly Everllark


Capítulo 10
Telefonemas e piquenique.


Notas iniciais do capítulo

Eai meus amores, como estão? Vooltei!
Ok, meio atrasada? Com certeza! Mas cá estou.
Espero que gostem do capítulo, BOA LEITURA :D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/777149/chapter/10

— Olha, Molly, não é você, sou eu, definitivamente sou eu, é só que... – suspirei em meio a meu monólogo com a bebê deitada comigo. Nós estávamos em minha cama olhando o teto branco sem absolutamente nada para fazer.

  Hoje era sexta-feira e isso significava que Charlotte tinha balé, Seth judô e Molly e eu muito, muito tempo livre. Era um saco, por que os passeios ou os filmes com a bebêzinha não era nem de longe tão animados como os com outros dois. O humor ácido de Seth e a alegria de Lottie deixavam tudo mais animado.

  Mas o pior não era nem ficar sozinha com Molly, eu estava apaixonada por essa bebêzinha, então isso era fácil, a pior parte mesmo era só que quando eu terminava junto com ela, eu me dava conta do quão sozinha eu era e me sentia. Eu não tinha uma “melhor amiga”, nunca tive alguém que pudesse chamar assim, não tinha mais a minha mãe, nem meu pai uma vez que ele não fazia questão de me ter também. Então quando eu estava com Molly, sem Lottie fazendo perguntas aleatórias ou Seth me olhando feio e reclamando de tudo, eu pensava e acabava chegando a conclusões que meus outros empregos, muito mais corridos, não deixavam.

  Meu celular vibrou perdido no colchão me assustando e eu o alcancei com o coração acelerado. Quando vi quem me ligava fiquei totalmente sem entender.

  - Pai? – chamei assim que atendi só para ter certeza de que eu não tinha visto o nome na tela errado.

  - Oi, Olivia – ele respondeu e eu me sentei na cama para prestar atenção à conversa, por que no mínimo era o fim do mundo para o meu pai me ligar uma semana depois de eu ter falado com ele. – Como está?

  - Bem, estava aqui deitada. E o senhor?

  - Estou muito bem também. Indo bem no novo emprego?

  - Sim, até que não é tão ruim – respondi realmente perdida. O que ele queria comigo? Olhei para Molly que me encarava, segurei seu pé e fingi mordê-lo só para ouvi-la gargalhar. Esse som doce me ajudou a me acalmar.

  - O que foi isso? – meu pai quis saber e dei de ombros mesmo que ele não pudesse me ver. Se ele tivesse se dado ao trabalho de perguntar no que era o novo emprego talvez poderia ter alguma uma ideia do que estava acontecendo.

  - A bebêzinha que eu cuido.

  - Como?

  - Eu sou babá, pai. Mas por que me ligou? Não foi para saber do meu emprego, por que se fosse teria perguntado e não perguntou. Também não é pra saber se eu estou bem, com isso deixou de se importar a muito tempo. Então o que é?

  - Olivia! – ele me repreendeu e eu respirei fundo para não dizer coisas das quais me arrependeria ou para não chorar, o que viesse primeiro. Era sempre assim, sempre que eu lhe atirava um par de verdades na cara ele me repreendia como se eu fosse uma garotinha fazendo algo de errado, como se eu tivesse o afastado por causa de alguém que não valia nada e não o contrário. – Já disse que...

  - Que não é assim – o interrompi irônica. – Claro que não é, jamais seria não é mesmo? Mas por que ligou?

  - Bem... – ele começou devagar e eu sabia que não ia gostar de suas próximas palavras fossem elas qual fossem. – Erika vai fazer aniversário no próximo mês e vamos dar uma festa.

  - Que ótimo, pelo menos alguém tem festas nessa família. E o que tenho eu como isso?

  - Olivia, por favor... – ele pediu como se minhas implicâncias fossem só isso, implicâncias, não verdades das quais ele não gosta nenhum pouco de falar. – Nós gostaríamos que viesse.

  - Como é!? – perguntei realmente surpresa. Eu na festa da mulher dele? Em que tipo de mundo paralelo era esse em que ele vivia e achava que eu ia aceitar? – Eu? Na festa da Erika? E o que exatamente eu ia fazer lá?

  - Festejar conosco?

  - Ah, pai. O senhor sabe muito bem que isso é um tipo de fantasia muito louca que nunca vai acontecer. Não sei se isso foi um convite, mas a resposta é, obviamente, não.

