P.O.V. Jeremy.

Meu telefone começou a tocar. Eu sabia que era a Lisa.

—Não atende Jeremy. Melhor, desliga o celular, tira o chip, a bateria e vamos nos mandar daqui.

—Não podemos simplesmente largá-la aqui.

—Precisamos, Dona. Não temos escolha. É ou a gente ou ela. Isso vai passar, ela vai arrumar um alvo para descontar, se não a gente, mas somos a primeira opção. Ela nos conhece intimamente, vai usar a nossa conexão emocional com a Lisa para nos atrair.

O pai de Lisa fez exatamente o que Bev pediu para ele não fazer. Tomou o telefone da minha mão e atendeu.

—Alô? Lisa, querida.

—Papai, estou com medo. Eu não sei onde estou, estou sozinha e tem tantas árvores. Acho que tem alguém atrás de mim.

Dava pra ouvir o choro na voz dela, o pânico.

Então, a Bev fez o impensável. Ela pegou a minha arma e atirou no aparelho.

—O que você fez?!

—O que eu tive que fazer! Enquanto você montou a bomba e fugiu, enquanto você tava lá no seu Planeta indo a bailes e dormindo com a Rainha Malvada e gostosona a gente tava aqui, lidando com isso ai. A Lisa não está perdida ou assustada, ela sabe exatamente onde está e está tentando nos atrair! E agora temos que sair daqui, porque graças á sua ideia genial de atender o celular do Jeremy, a Lisa possuída pelo Demônio rastreou a gente. Então, mexa-se sua Alteza!

Não sei porque cargas d'água eles decidiram ouvir e obedecer. Descemos até o primeiro estacionamento no subsolo, mas ela estava lá. Nos esperando.

—Que previsível.