  - Vai estar à família toda, Olivia. Seus tios e os familiares da Erika.

  - Que ótimo pra vocês então, certo? Divirtam-se muito, agora eu preciso ir e...

  - Erika acha que já está na hora de nos desfazermos das coisas de sua mãe – ele me interrompe e paro.

  - Se desfazer? Como assim? Vocês vão jogar as coisas da mamãe fora!? – me exalto e assusto Molly, a bebê me olha e parece prestes a chorar, estou tremendo e nem sei mais por que. Prendo o celular entre o ombro e a orelha e uso as duas mãos para pegar Molly e apertá-la junto a mim.

  - Olivia, ela já se foi há quatorze anos e não vou jogar nada fora, Ok? Vamos dar algumas coisas para sua tia, algumas vamos doar e você pode ficar com o que quiser, mas preciso que se acalme e me escute – ele pede e respiro fundo. Ajeitando Molly em um braço e seguro o celular com a outra mão.

  A ideia de meu pai e daquela víbora estarem fazendo isso me assusta mais do que consigo admitir. É como se ele estivesse se desfazendo dos últimos pertences de sua vida antiga, das recordações da mamãe e de como já fomos felizes um dia. É como se ele estivesse se desfazendo de mim também, por completo.

  - Olivia? Filha? Ainda está aí? – ele chamou e senti as lágrimas escorrerem, me amaldiçoei por isso, eu disse a mim mesma que não choraria mais por meu pai e aquela vaca que ele chama de esposa.

  - Estou – consegui controlar a voz o suficiente para dizer. – O que quer que eu faça pra ter as coisas da mamãe?

  - Venha à festa, nós conversamos, você vê seus tios e pega o que quiser.

  - Por que não posso ir antes? Por que tenho que fazer sala para você e a Erika?

  - Olivia, ceda um pouco, Ok? Só preciso que venha, fique algumas horas e então pode pegar tudo o que quiser.

  - É impressão minha ou o senhor está me chantageando? – perguntei e ri. Ri de um jeito totalmente descontrolado fazendo Molly me olhar curiosa e eu beijar sua testa me acalmando. Isso com certeza era o auge. Meu pai me chantagear? Erika tinha mesmo plantado suas garras fundo nele.

  - Olivia! – ele gritou do outro lado e isso só me fez querer rir ainda mais mesmo que nada disso fosse engraçado. – Só preciso que venha à festa para pegar as coisas da sua mãe, Ok? Por favor, não tenha ideias erradas sobre mim. É minha filha e isso nunca vai mudar.

  - Já está mudando – sussurro frustrada.

  - Você vem, certo?

  - Não tenho escolha, tenho?

  - Olivia...

  - Ok, ok, tanto faz. Eu vou, me diga quando e que horas e eu quero tudo, Ok? Tudo o que a tia Sarah não quiser eu quero. Tchau – me despedi e desliguei. Minha vontade era jogar o celular na parede, mas a culpa disso tudo não era dele e não é como se eu tivesse dinheiro para outro, por isso me contentei em jogá-lo em cima da cama.

  Apertei Molly contra mim e senti seu cheirinho, isso foi o suficiente para me fazer chorar. Agora era oficial, eu era órfã. Talvez não oficialmente, mas era como eu me sentia desde que meu pai conheceu Erika. Antes não, antes eu tinha ele, mesmo depois da morte da minha mãe eu ainda tinha ele. Mas depois que ela chegou, eu o perdi. Fui o perdendo aos poucos e quando vi já não tinha espaço em sua vida pra mim, já não o importava como antes se eu estava bem, se estava feliz.

  Eu sabia o porquê do meu pai querer tanto que eu vá à festa. Por que seus parentes vão estar lá, alguns parentes da mamãe com quem ele ainda mantém contato também e eles sempre perguntam por mim. Acolhem-me, sorriem e querem saber por que fui embora. Erika já inventou uma história de que eu queria um lugar só pra mim e que quis sair. Óbvio que ninguém sabe que eu quis sim, ir embora, mas por que já não aguentava mais aquela mulher achando que eu era sua empregada. Algumas pessoas, as sensatas que não suportam Erika desconfiam disso então quando não vou a uma “reunião de família” eles perguntam, e eu estar lá é o melhor jeito de ninguém perguntar nada.

  Tia Sarah, a irmã mais velha da mamãe desconfia de tudo, eu nunca disse nada a ela ou a ninguém, mas ela sabe, sei que sim por que seu ódio por Erika só não é maior que o meu. Ela suporta menos ainda a ideia de ter que conviver com ela quase todos os dias já que são vizinhas e meu pai e meu tio trabalham juntos. Ir para sua casa era meu alento quando não conseguia mais aguentar ficar em casa. Só não fugi pra lá de vez por que minha tia tem quatro filhos e eu já era quase maior de idade na época, não fazia sentido eu querer ir embora de casa quando tinha um pai amoroso e uma “nova mãe”, não é?    

  Meu próprio soluço me assustou e eu tentei me controlar. O que faria se Charlotte e Seth estivessem aqui? Como explicaria a eles todas essas lágrimas? Eu não sabia mentir. Dizer que não era nada? Ok, isso não ia funcionar, não mesmo. Respirei fundo uma, duas, três vezes até pelo menos ter parado de chorar.

  - Me desculpa, Molly – sussurro beijando a testa da bebê. – Eu a assustei, não é? Nem mesmo fingir que está tudo bem eu consigo. Vou ser uma péssima mãe quando à hora chegar, não acha? – ela não parecia interessada em meus dilemas, na verdade estava querendo mesmo era comer o pingente do meu colar, o relicário em forma de coração, isso me fez sorrir. – Você gosta? Foi minha mãe quem me deu. É um jeito de ela estar comigo sempre e independe de qualquer coisa.

  Ainda levo alguns minutos até voltar ao normal e poder respirar com calma. Por fim levanto da cama e vou ao banheiro lavar o rosto. Com Molly no como é um pouco complicado, mas consigo o suficiente para me sentir melhor. Resolvo dar uma volta pelo jardim para tentar esquecer tudo isso, mas antes passo no quarto de Molly e troco a fralda da bebê.

  - Ainda vai demorar algum tempo até termos que ir buscar seus irmãos, que tal um piquenique no jardim, Molly? – pergunto a ela enquanto descemos as escadas e sorrio. Ultimamente ela tem sido minha maior interlocutora.

  - Parece divertido, posso participar? – uma voz pergunta e dou um pulo de susto ao ver Brianna parada no meio da sala.

  - Que me matar do coração? Como entrou aqui? – pergunto quando termino de descer as escadas.

  - Ruth abriu a porta pra mim – ela revira os olhos para logo em seguida ajeitar os óculos no rosto. Os olhos quase cinzas emoldurados pela armação vermelha a deixavam parecendo uma boneca. Brianna era linda. Todos os Price eram. – Mas e o piquenique, me convidam também?

  - Claro.

  - Oi, Molly – ela sorri para a bebê a pegando, depois olha em volta. – Cadê meus outros sobrinhos?

  - Balé e judô. Hoje eu e Molly estamos no tédio sozinhas.

  - Sério que não estão aqui? – ela parece realmente indignada e é engraçado. Sorrio e isso me faz bem.

  - Sim, por quê?

  - Queria levá-los pra dormir lá em casa. Mamãe adorou a ideia. O que aconteceu com seus olhos? – ela dispara tudo de uma vez exatamente como Charlotte e já sei de onde ela tirou essa falação sem fim, onde fala de tudo e mais um pouco te deixando completamente perdida.

  - Não foi nada. Sobre levá-los tem que falar com o Ethan e que tal me ajudar com o lanche do piquenique? – mudo descaradamente de assunto me virando e seguindo para a cozinha sem esperar por ela.

  Ruth odeia nos ver na cozinha, mas não diz nada, ao invés disso sai depois de avisar que vai arrumar o quarto das crianças, Brianna fica com Molly no colo me olhando da bancada enquanto faço sanduíches e um suco. Ela tenta começar o assunto dos meus olhos vermelhos mais duas vezes, mas finjo não ouvi-la todas as duas. Falo sobre as crianças e a melhora de Seth com Ethan e isso a empolga e ela parece se esquecer de mim.

  Ver Brianna falar toda empolgada de como Seth e Ethan parecem um pouco mais próximos me faz sorrir. Desde o dia do parque todas as nossas noites são empolgadas, todos falam, Seth, Lottie, Ethan e gosto de vê-los se dando bem. Eu, é claro, participo da conversa também simplesmente por que não posso manter a boca fechada. Mas gosto de me sentir parte da família nessas horas, é bom lembrar como é estar em volta de uma mesa com pessoas que você gosta, rir de pequenas coisas, falar sobre o dia, não é grande coisa, só que me faz sorrir e esquecer meu pai e sua esposa insuportável.

  Faço a mamadeira de Molly, a coloco no carrinho para que fique confortável, empurro o carrinho até uma mesinha de ferro que tem no jardim, Brianna vem atrás de mim com o forro e a jarra de suco. Arrumo a mesa, coloco a jarra enquanto ela vai buscar os sanduíches e copos. Não demora a estarmos comendo. Sirvo-me de suco e resolvo dar logo a mamadeira de Molly. Pego a bebê que brincava tranquila no carrinho e não demora a ela estar sugando seu leite com toda sua energia.

  - Agora você vai me dizer o que aconteceu? – Brianna pergunta quando ainda estou ajeitando Molly em meu colo. Paro o que estou fazendo e a encaro.

  - Como?

  - Ah, vamos, Oliva! Por favor! – ela suspira depois de beber seu suco. – Eu sei que alguma coisa aconteceu. Está com os olhos vermelhos, e mesmo se não estivesse, você é sempre animada, hoje está tão pra baixo. Vamos, o que aconteceu?

  - Eu só recebi um convite que odiei, mas não posso recusar. Tenho que ir à casa do meu pai e não quero – não é uma mentira, mesmo por que não conseguiria mentir, não com Brianna me olhando com esses olhos preocupados, mas também não é toda a verdade. Eu não ficaria a vontade de explicar como minha família é essa bagunça triste a ela.

  - Sua relação com seus pais é ruim?

  - Minha mãe morreu quando eu tinha doze anos e depois aconteceram umas coisas e eu e meu pai não somos mais os melhores amigos.

  - Entendo – ela não insiste e lhe dou um sorriso em agradecimento. – Vai fazer doze anos que meu pai morreu e eu ainda sinto falta dele todo tempo e olha que eu era só uma criança. Mamãe e Ethan com certeza sofreram mais que eu.

  - Por que diz isso?

  - Eles se lembram mais, então com certeza pra eles foi pior. Esse tipo de coisa, como perder os pais, sempre que nos acontece, nos deixa uma marca – ela diz triste. – Com as crianças foi igual.

  - A mãe deles morreu? – pergunto curiosa. Eu quero muito saber o que aconteceu com essa família.

  Ela nega com a cabeça.

  - É um pouco mais complicado que isso e por mais que eu goste de falar, acho que esse assunto quem deve falar com você é o Ethan. Desculpa, Livy.

  - Tudo bem – ajeito Molly que já terminou de mamar para arrotar. Mais alguns minutos e ela está de volta ao carrinho tentando morder sua bonequinha de borracha. – Quantos anos têm, Brianna?

  - Vinte. Faço faculdade de literatura, sou viciada em chocolate e ainda pretendo publicar um livro – ela sorri me dando uma pequena biografia sua. – Agora você.

  - Eu?

  - É, vai, se apresenta.

  - Tenho vinte e seis anos. Não fiz faculdade, mas não foi por falta de querer, acredite. Adoro cozinhar e atualmente sou babá mesmo não tendo cuidado nem de um cachorro antes de estar aqui – digo fazendo-a rir. – É sério.

  - Você tem namorado? – ela pergunta animada e nego com a cabeça mesmo que os olhos azuis de Ethan me venham à mente. Trato de me livrar da imagem.

  - Não. Nem nunca tive, mas não me importo muito com isso. E você algum namorado? Crush?

  - Não, não tenho namorado – ela sorri boba e sei que esse não é o fim da história.

  - Mas? – insisto e ela suspira.

  - Mas tem esse garoto de outro curso. O nome dele é Josh e ele faz engenharia mecânica. Vê como é impossível? Ele é de exatas, eu de humanas, fora que ele nem sabe que eu existo – ela suspira ajeitando os óculos e depois dá uma enorme mordida me seu sanduíche. – Esse negócio de romance só funciona na ficção, sério.

  - Não me diga que é o clichê em que ele é popular, você não e por isso não se falam? – pergunto e ela nega com a cabeça.

  - Na verdade é o contrário. Todo mundo conhece os hotéis da minha família, sabem que temos dinheiro e isso acaba fazendo com que sempre tenha gente a minha volta – Brianna toma um gole de suco antes de continuar. – É meio irritante, mas até gosto. Sou popular na faculdade, mas essas minhas “amigas” – ela faz aspas no ar. – Nem sonham que eu goste do Josh, ele sim é um nerd de primeira. Conseguiu bolsa para um curso como esse e tem as melhores notas, trabalha meio período para ajudar a cuidar da irmãzinha, mas não é o mais estiloso nem nada assim. E ele simplesmente não me vê olhando-o porquê está olhando os livros e a irritante da Cindy Carson, uma garota da turma dele.

  - Basicamente a popular se apaixonou pelo nerd?— pergunto divertida e Brianna geme em frustração me fazendo rir ainda mais.

  - Não tem graça, Livy!

  - Desculpa, desculpa. Vou parar de rir.

  - O que eu faço? – ela pergunta fazendo bico e dou de ombros.

  - Não é como se eu tivesse alguma experiência para lhe ajudar. Mas você já tentou falar com ele?

  - Assim do nada? – ela parece chocada com a ideia.

  – Arranja um encontro proposital acidental. Esbarra nele ou sei lá, o espera na biblioteca e diz estar precisando de ajuda para pegar um livro. Só fale com ele e veja o que acontece. E você sabe se ele e essa garota não têm mesmo nada?

  - Não está me ajudando – ela cantarola e reviro os olhos.

  - Estou perguntando isso pra você não se machucar depois. Você sabe se eles têm alguma coisa ou não?

  - Não – ela resmunga.

  - Então primeiro de tudo você tem que descobrir. Isso está parecendo um livro de romance, você não tem ninguém para ajudá-la, não?

  - A Holly vai me ajudar. Eu a conheço desde o jardim de infância e ela sim sabe de toda a história. Isso vai ser divertido. Mas e você e meu irmão? – ela muda de assunto do nada e quase engasgo com meu suco.

  - Como assim “Eu e seu irmão”?

  - Vocês têm alguma coisa? – ela pergunta com os olhos brilhando de empolgação e nego com a cabeça.

  - Não, Brianna, não temos nada.

  - Ainda – ela profetiza com um sorriso no rosto que me faz recordar o de seu irmão. – Está pensando nele, né? – ela pergunta e coro. – Sabia! Vocês definitivamente têm alguma coisa!

  - Não viaja, Brianna. Ele é meu chefe e só. Podemos voltar ao seu romance?

  - Ah! Então você admite que vocês têm um romance?

  - Brianna! – digo exasperada e ela ri.

  - Ok, ok, vou parar. Mas quando vocês estiverem juntos e felizes talvez eu até coloque tudo no meu livro.

  - Você está mesmo escrevendo um livro?

  - Sim – ela sorri. – Um romance.

  Nossa conversa se estende entre seu livro que ela se recusa a me mostrar, Josh e sua paixão platônica por ele, as crianças e vamos falando até terminarmos de comer, Molly dormir em seu carrinho e estar na hora de buscar Seth e Charlotte. Juntamos a louça do lanche e enquanto ajeito Molly na cadeirinha para sairmos Brianna lava tudo. Ruth nos olha feio algumas vezes até finalmente me perguntar se precisa que prepare o jantar, Brianna se apressa em dizer que sim, vai até Ruth e diz mais alguma coisa que não escuto e depois me sorri.

  - Vamos buscar as crianças?

  - Claro. Você veio pra cá como? – pergunto pegando a cadeirinha com Molly e a chave da minivan.

  - Táxi. Ninguém confia em mim dirigindo – ela dá de ombros seguindo para a garagem.

  - E você ia levar as crianças de táxi? – pergunto prendendo Molly no banco de trás e vejo Brianna sorrir antes de se sentar no banco do passageiro.

  - Estava contando que você fosse querer me dar uma carona.

  Reviro os olhos, mas estou sorrindo quando sento atrás do volante. A irmã de Ethan não é lá muito normal, mas quem sou eu para falar alguma coisa, não é mesmo?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo e esse pai da Olivia é um babaca, não é?
Amanhã (no caso hoje mais tarde kkkk) tem basicamente o resto desse capítulo que ficou muuuuito grande e resolvi dividi-lo em duas partes!
Beijocas e volto logo, Lelly ♥